REZAR O PAI-NOSSO, COMO JESUS NOS ENSINOU

“Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome Ele vos dará” (Jo 15, 16-17). A oração e a vida cristã são inseparáveis, por isso somos chamados a ‘orar sem cessar, sempre e em tudo dando graças a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo’ conforme 1Ts 5, 17. A oração exige um esforço e uma luta constante entre nós mesmos e as artimanhas do inimigo, que quer a todo custo nos afastar do amor do Pai, provocando em nós a falta de vontade de orarmos, colocando obstáculos vários para que posterguemos o momento da nossa oração e acabemos por não fazê-la. É preciso rezar, mesmo sem ter vontade de fazê-lo, isso se chama perseverança. Criar o hábito saudável de nos colocarmos diante de Jesus e com Ele, através Dele, nos dirigirmos ao Pai, que Ele mesmo nos apresentou! Um coração vazio de oração se afasta de Deus e, onde Deus não está, o Espírito Santo não age. Sem a ação do Espírito Santo, nada podemos fazer.

Em preparação ao Ano Jubilar 2025, fomos convidados pelo Papa Francisco a rezarmos intensa e incessantemente a oração que Jesus mesmo nos ensinou: o Pai-Nosso. Assim, chegaremos ao Ano Jubilar mais conscientes da nossa origem divina: fomos criados por Deus, desejados por Ele, pertencemos a Ele, nosso Pai. Os discípulos de Jesus pediram a Ele que os ensinassem a orar e Ele os ensinou (Mt 6, 9-13). Também somos seus discípulos, portanto a oração ensinada por Cristo chega a nós, não como uma fórmula mágica ou como palavras que apenas se repetem, mas como uma perfeita orientação de como devemos nos dirigir ao Pai, que é Deus. Jesus nos ensina, carinhosamente, a chamar Deus de “Pai”. Podendo ter usado qualquer outro título, como ‘senhor’, ou ‘rei’, Jesus usou “Pai”, o que significa que não há pai sem filhos, podendo um senhor ou um rei não ter filhos, não é mesmo? Sendo Deus, o Pai Criador de todas as coisas e eternamente Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, é Pai de todos os seres criados. Fomos acolhidos por Ele como filhos. Amados como filhos. O desejo de Deus é ter um íntimo relacionamento conosco! Dizemos: “Pai Nosso”, não Pai meu, ou seja, Deus é Pai de todos nós, assim nos ensinou Jesus, significando que somos uma grande família, uma comunidade de irmãos. E, como irmãos de fé, devemos rezar uns pelos outros em unidade com Cristo e sua Igreja.

Em nossas orações mais solitárias, súplicas individuais podemos sim usar ‘meu Pai’, ‘Paizinho’, numa intimidade mais afetiva ainda; porém não podemos nos esquecer que Deus não é um Pai exclusivo ou particular. Toda humanidade goza dessa filiação divina, pois formamos uma só família, com Cristo e em Cristo, na unidade do Espírito Santo. Rezemos o Pai-Nosso em unidade com a Virgem Senhora de Lourdes, para que Ela nos ajude a vivermos o Jubileu de 2025 mais próximos do Pai de todos nós!

Fonte: CNBB

Hoje é festa de são Bento, padroeiro da Europa e patriarca dos monges do Ocidente

sao bento

“Ora et labora” (orar e trabalhar) é o famoso lema do grande são Bento abade, padroeiro da Europa e patriarca dos monges do Ocidente. Por seu legado e influência, segue sendo um dos santos mais venerados de toda a cristandade e sua festa litúrgica é celebrada hoje, 11 de julho.

São Bento nasceu em Núrsia (Norcia – Itália), em 480. Sua irmã gêmea foi santa Escolástica. Depois de estudar retórica e filosofia em Roma, são Bento se retirou da cidade para Enfide (atualmente, Affile) para aprofundar o estudo e dedicar-se à disciplina ascética.

Aos 20 anos, foi para o Monte Subiaco e viveu em uma caverna com a orientação de um eremita. Anos mais tarde, foi com os monges de Vicovaro, que depois o elegeram prior.

Não durou tanto tempo, já que tentaram envenená-lo devido à disciplina que exigia. Como era seu costume, são Bento fez o sinal da cruz sobre o vidro que lhe tinham dado e o objeto se quebrou em pedaços. Após fazê-los cair em si sobre o que fizeram, afastou-se deles.

Com um grupo de jovens, impressionados por seu exemplo de cristão, fundou mosteiros, um deles em Monte Cassino, e escreveu sua famosa Regra que se tornou inspiração para inúmeros regulamentos de comunidades religiosas monásticas até hoje. Do mesmo modo, iniciou centros de formação e cultura.

São Bento era muito conhecido pelo seu trato amável e por seus sacrifícios. Levantava-se de madrugada para rezar os salmos, rezava e meditava por várias horas, jejuava diariamente e ajudava os povoados ao pregar. O santo via o trabalho como algo honroso que levava à santidade.

Da mesma forma, consolava os doentes, dava esmolas e alimento aos necessitados e conta-se que em algumas ocasiões “ressuscitou” os mortos com a ajuda de Deus.

Encontrou seu amor e força no Cristo crucificado e, como exorcista, submetia os espíritos malignos com a famosa “cruz de são Bento”.

