ÉS MARIA, ÉS NOSSA ESPERANÇA: CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA FESTA DE NOSSA SENHORA DA LUZ

A Catedral da Luz, Sé da Diocese de Guarabira, se prepara para festejar sua padroeira, com o tema: “Com a Virgem da Luz, peregrinos na comunhão e na esperança.”, pautando-se no tema do Jubileu de 2025. Este momento, não só reflete a fé do povo na Senhora da Luz, mas a união de toda uma comunidade episcopal; caracteriza-se pela devoção, afeto e amor, de geração em geração, de inúmeros filhos e filhas, vindos dos locais mais longínquos do nosso País.

Diante disto, a Novena, ato de veneração à Santíssima Soberana da Luz, tornou-se um momento de júbilo, uma união entre vozes para entoar hinos, ladainhas e diversos momentos marianos, categoricamente emocionante. Confira a programação:

DIA 23.01 (QUI) – ABERTURA – Com a Virgem da Luz, peregrinos na comunhão e na esperança.
18h. Carreata saindo da Igreja Matriz de Santo Antônio
19h. Hasteamento das Bandeiras
19h30. Santa Missa de Abertura | Celebrante: Dom Francisco Lucena

DIA 24.01 (SEX) – A esperança que renova as forças e alivia o fardo.
12h. Santa Missa
16h. Novena | Celebrante: Pe. João Bosco
19h. Novena | Celebrante: Pe. José André

DIA 25.01 (SÁB) – O Espírito Santo renova nossa Esperança e nos faz testemunhas de Cristo.
12h. Santa Missa
16h. Novena | Celebrante: Pe. Reinaldo Miguel
19h. Novena | Celebrante: Pe. José Arimatéia

DIA 26.01 (DOM) – Liturgia Dominical
06h30. Corrida Luz
12h. Santa Missa
16h. Santa Missa | Celebrante: Pe. Gaspar Rafael
19h. Santa Missa | Celebrante: Dom Luís Pepeu

DIA 27.01 (SEG) – Esperança que impulsiona: a missão de testemunhar o céu na terra.
12h. Santa Missa
16h. Novena | Celebrante: Pe. Damião Gonçalves
19h. Novena | Celebrante: Pe. Elias Sales

DIA 28.01 (TER) – A esperança que guia os passos do povo e abre os olhos do coração para a salvação.
12h. Santa Missa
16h. Novena | Celebrante: Pe. José Fabiano
19h. Novena | Celebrante: Dom Dulcênio Fontes
20h. Jantar com Nossa Senhora

DIA 29.01 (QUA) – Na esperança, Deus renova nossas forças e alivia nossos fardos.
12h. Santa Missa
16h. Novena | Celebrante: Pe. Demétrio de Morais
19h. Novena | Celebrante: Dom Manoel Delson

DIA 30.01 (QUI) – A esperança brota do amor e da presença do Espírito Santo.
12h. Santa Missa
16h. Novena | Celebrante: Pe. Adauto Tavares
19h. Novena | Celebrante: Pe. Jailson Rufino

DIA 31.01 (SEX) – Em Cristo, a esperança transcende fronteiras e vence a morte.
12h. Santa Missa
16h. Novena | Celebrante: Pe. Joanderson Marinho
19h. Novena | Celebrante: Dom Egídio Bisol

DIA 01.02 (SÁB) – Guiados pela esperança, encontramos em Jesus o caminho para a vida eterna.
12h. Santa Missa
15h. Procissão das crianças
16h. Novena | Celebrante: Pe. Daniel Lima
19h. Novena | Celebrante: Pe. Severino Júnior

DIA 02.02 (DOM) – SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA DA LUZ
08h30. Santa Missa Solene | Celebrante: Dom Alcivan Tadeus
12h. Queima de fogos
16h. Procissão e Missa de Encerramento | Celebrante: Dom Aldemiro Sena

São Sebastião: exemplo de fé e coragem

O dia 20 de janeiro é dedicado a São Sebastião, um dos santos mais venerados na Igreja Católica, especialmente no Brasil. Conhecido como o santo protetor contra pestes, guerras e fome, São Sebastião é celebrado como um exemplo de fé inabalável, coragem diante das adversidades e amor a Cristo. Sua vida e martírio continuam a inspirar milhões de fiéis a enfrentar os desafios da vida com confiança em Deus. 

São Sebastião nasceu no século III, em Narbonne, na França, mas foi criado em Milão, na Itália. Era soldado do exército romano e ocupava uma posição de destaque como capitão da guarda pretoriana. Apesar de sua função militar, Sebastião era cristão em uma época em que a fé cristã era severamente perseguida pelo Império Romano. 

Sebastião usava sua posição de influência para encorajar os cristãos perseguidos, fortalecendo sua fé e ajudando-os a permanecer firmes diante das provações. Ele também convertia muitos ao cristianismo, incluindo prisioneiros e companheiros de armas, demonstrando sua coragem e compromisso com a missão de evangelizar. 

Quando sua fé foi descoberta, Sebastião foi levado diante do imperador Diocleciano, que ordenou sua execução. Amarrado a um tronco, foi alvo de flechas, mas sobreviveu milagrosamente. Resgatado por Santa Irene, foi tratado e recuperou sua saúde. Contudo, São Sebastião não se intimidou. Retornou ao imperador para exortar o arrependimento e a conversão. 

Por sua ousadia, foi novamente condenado, desta vez sendo espancado até a morte. Seu martírio tornou-se símbolo de fidelidade a Cristo até o fim, inspirando os cristãos a permanecerem firmes em sua fé, mesmo diante das maiores adversidades. 

No Brasil, São Sebastião é particularmente venerado no Rio de Janeiro, onde é padroeiro da cidade. Sua devoção remonta ao período colonial, quando os primeiros portugueses o escolheram como protetor contra doenças e invasões. A Basílica de São Sebastião, na Tijuca, é um dos principais centros de peregrinação em sua homenagem. 

Imagem de São Sebastião, da cidade de Pilõezinhos/PB, por Gabriel Araújo.

 

Por outro lado, São Sebastião é o padroeiro da agricultura e pecuária. Os fazendeiros e sitiantes confiam a poderosa proteção de São Sebastião para a abundância da colheita e para a proteção para os seus rebanhos. O glorioso Mártir é ainda patrono contra a peste, a fome e a guerra. Poderosa a sua intercessão a nos livrar da doença, da falta de pão nas nossas mesas e da ausência de paz. 

A vida de São Sebastião nos convida a refletir sobre a coragem de testemunhar a fé em um mundo que muitas vezes se opõe aos valores cristãos. Ele nos ensina a perseverar nas dificuldades, confiando na providência divina. Sua dedicação ao próximo e seu compromisso com a evangelização nos lembram da importância de viver o Evangelho com autenticidade e amor. 

Nestes dias estou visitando meus parentes no Rio Grande do Sul aonde na década de 60 do século passado meus pais migraram para Tupãssi, PR. Celebrei a Festa de São Sebastião na Capela de Alto Honorato, Município de Progresso, RS, junto com os meus parentes pedindo que São Sebastião proteja a eles e a todos os homens de boa vontade contra a peste, a fome e a guerra! 

Em tempos de desafios, São Sebastião nos inspira a sermos sinais de esperança, enfrentando as adversidades com fé e coragem. Que sua intercessão nos ajude a trilhar o caminho de Cristo, fortalecendo nossa confiança no amor de Deus e na vitória da vida sobre a morte. 

São Sebastião, rogai por nós! 

Fonte: CNBB

Jubileu 2025: descubra os principais eventos, comemorações e atividades que marcarão o Ano Santo

O Jubileu de 2025 promete ser um marco histórico para os fiéis católicos de todo o mundo. Celebrado a cada 25 anos, a iniciativa reúne milhares de pessoas para um tempo de renovação espiritual, perdão e peregrinação. O Papa Francisco convocou oficialmente o Jubileu de 2025, com o tema “Peregrinos de Esperança”, para convidar os fiéis a uma jornada de fé, oração e reconciliação. A seguir, destacamos os principais eventos que ocorrerão durante esse período de celebração.

