A ansiedade e o tempo de Deus

Precisamos descer mais profundo em nós, com e em Deus, para nEle darmos sentido a todos os movimentos que existem em nós.

ansieda

Dentro da nossa vida vamos nos deparando com diversas situações que nos fazem esperar, ansiar por uma resolução. No entanto, como será? Tal resolução será como nós queremos ou esperamos? Será que diante de nossa vida em Cristo permitimos que Ele seja senhor do nosso tempo? Que Ele seja aquele em quem confiamos diante das adversidades de nossa vida, tais cruzes que são naturais e necessárias para o nosso crescimento e amadurecimento como seres humanos e como discípulos de Cristo.

Vivemos hoje em um tempo envolto de racionalidade, onde a razão, embora não seja má em si, passa a ter um lugar de destaque que retira a providência de Deus nas nossas vidas. Nossa racionalidade ferida pelo pecado faz com que nós sejamos ou estejamos à mercê de nós mesmos, de nossas vontades e controles, acreditando que somos nós, somente nós que providenciamos tudo em nossas vidas. Que o nosso trabalho depende unicamente de nós, que alcançar nossas metas depende unicamente de nossa própria vontade.

Esquecemos quer, na verdade, tudo vem de Deus, seja a nossa saúde, a nossa capacidade de trabalhar, a nossa inteligência, absolutamente tudo tem princípio naquele que pensou em nós antes mesmo que existíssemos. Quando surgem em nossas vidas situações internas ou externas que não dependem de nós podemos acabar não sabendo administrá-las corretamente e isso nos leva a uma ansiedade patológica, uma vez que a ansiedade em si é o que nos impulsiona a agir diante das realidades da vida, mas quando se torna patológica acabamos reféns de nós mesmos. De nossa mentalidade, de nossa racionalidade ferida pelo pecado em nós que gera em nós uma rachadura que não permite que estejamos completos, mas que nos causa um estranhamento sobre nós mesmos.

A ansiedade patológica

Diante dessa ansiedade patológica em nossas vidas podemos acabar perdendo a confiança em Deus, não só podemos, mas normalmente acabamos nos perdendo nessa esperança e confiança naquele que é a própria Providência de Amor e Misericórdia para nós. Essa desconfiança, essa falta de esperança, nos leva ainda mais fundo em nós mesmos, não em um processo sadio de autoconhecimento que nos faz crescer, mas num processo de fechamento em nós, de negação, de um pessimismo doentio, ao ponto de olhar para tudo e todos como inimigos ou mesmo como ameaças reais e iminentes contra nós.

Ao contrário do que muitos pensam, sair desse processo não é algo fácil ou rápido, que depende unicamente de nós mesmos, mas é um processo doloroso e demorado, onde por diversas vezes ao invés de curar acabamos magoando a ferida que há em nós mesmos. Diversos fatores dificultam ainda mais esse processo de cura e cicatrização: a incompreensão de muitos que convivem conosco, o distanciamento daqueles ao nosso redor por não quererem ter relações com quem sofre, a falta de aceitação pessoal de quem sofre e tem medo do processo de cura, e a falta de confiança em Deus, seja que Ele é capaz de curar tudo em Sua misericórdia, seja por não haver esperança no coração de quem sofre.

Deus faz parte desse processo

Essa desconfiança e falta de esperança em Deus surge porque quando buscamos olhar para Deus é como se estivéssemos olhando Alguém distante, não alguém próximo que podemos tocar e sermos tocados, mas olhamos para Ele como se nada fosse capaz de romper essa distância. Quando buscamos ouvir a Deus é como se tentássemos ouvir o silêncio, pois não conseguimos ouvir a Sua Voz, estamos como que surdos e não conseguimos compreender nada do que Ele nos diz, é como se falássemos com o vazio que não nos responde.

Quando tentamos estar diante de Deus como se estivéssemos nos ferindo novamente, entrar em oração é reabrir as feridas por termos tentado curá-las de formas erradas. Tudo isso nos faz buscar uma cura fora de Deus. Claro que precisamos também buscar unir o auxílio especializado (psicólogos e psiquiatras), mas não podemos de forma alguma excluir Deus deste processo, embora seja difícil se colocar em oração, deixar Deus curar, se aproximar, ouvir, falar, perceber, estar, com Ele.

Os movimentos que existem em nós

O processo de cura não está fora de Deus, mas está em Deus. Precisamos descer mais profundo em nós, sim precisamos, mas não sozinhos com a nossa racionalidade, mas precisamos descer com e em Deus, pois somente com Ele será possível compreender e dar sentido a tudo. Por nossa racionalidade quereríamos nunca ter vivido, interior ou exteriormente, isso ou aquilo, gostaríamos que tudo fosse como nossa racionalidade planejou, porém isso é impossível. Precisamos descer mais profundo em nós, com e em Deus, para nEle darmos sentido a todos os movimentos que existem em nós.

Movimentos e mais movimentos, movimentos desejados, movimentos indesejados, movimentos provocados, movimentos naturais, não importa qual o movimento que possa nos fazer sair de nós e desconfiar desse Amor Misericordioso que se entregou na Cruz e venceu a morte por nós. A Sua Ressurreição deve ser para nós a maior Esperança e a maior confiança que poderíamos ter, pois Ele foi ao extremo por nós. Que em nosso coração, diante de nossas dificuldades, confiemos no Senhor, pois é Ele quem está diante de nós, é Ele que chega a Cafarnaum sem que saibamos como (Jo 6, 24-25), é Ele que faz sinais em nossas vidas e cura as nossas feridas.

