“Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo”, disse são João Paulo II ao iniciar o seu pontificado. Aquela data marcou a história do papa polonês, tanto que a Igreja determinou este mesmo dia, 22 de outubro, como data da memória litúrgica do santo.
Karol Wojtyla nasceu em 18 de maio de 1920, na cidade de Wadowice, na Polônia, onde viveu até 1938, quando se mudou para Cracóvia. Teve uma juventude muito dura pelo ambiente de ódio e destruição da Segunda Guerra Mundial com a invasão nazista. No outono de 1940, trabalhou como operário nas minas de pedra e depois numa fábrica química.
Mantendo-se firme na fé, em outubro de 1942, entrou no seminário clandestino de Cracóvia e foi ordenado sacerdote em 1º de novembro de 1946.
Em 1958, foi ordenado bispo, adotando como lema episcopal a expressão mariana Totus tuus (todo teu) de são Luís Maria Grignion de Montfort. Inicialmente, foi bispo auxiliar e, a partir de 1964, arcebispo de Cracóvia.
Participou em todas as sessões do Concílio Vaticano II, tendo deixado importantes contribuições nas constituições dogmáticas ‘Gaudium et Spes’ e ‘Lumen Gentium’. Em 26 de junho de 1967, foi criado cardeal papa são Paulo VI.
Quando, de maneira repentina, João Paulo I faleceu, em 1978, Karol Wojtyla foi eleito papa, na tarde de 16 de outubro, depois de oito escrutínios. Primeiro pontífice eslavo da história e primeiro não italiano depois de quase meio milênio.
De personalidade carismática, afirmou-se imediatamente pela grande capacidade comunicativa e pelo estilo pastoral fora dos esquemas. Com grande vigor, realizou muitas viagens: foram 104 internacionais e 146 na Itália; 129 países visitados nos cinco continentes. Estes dados lhe renderam o apelido de papa peregrino.
O Brasil recebeu a graça de sua visita em três ocasiões. A primeira, em 1980, foi também a primeira vez que um pontífice pisava em solo brasileiro. Na ocasião, presidiu beatificação do jesuíta espanhol José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo (SP), que foi canonizado em 2014 pelo papa Francisco. A segunda foi em 1991, quando visitou Santa Dulce dos Pobres, em Salvador (BA). A terceira e última aconteceu em 1997, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, no Rio de Janeiro (RJ).
Este encontro com as famílias, aliás, foi idealizado por são João Paulo II. Tal iniciativa, junto a outras ações em favor da vida e da família (entre elas a exortação apostólica ‘Familiaris Consortio’ e a carta encíclica ‘Evangelium Vitae’), fizeram com que ficasse conhecido como o papa da família.
Também foi uma iniciativa sua as Jornadas Mundiais da Juventude, nas quais se reuniu com milhões de jovens de todo o mundo.
Entre os números de seu pontificado, podem ser mencionadas as frequentes cerimônias de beatificação e canonização, durante as quais foram proclamados 1.338 beatos e 482 santos.
São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005 às 21h37, na noite prévia ao Domingo da Divina Misericórdia, data que ele mesmo instituiu.
Após 26 dias do seu falecimento, Bento XVI concedeu a dispensa dos cinco anos de expectativa prescritos permitindo o início da causa de canonização. Em 1º de maio de 2011, Bento XVI o proclamou beato e, em 27 de abril de 2014, papa Francisco o canonizou.
Em Missa presidida pelo Papa Francisco na Praça São Pedro neste 20 de outubro, foram elevados à honra dos altares os franciscanos Manuel Ruiz López e sete companheiros e os leigos Francisco, Mooti e Raffaele Massabkis, conhecidos como “Mártires de Damasco”; Pe. José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata; Ir. Elena Guerra, conhecida como “Apóstola do Espírito Santo” e a canadense Ir. Marie-Léonie Paradis, fundadora das Pequenas Irmãs da Sagrada Família de Sherbrooke.
Santa Missa e Canonização
HOMILIA DO SANTO PADRE
Praça de São Pedro
XXIX Domingo do Tempo Comum, 20 de outubro de 2024
Jesus pergunta a Tiago e a João: «Que quereis que vos faça?» (Mc 10, 36). E logo a seguir, desafia-os: «Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o batismo com que Eu sou batizado?» (Mc 10, 38). Jesus faz perguntas e, deste modo, ajuda-nos a discernir, porque as perguntas fazem-nos descobrir o que está dentro de nós, iluminam o que trazemos no coração. e que tantas vezes não sabemos.