O santo previu a data de sua morte, que ocorreu em 21 de março 547, poucos dias depois que faleceu sua irmã santa Escolástica. Morreu de pé na capela com as mãos levantadas para o céu. “Deve-se ter um imenso desejo de ir para o céu”, foram suas últimas palavras.

No final do século VIII, em muitos lugares, começou-se a celebrar a sua festa no dia 11 de julho.

Fonte: ACI Digital

E O AMANHÃ?

A tragédia que se abateu recentemente sobre o Rio Grande do Sul, produzindo destruição e mortes requer reflexão e coragem para possíveis decisões a fim de promover o necessário respeito e cuidado para com o meio ambiente. Eventos meteorológicos com chuvas intensas, prolongadas e em grande volume, ou períodos de seca prolongados e calor intenso sempre aconteceram; são fenômenos naturais! No entanto, a frequência maior de tais eventos suscita particular atenção, pois são expressão de uma doença silenciosa que afeta a todos! O aquecimento global não é uma ideologia! São visíveis os sinais de um desequilíbrio ambiental!

O desenvolvimento tecnológico e as alterações climáticas, com suas consequências para todos, são certamente um dos principais desafios que a sociedade e a comunidade global terão de enfrentar com objetividade, coragem e determinação. O impacto das mudanças climáticas prejudicará cada vez mais a vida de muitos. As consequências atingirão os âmbitos da saúde, emprego, acesso a recursos, habitação, migrações forçadas, entre outros.

Os recursos naturais necessários para os avanços da tecnologia não são ilimitados. Provavelmente pela primeira vez na história do gênero humano, os seres humanos estão, na prática, sendo postos diante da tarefa de assumir a responsabilidade solidária pelos efeitos de suas ações em um parâmetro que envolve todo o planeta. Trata-se de uma crise. E “a ideia (pode-se dizer o modo de proceder!) que criou a crise não será a mesma que nos tirará dela; temos que mudar” (A. Einstein).

A cultura atual, marcada por enormes avanços tecnológicos, exalta a democracia e a liberdade, sem, no entanto, considerar a necessidade de discernimento e responsabilidade. Ora, Cultura é liberdade que respeita e cultiva paridade e fraternidade. “Democracia é resolver ‘juntos’ os problemas de todos” (Papa Francisco). Liberdade é filha do conhecimento, proporcionado pela razão; é colocar-se a serviço uns dos outros!

A razão moderna que tudo determina, deve reconhecer seus limites, caso contrário não pode se considerar inteligente. A implementação de programas de adaptação para reduzir os efeitos da alteração climática em curso, exigirá estadistas, nobreza política, espírito autenticamente democrático, humildade, coragem, liberdade, discernimento e responsabilidade.

Fonte: CNBB

Posse Canônica do Padre Raul Rodrigues na Catedral Nossa Senhora da Luz

É com imensa alegria que convidamos você e sua família para a cerimônia de posse canônica do pe. Raul Rodrigues como nosso novo pároco. Este momento especial acontecerá na Santa Missa, próxima sexta-feira, dia 12 de julho, às 19:00 horas, na Catedral.

Contamos com a presença de todos os grupos, movimentos e pastorais para celebrarmos juntos a chegada do pe. Raul em nossa paróquia, sua participação é essencial para enriquecer este momento em nossa comunidade paroquial.

Desejamos ao pe. Raul um pastoreio repleto de amor, serviço e paz. Seja bem-vindo! Juntos, seguimos fortalecendo nossa fé e nossa comunidade.

Acompanhe a Santa Missa com o rito de posse pelas nossas plataformas digitais @catedraldaluz_

Pascom Luz

O “INFLUENCER” DE DEUS

Está se tornando cada vez mais conhecido e amado em todo o mundo o adolescente italiano Carlo Acutis, que morreu em 2006, com apenas 15 anos, em decorrência de leucemia. Ele nasceu em Londres, dia 03 de maio de 1991, de família italiana, e faleceu em Monza, em 12 de outubro de 2006. Atendendo ao seu desejo, ele foi sepultado em Assis, lugar que ele mais amava visitar. Seu corpo está na Igreja do Despojamento, no local onde São Francisco despojou-se de suas vestes, renunciando aos bens materiais para viver uma vida nova, seguindo Jesus.  

Como adolescente do nosso tempo, Carlo Acutis tem sido representado de calça jeans e tênis, traje usado comumente por ele e que continua a revestir o seu corpo exposto à visitação pública. O santo de jeans e tênis tem sido chamado “influencer” de Deus, padroeiro ou apóstolo da internet. Dotado de grande habilidade com informática, ele evangelizava pela internet, divulgando a fé em Jesus e a devoção mariana. Ele queria ajudar as pessoas, sem interesses pessoais de fama ou dinheiro; não divulgava a si mesmo, mas a Jesus e a Maria. O “Beato”, em breve, “Santo” Carlo Acutis, é um exemplo para os “influencers” digitais e para todos os internautas, em vista de uma rede mundial tecida de fraternidade e de paz, jamais favorecendo o ódio, a desinformação e a violência.   

A sua breve existência neste mundo foi marcada pela simplicidade de vida, pelo jeito sempre muito fraterno de tratar a todos, pela caridade para com os pobres e fragilizados, pela fé eucarística e devoção mariana. Na internet encontram-se fotos ou vídeos seus revelando um garoto muito alegre, sereno e amigo de todos.     