Precisamos descer nesse profundo que é nossa vida, lutando contra a racionalidade que nos leva a querer o próprio controle e permitindo que Deus possa, em sua misericórdia, dar sentido a tudo o que nos ocorre, tudo o que trazemos em nossos corações, pois, assim, seremos capazes de abertos à Sua Graça podermos fazer as obras de Deus, mas não nós e sim Ele em nós. Que a Virgem Santíssima nos acompanhe nesse processo de autoconhecimento e cura interior que todos nós, em nossas realidades próprias, percorremos e que ela seja aquela que nos leva nos braços como a mãe leva o filho ao médico, que ela nos leve ao Seu Filho Amado para nEle podermos ser ressignificados em Sua misericórdia.

Fonte: Comunidade Shalom

SEMEADORES DO BEM, DO AMOR E DA PAZ

Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. O Evangelho deste domingo (Mc 4,26-34) apresenta duas parábolas de Jesus, ambas tratando da semeadura. Em seu ministério, Jesus comunicava-se da forma mais simples possível para que todos pudessem entendê-lo bem. Por isso, muitas vezes falava por meio de parábolas (Mt 13,34).  

Prezados irmãos e irmãs. A primeira parábola inicia dizendo: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra, por si mesma, produz o fruto […]. Quando as espigas amadurecem […], chega o tempo da colheita” (Mc 4,26-29). O semeador que espalha a semente é o próprio Jesus, o missionário de Deus Pai. A sua missão é comparada a uma semeadura. A semente que ele semeia é o projeto do Reino de Deus. O centro da parábola está no fato que a semente, por si mesma, cresce e produz fruto. Ela contém dentro de si uma força própria. Por isso, o importante é semeá-la. Esta foi a missão de Jesus e é também a nossa missão.  

O ensinamento de Jesus prossegue com outra parábola. “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus?” “O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Quando é semeado, cresce e se torna a maior de todas as hortaliças e estende ramos tão grandes que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra” (Mc 4,30-32).  

Caros irmãos e irmãs. A linguagem de Jesus é desconcertante e sem precedentes. Na mentalidade da época, esperava-se um reino messiânico triunfalista, poderoso, imponente. Com sua prática e com seu ensinamento, Jesus, ao contrário, faz ver que o Reino de Deus se realiza a partir de outra lógica. Não segue o que os diversos grupos imaginavam que fosse. Dizer que o Reino de Deus é como um grão de mostarda indica a pequenez, a insignificância, às experiências frágeis e quase imperceptíveis que Jesus inicia, mas que, lentamente, vão operando transformações, fazendo irromper o novo na história.  

Esta parábola, comparando o grão de mostarda com o Reino de Deus, indica alguns elementos significativos e até contrastante, ou seja, o ministério de Jesus é um tanto invisível, iniciado com poucos seguidores e comparado ao que se propõe no futuro do Reino de Deus. Ao mesmo tempo, o ministério de Jesus iniciado de forma simples tem continuidade na missão assumida e levada adiante por seus discípulos que acreditaram em seu projeto e seguiram adiante no anúncio, tomando dimensões e proporções não imagináveis. 

Assim podemos compreender que a semente lançada na terra, por pequena que seja, segue seu percurso com a força de sua natureza, a fim de produzir muitos frutos. Do mesmo modo, o Reino de Deus, inaugurado por Jesus e assumido pelos seus seguidores, irrompeu na história de uma forma não esperada. Porém, para a sua plena efetivação, impõe-se a necessidade da confiança na Palavra de Jesus e na mudança de vida: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15b; Mt 3,2), ou seja, é preciso acreditar no Evangelho do Reino anunciado por Jesus.  

Caríssimos. O Apóstolo Paulo, na Segunda Carta aos Coríntios, também fala do Reino de Deus: “Enquanto moramos no corpo, somos peregrinos longe do Senhor. Mas, caminhamos pela fé e, por isso, estamos cheios de confiança” (2Cor 5,6-10). Para Paulo, ter fé é ter confiança no projeto do Reino e empenhar-se por ele, na certeza do prêmio eterno, a todos que o acolherem. Abertos ao anúncio de Jesus e comprometidos com a causa de seu Reino, não deixemos de lançar a semente do bem, do amor e da paz em todos os ambientes de nossa convivência.  

Fonte: CNBB

SANTO ANTONIO E OS NAMORADOS

“Para tudo há uma ocasião, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ecles 3:1)