Deixemo-nos interpelar pela Palavra do Senhor. Imaginemos que ele nos pergunta a cada um de nós: «O que queres que faça por ti?»; e a segunda pergunta «podes beber o meu cálice?»
Com estas perguntas, Jesus traz ao de cima o vínculo e as expectativas que os discípulos nutrem para com ele, com as luzes e sombras próprias de qualquer relação. Com efeito, Tiago e João estão ligados a Jesus, mas têm pretensões. Manifestam o desejo de estar perto dele, mas apenas para ocupar um lugar de honra, para desempenhar um papel importante, para “na sua glória, se sentarem um à sua direita e outro à sua esquerda” (cf. Mc 10, 37). Torna-se evidente que pensam em Jesus como Messias, um Messias vitorioso, glorioso e esperam que Ele partilhe a sua glória com eles. Veem em Jesus o Messias, mas pensam nele segundo a lógica do poder.
Jesus não se detém nas palavras dos discípulos, mas vai mais fundo, escuta e lê o coração de cada um deles e também de cada um de nós. E durante o diálogo, por meio de duas perguntas, procura trazer à tona o desejo que existe dentro daqueles pedidos.
Primeiro, pergunta: «Que quereis que vos faça?»; e esta interrogação revela os pensamentos dos seus corações, traz à luz as expectativas escondidas e os sonhos de glória que os discípulos cultivam secretamente. É como se Jesus perguntasse: “Quem queres que eu seja para ti?” E, assim, desmascara o que eles realmente desejam: um Messias poderoso e , um Messias vitorioso que lhes dê um lugar de honra. E tantas vezes na Igreja ocorre esse pensamento: a honra, o poder…
Depois, com a segunda pergunta, Jesus desmente esta imagem de Messias e ajuda-os, deste modo, a mudar de olhar, isto é, a converterem-se: «Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o batismo com que Eu sou batizado?». Revela-lhes, desta maneira, que não é o Messias que eles pensam que é; é o Deus de amor, que se abaixa para chegar aos que estão em baixo; que se faz fraco para levantar os fracos; que trabalha pela paz e não pela guerra; que veio para servir e não para ser servido. O cálice que o Senhor vai beber é a oferta da sua vida, e a sua vida que nos foi dada por amor, até à morte e morte de cruz.
E, portanto, à sua direita e à sua esquerda estarão dois ladrões, suspensos na cruz como Ele e não instalados confortavelmente em lugares de poder; dois ladrões pregados com Cristo na dor e não sentados na glória. O rei crucificado, o justo condenado torna-se escravo de todos: este é verdadeiramente o Filho de Deus! (cf. Mc 15, 39). Vence não quem domina, mas quem serve por amor. Repitamos: vence não quem domina, mas quem serve por amor. É o que nos recorda também a Carta aos Hebreus: «não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós» (Heb 4, 15).
Neste momento, Jesus pode ajudar os discípulos a converterem-se, a mudarem de mentalidade: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder» (Mc 10, 42). Mas não deve ser assim para aqueles que seguem um Deus que se fez servo a fim de chegar a todos com o seu amor. Quem segue Cristo, se quiser ser grande deve servir, aprendendo d’Ele.
Irmãos e irmãs, Jesus revela os pensamentos, Jesus revela os pensamentos, revela os desejos e as projeções no nosso coração, desmascarando por vezes as nossas expectativas de glória, domínio, de poder, de vaidade. Ele ajuda-nos a pensar já não segundo os critérios do mundo, mas segundo o estilo de Deus, que se faz último para que os últimos sejam erguidos e se tornem os primeiros. Faz-se último para que os últimos sejam reerguidos e se tornem os primeiros. Muitas vezes, estas perguntas de Jesus, com o seu ensinamento sobre o serviço, são tão incompreensíveis, incompreensíveis para nós como o eram para os discípulos. Porém, seguindo-O, percorrendo os Seus passos e acolhendo o dom do Seu amor que transforma a nossa maneira de pensar, também nós podemos aprender o estilo de Deus o estilo de Deus: o serviço. Não esqueçamos as três palavras que mostram o estilo de Deus para servir: proximidade, compaixão e ternura. Deus se faz próximo para servir; se faz compassivo para servir; se faz terno para servir. Proximidade, compaixão e ternura…
É a isto que devemos aspirar: não ao poder, mas ao serviço. O serviço é o estilo de vida cristão. Não se trata de uma lista de coisas a fazer, como se, uma vez realizadas, pudéssemos considerar terminado o nosso turno. Quem serve com amor não diz: “agora toca a outro”. Este é um pensamento de empregados, não de testemunhas. O serviço nasce do amor e o amor não conhece fronteiras, não faz cálculos, mas gasta-se e dá-se. O amor não se limita a produzir para ter resultados, nem é uma prestação ocasional; é sim algo que nasce do coração, um coração renovado pelo amor e no amor.