A sua canonização foi aprovada pelo Papa Francisco. Ele foi beatificado em Assis, em 10 de outubro de 2020.  Para ser declarado “beato” foi preciso a comprovação de um milagre atribuído à sua intercessão, além da vida cristã exemplar. O milagre ocorreu no Brasil, com a cura de um garoto de Campo Grande, que sofria de grave enfermidade no pâncreas. Para ser declarado santo e poder ser venerado em toda a Igreja, exige-se um segundo milagre, neste caso, foi a cura de uma jovem costa-riquenha, estudante universitária em Florença, que sofria com um grave traumatismo craniano.  

Estamos habituados a ver os santos representados por suas imagens, isto é, nos altares, ou a pensar neles no céu. Carlo Acutis, assim como Dulce dos Pobres, nos faz pensar nos santos de nosso tempo, pessoas como nós, que peregrinaram na terra, compartilhando alegrias e dores, vivendo da fé e do amor. 

Em tempos tristes de disseminação de agressividade e mentira, Carlo Acutis é sinal e recordação de que é possível fazer das redes sociais espaços de fraternidade e de paz. O mundo de hoje, marcado pela forte influência da internet, necessita de gente como o “influencer de Deus”, capaz de trazer paz e alegria através das redes sociais. 

Fonte: CNBB

O que o chamado do Evangelista Mateus diz para nós?

Ao encontrar Mateus, Jesus não o chama porque ele era uma pessoa desocupada e perfeita.

O próprio texto do Evangelho de Mateus indica que ele trabalhava como coletor de impostos, mas Jesus o encontra e o chama em seu expediente de trabalho.

Saindo dali, Jesus viu um homem, chamado Mateus, sentado à banca de impostos e disse-lhe: ‘Segue-me!’ Ele se levantou e o seguiu.” (Mt 9,9).

Repare então que Mateus não foi chamado por Jesus, porque estava à toa sem tem o que fazer. Contudo, a partir deste encontro com o Senhor, ele deixa tudo, o trabalho e a vida que levava para segui-Lo.

Reprodução/Wikimedia
Reprodução/Wikimedia
Obra de Caravaggio que retrata o Chamado de Mateus

 

Em dois trechos dos Evangelhos também encontramos afirmações sobre Mateus.

1. Renúncia — “Depois disso, Jesus saiu e notou um publicano, que se chamava Levi, sentado junto à banca de impostos, e lhe disse: ‘Segue-me’. Deixando tudo, este se levantou e o seguiu.” (Lc 5,28)

2. Organizou uma refeição, onde Jesus estava presente — “Estando Jesus à mesa na casa dele, muitos publicanos e pecadores tomaram lugar com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos deles que o seguiam.” (Mc 2,15‐17).

Entenda que os cobradores de impostos possuíam uma ocupação que não era bem vista pelos judeus. Nesse sentido, os fariseus criticavam Jesus por sua atitude de estar com “os pecadores”.

Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto, Bispo de Itapetininga (SP), explicou que Jesus olha para Mateus com amor e misericórdia.

“Jesus não discrimina ninguém, não rejeita, não exclui ninguém, não admite preconceitos, rompe barreiras. Então, chama aquele cobrador de imposto que estava ali sentado. Ele toma a iniciativa, Jesus olha com amor e o seu olhar chama tanta a atenção e desperta o amor no coração daquele homem”, disse.

O Bispo destacou que a expressão “segue-me” é dirigida a todos nós, pois Jesus também nos olha com amor, ternura e misericórdia.

“Seguir é acolher sua proposta de amor, servir e caminha com ele, assumindo serviço e ministérios na Igreja”, afirmou.

Fonte: A12

Por que o mês de julho é dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Jesus?

Junho foi dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, e neste mês somos motivados a honrar ao Seu Precioso Sangue que foi derramado para o perdão de todos os pecados.

O sangue é vida, e toda vez que pensamos na expressão “derramar o sangue”, lembramos do martírio, da doação e, com isso, pensamos em Jesus. Ele derramou o próprio sangue por nós. A partir deste fato, existe uma devoção particular na Igreja Católica que está ligada à Paixão de Jesus Cristo: é a honra do seu Preciosíssimo Sangue.

São João Batista apresentou Jesus ao mundo dizendo: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Sem o Sangue desse Cordeiro não há salvação.

São Pedro ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus mediante “a aspersão do seu sangue. Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso Sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo.”

Origem da devoção

Esta devoção é o reconhecimento do sacrifício de Jesus e como Ele derramou seu sangue para a salvação da humanidade. Além disso, este sangue é feito presente através da Eucaristia, podendo ser comungado na Santa Missa, juntamente com o corpo de Cristo, sob a aparência de pão e vinho.

Com o passar do tempo, a Igreja desenvolveu várias festas ao Preciosíssimo Sangue, mas foi no século XIX que uma festa universal foi estabelecida. Durante a Primeira Guerra Italiana pela Independência, em 1849, o Papa Pio IX foi para o exílio em Gaeta, onde estava com Don Giovanni Merlini, terceiro superior geral dos Padres do Preciosíssimo Sangue.

Enquanto a guerra ainda estava em fúria, Merlini sugeriu ao Papa Pio IX que criasse uma festa universal ao Precioso Sangue para implorar a ajuda celestial de Deus para acabar com a guerra e trazer a paz a Roma. Pio IX, posteriormente, fez uma declaração em 30 de junho de 1849 que ele pretendia criar uma festa em honra ao Precioso Sangue. A guerra terminou e ele retornou a Roma pouco depois.