O mês de junho tradicionalmente nos envolve com a alegria das festas juninas realizadas em muitas partes do país. Neste mês, a Igreja celebra Santo Antonio no dia 13, São João no dia 24 e São Pedro no dia 29.  Chamamos de ‘Festas Juninas’, a celebração desses três grandes e queridos Santos no mês de junho.   Três importantes testemunhos de fé e completa entrega de suas vidas em favor do Reino de Deus. Exemplos para nós que desejamos crescer na caminhada rumo à santidade.
No dia 13, lembramos de Santo Antonio. Frei Antonio, como era chamado, é popularmente conhecido pelos milagres que realizou ainda em vida, em favor dos mais pobres e sofridos da época. A tradicional bênção dos ‘pães de Santo Antonio’ nos remete ao milagre dos pães do convento partilhados pelo Frei com os pobres e famintos que moravam ao redor, e da providência Divina que repôs os pães doados com tanta fartura, a ponto de saciar a fome dos freis com sobra e abundância. Do milagre do pão, aprendemos que quem partilha o que sabe e o que tem, recebe em abundância da Providência Divina.
Em seu ministério sacerdotal, Frei Antonio levou multidões à conversão; exímio pregador, com profundo conhecimento teológico e íntimo relacionamento com as Escrituras Sagradas, suas palavras claras e concisas impressionavam a todos que o ouviam. Suas características fortes, sua bondade e docilidade, somadas à inteligência, fizeram com que tanto os grandes homens da época, quanto os pequenos, se convertessem à Fé católica, diante de suas pregações repletas das Graça do Alto.
Com o passar do tempo, Frei Antonio passou a ser conhecido devido aos milagres realizados em vida, eis um deles:  ao tentar pregar a Palavra para uma multidão de hereges à beira de um rio e vendo que estes lhe viraram as costas, sem querer ouvi-lo, o Frei instou os peixes dali a escutá-lo, já que os homens não o ouviam. Eis que uma multidão de peixes se aproxima e, com a cabeça fora da água, se põem em posição de escuta. Os homens, ao verem esta cena, se voltam ao Frei para ouvi-lo e uma grande parte se converte. Santo Antonio é especialmente reconhecido como ‘santo casamenteiro’, a quem recorrem os que têm dificuldade em encontrar alguém para iniciar um namoro santo, que leve ao matrimônio. Essa tradicional devoção ao ‘santo casamenteiro’ provém da profunda bondade do Frei Antonio para com os mais necessitados. Sua fama se espalhou rapidamente quando, diante de uma moça pobre que não possuía dotes para poder oferecer e casar-se, Frei Antonio, compadecido, deu a ela um bilhete que dizia: ‘dê a essa moça moedas de prata que equivalham ao peso desse papel’. A moça levou o bilhete a um comerciante, conforme orientação do Frei.
O comerciante, vendo que o papel não tinha peso algum, colocou-o na balança. Milagrosamente, foram necessárias 400 moedas de prata para que a balança ficasse equilibrada. Com o dote em mãos, a moça conseguiu casar-se. Ainda hoje atribui-se a Ele essa ‘popularidade casamenteira’, seja através de novenas, orações, e devoções sinceras. Intercessor dos devotos que pretendem formar uma família segundo o desejo de Deus, Santo Antonio é muito lembrado pelos casais de namorados que desejam viver um namoro santo, fortificado na fé, com a reta intenção de chegar ao Matrimônio, conforme os planos de Deus e por aqueles que ainda não vivem essa realidade e, com fé e confiança, sem superstição,  imploram a intercessão de Santo Antonio,  “o Santo Casamenteiro”.
Fonte: CNBB

Hoje é celebrado são Barnabé Apóstolo, o “Filho da Consolação”

Hoje (11), a Igreja celebra são Barnabé, apóstolo considerado pelos primeiros Padres da Igreja e por são Lucas devido à especial missão que o Espírito Divino lhe confiou.

Barnabé era apreciado pelos Apóstolos por ser um “homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11,24).

Seu verdadeiro nome era José, mas os apóstolos mudaram para Barnabé, que significa “Filho da Consolação”. Nos Atos dos Apóstolos (At 4) conta-se que vendeu sua propriedade e deu os recursos para os apóstolos, para que fossem distribuídos entre os pobres.

Colaborou bastante com são Paulo e suas pregações converteram muitos. Ambos estiveram por um tempo em Antioquia, lugar que se tornou o centro de evangelização e onde os seguidores de Cristo foram chamados pela primeira vez de cristãos.

Os fiéis desta cidade os enviaram a Jerusalém com uma coleta para aqueles que estavam passando fome na Judeia.

O Espírito Santo recomendou aos dois Apóstolos uma missão por meio dos mestres e profetas que adoravam a Deus, receberam a imposição das mãos e partiram acompanhados durante um tempo pelo evangelista são Marcos, primo de Barnabé. Pregaram em vários lugares.

Depois de visitar diferentes cidades, confirmar os convertidos e ordenar sacerdotes, voltaram para Antioquia e, em seguida, foi realizado o Concílio de Jerusalém, no qual se declarou que os “gentios” não tinham o dever da circuncisão.

Para a segunda viagem missionária, Paulo com Silas e Barnabé com são Marcos tomaram caminhos diferentes. Posteriormente, os dois Apóstolos se encontraram novamente nas missões de Corinto.

Diz-se que Barnabé morreu apedrejado por judeus invejosos das conversões que obtinha. Seus restos mortais foram enterrados perto Salamina e encontrado no ano 488. O apóstolo tinha em seu peito o Evangelho de São Mateus, escrito em sua própria mão. Mais tarde, foi transferido para Mancheras (Chipre).

Fonte: ACI Digital

O Papa: com a busca por poder e dinheiro, o homem se torna escravo

No habitual Angelus dominical, o Santo Padre convidou os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro neste domingo a refletirem sobre a liberdade de Jesus, que era “completa e sem condicionamentos”.


O homem deve sempre se perguntar se ainda é uma pessoa livre ou se, em vez disso, está se tornando “prisioneiro de mitos do dinheiro, do poder e do sucesso”. “Mitos” que, segundo o Papa Francisco, levam a sacrificar a serenidade e a paz, a minha e a dos outros”. No habitual Angelus dominical, o Santo Padre convidou os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro a refletirem sobre a liberdade de Jesus, que era “completa e sem condicionamentos”.