Quando aprendemos a servir, cada gesto de atenção e cuidado, cada expressão de ternura, cada obra de misericórdia torna-se um reflexo do amor de Deus. E assim todos nós – e cada um de nós – continuamos a obra de Jesus no mundo.
Nesta luz podemos recordar os discípulos do Evangelho, que hoje são canonizados. Ao longo da história conturbada da humanidade, foram servos fiéis, homens e mulheres que serviram no martírio e na alegria, como o Irmão Manuel Ruiz Lopez e seus companheiros. Trata-se de sacerdotes e consagradas fervorosos, e fervorosos de paixão, da paixão missionária, como o Padre Giuseppe Allamano, a Irmã Paradis Marie Leonie e a Irmã Elena Guerra. Estes novos santos viveram o estilo de Jesus: o serviço. A fé e o apostolado que realizaram não alimentaram neles desejos mundanos e avidez de poder; pelo contrário, eles fizeram-se servidores dos seus irmãos, criativos em fazer o bem, firmes nas dificuldades, generosos até ao fim.
Supliquemos com confiança a sua intercessão, para que também nós possamos seguir Cristo, segui-lo no serviço, e tornarmo-nos testemunhas de esperança para o mundo.
Você pode pedir uma bênção papal em várias ocasiões, como: Batismo, Primeira Comunhão, Crisma, Casamento, ou aniversário de casamento.
Antes, o documento com a bênção apostólica do Santa Padre só podia ser solicitado presencialmente no Vaticano. Agora, com advento da internet, esse procedimento pode ser realizado de forma online. Entretanto, vale destacar que bênção papal só pode ser solicitada em algumas ocasiões. A seguir, confira a lista e também informações para solicitar o documento.
A solicitação de forma presencial ainda é possível. Para isso, é preciso ir até a Esmolaria Apostólica, que tem um escritório dentro do Vaticano. Já a solicitação on-line pode ser feita a partir de um site exclusivo para esse procedimento. Nele, estão todas as informações necessárias para realizá-lo. Também é possível solicitar diretamente a Nunciatura Apostólica no Brasil, que é a Representação do Papa no Brasil e a única instituição no País autorizada a emitir as Bênçãos Pontifícias.
Assim como a Esmolaria Apostólica – Departamento da Santa Sé -, a Nunciatura Apostólica também destina as ofertas ao Papa Francisco para as obras de caridade do Santo Padre.
Escolha a ocasião para a qual se busca a Bênção Apostólica;
Escolha o modelo de pergaminho (de acordo com as várias ocasiões);
Insira os dados necessários para a preparação do pergaminho (pode-se solicitar um ou mais pergaminhos desta forma).
Informações necessárias para solicitar pergaminhos:
O nome e sobrenome da(s) pessoa(s) para quem a Bênção está sendo solicitada;
O motivo ou a ocasião que motivou o pedido;
A data, o nome da igreja e o lugar onde se realiza a ocasião e para o qual se pede a Bênção (todos necessários no caso de sacramento, profissão religiosa ou aniversário; a data da ocasião pode não estar a mais de seis meses, ou a menos de quatro meses a partir do dia do pedido);
O endereço (junto com o endereço de e-mail e número de telefone com prefixo internacional), onde o pergaminho deve ser postado.
Para solicitar cada tipo de Benção é necessário anexar no formulário uma carta de apresentação do Pároco ou do Bispo local, dependendo do tipo do pedido.