Em 10 de agosto, ele oficializou e proclamou que o primeiro domingo de julho seria dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Jesus Cristo. Mais tarde, o Papa Pio X atribuiu o dia 1º de julho como a data fixa dessa celebração.

Depois do Vaticano II, a festa foi removida do calendário, mas uma Missa votiva em honra do Preciosíssimo Sangue foi estabelecida e pode ser celebrada no mês de julho (assim como na maioria dos outros meses do ano).

O Sangue de Cristo representa a Sua vida humana e divina, de valor infinito, oferecida à Justiça Divina para o perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares. O Catecismo da Igreja Católica (CIC 616) nos ensina: “nenhum homem, ainda que o mais santo tivesse condições de tomar sobre si os pecados de todos os homens e de se oferecer em sacrifício por todos. A existência em Cristo da pessoa Divina do Filho torna possível seu sacrifício redentor por todos”.

O Precioso Sangue nos motiva a meditar sobre a oferta total de Jesus pela humanidade

Por estas razões, todo o mês de julho é tradicionalmente dedicado ao Preciosíssimo Sangue, e os católicos são encorajados a meditar sobre o profundo sacrifício de Jesus e o derramamento de seu sangue para a humanidade.

“Mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,8s).

Sugestão de oração para todo o mês de Julho:

Ó Deus, que pelo Precioso Sangue do teu Filho Unigênito redimiu o mundo inteiro, preserva em nós o trabalho de tua misericórdia, para que, sempre honrando o mistério da nossa salvação, possamos merecer obter bons frutos. Por nosso senhor Jesus Cristo, Teu Filho, que vive e reina na unidade do Espírito Santo, um só Deus, para todo o sempre. Amém. Admitidos à vossa mesa sagrada, ó Senhor, com alegria extraímos água das fontes do Salvador: que o vosso sangue, pedimos a vós, torne dentro de nós uma fonte de água que salta para a vida eterna. Amém.

Fonte: Comunidade Shalom

Por que não podemos nos confessar via internet?

O argumento contra a confissão eletrônica pode parecer negativo, mas é justamente o contrário. Os requisitos para a Penitência respeitam e preservam a dimensão pessoal e social da salvação, o sacramento e os que o realizam.


Se você estiver preso em casa morrendo num hospital por causa do coronavírus, poderá telefonar a um sacerdote para receber o perdão sacramental? 0-800-CON-FES-SAR? Ou poderá receber o sacramento da Penitência via Zoom ou Skype?

Não. Não dará certo.

Muitos têm abordado o tema da perspectiva do direito canônico, isto é, o que a lei canônica permite ou proíbe (ou deveria permitir). Porém, também deveríamos abordar o assunto do ponto de vista da teologia sacramental, na qual o direito canônico deve se basear. Embora a crise da COVID-19 nos pareça inédita, questões relativas aos sacramentos não o são. A prática penitencial da Igreja já passou por desafios semelhantes (na verdade, piores). O Magistério e os teólogos já estudaram as possibilidades relativas a tais meios, como a confissão por telefone ou internet, e já as rejeitaram — por boas razões teológicas.

Como afirma o Catecismo da Igreja Católica: “Os sacramentos são sinais eficazes da graça”. Como sinais, os sacramentos possuem uma dimensão física. São orientados por princípios e fins espirituais, mas são também ritos que possuem palavras, gestos e elementos visíveis. Foi assim que Cristo os instituiu, é assim que a Igreja deve celebrá-los.

O sacramento da Penitência pode ser descrito como um “diálogo” — em relação ao seu significado e efeitos. O objetivo do sacramento é perdoar o pecado grave cometido após o Batismo, para que seja restaurado nosso diálogo amigável e familiar com Deus e com a Igreja. Esse diálogo é, em si mesmo, suscitado por outro diálogo. A cerimônia do sacramento da Penitência envolve basicamente uma discussão entre duas pessoas. O penitente reconhece perante o sacerdote seu arrependimento pelos pecados individuais cometidos, promete realizar uma obra satisfatória e pede perdão. O sacerdote determina a obra satisfatória e absolve o penitente, aperfeiçoando-o na vida da graça. Aqui o sacerdote age in persona Christi.

Ao contrário da maioria dos outros sacramentos, não é necessário um objeto físico inanimado. Algumas interpretações medievais da Penitência atribuíam a ação sacramental exclusivamente ao confessor ou ao penitente. Santo Tomás de Aquino esclareceu que as duas pessoas têm uma função sacramental essencial. O Concílio de Trento confirmou essa interpretação. Poderíamos chamar o sacramento de “concelebração” entre penitente e sacerdote. O rito sacramental possui quatro atos específicos: a contrição do penitente, a confissão, a satisfação e a absolvição. Não se trata de um monólogo, mas de um diálogo.

A conversação salvífica não pode ocorrer por meios eletrônicos porque o sacramento da Penitência requer a presença física conjunta e a ação ao vivo e interpessoal entre o penitente e o confessor. Devem existir condições para uma conversa plena, natural e humana.