O Jubileu 2025 começou oficialmente com uma missa de abertura no final de 2024. A cerimônia ocorreu em Roma, na Praça de São Pedro, e foi presidida pelo Papa Francisco. Este momento marcou o início de uma jornada de reflexão e penitência para os católicos ao redor do mundo, sendo a primeira grande oportunidade para os fiéis participarem do Ano Santo.

Durante o Jubileu, a Igreja Católica abre as Portas Santas das basílicas romanas, como São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros. A tradição de atravessar a Porta Santa é um símbolo de penitência e renovação espiritual. Espera-se que milhões de peregrinos, de diversas partes do mundo, se desloquem a Roma para atravessar essas portas e receber a indulgência plenária, um dos principais objetivos do Jubileu.

Grandes eventos

Mundo das Comunicações

De 24 a 26 de janeiro ocorrerá o primeiro dos 36 grandes eventos do Ano Jubilar, o 𝐉𝐮𝐛𝐢𝐥𝐞𝐮 𝐝𝐨 𝐌𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐂𝐨𝐦𝐮𝐧𝐢𝐜𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬, que reunirá em Roma profissionais da comunicação de todo o mundo. Espera-se que o evento incorpore uma série de atividades que reflitam sobre o papel das comunicações na Igreja e no mundo contemporâneo.

Foram convocados a participar todos os profissionais do mundo da comunicação (jornalistas, operadores de mídia, executivos e editores, membros do Conselho de Administração, videomakers, designers gráficos, redatores, relações públicas, gerentes de mídia social, técnicos de áudio e vídeo, tipógrafos, cientistas da computação, etc.). Do Brasil são esperados que 40 profissionais participem, segundo balanço da CNBB.

Encontro com jovens comunicadores profissionais –  No âmbito do Jubileu das Comunicações haverá um encontro, organizado pelo Dicastério para a Comunicação, do Vaticano, que reunirá cerca de 200 jovens representantes das Conferências Episcopais, com idades de até 35 anos, todos com experiência na área de comunicação e meios digitais. Do Brasil participam representantes da Signis Jovem, Edições CNBB, do Movimento Laudato Si’, da Ascom da CNBB, Rede Vida, e membros da redação brasileira do Vatican News.

Encontro com os presidentes das Comissões Episcopais e Diretores dos Gabinetes de Comunicação Social – Foram convidados pelo Dicastério para a Comunicação, do Vaticano, também os presidentes das Comissões Episcopais e Diretores dos Gabinetes de Comunicação Social para um encontro presencial nos dias 27, 28 e 29 de janeiro. Do Brasil, participam o padre Arnaldo Rodrigues, assessor de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o bispo de Campo Limpo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação Social da CNBB, dom Valdir José de Castro.

Forças Armadas, Polícia e Segurança

Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança (8 a 9 de fevereiro de 2025) é dirigido a todos os membros das forças militares e policiais, polícias de trânsito, operadores de segurança, veteranos, associações militares diversas, academias militares, capelanias e ordinariatos militares.

Diáconos e o Mundo do Voluntariado

Jubileu dos Diáconos (21-23 de fevereiro de 2025) é para todos os diáconos permanentes, e o Jubileu do Mundo do Voluntariado (8-9 de março de 2025) para os voluntários de cada associação, membros de organizações sem fins lucrativos, operadores de ONGs e assistentes sociais.

Missionários da Misericórdia e outros

O Jubileu dos Missionários da Misericórdia acontece de 28 a 30 de março. Dele participam os sacerdotes selecionados de todo o mundo que receberam do Papa as suas próprias faculdades de absolver os pecados, que são da estrita competência da Sé Apostólica e de um mandato especial como pregadores durante o Jubileu Extraordinário da Misericórdia de 2016.

O Jubileu dos Enfermos e o Mundo da Saúde (5-6 de abril de 2025) é dirigido a todos os doentes e profissionais ligados ao mundo da saúde; o Jubileu das Pessoas com Deficiência (28-29 de abril de 2025) dirigido a todas as pessoas com deficiência, juntamente com os seus acompanhantes; o Jubileu dos Trabalhadores (1 a 4 de maio de 2025) dirigido a todos os trabalhadores de todas as categorias; o Jubileu dos Empresários (4 a 5 de maio de 2025) e o Jubileu das Bandas Musicais (10 a 11 de maio de 2025) para todos os membros de bandas militares, institucionais, amadoras, folclóricas, de cidades, desportivas, escolares e universitárias.

O Jubileu das Irmandades (16-18 de maio de 2025) acontece com os membros pertencentes às irmandades religiosas; o Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos (30 de maio de 2025 – 1 de junho de 2025), o Jubileu dos Movimentos, Associações e novas Comunidades (7 a 8 de junho de 2025) que envolverá todos os membros dos movimentos eclesiais, associações, novas comunidades e grupos de oração.

Entre os eventos, por fim, o Jubileu Santa Sé (9 de junho de 2025); o Jubileu do Desporto (14-15 de junho de 2025); o Jubileu dos Seminaristas (23-24 de junho de 2025); o Jubileu dos Bispos (25 de junho de 2025); o Jubileu dos Sacerdotes (25-27 de junho de 2025); Jubileu dos Jovens (28 de julho a 3 de agosto); o Jubileu da Consolação (15 de setembro de 2025), dirigido a todos aqueles que vivem um momento de dor e aflição, devido a doenças, lutos, violências e abusos sofridos.

Serão realizados ainda o Jubileu dos Operadores de Justiça (20 de setembro de 2025), destinado às pessoas envolvidas no mundo da justiça secular, canônica e eclesiástica; o Jubileu dos Catequistas (26-28 de setembro de 2025); o Jubileu dos Migrantes (4-5 de outubro de 2025); o Jubileu da Vida Consagrada (8-9 de outubro de 2025) que terá como protagonistas todos os religiosos e religiosas, monges e monjas, noviços e noviças. Além disso, o Jubileu da Espiritualidade Mariana (11-12 de outubro de 2025) para todos os membros dos movimentos marianos, irmandades e diversos grupos de oração. Finalmente, o Jubileu dos Coros (21-23 de novembro de 2025) e o Jubileu dos Reclusos (14 de dezembro de 2025).

Encontro Mundial das Famílias

Um dos eventos mais esperados dentro do Jubileu 2025 será o Encontro Mundial das Famílias, que ocorrerá em Roma no mês de junho. O Papa Francisco já anunciou a realização de uma grande celebração para reunir famílias de todas as partes do mundo, com ênfase em fortalecer os laços familiares e promover a reflexão sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelas famílias católicas. O evento será uma oportunidade para renovar a importância da família no contexto da Igreja e da sociedade.

Congresso Internacional de Teologia e Espiritualidade

A teologia e a espiritualidade terão destaque no Jubileu de 2025 com o Congresso Internacional que reunirá estudiosos e teólogos de todo o mundo. O objetivo do congresso será refletir sobre a misericórdia divina, o perdão e a fraternidade, temas centrais do Ano Santo. Esse evento será uma plataforma para discussões teológicas profundas, além de ser uma oportunidade para compartilhar e aprofundar o conhecimento da fé católica.

Celebração de Vésperas e Missas Solenes

Durante o Jubileu, serão celebradas diversas missas solenes e vésperas especiais em várias cidades ao redor do mundo, com uma concentração particular em Roma. O Papa Francisco e outros líderes eclesiásticos liderarão estas celebrações, que serão marcadas por momentos de oração, cânticos e pregações que enfatizam os temas de perdão e esperança.