“Jesus era um homem livre”, enfatizou o Pontífice, diante das riquezas, diante do poder e diante da busca pela fama e aprovação.

Jesus era livre diante das riquezas: por isso, deixou a segurança de seu vilarejo, Nazaré, para abraçar uma vida pobre e cheia de incertezas, curando gratuitamente os doentes e qualquer pessoa que o procurasse para pedir ajuda, sem nunca pedir nada em troca.

Fiéis na Praça São Pedro

 

Jesus era livre diante do poder, continuou o Papa: “de fato, embora chamasse muitos para segui-lo, nunca forçou ninguém a fazê-lo, nem procurou o apoio dos poderosos, mas sempre se colocou do lado dos últimos, ensinando seus discípulos a fazerem o mesmo”.

“Por fim, era livre diante da busca de fama e da aprovação e, por isso, nunca desistiu de falar a verdade, mesmo ao custo de não ser compreendido, de se tornar impopular, até o ponto de morrer na cruz, não se deixando intimidar, nem comprar, nem corromper por nada e por ninguém”.

“E isso também é importante para nós”, disse ainda o Papa, exortando os fiéis a sempre se perguntarem: “sou uma pessoa livre? Ou me deixo aprisionar pelos mitos do dinheiro, do poder e do sucesso, sacrificando a estes a serenidade e a paz minha e dos outros?” “Se nos deixamos condicionar pela busca do prazer, do poder, do dinheiro ou do sucesso, nos tornamos escravos dessas coisas”, destacou o Pontífice.

Concluindo: “que a Virgem Maria nos ajude a viver e amar como Jesus nos ensinou, na liberdade de filhos de Deus”.

Fonte: Vatican News

DE CORAÇÃO PARA CORAÇÃO!

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes – é celebrada após a Solenidade do Corpus Christi, visto que a Eucaristia – Corpus Christi, é o próprio Coração Jesus, um ‘Coração’ que cuida de nós. Em 20 de outubro de 1672, o sacerdote francês, João Eudes, celebrou esta festa pela primeira vez. Mas, alguns místicos alemães da Idade Média – Matilde de Magdeburg (1212-1283), Matilde de Hackeborn (1241-1298) e Gertrudes de Helfta (1256-1302) e o Beato dominicano Enrico Suso (1295 – 1366), já cultivavam a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. No entanto, as revelações que a religiosa da Visitação, Margarida Maria Alacoque (1647-1690), recebeu do Senhor, contribuíram para uma maior difusão do culto. Margarida Maria Alacoque viveu no convento francês de Paray-le-Monial desde 1671. Já tinha fama de grande mística quando, em 27 de dezembro de 1673, recebeu a primeira visita de Jesus, que a convidou a tomar o lugar, na celebração da Última Ceia, que pertencia a João, o único apóstolo que, fisicamente, encostou a cabeça no peito de Jesus. E lhe disse: ‘Meu divino coração é tão apaixonado de amor pelos homens que, não podendo conter em si as chamas da sua ardente caridade, precisa da tua ajuda para difundi-las. Por isso, escolhi você para este grande desígnio’. No ano seguinte, Margarida teve outras duas visões: na primeira, viu o Coração de Jesus em um trono de chamas, mais brilhante que o sol e mais transparente que o cristal, circundado por uma coroa de espinhos; na segunda, viu o coração de Cristo, fulgurante de glória, que emitia chamas por todos os lados, como uma fornalha. Conversando com ela, Jesus lhe pediu para comungar, todas as primeiras sextas-feiras do mês, durante nove meses consecutivos e se prostrar no chão por uma hora, na noite entre quinta e sexta-feira. Deste modo, nasceram as práticas das Nove sextas-feiras e da hora Santa de Adoração. Em uma quarta visão, Cristo pediu a Margarida que fosse instituída uma festa em honra do seu Sagrado Coração e orações em reparação das ofensas por ele recebidas. Esta festa passou a ser obrigatória em toda a Igreja, a partir de 1856, por ordem de Pio IX. Neste mesmo dia, em 1995, São João Paulo II instituiu o Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero, para que o sacerdócio fosse protegido pelas mãos de Jesus, ou melhor, pelo seu Coração, para ser aberto a todos (cf. Vatican News, 03.06.2024). 

Entretanto, quando São João narra a morte de Jesus na Cruz, mostrou o seu lado aberto, de onde saíram água e sangue (cf. Jo 19,31-37). Do lado morto de Cristo, transformado em fonte inesgotável, nasce a Igreja e os Sacramentos, que brotam como rios de água viva para a própria Igreja e para o mundo. 

Jesus Cristo é Senhor e Salvador, mas quando anunciou aos discípulos, ainda que inseguros e medrosos, sua paixão, morte e ressurreição, propôs o seguimento e a prontidão para tomar a própria Cruz e abraçá-la, pois fonte de vida e santidade para todos. Ao tomar a Cruz, começa nosso ato de aceitação e proclamação de Jesus Cristo como Senhor. Se tal coisa acontecer conosco, podemos ouvir o que São Paulo Recomenda: “Se, portanto, existe algum conforto em Cristo, alguma consolação no amor, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e compaixão, completai a minha alegria, deixando-vos guiar pelos mesmos propósitos e pelo mesmo amor, em harmonia buscando a unidade. Nada façais por ambição ou vanglória, mas, com humildade, cada um considere os outros como superiores a si e não cuide somente do que é seu, mas também do que é dos outros. Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus (Fl 2,1-5). Um dos textos mais lidos na Igreja chama-se “Imitação de Cristo. Celebrar o Sagrado Coração de Jesus é ter no coração e na mente os mesmos sentimentos que foram os de Nosso Senhor Jesus Cristo! Nasce uma comunhão de coração para coração. 