No início do século XVII, o Magistério ensinou que um penitente não pode “confessar pecados sacramentalmente, por carta ou mensageiro, a um confessor ausente” ou “receber a absolvição desse mesmo confessor ausente” (DH 1994; ver também 1995). O problema não estava na confissão por escrito [1], pois Santo Tomás e outros teólogos aceitaram abertamente esse tipo de confissão. O problema também não era a confissão com a ajuda de outra pessoa, pois em alguns casos é admissível a presença de um intérprete, por exemplo. O problema estava na presença e ação simultâneas, de modo que a confissão e a absolvição fizessem parte de um único diálogo físico e cooperativo.

A sincronização é essencial. Dados os possíveis altos e baixos da vida moral, o penitente precisa ser capaz de manifestar o arrependimento atual em relação a ações passadas, agora rejeitadas. E o sacerdote deve dar a absolvição no presente. Às vezes essa exigência é descrita como “presença moral”. Mas essa atenção interpessoal requer uma proximidade física.

Ao longo dos séculos, os teólogos detalharam as condições necessárias para um diálogo ao vivo e verdadeiro que fosse adequado ao sacramento da Penitência. Em geral, ensinaram que o penitente e o confessor poderiam estar separados por uma distância de até 15 metros — mais ou menos o comprimento de uma sala ampla. Teoricamente, é possível (mas incerto) celebrar o sacramento a uma distância maior que essa. Se um penitente estiver a 150 metros de distância do confessor, por exemplo, haverá um verdadeiro encontro humano, uma verdadeira conversação com o sacerdote que permita falar sobre as matérias do pecado (privadas e constrangedoras)?

É improvável. Com um megafone acústico que possa transportar a voz humana por meio de ondas sonoras produzidas naturalmente talvez pudesse haver um verdadeiro diálogo. Mas, neste caso, a dimensão física da estrutura sacramental poderia ser levada além de seus limites. O sacramento exige uma presença e um diálogo verdadeiramente humanos, o que exige uma dimensão humana natural.

O uso exclusivo de dispositivos eletrônicos para a celebração do sacramento da Penitência a grandes distâncias foi amplamente condenado, ao longo de mais de cem anos, tanto por especialistas em teologia sacramental e moral como por canonistas. A razão é que tais recursos violam os princípios da presença física e da ação conjunta. Quando ondas sonoras são produzidas por um alto-falante elétrico — mesmo um pequeno, como um telefone — há uma separação entre o produto elétrico e o agente humano. O alto-falante não é parte do corpo humano, como o são as cordas vocais ou as mãos. Ele é uma ferramenta artificial de comunicação. Não é fundamentalmente distinto de outras formas de comunicação que funcionam através de longas distâncias, como sinalizadores de fumaça, cartas e telégrafos. Um alto-falante é apenas mais rápido e mais preciso. O fato de ser possível gravar e reproduzir perfeitamente os sons do alto-falante prova que ele não é humano.

Se a confissão de um penitente usa apenas meios artificiais sem qualquer sinal natural que manifeste a contrição ao confessor, ou se a absolvição do sacerdote se dá por instrumentos puramente artificiais, certamente não há a corporeidade e a atualidade necessárias para que haja o sinal sacramental. Isso não exclui, por exemplo, a amplificação de um aparelho auditivo (que auxilia, mas não substitui a comunicação natural). Isso significa apenas que devem existir condições para uma conversação física e que os órgãos e sentidos naturais devem estar presentes no sinal sacramental.

A confissão por meios eletrônicos também ameaçaria o direito dos penitentes — protegido pelo sigilo sacramental — a confessar-se com privacidade. A Agência Nacional de Segurança mostrou que pode gravar — e muitas vezes o faz — todas as conversas telefônicas num país. O governo e determinadas empresas muitas vezes têm acessos backdoor a transmissões seguras (assim são chamadas) como as que são feitas via Skype. Será que o sacramento da Penitência deveria ser administrado em tais circunstâncias? É verdade que os penitentes podem renunciar ao direito à confissão privada (por exemplo, num quarto de hospital cheio). Mas é imprudente pensar numa forma eletrônica de confissão quando se sabe que outros estão escutando.

Mesmo em caso de absolvição geral — a absolvição de muitas pessoas ao mesmo tempo, sem confissão integral prévia por causa de uma excepcional falta de tempo — o rito da Igreja diz que os “penitentes que desejem receber a absolvição […] devem indicá-lo com algum tipo de sinal”, ajoelhando-se ou curvando a cabeça e dizendo um ato de contrição. Como ensinou o Concílio de Trento: “Se alguém […] disser que a confissão do penitente não é necessária para que o sacerdote possa absolvê-lo, seja anátema” (DH 1709).

É inegável que a estrutura dos sacramentos limita sua aplicabilidade. Esse é o escândalo da particularidade sacramental, semelhante à particularidade da Encarnação: Deus considerou apropriado oferecer meios específicos de salvação a pessoas específicas em locais e momentos específicos. E as outras pessoas? Elas têm outros — ainda que inferiores, talvez — meios de salvação. De fato, Deus “deseja que todos os homens sejam salvos” (1Tm 2, 4).

O argumento contra a confissão eletrônica pode parecer negativo, mas é justamente o contrário. Os requisitos para a Penitência respeitam e preservam a dimensão pessoal e social da salvação, o sacramento e os que o realizam. A culpa da pessoa pelo passado e sua contrição no presente são ressaltadas quando ela pode dizer ao ministro de Deus e da Igreja: “Perdoa-mepadre, pois eu pequei […]. Estou sinceramente arrependido de ter cometido esses pecados”. O mesmo personalismo se aplica quando o sacerdote, instrumento de Cristo, responde: “Eu te perdoo.”