As circunstâncias em que você pode solicitar a bênção são:
A mensagem do Papa Francisco para o 98º Dia Mundial das Missões reflete sobre a Parábola do Banquete em (Mt 22,9). De fato ela sintetiza a ação missionária em três atitudes fundamentais. Primeiro : Ir ao encontro e convidar, que expressam uma Igreja em saída motivada e inspirada pelo amor e esperança gerados pela confiança de um Pai misericordioso que nos impulsiona e nos faz transbordar na Força do seu Espírito.
A segunda o conteúdo fascinante da missão: o banquete da plenitude e da comunhão com Deus, dimensão escatológica e já presente na eucaristia que celebramos. Utopia de alcançar a herança da filiação divina e da fraternidade em Cristo com todas as pessoas e criaturas.
A terceira atitude nos recorda a universalidade e abrangência total da missão, todos e absolutamente todos estão convidados e certamente questiona os reducionismos e preconceitos que não raro excluem pessoas, as estigmatizam e as fazem sentir-se inferiores ou não merecedoras do amor de Deus. Esta mensagem nos convida também a nós que queremos apesar de nossas falhas e limitações tornarmo-nos em missionários do seu amor e ternura.
Que o Senhor e fonte de toda missão e envio nos liberte e desperte de toda apatia, indiferença ou acomodação, rompendo e furando bolhas, muros e amarras que nos impedem de anunciar com alegria a Jesus e tornar nos Evangelizadores no Espírito. Como missionários e peregrinos da esperança que não decepciona, como cuidadores e guardiões da Criação, construtores da paz e promotores do diálogo, descubramos sempre a alegria de evangelizar e partilhar com todos/as a perola de infinito valor, Jesus Cristo, caminho verdade e vida, a beleza e o sentido pleno de nossa existência. Louvado seja Deus!
Na Vigésima oitava semana do Tempo comum do Evangelho de Marcos, um Jovem se aproximou de Jesus e perguntou: Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna? (Mc 10,17).
Uma pergunta que ecoou pelos séculos. Todos nos aproximamos de Jesus com ela. Seguimos pelo mundo sustentados por esta única esperança, de um dia sermos acolhidos na eternidade.
Entretanto, entre o desejo e a concretização do desejo residem muitas coisas.
É possível iludir-se com uma vida perfeita, e nada é mais danoso e prejudicial para a dinâmica do Evangelho e do Reino que esta extasia de si mesmo. A autocontemplação é sempre fruto de um egoísmo arraigado no recôndito mais sombrio da alma.
Ao ser perguntado por Jesus o que já havia feito para alcançar a vida eterna, o jovem respondeu o que sabia, pois seguia os mandamentos desde a sua juventude.
Estes mandamentos, com os quais havia se acostumado, e em certo sentido lhe eram relativamente fáceis de serem observados, porque era rico, nunca haviam lhe questionado a partir de dentro.
O seu aproximar-se de Jesus não foi sincero. Ele esperava ter a sua conduta validada e voltar para casa feliz! Esperava ser elogiado, mas se decepcionou quando Jesus lhe disse que não era suficiente apenas viver os mandamentos, era preciso mais.
Jesus não transige quanto aos princípios. Ele mesmo já havia dito aquilo que foi o maior escândalo para os judeus ao afirmar: “ouvistes o que está escrito, mas eu vos digo” (Mt 5).
O que estava escrito era uma referência direta a Moisés e as leis. Um famoso rabino estadunidense, Jacob Neusner, falecido em 2016, em seu livro, Um Rabino conversa com Jesus, expõe a essa fissura recorrente entre o judaísmo e o cristianismo.
Em seu diálogo imaginário com Jesus, Neusner concorda com quase tudo que o Mestre lhe diz. Concorda com os ensinamentos sobre o amor ao próximo e evolui num diálogo bastante promissor, envolvendo inclusive o modo cristão de rezar e a veneração à Virgem Maria.
Neusner, contudo, reconhece que têm um ponto de inflexão quando Jesus afirma, “ouvistes o que está escrito, mas eu vos digo”! A este ponto, o Rabino, melancolicamente, despede-se de Jesus, desejando-lhe boa sorte e afirmando que Jesus não era maior que Moisés. Exatamente aqui reside o mistério do discipulado que, tanto aquele Jovem, quanto Neusner, não foram capazes de colher, e é o principal para nós: Jesus é maior que Moisés. Ele nunca escondeu isso, e nós nunca duvidamos.
