O Papa: a família é o lugar que acolhe e cuida de todos, o ponto de partida

O Papa cumprimenta uma menina da Comunidade Papa João XXIII (VATICAN MEDIA Divisione Foto)


“Deus escuta as suas orações pela paz”, disse Francisco na manhã deste sábado, na Sala Paulo VI, às cerca de setecentas crianças e jovens da Comunidade Papa João XXIII, fundada por dom Oreste Benzi. Em suas “casas de família”, quem não tem encontra um pai e uma mãe.


Antes de tudo, o Papa agradeceu as crianças e adolescentes que, antes da audiência, haviam lhe enviado suas biografias, com seus respectivos nomes. Francisco apreciou muito este gesto, que também agrada ao Senhor, porque ele conhece cada um pelo próprio nome. De fato, não somos anônimos, tampouco fotocópias. Somos todos originais e assim devemos ser, como dizia o Beato Carlo Acutis, coetâneo de vocês. Deus conhece cada um de nós, porque somos únicos. Claro, quem não tem defeitos? Alguns, infelizmente, carregam pesadas limitações, mas isso não diminui o valor da pessoa: todos somos únicos, filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs de Jesus. E o Papa perguntou: como Deus nos vê? E respondeu:

Com olhar de amor. Deus vê também nossas limitações, mas nos ajuda a suportá-las. Deus olha, sobretudo, nosso coração e a plenitude de cada pessoa. Deus nos vê à imagem de Jesus, seu Filho unigênito, e, com seu amor, nos ajuda a sermos sempre mais semelhantes a Ele. Jesus é o homem perfeito, a plenitude da humanidade e o amor que nos faz crescer para ganharmos o Paraíso”.

Sabemos, acrescentou Francisco, que há sinais que demonstram quando uma pessoa é acolhida com amor e vista com o olhar divino. Por exemplo o sorriso, que citam também em suas biografias. Alguns de vocês disseram que, às vezes, “alguém tem problemas, mas, apesar disso, sorri sempre…”. Por quê? Porque esta pessoa se sente amada, acolhida. O sorriso é uma flor que desabrocha no calor do amor. Mas, o Papa recordou outro sinal, que as crianças citam em suas histórias: a experiência das “Casas família”, fundadas pelo pe. Oreste Benzi:

Ele era um sacerdote que olhava as crianças e os jovens com os olhos e o coração de Jesus. Vendo que eram abandonados e se comportavam mal, percebia que lhes faltava o amor paterno e materno, o carinho dos irmãos. Assim, com a força do Espírito Santo e a colaboração de algumas pessoas, chamadas por Deus, Padre Oreste Benzi iniciou esta experiência de hospitalidade que chamou “Casa família”.

Hoje, explicou Francisco, esta experiência se alastrou pela Itália e em outros países, caracterizada pelo acolhimento em casas de pessoas, que abrem suas portas para dar uma família a quem não tem, uma família de verdade, que acolhe todos: menores, deficientes, idosos, italianos ou estrangeiros.

Por fim, o Santo Padre recordou algumas crianças, que não puderam estar presentes, mas se dirigiu, de modo especial, a uma menina, Sara, de 13 anos, que fugiu do Iraque. Aqui, referiu-se àquelas crianças, cuja infância foi roubada, às inocentes que morrem no seio materno.

O Papa Francisco concluiu seu discurso à Comunidade “Papa João XXIII”, agradecendo às crianças e jovens, que, todos os domingos à noite, rezam o Terço on-line pela paz no mundo. Deus ouve as orações, sobretudo, dos pequeninos.

Fonte: Vatican News

 

Francisco convida a educar com fraternidade: a educação é um ato de amor


O Papa escolheu lançar uma mensagem aos educadores, neste mês de janeiro, fazendo-lhes a proposta de “acrescentar um novo conteúdo ao seu ensino: a fraternidade”.


Foi divulgada, nesta terça-feira (10/01), a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de janeiro. Para inaugurar 2023, o Santo Padre escolheu lançar uma mensagem aos educadores, fazendo-lhes a proposta de “acrescentar um novo conteúdo ao seu ensino: a fraternidade”.

Na mensagem de vídeo, Francisco deseja ampliar o âmbito da atividade educacional, para que a educação não se concentre apenas no conteúdo.

O vídeo do Papa deste mês, que começa com a palavra fraternidade, escrita numa lousa como se fosse um tema didático, acompanha a reflexão de Francisco com a narração de uma história ambientada em uma escola. Um menino, deixado de lado por seus colegas durante as partidas de futebol, permanece sozinho num canto até que um professor, percebendo seu desconforto, decide cuidar dele. Ele o faz não com palavras, mas com o testemunho de sua vida: ele fica com ele, dia após dia, e com carinho e perseverança ele o ensina a brincar. Até que, numa manhã, ele o encontra com aqueles mesmos colegas que antes o haviam marginalizado: ele está brincando com eles e, quando marca seu primeiro gol, ele o dedica ao professor, a testemunha confiável que o ajudou.

A educação é um ato de amor que ilumina o caminho para que recuperemos o entendimento da fraternidade, para que não ignoremos os mais vulneráveis.

Para o Papa, “o educador é uma testemunha que não oferece os seus conhecimentos mentais, mas as suas convicções, o seu compromisso com a vida”.

É alguém que sabe manusear bem três linguagens: a da cabeça, a do coração e a das mãos, em harmonia. E daí a alegria de comunicar. E eles serão ouvidos com muito mais atenção e serão criadores de comunidade. Por quê? Porque estão semeando este testemunho.

Segundo o diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, pe. Frédéric Fornos, “novamente, diante dos desafios do mundo, o Papa Francisco insiste mais uma vez na fraternidade. É a bússola de sua Encíclica Fratelli tutti. É o único caminho para a humanidade, e é por isso que a educação é essencial”.

Rezemos para que os educadores sejam testemunhas críveis, ensinando a fraternidade em vez da competição e ajudando especialmente os jovens mais vulneráveis.

Fonte: Vatican News