De fato, a crise da COVID-19 nos faz lembrar de nossa existência como pessoas e das condições para a comunhão cristã. Homens e mulheres em quarentena estão sozinhos, apesar dos meios eletrônicos de comunicação, e estão rompendo as determinações de confinamento para se encontrar com familiares e amigos e passar tempo com eles. A comunicação eletrônica não é suficiente. E há um motivo para os que estão assistindo à Missa pela TV saberem que isso não equivale a estar fisicamente na Missa. Por isso anseiam voltar à igreja. A Eucaristia na tela da TV não é a Presença Real.

Nós, seres humanos, somos físicos. A salvação e a comunhão cristãs também o são. O sacramento da Penitência protege e auxilia nossa personalidade encarnada.

Notas

  1. Admite-se, “com causa justa e razoável (v.gr., dificuldade de falar, grandíssima vergonha etc.) que se entregue ao confessor a confissão por escrito e que, uma vez lida esta pelo sacerdote, o penitente presente diante dele diga: ‘Acuso-me de todos os pecados que o senhor acaba de ler neste escrito’. Só então pode receber a absolvição sacramental” (Antonio R. Marín, Teología moral para seglares, vol. 2, p. 303, n. 193).

Fonte: padrepauloricardo.org

PEREGRINOS DA ESPERANÇA – RUMO AO ANO JUBILAR 2025

A ORAÇÃO É O CAMINHO DO PEREGRINO RUMO AO CÉU


“Senhor, ensina-nos a rezar…” (Lc 11, 1-4)
‘Peregrinos da Esperança’ é o tema escolhido pelo Papa Francisco para o Ano Jubilar de 2025, o primeiro deste terceiro milênio.  Em preparação para o Jubileu, a Igreja vive este ano de 2024 o Ano Santo de Oração, somos chamados a intensificar nossas orações, de forma especial, rezando e meditando a Oração do Pai-Nosso, ensinada pelo próprio Jesus aos seus discípulos. Dessa forma, vamos aos poucos abrandar nossos corações tantas vezes endurecidos pelos percalços da vida cotidiana para que, mais abertos à ternura do Pai, possamos alcançar as graças que nós e o mundo tanto precisa. A oração, quando feita segundo o propósito delineado pelo Cristo de Deus que aqui pisou, viveu e caminhou, deixando seus rastros e marcas na terra e nos corações de todas as gerações passadas, presentes e futuras, agrada o Coração do Pai e corrige as más práticas humanas. Sejamos ‘Peregrinos da Esperança’, firmados na fé, alicerçados na oração e sustentados pelo Verbo Encarnado, Jesus Eucarístico!
Em suas catequeses, o Papa Francisco faz questão de nos lembrar sempre que a oração é o caminho para entrar em contato com a verdade mais profunda de nós mesmos, onde está presente a própria luz de Deus, incentivando a todos a uma vida constante de intimidade com o Pai, que transforma “não só a pessoa, mas também a comunidade que a circunda, inclusive onde o mal parece levar vantagem”. A Igreja de Cristo é dinâmica pois, movida pelo Espírito Santo, mostra constantemente que toda Graça e Redenção nos vêm por meio da Bondade do Pai, da nossa perseverança e livre adesão aos seus planos. A oração é nossa base de apoio, nossa forma de dialogar com o Pai, seja para agradecer, seja para pedir. Quando nos faltam palavras, sobram orações.
Rezar várias vezes a mesma oração não se trata de mera repetição quando o fazemos com fé e confiança. Jesus ensinou seus discípulos a rezarem uma das mais profundas orações que fundamentam a fé no Pai Celestial e ao mesmo tempo expressa a confiança filial da entrega total de nossas vidas nas Mãos do Pai Nosso, Deus que nos criou! De forma simples, porém com firmeza e humildade, a oração do Pai-Nosso nos faz reconhecer que somos criaturas diante do Criador. Assim devemos nos colocar diante do Pai. Deus é o Pai Nosso, não é meu apenas, é Nosso, todos somos filhos, Ele É Único! Juntos, de mãos dadas com Nossa Senhora de Lourdes, como uma grande Família Diocesana Missionária, meditando a oração do Pai-Nosso, caminhemos como “Peregrinos da Esperança” rumo ao Ano Jubilar de 2025. Que a oração pessoal e comunitária seja a bússola que orienta, a luz que ilumina o caminho e a força que sustenta cada um de nós para acolhermos os dons da graça e do perdão oferecidos pelo Pai, nosso Deus Criador.
Fonte: CNBB

Ladainha em honra ao Preciosíssimo Sangue de Cristo

Neste mês de julho, especialmente dedicado ao Sangue de Cristo, Sangue do Filho Unigênito do Eterno Pai, aprenda a rezar a litania em honra à preciosíssima seiva que nos conquistou a salvação.

O texto desta litania em honra ao Preciosíssimo Sangue de Cristo foi composto pela Sagrada Congregação dos Ritos — hoje, Congregação para o Culto Divino — e promulgada pelo Papa João XXIII no dia 24 de fevereiro de 1960. A sua forma é mais antiga, na verdade, pois textos similares podem ser encontrados em livros de orações do início do século XX. Aos fiéis que a recitarem devotamente concede-se indulgência parcial. Para acessar a versão latina da oração, clique aqui.