Beatificação de Novos Santos

Dentro do contexto do Jubileu, também são esperados novos passos na canonização de santos e beatos. Como já ocorreu em edições anteriores, o Papa Francisco pode anunciar a beatificação de novos mártires e santos, que servirão como exemplos de vida cristã e inspiração para os fiéis. A cerimônia de beatificação será um dos momentos de grande júbilo e reflexão.

Encerramento do Jubileu

O Jubileu de 2025 será encerrado, em dezembro, com uma grande missa de agradecimento na Praça de São Pedro, presidida pelo Papa Francisco. Durante a cerimônia, haverá um momento de renovação dos compromissos espirituais e de renovação do compromisso com a missão da Igreja no mundo. Este evento simbólico marcará o fechamento do Ano Santo e o início de um novo ciclo de fé.

Conheça o site oficial do Jubileu: Giubileo 2025

Fonte: CNBB

O desafio de ser cristãos

Jesus foi visitado pelos pobres pastores dos arredores de Belém, e nós contemplamos este mistério com serenidade e alegria. Surpreendeu a todos, a seu tempo, a misteriosa visita daqueles Magos, Sábios chegados do Oriente, que estudavam a posição das estrelas, trazendo presentes muito significativos àquele que é Deus, Rei e plenamente homem, tanto que passaria pelo sofrimento e pela morte. Passam os anos e Jesus é proclamado publicamente pelo Pai Eterno como o Filho amado, sobre o qual repousa o Espírito Santo. E no início de seu ministério, a água transformada em vinho, nas Bodas de Caná, conduz à fé discípulos titubeantes, noivos e humanidade. Depois de tais manifestações, resta a todos nós a coragem da decisão diante dele, em quem se cumprem promessas antigas e novas, assim como os sonhos de realização e felicidade de toda a humanidade. 

Temos a clareza de que Deus nos constituiu como um corpo o Povo de Deus, que age e testemunha a própria fé. De fato, se “Deus aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (cf. At 10,35), aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que o conhecesse na verdade e o servisse santamente. Escolheu, por isso, a nação israelita para seu povo. Com ele estabeleceu uma aliança; a ele instruiu gradualmente, manifestando-se a si mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua história, e santificando-o para si. Todas estas coisas aconteceram como preparação e figura da nova e perfeita Aliança que em Cristo havia de ser estabelecida e da revelação mais completa que seria transmitida pelo próprio Verbo de Deus feito carne. Esta nova aliança instituiu-a Cristo, o novo testamento no seu sangue (cf. 1 Cor 11,25), chamando o seu povo de entre os judeus e os gentios, para formar um todo, não segundo a carne mas no Espírito, e tornar-se o Povo de Deus. Com efeito, os que creem em Cristo, regenerados não pela força de germe corruptível mas incorruptível por meio da Palavra de Deus vivo (cf. 1 Pd 1,23), não pela virtude da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3, 5-6), são finalmente constituídos em raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo conquistado, que outrora não era povo, mas agora é povo de Deus» (1 Pd 2, 9-10)” (Cf. Lumen gentium 9).  

E agora, passados os séculos, está em nossas mãos a responsabilidade de, como povo escolhido, dar testemunho de Jesus, sendo sal, luz e fermento nos tempos que correm, sem discriminar as outras pessoas, mas atraí-las com amor ao amor de Cristo. Em nosso coração e em nossas mãos estão os instrumentos oferecidos pela Igreja: a Palavra de Deus, a Vida em Comunidade, a Fé, a Esperança e a Caridade, e os Sacramentos, que nos mergulharam na vida da Santíssima Trindade. 

Ser cristão hoje equivale a ser testemunhas em todos os ambientes de nossa fé em Jesus Cristo Ressuscitado, Salvador do mundo. Como testemunhas, haveremos de mostrar em nossa vida de batizados, redimidos, que Jesus venceu o pecado em nossa própria vida, porque nos fez filhos de Deus e adotamos seus sentimentos e as atitudes evangélicas expressas nas bem-aventuranças: pobreza de espírito, mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza de coração, solidariedade, reconciliação e fraternidade. Se queremos demonstrar de verdade que nós encontramos o Messias, aquele que dá sentido à história humana e dá esperança a toda a humanidade e à vida de cada um de nós, devemos proclamar, com a palavra e as obras, que Jesus, na plenitude do Espírito Santo, é luz para todas as áreas escuras da história humana e de cada pessoa, e que ele, com sua Ressurreição, torna possível a esperança num futuro melhor, a confiança nas pessoas e a transformação do mundo, através da única revolução eficaz, a conversão pessoal ao amor e à justiça, que vêm de Deus (cf. La Parola per ogni giorno, Basilio Caballero, Pauline, 1991). Há alguns anos houve pessoas que pensavam estar diante de um cristianismo anônimo, perdido no meio da massa, e sabemos como cresceu esta massa! Não se trata disso! Hoje, devemos nos perguntar como responder com identidade própria e clareza aos desafios que se apresentam, sem fanatismos, opções ideológicas de qualquer lado, cujo desenrolar se revela estéril, ou tentativas anacrônicas, igualmente estéreis, de volta a um clima de cristandade! Abertura ao Espírito Santo, intensa vida de oração, processos claros de discernimento, criatividade, espírito apostólico e missionário, esta é a estrada para viver como cristãos em nosso tempo. 

Respostas? Eis algumas propostas, destinadas a provocar continuidade na reflexão e o inadiável compromisso pessoal. A primeira delas é olhar ao nosso redor, identificando pessoas e situações, estabelecendo conexões com quem tem as mesmas inquietações e o desejo de superar uma prática religiosa de fachada ou um tentador indiferentismo. Quem está rezando seriamente? Que pessoas estão comprometidas diretamente com a caridade? Já descobriu em seu ambiente de trabalho gente que não suja as mãos com o egoísmo, a corrupção e a imoralidade? Será que não chama a sua atenção aquelas pessoas que sempre se dispõem a algum serviço na Comunidade? 

Justamente aqui surge uma outra ideia! Tomar iniciativa! Se muitos não frequentam a Missa, sua presença mostrará o quanto constrói o Corpo de Cristo, que é a Igreja, sua participação Eucarística, a busca do Sacramento da Reconciliação! E se muitos não praticam a justiça, comece por você mesmo! 

E se queremos ampliar nosso horizonte, a pessoas que tomam decisões semelhantes, caberá também a disposição para o diálogo com quem pensa diferente, na diversidade de nosso mundo. Tal atitude contribuirá para que o senso do bem comum, suscitado pelo Espírito Santo além de todas as fronteiras, seja redescoberto e promova gestos e programas de ação no conjunto da sociedade. 

À nossa capacidade de reflexão, à inteligência da fé concedida nos Sacramentos da Iniciação Cristã e, mais ainda, à ação do Espírito Santo que nos conduz, lançamos o desafio de continuar esta lista de propostas para sermos, diante do mundo que clama por sentido, os peregrinos da Esperança, a fim de que o Jubileu que vivemos seja tempo de graça, perdão, reconciliação e acolhida para muitos! 

Fonte: CNBB

A conversão promovida pelo Jubileu

Este ano se constitui um importante momento de celebração dos 2025 anos do nascimento de Jesus Cristo. A celebração do Jubileu de um Ano Santo estende-se para toda a Igreja Católica, desde Roma até a mais simples comunidade, na qual os fiéis se reúnem devotamente para celebrar a Palavra e a Eucaristia.

O tema deste Ano Santo é a Esperança, por isso, o pedido do Papa Francisco, para que sejamos todos “peregrinos de esperança”, recordando-nos assim que “a esperança não decepciona”.

O Jubileu, segundo o Papa Francisco, deve ser celebrado não apenas em Roma, mas em todas as dioceses no mundo. Na Arquidiocese de Santa Maria, o início do Jubileu foi no dia 29 de dezembro de 2024, onde realizamos uma peregrinação que partiu da Paróquia do Bom Fim, às 15h, até a Catedral. Todas as paróquias tiveram representantes nessa celebração inaugural, manifestando a comunhão.