Muitos aguardavam de Jesus uma postura forte e corajosa diante das autoridades de seu tempo. De repente, ele vem manso e humilde de coração, entra em Jerusalém num burrinho, montaria dos pobres, deixou-se conduzir no meio das acusações e armadilhas que lhe formaram, foi preso, acoitado, morto e sepultado, e ressuscitou! Do seu coração venham para o nosso coração a disposição para usar as armas da não-violência, tão necessária nos tempos que correm! 

A tradição vinda de Santa Margarida Maria Alacoque propõe que às primeiras sextas-feiras de cada mês se faça a “Comunhão reparadora”, justamente no oferecimento de todas as dificuldades eventualmente vividas para que as pessoas se convertam e em reparação de todas as ofensas contra Deus: “Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho, Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia para que eu possa ser testemunha do teu amor. Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês de junho: “para que os migrantes que fogem da guerra ou da fome, forçados a viagens diárias cheias de perigo e violência, encontrem acolhimento e novas oportunidades de vida nos países que os recebem”. Todos os meses há uma intenção proposta pela Rede Mundial de orações com o Papa. Todas vozes e os corações mergulhem confiantes da fonte viva de amor, que é o Coração de Jesus, de Coração para coração! 

E desde 1995 esta Solenidade é também a Jornada de oração pela santificação dos Sacerdotes, motivo que nos leva dedicarmos tempo e qualidade de oração por estes nossos irmãos, chamados a servir o povo de Deus, pedindo que eles sejam padres de acordo com o Coração de Jesus, de coração para coração!

Fonte: CNBB

A SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é uma das celebrações mais ricas e significativas do calendário litúrgico da Igreja Católica. Realizada na sexta-feira seguinte ao segundo domingo após o Pentecostes, neste ano está previsto para acontecer em 7 de junho. É a representação do amor incomensurável de Jesus Cristo por toda a humanidade, símbolo poderoso e eterno do amor divino, do sacrifício redentor e da misericórdia infinita de Deus. 

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem raízes antigas, mas ganhou proeminência especial no século XVII com as revelações privadas de Santa Margarida Maria Alacoque, então uma freira visitandina francesa. Entre 1673 e 1675, Jesus apareceu a Santa Margarida Maria, revelando-lhe Seu Sagrado Coração e pedindo que se criasse uma festa especial para honrar Seu coração cheio de amor e compaixão pela humanidade. 

Em 1856, o Papa Pio IX estabeleceu oficialmente a festa do Sagrado Coração de Jesus para toda a Igreja. Desde então, a devoção ao Sagrado Coração tem se espalhado amplamente, inspirando orações, novenas, e obras de caridade. 

O Sagrado Coração de Jesus representa o amor total e sacrificial de Cristo. É um convite para meditarmos sobre o Seu sofrimento e sacrifício na cruz, bem como Seu amor constante e misericordioso por nós. A imagem do Sagrado Coração é geralmente retratada com um coração cercado de chamas, uma coroa de espinhos, uma cruz e uma ferida aberta, simbolizando o amor ardente, o sofrimento, o sacrifício e a misericórdia de Jesus. 

Esta devoção nos lembra que o amor de Deus é tangível e acessível. Jesus, em Sua humanidade e divindade, abre Seu coração para nós, oferecendo consolo, perdão e uma profunda união com Ele. Ele nos chama a responder a esse amor com uma devoção sincera e um compromisso de amor e serviço aos outros. 

Durante a solenidade, a liturgia enfatiza passagens bíblicas que destacam o amor de Deus. O Evangelho de João 19, 31-37, que descreve o soldado perfurando o lado de Jesus, é particularmente significativo, pois a água e o sangue que jorram do lado de Cristo são vistos como símbolos dos sacramentos da Eucaristia e do Batismo. 

Além das celebrações litúrgicas, muitas práticas devocionais estão associadas ao Sagrado Coração de Jesus, incluindo a entronização do Sagrado Coração nos lares, a recitação das Ladainhas do Sagrado Coração, e a prática das Nove Primeiras Sextas-Feiras, que promete graças especiais a quem comungar na primeira sexta-feira de cada mês por nove meses consecutivos. 

No mundo atual, marcado por conflitos, divisões e uma crescente desconexão espiritual, a mensagem do Sagrado Coração de Jesus é mais relevante do que nunca. O Sagrado Coração nos chama a um amor mais profundo e autêntico, tanto por Deus quanto pelo próximo. É um apelo à compaixão, ao perdão e ao compromisso com a justiça e a paz. 

A devoção ao Sagrado Coração também nos lembra da importância da reparação pelos pecados do mundo. Somos convidados a oferecer nossos próprios sacrifícios e orações como um ato de amor e reparação, unindo-nos ao sofrimento redentor de Cristo. 