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.

Deus Pai dos céus, tende piedade de nós.
Deus Filho, redentor do mundo tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Sangue de Cristo, Sangue do Filho Unigênito do Eterno Pai, salvai-nos.
Sangue de Cristo, Sangue do Verbo de Deus encarnado, salvai-nos.
Sangue de Cristo, Sangue do Novo e Eterno Testamento, salvai-nos.
Sangue de Cristo, correndo pela terra na agonia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, manando abundante na flagelação, salvai-nos.
Sangue de Cristo, gotejando na coroação de espinhos, salvai-nos.
Sangue de Cristo, derramado na cruz, salvai-nos.
Sangue de Cristo, preço da nossa salvação, salvai-nos.
Sangue de Cristo, sem o qual não pode haver redenção, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que apagais a sede das almas e as purificais na Eucaristia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, torrente de misericórdia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, vencedor dos demônios, salvai-nos.
Sangue de Cristo, fortaleza dos mártires, salvai-nos.
Sangue de Cristo, virtude dos confessores, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que suscitais almas virgens, salvai-nos.
Sangue de Cristo, força dos tentados, salvai-nos.
Sangue de Cristo, alívio dos que trabalham, salvai-nos.
Sangue de Cristo, consolação dos que choram, salvai-nos.
Sangue de Cristo, esperança dos penitentes, salvai-nos.
Sangue de Cristo, conforto dos moribundos, salvai-nos.
Sangue de Cristo, paz e doçura dos corações, salvai-nos.
Sangue de Cristo, penhor de eterna vida, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que libertais as almas do Purgatório, salvai-nos.
Sangue de Cristo, digno de toda a honra e glória, salvai-nos.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Senhor.

V. Remistes-nos, Senhor com o Vosso Sangue.
R. E fizestes de nós um reino para o nosso Deus.

Oremos:
Todo-Poderoso e Eterno Deus, que constituístes o Vosso Unigênito Filho, Redentor do mundo, e quisestes ser aplacado com o seu Sangue, concedei-nos a graça de venerar o preço da nossa salvação e de encontrar, na virtude que Ele contém, defesa contra os males da vida presente, de tal modo que eternamente gozemos dos seus frutos no Céu. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Assim seja.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

O Papa: construir uma Igreja e uma sociedade de portas abertas

Os novos Arcebispos Metropolitanos “são chamados a ser pastores zelosos, que abrem as portas do Evangelho e que, com o seu ministério, ajudam a construir uma Igreja e uma sociedade de portas abertas”. Palavras do Papa Francisco na homilia na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo neste sábado, 29 de junho no Vaticano


Na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, Padroeiros de Roma, com a Bênção dos Pálios para os novos Arcebispos Metropolitanos, o Papa Francisco fez sua homilia dando particular ênfase à imagem da porta. “Com efeito” disse o Papa recordando o iminente Jubileu “será um tempo de graça no qual abriremos a Porta Santa, para que todos possam atravessar o limiar daquele santuário vivo que é Jesus”.

Pedro, as chaves do Reino

Francisco disse que “também na história de Pedro e Paulo há portas que se abrem” e explica que a libertação de Pedro da prisão recorda a “experiência da Páscoa”, pois “nos é narrado é um novo êxodo: um novo êxodo. Deus liberta a sua Igreja, Deus,  libera o seu povo o seu povo acorrentado, e mostra-se mais uma vez como o Deus da misericórdia que sustenta o seu caminho”. Naquela noite de libertação, a princípio abrem-se milagrosamente as portas da prisão e diz-se que a porta “se abriu por si mesma”, porém, “é Deus que abre as portas”, afirma o Papa, “é Ele quem liberta e abre caminhos”.

“A Pedro Jesus tinha confiado as chaves do Reino; mas ele experimenta que é o Senhor quem abre primeiro as portas. Ele vai sempre à nossa frente”

Paulo o zelo pela evangelização

“O caminho do apóstolo Paulo é, também e sobretudo, uma experiência pascal”, pois na sua transformação pelo Ressuscitado no caminho de Damasco e na contemplação de Cristo crucificado “descobre a graça da fraqueza” que o leva a afirmar: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”. O encontro com o Senhor acende na vida de Paulo o zelo pela evangelização.

“Precisamente para contar como o Senhor lhe deu tantas oportunidades de anunciar o Evangelho, Paulo recorre à imagem das portas abertas”

Em vários de seus escritos assinala: “assim que chegaram, reuniram a igreja e contaram tudo o que Deus fizera com eles, e como abrira aos pagãos a porta da fé” (Act 14, 27); “abriu-se ali uma porta larga e propícia” (1 Cor 16, 9); “orai também por nós, para que Deus abra uma porta à nossa pregação, a fim de que eu anuncie o mistério de Cristo” (Col 4, 3).

Abrir portas

“Irmãos e irmãs”, continuou Francisco, “os dois Apóstolos Pedro e Paulo fizeram esta experiência de graça. Tocaram a obra de Deus, que lhes abriu as portas da sua prisão interior e também das prisões reais onde estavam encerrados por causa do Evangelho. E abriu-lhes, igualmente, as portas da evangelização, para que pudessem experimentar a alegria do encontro com os irmãos e irmãs das comunidades nascentes e levar a todos a esperança do Evangelho”.