Ao longo de 2025 acontecerão, em nossa Arquidiocese, as iniciativas do Jubileu propostas na Bula papal, envolvendo as paróquias, comunidades religiosas, pastorais e outras organizações e expressões da vida eclesial e social.

Designamos o Santuário Basílica Nossa Senhora Medianeira, para que, depois de nossa Catedral Metropolitana, seja a igreja onde se celebrem os jubileus ao longo de 2025. As peregrinações, as confissões, as celebrações eucarísticas e a indulgência plenária do Jubileu serão ali celebradas com todo zelo e devoção exigidos para a aquisição dos bens jubilares. Divulgaremos em tempo o cronograma das peregrinações e celebrações.

Conforme a Bula, em cada celebração jubilar, muitas iniciativas mostrem sinais de esperança. A mais contundente será a postura de toda a nossa Arquidiocese em não promover ‘reuniões dançantes’ nas festas dos santos padroeiros das comunidades, bem como a não comercialização de bebidas alcoólicas em todos os eventos da Igreja Católica na Arquidiocese. Sobre a não comercialização de álcool a Igreja no Brasil já orientou desde 2013 no documento 100. Vamos concretizar essa diretriz agora. Apontando, com isso, que uma nova forma de celebração e valorização da vida é possível garantindo a dignidade humana e da família.

Desejamos ardentemente que este Jubileu seja verdadeiramente um “ano da graça do Senhor” e um despertar de todos os cristãos para o verdadeiro seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, que a 2025 anos, encarnou-se por nós seres humanos e para nossa salvação.

Fonte: CNBB

Peregrinos de todo o mundo cruzam a porta santa da basílica de São Pedro

Peregrinos de todo o mundo cruzam a porta santa da basílica de São Pedro, no Vaticano, que o papa Francisco abriu ontem (24), na véspera de Natal, para dar início ao Jubileu 2025.

Fiéis de várias partes do mundo e vários estados de vida já cruzaram a porta santa, que simboliza Cristo.

O papa Francisco disse hoje (25), Solenidade de Natal, que “a porta do coração de Deus está sempre aberta, voltemos para Ele”.

“Voltemos para Ele! Regressemos ao coração que nos ama e perdoa! Deixemo-nos perdoar por Ele, deixemo-nos reconciliar com Ele! Deus perdoa sempre! Deus perdoa tudo! Deixemo-nos perdoar por Ele!”, exortou o papa.

“Este é o significado da Porta Santa do Jubileu, que abri ontem à noite aqui em São Pedro: representa Jesus, a Porta da salvação aberta a todos”, disse Francisco.

“Jesus é a Porta; é a Porta que o Pai misericordioso abriu no meio do mundo, no meio da história, para que todos possamos voltar para Ele”.

“Irmãos e irmãs, não tenhais medo! A Porta está aberta, a porta está escancarada! Não é necessário bater à porta. Ela está aberta! Vinde!”, disse o papa Francisco.

Nos próximos dias, outras portas santas serão abertas em Roma: amanhã (26), festa de santo Estevão, será aberta a porta santa da prisão de Rebibbia, na periferia de Roma.

As portas santas nas outras três basílicas papais em Roma: são João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros serão abertas, respectivamente, em 29 de dezembro; em 1º de janeiro, Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus; e em 5 de janeiro.

O Jubileu da Esperança, que celebra o 2025º aniversário do nascimento do Menino Jesus, vai terminar oficialmente em 6 de janeiro de 2026, solenidade da Epifania do Senhor.

Fonte: ACI Digital

Onde está a felicidade do Natal?

O Natal está às portas… Mas onde está a felicidade que todos se desejam? Por que o Natal deveria ser sinônimo de alegria? Afinal, não nasceu Cristo numa gruta suja que servia de estábulo, no qual Maria não tinha onde recliná-lo senão num cocho, sob o olhar perplexo e impotente de São José?

Neste tempo, todas as pessoas dizem umas às outras: Feliz Natal. Mas, quando olhamos para a cena do Natal originário, não parece que exista ali algo de feliz: no presépio o que se vê é uma mulher prestes a dar à luz num ambiente totalmente inóspito (uma caverna que servia de curral), sendo um cocho o único berço que ela podia oferecer ao seu filho. O pobre São José, ali, parecia ter fracassado em seus deveres de pai e provedor, incapaz de oferecer à sua família um teto decente e o mínimo conforto.

O que há, então, de feliz no Natal?

A fim de entender, de fato, por que desejamos Feliz Natal e por que o Natal é feliz, é preciso entender de onde vem a felicidade dos santos. Diante de Jesus que vai nascer, nós temos as duas almas mais santas, os dois corações mais santos que já existiram: o da Virgem Santíssima e o de São José. Em termos de santidade, estes dois estão acima de todos os anjos e santos. Então, é para eles que devemos olhar.

Se olhamos para nós mesmos, percebemos que muitas vezes vivemos na superfície das nossas paixões e sentimentos. São José e a Virgem Maria, que eram humanos também, tinham sim naquela noite alguma tristeza, mas tratava-se de uma tristeza superficial, esta de terem sido rejeitados em Belém, e de não poderem dar ao Menino Jesus, que ia nascer, um ambiente digno e aconchegante — nem que fosse na humilde casinha de Nazaré! mas só o que eles conseguiram foi uma gruta, um estábulo, um cocho…

Essa tristeza superficial, no entanto, não nos fala da felicidade interior e profunda dos dois. Sim, havia neles uma felicidade interior, porque a própria Sagrada Escritura nos diz que “o justo vive pela fé” (Hab 2, 4; Rm 1, 17; Gl 3, 11; Hb 10, 36). Nossa Senhora e São José são os dois maiores exemplos de fé que nós temos na história da humanidade, superando fé dos patriarcas, inclusive a de Abraão. Eles sabiam o que estavam vivendo. O que havia ali naquela noite? Não era simplesmente uma criança que ia nascer, mas o mistério extraordinário de Deus que se fez homem.

A humanidade louca, ferida pelo pecado original, desprezou a Deus. Vamos ser bem objetivos: nós não desejamos Deus, nós não desejamos a salvação com aquela profundidade que deveríamos desejar; e, mesmo assim, Deus nos deseja, Deus quer se encontrar conosco. Deus quis tanto se unir à humanidade que fez uma humanidade para si; Deus quis tanto o matrimônio entre Deus e o homem que criou milagrosa e misteriosamente, do nada, uma humanidade para si. No ventre da Virgem Maria, Deus assumiu a nossa humanidade e fez uma humanidade sua, através de um mistério extraordinário que os teólogos chamam de “união hipostática”. Mas não se preocupe com essa palavra, preocupe-se em entender na medida do possível o grande mistério do Deus que se fez homem.

Meus queridos, no Natal nós não estamos celebrando simplesmente o nascimento de Jesus, mas algo muito mais misterioso e profundo, um abismo de mistério e de amor, que é o fato de que Deus quis se unir a nós.

Aqui, cabe destacar que muitas vezes nem nós queremos nos unir a nós mesmos. Quantas e quantas vezes você se sente insuportável a si próprio? Já parou para notar que muitas vezes você não se suporta? que você não se aguenta? que você não quer se encontrar consigo, no seu interior? que você faz o que for preciso para se distrair e esquecer de você mesmo?

Deus, porém, fez o contrário. Deus me quis, Deus desejou estar comigo, Deus quis pagar o preço de se unir a mim. Deus criou uma humanidade para si, uniu-se à nossa humanidade para com ela morrer na Cruz. Ele quis morrer por mim para que eu pudesse viver para Ele.