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é uma poderosa celebração do amor divino. É uma oportunidade para renovarmos nossa devoção a Cristo, meditarmos sobre Seu amor sacrificial e comprometermo-nos a viver esse amor em nossas vidas diárias. Que ao celebrarmos esta solenidade, possamos abrir nossos corações ao amor transformador de Jesus e sermos instrumentos de Sua misericórdia no mundo. Amém. 

Fonte: CNBB

Confira a Programação da Catedral para a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é uma festa litúrgica que ocupa um lugar especial no coração da Igreja Católica. Celebrada na sexta-feira seguinte ao segundo domingo após o Pentecostes, esta solenidade destaca o imenso amor de Cristo pela humanidade. Mais do que uma devoção, é um convite para mergulharmos na profundidade do amor divino manifestado no Coração de Jesus.

Confira  Programação da  Catedral:

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é um convite a todos os fiéis para redescobrirem a profundidade do amor de Cristo. Ao celebrarmos esta festa, somos chamados a abrir nossos corações ao amor transformador de Jesus e a nos comprometermos a viver esse amor em nossas vidas diárias. Que o Coração de Jesus seja sempre nossa inspiração e guia, conduzindo-nos a uma união cada vez mais profunda com Deus e com os irmãos.

Pascom Luz

Indulgência plenária na solenidade do Sagrado Coração de Jesus

 

Por ocasião da solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja concede indulgência plenária ao fiel que recitar publicamente [i] o seguinte Ato de Reparação:

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é por eles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados na Vossa presença, para Vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o Vosso amorosíssimo coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós mais de uma vez cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a Vossa misericórdia, prontos a expiar não só as próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não Vos querendo como pastor e guia, ou, conculcando as promessas do batismo, sacudiram o suavíssimo jugo da Vossa santa lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-Vos, mais particularmente da licença dos costumes e imodéstia do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra Vós e Vossos Santos, dos insultos ao Vosso Vigário e a todo o Vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino amor e, enfim, dos atentados e rebeldias das nações contra os direitos e o Magistério da Vossa Igreja.

Oh! Se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniqüidades!

Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, Vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação, que Vós oferecestes ao eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre nossos altares.

Ajudai-nos Senhor, com o auxílio da Vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a vivência da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nosso próximo, impedir, por todos os meios, novas injúrias de Vossa divina Majestade e atrair ao Vosso serviço o maior número de almas possível.

Recebei, ó benigníssimo Jesus, pelas mãos de Maria santíssima reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes, até à morte, no fiel cumprimento de nossos deveres e no Vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à pátria bem-aventurada, onde Vós com o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais por todos os séculos dos séculos.

Amém.

Em outras circunstâncias, a reza deste Ato de Reparação alcança indulgências parciais.

É importante lembrar que, para ganhar indulgências, são necessárias: a confissão sacramental, a comunhão eucarística e a oração pelo Sumo Pontífice.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

O CORPUS CHRISTI E A EUCARISTIA COMO FONTE E ÁPICE DA VIDA CRISTÃ

Corpus Christi, o Corpo de Cristo é a grande manifestação pública da eucaristia. É a fé na presença no pão e no vinho consagrados sendo o corpo e o sangue de Cristo que caminha pelas ruas das cidades, vilas, nas comunidades dos campos, das florestas., concedendo-lhes as bênçãos divinas pela passagem do santíssimo sacramento. 

 O Concílio Vaticano II afirmou que a eucaristia é fonte e ápice da vida cristã (LG 11), porque ela norteia toda a vida sacramental e a sua relação com a família, comunidade e sociedade. Ela alimenta os seguidores e as seguidoras de Jesus Cristo, da Igreja em vista de uma atuação melhor no mundo e para a glória de Deus Uno e Trino. Jesus Cristo fez diversas ceias em sua vida como o grande evangelizador do Pai. No entanto uma permaneceu para sempre, que foi a última ceia, onde ele disse aos seus discípulos para que tomassem de seu corpo através do pão e tomassem do cálice com vinho, através de seu sangue (Mt 26,26-29). Jesus ficou com o seu povo para sempre: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). É muito importante uma vida de unidade e de amor conforme a eucaristia que se recebe na família, na comunidade e na sociedade. A eucaristia prepara as pessoas para a vida divina, pois a comunhão realizada ajuda a viver bem neste mundo, estando ao lado das pessoas, sobretudo das mais necessitadas e um dia na eternidade. Uma visão será dada a partir dos padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos.  

A eucaristia celebrada na Comunidade. 

A Didaqué, escrito no século I afirmou a importância da celebração eucarística para o bem das pessoas e do Senhor Jesus na comunidade. Era preciso dizer sobre o cálice o agradecimento a Deus Pai por causa da vinha do servo Davi, que foi revelada por meio do seu Servo Jesus. A ele, a glória para sempre. Em relação ao pão partido o ministro dizia um agradecimento a Deus Pai por causa da vida e do conhecimento que revelou por meio do seu Servo Jesus. A ele a glória para sempre. Na mesma forma como o pão partido semeado sobre as colinas, e depois foi recolhido para se tornar um, da mesma forma a Igreja está reunida desde os confins da terra no seu reino, por meio de Jesus Cristo, para sempre1. A eucaristia visa a unidade das pessoas e com o Senhor Jesus. 

O culto agradável a Deus. 