Pastores zelosos

Por fim Francisco saudou os Arcebispos Metropolitanos nomeados durante o último ano que recebem o Pálio, observando que “são chamados a ser pastores zelosos, que abrem as portas do Evangelho e que, com o seu ministério, ajudam a construir uma Igreja e uma sociedade de portas abertas”.

Fonte: Vatican News

São Pedro e São Paulo: colunas da fé

sao pedro e sao paulo

Celebramos, no dia 29 de junho, a Solenidade de São Pedro e São Paulo, duas colunas da Igreja, dois homens de Deus. São Pedro nasceu em Betsaida, cidade da Galileia. Conheceu Jesus por meio de seu irmão André. O Senhor, “fixando nele o olhar” (Jo 1,42), o chamou para segui-Lo. Jesus Cristo conquistou São Pedro pelo olhar cheio de carinho.

Aquele olhar do Mestre devia ser arrebatador, convincente e encerrava a radicalidade de entrega a Deus de maneira bem atraente. Simão é chamado Cefas, pedra, Pedro. De simples pescador, converteu-se num pescador de homens. Foi o vigário de Cristo na Terra, aquele que fez as vezes do Senhor aqui quando Ele já não estava entre os Seus em corpo mortal.

Jesus quis instituir a Sua Igreja tendo Pedro à frente dela, e isso para sempre. Daí que o ministério petrino foi perpetuado: Pedro, Lino, Cleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto, Sotero, Eleutério, Vitor…. Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI: 266 papas, 265 sucessores de São Pedro.
Uma realidade maravilhosa! Professemos entusiasmados a nossa fé nesta Igreja, que é “una, santa, católica e apostólica, edificada por Jesus Cristo, sociedade visível instituída com órgãos hierárquicos e comunidade espiritual simultaneamente (…); fundada sobre os apóstolos e transmitindo, de geração em geração, a Sua Palavra sempre viva e os Seus poderes de Pastores no sucessor de Pedro e nos bispos em comunhão com Ele; perpetuamente assistida pelo Espírito Santo” (Paulo VI, Credo do Povo de Deus).

As palavras de São Jerônimo (+420) são taxativas: “Não sigo nenhum primado a não ser o de Cristo; por isso ponho-me em comunhão com a Sua Santidade, ou seja, com a cátedra de Pedro. Sei que sobre esta pedra está edificada a Igreja. Quem se alimenta do Cordeiro fora dessa casa é um ímpio. Quem não está na arca de Noé perecerá no dia do dilúvio” (Carta ao Papa Damaso, 2).
Observe: a Igreja é qual outra arca de Noé. Pedro está à sua frente. Atualmente, é Bento XVI quem governa essa grande barca. Perigoso é ficar fora dela em tempos de dilúvios!
Há tempestades nos tempos atuais? Deixarei a resposta para os que me lerem. Contudo, preocupa-me tanto o fato de que o homem fique eclipsado diante de si mesmo; até parece que se afoga nas próprias concepções em torno da vida, da pessoa humana, da sexualidade e de tantos outros temas. Onde está o seu norte? Para onde se encaminha?

Escutar a voz do Pedro dos nossos tempos e não deixar-se sufocar pelas novidades que obscurecem a nossa fé em Deus e esfriam o nosso amor a Ele é algo muito sábio. Não! Nem todas as novidades colocam em perigo a nossa fé e o nosso amor. Frequentemente, o mais perigoso é a atitude diante delas. Não podemos ser orgulhosos, aprendamos da nossa mãe, a Igreja, aprendamos de quem Jesus colocou à frente dessa grande família de filhos de Deus, o Papa, e tenhamos atitudes de acordo com o Evangelho.
 

Que dizer de São Paulo? Ele foi um homem que, na pregação do Evangelho, colocou todas as suas potencialidades a serviço de Deus. Um homem totalmente entregue às coisas do Senhor. De perseguidor de cristãos, tornou-se um dos cristãos mais fervorosos, homem inflamado de zelo apostólico. Como não identificar, por detrás dessas frases, um homem magnânimo e cheio do amor de Deus?

“Estou pregado à cruz de Cristo” (Gl 2,19). “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14).

Nos exorta: “não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas ideias frívolas. Têm o entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da vida de Deus. Indolentes, entregaram-se à dissolução, à prática apaixonada de toda espécie de impureza” (Ef 17-19). “Contanto que de todas as maneiras, por pretexto ou por verdade, Cristo seja anunciado, nisto não só me alegro, mas sempre me alegrarei” (Fl 1,18). Em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2,3). “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (2 Tim 4,7).

É preciso que também nós sejamos apóstolos enamorados, apaixonados por Deus e que façamos o nosso apostolado sempre em unidade com o Papa, sucessor de Pedro, e com todos os bispos em comunhão com ele.

Digamos, como um homem de Deus do século XX, São Josemaria Escrivá: “Venero, com todas as minhas forças, Roma de Pedro e de Paulo, banhada pelo sangue dos mártires, centro de onde saíram tantos para propagar, no mundo inteiro, a Palavra salvadora de Cristo. Ser romano não entranha nenhuma amostra de particularismo, mas de ecumenismo autêntico; supõe o desejo de aumentar o coração, de abri-lo a todos com as ânsias redentoras de Cristo, que busca e acolhe a todos, porque os amou por primeiro. (…)

O amor ao Romano Pontífice há de ser em nós uma bela paixão, porque nele vemos Cristo”.
Fonte: Canção Nova