Meus queridos, esse é o grande mistério do Natal e essa é a grande alegria de Maria e de José, porque eles tinham a fé penetrante, a fé profunda, eles conseguiam ver, mais do que isso, mais do que ver, eles conseguiam ter o conhecimento experimental deste mistério. Deus veio até nós, Deus se uniu a nós. O abismo que separava Deus e a humanidade foi transposto. Não estamos mais sozinhos, pois Ele veio até nós. Com que alegria, então, São José e Nossa Senhora viam aproximar-se aquele momento em que a Criança finalmente ia nascer! Com que fé experimental eles viam aquilo que depois Deus mostrou aos pastores: de que o Deus dos exércitos celestes (Dominus Deus sabaoth) estava ali, fez-se homem para travar o grande combate.

O Evangelho da noite santa de Natal nos fala desses exércitos celestes, os anjos que se apresentam aos pastores. Primeiro um anjo traz a notícia aos pastores — provavelmente o anjo Gabriel, segundo a tradição, pois é ele que traz as notícias da Encarnação ao aparecer a Zacarias e a Nossa Senhora: “Não tenhais medo, eu vos anuncio uma grande alegria”. Não quero corrigir o Anjo, mas eu diria: “Eu vos anuncio a grande felicidade”, pois é mais que alegria, é uma grande felicidade que se realiza na união de Deus com o homem. Jesus é essa felicidade que vem a nós. Depois desse anúncio, une-se a São Gabriel, de repente, a multidão dos exércitos celestes. A nossa tradução litúrgica fala da multidão da coorte celeste. A “coorte” é uma divisão do exército: estamos falando claramente, pois, de um título do Deus que reina sobre a multidão de seus anjos. E então, de repente, nós vemos no céu brotar uma luz. Ela nos indica que estamos diante do cumprimento de uma profecia. Estamos em Belém, a qual, como recordou São Gabriel, é a cidade de Davi.

Mil anos antes, Davi, um pequeno pastor, um adolescentezinho ruivo de aspecto delicado e frágil, o caçula dos filhos de Jessé, foi escolhido por Samuel. O profeta escolheu aquele menino frágil, um pequeno pastor de Belém, para ungi-lo como rei, a fim de que ele pudesse combater as batalhas de Deus e vencer Golias. No capítulo 17 do Primeiro Livro de Samuel lemos essa história. Quando Davi se apresentou a Saul e contou a sua história, Saul disse: “Imagina se você pode agora enfrentar Golias… Quem você pensa que é? Você é um moleque! O filisteu Golias é um soldado experiente. Como é que você, um molequinho franzino e delicado, vai combater um gigante guerreiro?” Davi então se recorda da sua história de salvação e diz ao rei Saul: “Quando cuidava dos rebanhos do meu pai e vinha um leão ou um urso, eu os combatia e derrotava. Pois bem, assim como Deus esteve comigo e eu derrotei o leão, Deus estará comigo e eu irei derrotar o filisteu”. Davi se apresenta, então, diante de Golias e diz: “Tu vens a mim com espada e lança, mas eu venho em nome do Senhor dos exércitos”.

Observem que o que aconteceu a Davi no Antigo Testamento é somente uma profecia que hoje nós vemos realizada. Na cidade de Davi, no mesmo lugar, pastores recebem dos exércitos celestes uma notícia: o Pastor dos pastores está chegando, mas ele não vem com o aspecto gigantesco de um Golias, nem com a força da armadura de um Saul… O sinal é uma criança envolta em faixas. Assim como, no passado, Davi, o escolhido de Deus, era franzino e pequenino, agora uma criança pequenina é quem derrotará o leão, é esta criança quem matará Golias, é esta criança quem realizará a vitória do Deus dos exércitos.

Sim, as legiões demoníacas vêm contra nós com as suas artimanhas, com a sua força, com o seu furor. Quanto alarde, quanto barulho, quanta pompa e circunstância fazem as legiões demoníacas! É Natal, mas as páginas dos noticiários só trazem más notícias. Que ano tremendo foi 2020! Quem de nós, no início de 2020, pensaria que viveríamos tanta miséria, tanta loucura, tantas coisas tremendas neste ano? Quem de nós poderia imaginar? Durante esse ano de 2020, nós fomos como aquele povo de Israel que durante quarenta dias perecia diante do filisteu Golias, que se apresentava diante do povo, escarnecia de sua fraqueza e blasfemava contra Deus. Durante quarenta dias o inimigo parecia vitorioso, durante quarenta dias ele tripudiou em cima do povo de Deus e blasfemou o nome do Deus Altíssimo. Deus, no entanto, manifesta um modo diferente de agir, a fim de aumentar a confusão e a vergonha de Satanás e dos seus demônios. Deus escolhe destruir os poderes infernais com a humildade, com o que é pequeno, com o que é desprezível. Esse é o jeito de Deus agir.

Meus queridos, se neste ano de 2020 houve muito estardalhaço, se houve muita fanfarra de demônios na sua vida, saiba que chegou o Davi prometido. O anjo de Deus nos diz na Noite Santa: “Não tenhais medo, eu vos anuncio uma grande alegria que será para todo o povo: hoje na cidade de Davi” se cumpre, se realiza aquilo que antes era só uma sombra, só uma profecia. O frágil Davi, ungido para vencer Golias, era apenas uma sombra, uma prefiguração do Davi definitivo, o Filho de Davi, que vem para vencer, vem triunfante para vencer, e vencer da forma como Deus vence, através da humildade. O Deus dos exércitos celestes, na humildade dos anjos: “Quem como Deus?”. O Deus dos exércitos celestes que vem na humildade, e que criou os dois corações mais humildes da história — mais humilde do que toda a humildade dos anjos juntos — os dois corações humílimos da Virgem Santíssima e de São José. Deus fez esses dois corações mais humildes para receber o Humilde dos humildes, o Filho de Deus feito homem: “Sendo igual a Deus não se apegou à sua divindade, mas se esvaziou e se humilhou” (Fl 2, 6-7), exinanivit, humiliavit semetipsum, “se esvaziou e se humilhou”, porque é pela humildade que Deus manifesta a sua vitória.

Neste Natal especialíssimo de 2020, nós podemos celebrar olhando para a figura extraordinária de São José, pois, como você sabe, o Papa Francisco decretou, do dia 8 de dezembro de 2020 até 8 de dezembro de 2021, o Ano de São José. Então, este é o Natal do Ano de São José. É preciso olhar para o Menino que nasce, olhar para Deus que se faz homem, olhar para Deus que deseja a humanidade e toma uma humanidade para si, olhar para Deus que paga o preço (como o pequeno Davi ao vencer Golias) morrendo na Cruz para nos salvar; enfim, olhar para todo este mistério com o mesmo olhar e com o mesmo coração de São José.

Infelizmente, muitas pessoas não se dão conta da santidade de São José. Quando lêem os Evangelhos, muitos olham para São José como se fosse, com o perdão da palavra, uma espécie de outsider, alguém que não foi convidado por Deus para participar do mistério. Como se Deus, ao se encarnar, tivesse pedido o consentimento da Virgem Maria, mas não o de São José, que foi tomado de surpresa, sem entender nada do que estava acontecendo.

Mas isso não é verdade. São José foi escolhido desde todos os séculos para cumprir a sua missão e Deus lhe deu a graça necessária para cumpri-la. Desde sua mais tenra infância, São José já era muito santo. Não é sem razão que a Sagrada Escritura o chama de “justo”. Esse grande santo, portanto, com uma fé penetrante e luminosa, olhou para o nascimento de Cristo sabendo perfeitamente o que estava acontecendo.

Olhando para a vida dos santos, nós percebemos que os santos se reconhecem. Se São Filipe Néri, ao encontrar Santo Inácio de Loyola, viu o seu fulgor luminoso e reconheceu sua santidade, imagine agora se São José — que, depois de Nossa Senhora, é dos seres humanos o mais santo de todos os santos — não iria reconhecer o mistério da fé do Deus que se fez homem ali na sua frente! Então, quando esse coração humílimo e cheio de fé se aproximou do Menino Jesus, no silêncio daquela noite, ele deve ter ficado exultante, com uma imensa felicidade interior, por saber que Deus veio nos salvar e mostrou-nos inclusive o seu rosto… Sim, porque, antes São José já sabia que o Filho de Deus estava no ventre de Maria, mas agora ele estava vendo o seu rosto. Agora, Jesus se apresenta a São José, e ele pode adorá-lo e tomá-lo nos braços.