A Carta de Barnabé, escrito do século II afirmou a palavra da Escritura, sobretudo dos profetas, que Deus não tem necessidade de sacrifícios, nem de holocaustos e nem de ofertas. O Senhor está farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de cordeiros e também não quer o sangue de touros e de bodes, para que assim não se apresentem essas coisas diante dele (Is 1,11-15). O Senhor não pediu que ao saírem do Egito oferecessem holocaustos (Jr 7,22-23). O culto que agrada a Deus é um coração contrito; de conversão, de volta para Deus e para as pessoas. O perfume de suave odor para o Senhor é o coração que glorifica o Criador (Sl 51,17) 2. O Senhor se compraz das pessoas que o amam acima de tudo e amam os necessitados, os pobres.  

A eucaristia tinha o sentido de agradecimento, ação de graças. As pessoas agradeciam após a comunhão elevando ao Senhor um louvor pela comida e bebida espirituais em vista da vida eterna. A oração era dirigida também para a Igreja em vista da sua unidade e da sua santificação3 

A eucaristia anunciou a nova Páscoa.  

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, séculos IV e V afirmou que Jesus celebrou a Páscoa na Nova Aliança assumida por ele, mostrando a nova realidade sobre o seu mesmo altar de imolação e de vida que se daria na cruz. Ele tomou o pão e depois tomou o vinho, tornando-se o seu corpo e o seu sangue. Cristo, nossa Páscoa foi imolado por nós (1 Cor 5,7) e toda a vez que as pessoas comam daquele pão e bebam daquele cálice, é anunciada a morte do Senhor (1 Cor 11,26) e a sua ressurreição. A oferta que a Igreja faz em todos os momentos faz memória da última ceia, aquela que anunciou a nova Páscoa4 

Único pão, único corpo. 

Santo Agostinho, bispo dos séculos IV e V afirmou a unidade do corpo de Cristo que a pessoa recebe em si e com os outros. Aquilo que se vê há um aspecto material, enquanto aquilo que se entende, possui um aspecto espiritual. As pessoas formam o corpo de Cristo e os seus membros: mas sobre a mesa do Senhor coloca-se o mistério que está nos fieis, a recepção do mistério da fé, pela eucaristia. Quando o fiel ouve: O corpo de Cristo, a pessoa responde: Amém. É muito importante, dizia o bispo que a pessoa seja um membro do corpo de Cristo, para que assim o seu Amém seja verdadeiro. Tudo isso é dado no pão consagrado porque como diz o Apóstolo São Paulo muitas coisas formam o único pão, um único corpo (1 Cor 10,17)5. 

O dia natalício dos mártires. 

Santo Agostinho percebeu a importância de celebrar a eucaristia a respeito do dia natalício dos mártires, no sentido de que a comunidade fizesse a devida memória. O fato era que as pessoas recordassem o seu heróico testemunho de fé, de esperança e de caridade. Os mártires estavam saciados pelo sagrado banquete6 na eternidade junto com o Senhor. Os altares erguidos na unidade de suas memórias serviram para a celebração da eucaristia7 

O Senhor dá a todas as pessoas o seu pão. 

Santo Agostinho afirmou que as pessoas pedem no pai-nosso o pão cotidiano, sendo um pão que restaura o corpo, na qual o Senhor o dá não somente para aqueles que o louvam, mas também aqueles que o blasfemam, ele que faz surgir o sol sobre os maus e sobre os bons, e faz chover sobre os justos e o sobre os injustos (Mt 5,45). Ele é dito pão cotidiano, o pão nosso de cada dia, sem o qual não é possível viver. É preciso pedir a Deus o pão cotidiano. O Senhor dá também outro alimento, que é o seu corpo para todas as pessoas que o queiram segui-lo e põem em prática a sua palavra de salvação, de amor, ajudando-as em vista da vida eterna. Assim o pão cotidiano é também nesta terra a Palavra do Senhor, o seu corpo, para que as pessoas vivam unidas, não separadas do altar, ou seja da eucaristia8. 

O corpo, comida; o sangue, bebida e a vida de Cristo permanece integra.  

Santo Agostinho tinha dito que quem o come e quem bebe de seu sangue, permanece nele e Ele na pessoa (Jo 6,54-56). Ele falou de seu corpo e do seu sangue, chamando alimento o corpo e bebida o sangue. Jesus recomendou o alimento e a bebida no sentido de quem não comer a sua carne e nem beber o seu sangue, não terá nele a vida (Jo 6,53) o fazia pelo fato de que somente Ele tem a vida em si mesmo, de modo que as pessoas são convidadas a comer da sua carne e a beber de seu sangue. O Senhor deu o seu corpo e o seu sangue como comida salutar em vista da integridade da sua pessoa. Quando se recebe o pão consagrado é o Senhor da vida que se recebe, o corpo de Cristo. A pessoa é convidada a comer e a beber da vida, que é Jesus e assim ela terá a vida e a esta permanece integra, pois ela participará da verdadeira vida9 

A eucaristia é a presença do Senhor no pão e no vinho consagrados. Ela torna-se fonte de vida porque se trata da Pessoa de Jesus Cristo, dado como alimento para o momento presente e um dia na eternidade. Todos os ministros, os fieis e o povo de Deus são chamados a viver o espírito da comunhão eucarística fazendo-os entrar em unidade com as pessoas que mais sofrem, vivendo assim o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo neste mundo e um dia na eternidade. 

Fonte: CNBB

O milagre eucarístico com o qual se instituiu a solenidade de Corpus Christi

milagre eucaristico
Milagre Eucarístico de Bolsena | Wikipédia (domínio público)

A catedral de Orvieto, na Itália, guarda um dos milagres eucarísticos mais importantes na história da Igreja e que motivou o papa Urbano IV a instituir a solenidade de Corpus Christi.