Meus queridos, quando São José tomou Jesus pela primeira vez em seus braços aconteceu uma união sublime e extraordinária. Podemos dizer que aquela foi a primeira Comunhão de São José. Assim como em Cristo Deus se uniu num matrimônio espiritual com a humanidade, na gruta de Belém São José se uniu ao seu Deus para adorá-lo.

Peçamos a graça de neste Natal também nós nos aproximarmos do Menino Jesus com a mesma humildade e com a mesma fé. E se nós tivermos verdadeira fé e humildade, brotará em nós a caridade, e então o Natal será feliz. Portanto, apesar das misérias da sua vida, apesar dos desastres de 2020, apesar de você viver inquieto e preocupado, mergulhe na fé e se humilhe “debaixo da poderosa mão de Deus” (1Pd 5, 6), entregando a Ele as suas preocupações; faça um ato de fé e adore o Menino Deus, adore o Senhor que o visita e quer se unir a você.

Se você tiver esse coração semelhante ao de São José, o Natal será feliz, porque a verdadeira felicidade — aquela que habita no fundo dos nossos corações quando estamos em estado de graça e na amizade com Deus —, ninguém no-la pode tirar, nenhum filisteu, nenhum gigante, nenhum Golias pode nos tirar a felicidade que vem do Altíssimo. “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8, 35), quem será capaz de nos separar? A morte, a dor, as pandemias, as crises da Igreja, os desastres políticos? Ninguém é capaz de nos separar do amor de Cristo, por isso o Natal é feliz! Então, ao contemplar o presépio, olhe para o coração de São José, olhe para o Coração da Virgem Maria e saiba: eles são felizes, porque o olhar da fé penetra a realidade e nos leva para aquele em quem se encontra a felicidade plena, o próprio Deus.

Que Deus abençoe você e sua família neste Natal, e lhe dê a humildade e a fé de São José para que, brotando a caridade no seu coração, o seu Natal seja verdadeiramente feliz.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

O Papa: Santa Luzia vem até vós para que sejais filhos de um Deus que se faz encontro

Luzia é uma mulher e sua santidade indica a vossa Igreja e a todas as Igrejas como as mulheres têm suas próprias maneiras de seguir o Senhor. Precisamos do trabalho e da palavra das mulheres em uma Igreja em saída, que seja fermento e luz na cultura e na convivência: são palavras do Santo Padre numa carta ao arcebispo de Siracusa, este 13 de dezembro, em que a Igreja celebra Santa Luzia, virgem e mártir, original da cidade siciliana, no sul da Itália.


“Deus é luz e nele não há trevas” (1Jo 1,5). No dia da festa da vossa Padroeira, escrevo a ti, querido Irmão, e a toda a comunidade arquidiocesana, para que essas palavras de salvação orientem também hoje o vosso caminho e renovem, no espírito do Evangelho, os vínculos familiares, eclesiais e sociais de que é feita a vossa bela cidade: com essas palavras, o Pontífice dirige-se ao arcebispo de Siracusa, dom Francesco Lomanto, e a toda a comunidade local, numa carta datada este 13 de dezembro, em que a Igreja celebra Santa Luzia. A Igreja em Siracusa, terra natal da Santa, virgem e mártir, está celebrando o Ano dedicado a Santa Luzia.

Deus sempre dá o primeiro passo

Francisco recorda que o mês de dezembro culminará, este ano, com o início do Jubileu que nos quer como “Peregrinos da Esperança”, mas é marcado para vós, ressalta o Papa, por outra peregrinação, a de Santa Luzia, de Veneza a Siracusa, ou seja, da cidade que conserva seu corpo por oito séculos à cidade onde seu testemunho brilhou pela primeira vez, espalhando luz pelo mundo.

Em seu movimento em direção a vós, continua o Papa, “reflete-se o mistério de um Deus que sempre dá o primeiro passo, que nunca pede o que Ele mesmo não está disposto a fazer. Santa Luzia vem até vós, para que vós mesmo sejais homens e mulheres do primeiro passo, filhas e filhos de um Deus que se faz encontro”.

O papel imprescindível das mulheres numa Igreja em saída

A comunhão entre duas Igrejas particulares, que tornou possível esse movimento temporário, aponta, por sua vez, para uma maneira de habitar o mundo que pode superar a escuridão que nos cerca: “há luz onde os dons são trocados, onde o tesouro de um é riqueza para o outro. A mentira que destrói a fraternidade e devasta a criação sugere, em vez disso, o oposto: que o outro é um antagonista e que sua fortuna é uma ameaça. Com muita frequência, os seres humanos se veem dessa forma”, observa o Pontífice.

Francisco acrescenta que Santa Luzia é uma mulher e “sua santidade indica a vossa Igreja e a todas as Igrejas como as mulheres têm suas próprias maneiras de seguir o Senhor”. “Precisamos do trabalho e da palavra das mulheres em uma Igreja em saída, que seja fermento e luz na cultura e na convivência”.

Vossa festa Inclua os migrantes, os refugiados, os pobres

Francisco evidencia que essa necessidade se faz ainda maior “no coração do Mediterrâneo, berço da civilização e do humanismo, tragicamente no centro de injustiças e desequilíbrios” que, desde minha primeira viagem apostólica, a Lampedusa, sugeri transformar de uma cultura de desperdício em uma cultura de encontro”. O martírio de Santa Luzia nos educa para o choro, a compaixão e a ternura: “são virtudes confirmadas pelas Lágrimas de Nossa Senhora em Siracusa. São virtudes que não são apenas cristãs, mas também políticas”, observa.

O Santo Padre conclui sua missiva exortando a Igreja em Siracusa a não se esquecer de trazer espiritualmente para sua festa as irmãs e os irmãos do mundo inteiro que sofrem por causa da perseguição e da injustiça. “Inclua os migrantes, os refugiados, os pobres que estão convosco. E, por favor – pede por fim Francisco -, lembrai-vos de orar por mim também. Que a intercessão de Santa Luzia e de Nossa Senhora das Lágrimas acompanhe o vosso povo, ao qual concedo com afeto a minha Bênção Apostólica”.

Celebrações conclusivas do Ano dedicado a Santa Luzia

No âmbito das celebrações do Ano dedicado à Santa, virgem e mártir, às 10h30 locais foi celebrada esta sexta-feira em Siracusa a Missa solene presidida pelo arcebispo Francesco Lomanto em memória de Santa, padroeira da cidade, e nos dias conclusivos deste Ano celebrativo, proclamado para marcar o 1700º aniversário do martírio da santa de Siracusa (304). Às 15h30, a tradicional procissão com as relíquias e a imagem de Santa Luzia pelas ruas da cidade. No sábado, 14 de dezembro, o traslado do corpo de Santa Luzia de Veneza para Siracusa, para o Santuário de Nossa Senhora das Lágrimas, onde, às 16h, dom Francesco Moraglia, patriarca de Veneza, preside a celebração eucarística. O corpo da santa será então transferido para o Santuário de Santa Luzia. No dia 26 de dezembro, deixará Siracusa para fazer etapa pelas localidades de Carlentini, Belpasso, Acicatena e Catania. Em 30 de dezembro, os restos mortais da Santa partirão de volta para Veneza.

Fonte: Vatican News

Hoje é a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América

“Não se perturbe teu rosto, teu coração… Não estou eu aqui, tua Mãe?”, disse a Virgem de Guadalupe ao aflito Juan Diego em 12 de dezembro de 1531. Ela, a padroeira da América e do México, quis deixar sua imagem desde esse dia em uma singela “tilma” como sinal do amor de Deus para com os crentes e não crentes.

Somente dez anos depois da conquista do México, os missionários tinham pouco êxito na evangelização e conversão dos novos povos, em grande parte pelo mau exemplo dos que, chamando-se cristãos, abusavam dos nativos.

Em 9 de dezembro de 1531, a Virgem apareceu a um humilde índio convertido ao cristianismo, chamado Juan Diego, em um lugar denominado Tepeyac. Maria se apresentou como “a perfeita sempre Virgem Santa Maria, Mãe do verdadeiro Deus”.

A Rainha do Céu lhe encomendou que, em seu nome, pedisse ao bispo, o franciscano Juan de Zumárraga, a construção de uma Igreja no lugar da aparição.

O bispo não aceitou a ideia e a Virgem pediu a Juan Diego que insistisse. No dia seguinte, ele voltou a encontrar o bispo, que o examinou na doutrina cristã e lhe pediu provas objetivas do prodígio.

Na terça-feira, 12 de dezembro, a Virgem apareceu e consolou Juan Diego, dizendo: “Não tema…”,  porque seu tio já estava curado. Logo, convidou-o a subir ao topo da colina de Tepeyac para colher algumas flores e trazê-las para Ela.

Apesar da estação de inverno e da aridez do lugar, são Juan Diego encontrou flores muito belas e colocou-as em sua “tilma”. A Virgem, então, mandou que ele as apresentasse ao Bispo.

Estando na frente do bispo, o santo abriu sua “tilma” e deixou cair as flores. Na manta apareceu a imagem da Virgem de Guadalupe. O bispo e os demais presentes caíram de joelhos com grande assombro. Em seguida, o bispo pediu perdão.

No dia seguinte, foram ao monte Tepeyac, onde imediatamente as pessoas se ofereceram para elevar o templo. Juan Diego pediu permissão e foi pressurosamente ver seu tio Juan Bernardino, que tinha estado com a saúde muito debilitada. Ao chegar, viu que seu parente estava recuperado.

Ali, Juan Diego lhe contou o acontecido e o tio respondeu dizendo que a Virgem também lhe tinha aparecido e que havia pedido que contasse ao bispo sobre sua cura.

Com o manto, a Virgem trouxe reconciliação entre nativos e espanhóis porque, com os símbolos que ali apareciam, as duas culturas podiam entender perfeitamente a mensagem do Céu. Do mesmo modo, ajudou-lhes a compreender que a fé cristã não é propriedade de ninguém, a não ser um dom de amor para todos.

Nos 7 anos depois das aparições, houve uma conversão de 8 milhões de nativos – o que representa uma média de 3 mil homens por dia e que faz recordar a pregação de São Pedro no dia do Pentecostes, no qual também se converteram 3 mil homens.

A cada ano, aproximam-se da venerada imagem cerca de 20 milhões de fiéis e, no dia de sua festa, calcula-se que quase três milhões vão ao santuário.

“Quero muito, ardo de desejo de que aqui tenham a bondade de construir-me um pequeno templo, para ali O revelar a vocês, engrandecendo-O e entregar vocês a Ele, a Ele que é todo o meu amor, a Ele que é meu olhar compassivo, Àquele que é meu auxílio, Àquele que é minha salvação”, disse a Virgem do Guadalupe a são Juan Diego.

“Porque em verdade, tenho a honra de ser a mãe misericordiosa de todos vocês; tua e de todos os povos aqui nesta terra unidos e dos demais diferentes homens, que me amam, os que a mim clamam, os que me buscam, os que me honram confiando em minha intercessão. Porque ali estarei sempre disposta a escutar seu pranto, sua tristeza, para purificar, para curar todas as suas variadas misérias, suas penas, suas dores”, acrescentou a Mãe das Américas.

Fonte: ACI Digital

Thor, São Bonifácio e a origem da árvore de Natal

Quando pensamos em um santo, talvez em um primeiro momento não consideramos que essa pessoa seja ousada, empunhe um machado, um martelo ou que derrube árvores como os carvalhos. Entretanto, existe um santo assim, conhecido como são Bonifácio.

Este santo nasceu na Inglaterra por volta do ano 680. Bonifácio ingressou em um mosteiro beneditino antes de ser enviado pelo papa para evangelizar os territórios que pertencem a atual a Alemanha. Primeiro foi como um sacerdote e depois eventualmente como bispo.

Sob a proteção do grande Charles Martel (conhecido como Carlos Magno), Bonifácio viajou por toda a Alemanha fortalecendo as regiões que já tinham abraçado o cristianismo e levou a luz de Cristo àqueles que ainda não o conheciam.

A respeito deste santo, o papa Bento XVI disse no ano 2009 que “seu incansável trabalho, seu dom para a organização e seu caráter flexível, amigável e forte” foram fundamentais para o sucesso das suas viagens.

O escritor Henry Van Dyke o descreveu assim, em 1897, em seu livro The First Christmas Tree, (A primeira árvore de natal): “Que pessoa tão boa! Que boa pessoa! Era branco e magro, mas reto como uma lança e forte como um cajado de carvalho. Seu rosto ainda era jovem; sua pele suave estava bronzeada pelo sol e pelo o vento. Seus olhos cinzas, limpos e amáveis, brilhavam como o fogo quando falava das suas aventuras e das más ações dos falsos sacerdotes aos quais enfrentou”.

Aproximadamente no ano 723, Bonifácio viajou com um pequeno grupo de pessoas na região da Baixa Saxônia. Ele conhecia uma comunidade de pagãos perto de Geismar que, no meio do inverno, realizavam um sacrifício humano (onde a vítima normalmente era uma criança) a Thor, o deus do trovão, na base de um carvalho o qual consideravam sagrado e que era conhecido como “O Carvalho do Trovão”.

Bonifácio, acatando o conselho de um irmão bispo, quis destruir o Carvalho do Trovão não somente a fim de salvar a vítima, mas também para mostrar àqueles pagãos que ele não seria derrubado por um raio lançado por Thor.

O Santo e seus companheiros chegaram à aldeia na véspera de Natal, bem a tempo para interromper o sacrifício. Com seu báculo de bispo na mão, Bonifácio se aproximou dos pagãos que estavam reunidos na base do Carvalho do Trovão e lhes disse: “Aqui está o Carvalho do Trovão e aqui a cruz de Cristo que romperá o martelo do Thor, o deus falso”.

O verdugo levantou um martelo para matar o pequeno menino que tinha sido entregue para o sacrifício. Mas, o Bispo estendeu seu báculo para impedir o golpe e milagrosamente quebrou o grande martelo de pedra e salvou a vida deste menino.

Logo, dizem que Bonifácio disse ao povo: “Escutai filhos do bosque! O sangue não fluirá esta noite, a não ser que piedade se derrame do peito de uma mãe. Porque esta é a noite em que nasceu Cristo, o Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade. Ele é mais justo que Baldur, maior que Odim, o Sábio, mais gentil do que Freya, o Bom. Desde sua vinda, o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem chamaram em vão, é a morte. No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. Desta forma, a partir de agora vocês começarão a viver. Esta árvore sangrenta nunca mais escurecerá sua terra. Em nome de Deus, vou destruí-la”.

Então, Bonifácio pegou um machado que estava perto dele e, segundo a tradição, quando o brandiu poderosamente ao carvalho, uma grande rajada de vento atingiu o bosque e derrubou a árvore, inclusive as suas raízes. A árvore caiu no chão, quebrou-se em quatro pedaços.

Depois deste acontecimento, o Santo construiu uma capela com a madeira do carvalho, mas esta história foi muito além das destruições da poderosa árvore.