Em meados do século XIII, o padre Pedro de Praga duvidava sobre a presença de Cristo na Eucaristia e realizou uma peregrinação a Roma para rogar sobre o túmulo de São Pedro uma graça de fé.

Ao regressar, enquanto celebrava a missa em Bolsena, na cripta de Santa Cristina, a Sagrada Hóstia sangrou, manchando o corporal com o preciosíssimo sangue.

A notícia chegou rapidamente ao papa Urbano IV, que estava muito perto de Orvieto e mandou que o corporal fosse levado até ele. A venerada relíquia foi levada em procissão e diz-se que o pontífice, ao ver o milagre, ajoelhou-se diante do corporal e, em seguida, o mostrou à população.

Mais tarde, o papa publicou a bula “Transiturus”, com a qual ordenou que fosse celebrada a solenidade de Corpus Christi em toda a Igreja na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade.

Do mesmo modo, o papa Urbano IV encomendou a santo Tomás de Aquino a preparação de um ofício litúrgico para a festa e a composição de hinos, que são entoados até o dia de hoje: Tantum Ergo, Lauda Sion.

A santa relíquia é conservada na catedral de Orvieto e pode ser apreciada em uma capela construída em honra a este milagre Eucarístico. O corporal sai em procissão todos os anos durante a festa de Corpus Christi e são presididas as celebrações Eucarísticas na catedral.

São João Paulo II, durante sua visita à catedral de Orvieto em 1990, assinalou que “Jesus se converteu em nosso alimento espiritual para proclamar a soberana dignidade do homem, para reivindicar seus direitos e suas justas exigências, para transmitir-lhes o segredo da vitória definitiva sobre o mal e a comunhão eterna com Deus”.

Fonte: ACI Digital

Francisco às crianças: “O Espírito Santo nos acompanha na vida”

Cinquenta mil fiéis participaram, na Praça São Pedro, da missa da I Jornada Mundial das Crianças. No dia em que a Igreja recorda a Santíssima Trindade, Francisco conversou com as crianças, recordando o amor do Pai e “Jesus que perdoa tudo e sempre”. Junto com elas, rezou a Ave-Maria, e pediu para que rezem pela paz. Anunciou que a próxima Jornada Mundial das Crianças será em setembro de 2026.


O Papa Francisco presidiu a missa na Solenidade da Santíssima Trindade, neste domingo (26/05), na Praça São Pedro, I Jornada Mundial das Crianças.

A sua homilia, feita espontaneamente, foi centrada na Santíssima Trindade. “O Pai nos criou, Jesus nos salvou, o Espírito Santo nos acompanha.” Assim, o Pontífice explicou às milhares de crianças presentes na Praça São Pedro, para a I Jornada Mundial dedicada a elas, o mistério de Deus, Uno e Trino.

“Estamos aqui para rezar juntos, para rezar a Deus. Vocês concordam?”, perguntou o Papa, reiterando que o Pai Criador “nos ama muito” e nos faz crescer.

A humildade de pedir perdão a Jesus

“Jesus!”, gritam as crianças quando o Papa lhes pergunta o nome do filho de Deus. “Peçamos a Jesus para que nos ajude e esteja perto de nós”, disse Francisco, porque “quando comungamos, recebemos Jesus e Jesus perdoa os nossos pecados”. Isso acontece “sempre, sempre, sempre”, lembrou o Papa, “para um homem ou uma mulher com muitos pecados” e “até mesmo para o mais feio dos pecadores”.

Não se esqueçam disso: Jesus perdoa tudo e perdoa sempre, e nós devemos ter a humildade de pedir perdão. “Perdoa-me, Senhor, eu errei. Sou fraco. A vida me colocou em dificuldades, mas você perdoa tudo. Eu gostaria de mudar minha vida e você me ajuda”.

A felicidade da fé

Não é fácil, continuou o Papa, explicar o que é o Espírito Santo, que “está dentro de nós” porque o recebemos no Batismo e nos Sacramentos. Ele “nos dá força, nos consola nas dificuldades”. O Espírito Santo é aquele “que nos acompanha ao longo da vida”. “É ele que diz no coração as coisas boas que devemos fazer. É ele que quando fazemos algo ruim nos repreende dentro”. Cinco vezes o Papa pediu para as crianças repetirem isso, antes de explicar a elas a felicidade da fé:

Queridos irmãos e irmãs, meninos e meninas, todos nós somos felizes porque acreditamos. A fé nos torna felizes. Acreditamos em Deus que é, todos juntos: “Pai, Filho e Espírito Santo”.

Oração a Maria e pela paz

Os cristãos também têm uma mãe, “Maria”, respondem as crianças, a quem Francisco pediu para invocarem, rezando uma Ave-Maria com todos os fiéis. “Rezem pelos pais, pelos avós, pelas crianças doentes”, exortou o Papa, e “rezem sempre e sobretudo pela paz, para que não haja guerras”. “O que o Espírito Santo faz?”, perguntou novamente antes de prosseguir com a celebração da missa. “Ele nos acompanha”, responderam as crianças em coro.

Após a oração do Angelus e um monólogo do diretor de cinema e ator vencedor do Oscar Roberto Benigni, Francisco anunciou a data da II Jornada Mundial das Crianças, que será em setembro de 2026.

Fonte: Vatican News