O “Apóstolo da Alemanha” continuou pregando ao povo alemão que estava assombrado e não podia acreditar que o assassino do Carvalho de Thor não tivesse sido ferido por seu deus. Bonifácio olhou mais à frente onde jazia o carvalho e assinalou um pequeno abeto e disse: “Esta pequena árvore, este pequeno filho do bosque, será sua árvore santa esta noite. Esta é a madeira da paz…É o sinal de uma vida sem fim, porque suas folhas são sempre verdes. Olhem como as pontas estão dirigidas para o céu. Terá que chamá-lo a árvore do Menino Jesus; reúnam-se em torno dela, não no bosque selvagem, mas em seus lares; ali haverá refúgio e não haverá ações sangrentas, mas presentes amorosos e gestos de bondade”.

Desta forma, os alemães começaram uma nova tradição nessa noite, a qual foi estendida até os nossos dias. Ao trazer um abeto a seus lares, decorando-o com velas e ornamentos e ao celebrar o nascimento do Salvador, o Apóstolo da Alemanha e seu rebanho nos mostraram o que hoje conhecemos como a árvore de Natal.

 

Fonte: ACI Digital

 

Hoje é celebrado são Francisco Xavier, o “são Paulo do Oriente”

Sacerdote jesuíta, padroeiro das missões, “são Paulo do Oriente”, assim é conhecido são Francisco Xavier, cuja memória litúrgica é celebrada hoje (3). Cofundador da Companhia de Jesus, empreendeu um amplo trabalho evangelizar na Índia, no Japão e na China.

Francisco Xavier nasceu em Navarra, Espanha, em 7 de abril de 1506, filho de uma nobre família. Aos 18 anos, foi estudar na Universidade de Paris, tendo se formado em Filosofia. Lecionava na mesma Universidade, onde conheceu Santo Inácio de Loyola, o fundador dos jesuítas.

Vendo em Francisco um homem que poderia ajudá-lo no seu propósito de defesa e propagação do cristianismo, Loyola costumava lhe dizer: “De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?” (Mc 8, 36). Foi esta frase que tocou o seu coração, fazendo com que se decidisse a seguir Cristo.

Graças aos exercícios espirituais de santo Ignácio, compreendeu o que seu amigo lhe dizia: “Um coração tão grande e uma alma tão nobre não podem se contentar com as efêmeras honras terrenas. Sua ambição deve ser a glória que dura eternamente”.

Consagrou-se ao serviço de Deus com os jesuítas em 1534. Anos depois foi ordenado sacerdote em Veneza. Mais adiante, estando em Roma, são Francisco Xavier ajudou Santo Ignácio na redação das Constituições da Companhia de Jesus.

Mais tarde, o rei de Portugal, dom João III, solicitou a Inácio de Loyola que organizasse alguns sacerdotes para acompanhar suas expedições ao Oriente e evangelizar na Índia. Quando este grupo já estava formado, um dos missionários adoeceu e Francisco Xavier tomou o seu lugar, partindo de Lisboa rumo ao Oriente.

Após uma longa viagem, são Francisco Xavier e seus companheiros chegaram a Goa, uma colônia portuguesa.

Neste local, o santo empreendeu um árduo trabalho de catequese. Atendia os doentes, celebrava Missa com os leprosos, ensinava os escravos e até adaptava as verdades do cristianismo à música popular. Pouco depois, suas canções eram cantadas nas ruas, casas, campos e locais de trabalho.

Mas, também foi testemunha dos abusos que os portugueses e pagãos cometiam contra os nativos, algo que ele mesmo descreveu como “um espinho que levo constantemente no coração”. Posteriormente, são Francisco Xavier escreveria ao rei de Portugal para denunciar os fatos.

Realizou sua missão evangelizadora um muitas cidades, povos e ilhas. Até que, em 1549, partiu para o Japão, onde, ao final de um ano, obteve cerca de cem conversões. As autoridades japonesas, então, proibiram-no de continuar o seu trabalho pastoral.

Realizou também incursões ao território chinês. Seguiu para a Malaca, de onde empreenderia a viagem à China, território inacessível para os estrangeiros. Partiu com uma expedição e chegou à ilha de Shang-Chawan, perto da costa e cem quilômetros ao sul de Hong Kong.  Ali, ficou doente e foi consumido por uma forte febre, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas 46 anos.

Seu caixão foi preenchido de barro para que posteriormente pudesse ser transladado. Depois de dez semanas, tiraram o barro e viram que seu corpo estava incorrupto e não tinha perdido a cor.

O corpo do santo foi levado a Malaca e finalmente foi transladado a Goa, onde os médicos comprovaram seu estado incorrupto. Ali, na Igreja do Bom Jesus, até hoje repousam parte de seus restos. Suas mãos, também incorruptas, estão em um relicário na igreja dos jesuítas em Roma.

São Francisco Xavier foi canonizado em 1622 junto com santo Inácio de Loyola, santa Teresa D’Ávila, são Felipe Neri e são Isidoro Lavrador.

O papa Bento XIV lhe outorgou o título de patrono da propagação da fé e patrono universal das missões. Em 1925, o papa Pio IX proclamou são Francisco Xavier, juntamente com santa Teresinha do Menino Jesus, padroeiro das missões.

Fonte: ACI Digital 

Como falar de Deus foi tema de catequese de Bento XVI há 12 anos

O papa Bento XVI respondeu à pergunta “Como falar de Deus”, na Audiência Geral de 28 de novembro de 2012, durante o Ano da Fé convocado por ele.

“A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. Portanto, a primeira condição para falar de Deus é a escuta daquilo que o próprio Deus disse”, disse o papa na Audiência Geral daquele dia.

Bento XVI disse que “Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus interessa-se por nós, ama-nos, entrou pessoalmente na realidade da nossa história e comunicou-se a si mesmo a ponto de se encarnar” em Jesus que ensina a “arte de viver”, o caminho da felicidade; “para nos libertar do pecado e para nos tornar filhos de Deus”.

“Falar de Deus”, continuou Bento XVI, “quer dizer, antes de tudo, ter bem claro o que devemos levar aos homens e às mulheres do nosso tempo: não um Deus abstrato, uma hipótese, mas um Deus concreto, um Deus que existe, que entrou na história e está presente na história; o Deus de Jesus Cristo como resposta à pergunta fundamental do porquê e do como viver”.

Por isso, “falar de Deus exige uma familiaridade com Jesus e com o seu Evangelho, supõe um nosso conhecimento pessoal e real de Deus, e uma forte paixão pelo seu desígnio de salvação, sem ceder à tentação do sucesso, mas seguindo o método do próprio Deus” que é “o da humildade – Deus faz-se um de nós-“.

“É o método realizado na Encarnação na simples casa de Nazaré e na gruta de Belém, o da parábola do pequeno grão de mostarda. É preciso não temer a humildade dos pequenos passos e confiar no fermento que se mistura com a massa e que, lentamente, a faz crescer”, exortou então o papa Bento XVI.

“Devemos estar atentos”, continuou, para “captar os sinais dos tempos na nossa época, ou seja, a identificar as potencialidades, os desejos, os obstáculos que se encontram na cultura atual, de modo particular o desejo de autenticidade, o anseio pela transcendência, a sensibilidade pela salvaguarda da criação, e comunicar sem temor a resposta oferecida pela fé em Deus”.

Este falar de Deus tem um lugar privilegiado na família, pois os pais são chamados a assumir “a responsabilidade de educar, de abrir as consciências dos pequeninos ao amor de Deus, como um serviço fundamental à sua vida, de ser os primeiros catequistas e mestres da fé para os seus filhos”.

“É importante ajudar todos os membros da família a compreender que a fé não é um peso, mas uma fonte de júbilo profundo, é entender a obra de Deus, reconhecer a presença do bem, que não faz ruído; e oferece orientações preciosas para viver bem a própria existência”.

Bento XVI concluiu dizendo que “falar de Deus quer dizer fazer compreender com a palavra e com a vida que Deus não é o concorrente da nossa existência, mas sobretudo o seu verdadeiro garante, o protetor da grandeza da pessoa humana”.

Fonte: ACI Digital