Há muitas implicações práticas sobre a afirmação de Jesus, pois não se trata somente de uma disputa figurativa semelhante àqueles que discutiam pelo caminho para saber quem era o maior. É bem mais que isso! É o desvelar teológico de uma esperança há muito sucumbida no coração de Israel, e que pode sucumbir também no nosso.
Assim, poderíamos enumerar que a lei, os profetas, o culto, os sacrifícios, fizeram parte da esperança do Povo de Deus, mas Jesus não pertence a nenhum deles. Jesus é aquele que de quem os profetas falaram, é o sacrifício perfeito para a nossa salvação e é a Lei vivente.
Ele tem autoridade sobre tudo e todos. Se Ele diz que a lei não vale mais, então ela não vale. Se Ele diz que a riqueza não é mais sinal das graças de Deus, então elas não é. Se Ele diz que não é pela força, violência e esperteza que se entra no Reino, então é assim mesmo.
O jovem desiludido não estava disposto e não podia compreender a seriedade do discipulado, por isso deu meia volta e foi embora.
Com Jesus não podemos mais olhar para o futuro. Ele é o futuro! Nele a história se firmou e se consumou. É isso que muitos teimam em contestar. Ao olhar novamente para lei ou para os sacrifícios humanos como busca de uma graça que Cristo já nos conquistou, comete-se um reducionismo no cerne da própria fé, como já alertou São Paulo: Depois de terem sido libertados pela Graça, desejais novamente voltar a escravidão?
Para concluir, e encontrar uma saída plausível para ser e fazer discípulo neste tempo, vale o raciocínio de Dostoievsky, em seu livro os Demônios, quando afirma: “Se alguém me provasse que Cristo está fora da verdade, e se realmente ficasse estabelecido que a verdade está fora de Cristo, eu preferiria Cristo à verdade”. Assim somos nós, pois ou Cristo é a verdade ou a verdade não existe.
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na realidade deste mundo, somos povo de Deus a caminho, vivendo a peregrinação da vida com a esperança de um dia podermos participar do banquete da vida eterna, na glória do Pai.
No mês de outubro, Mês Missionário e do Rosário, o nosso querido povo de Deus, participa intensamente das novenas, das procissões e romarias, promovidas pelas Paróquias, nas comunidades, ou pelos Santuários, principalmente os Santuários Marianos, onde Maria, a mãe de Jesus, é carinhosamente invocada sob vários títulos, entre eles o de Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.
Os peregrinos que se colocam a caminho para visitar um lugar sagrado simbolizam aqueles que estão em busca da pátria celeste. Com o coração aflito pelos acontecimentos da vida, vão até os Santuários em busca da proteção materna de Maria. E lá chegando, com os pedidos guardados no coração, erguem as mãos para expressar gratidão pelas graças alcançadas. Mas também, no silêncio, movidos pela fé, entreabrem os lábios para fazer uma prece e um pedido, que somente os ouvidos e a sensibilidade, cheia de ternura e de amor de um Pai, e um coração de Mãe, podem entender. Maria é a mãe que acolhe sem distinção o que cada filho ou filha carrega no seu coração, muitas vezes ferido, cheio de dor e de lágrimas, pela falta de amor e de esperança. Esperança de ter saúde e paz na vida e na família; esperança de ter a vida respeitada na sua dignidade e integridade.
Nesse peregrinar para a casa do Pai, muitos peregrinos buscam fortalecer o espírito de fé, na casa de Maria. Ali, no meio de muitos, eles não passam despercebidos pelo olhar do amor maternal de Maria. Há o peregrino com os pés feridos, pelo longo caminho percorrido, o peregrino que chega até o santuário, ajudado pela caridade e solidariedade dos irmãos, e o peregrino que vem pela primeira vez, movido mais pela curiosidade do que pela vontade interior de fazer um encontro com o Senhor Jesus, o filho de Deus. Há o peregrino de muitas romarias, que leva nos pés os calos e no coração a leveza da alma, de quem encontrou a paz do Senhor, no olhar de ternura de Maria, mãe de Jesus, da Igreja e nossa.
A Sagrada Escritura nos diz que em família peregrinaram também Jesus, Maria e José, a sagrada família de Nazaré. Peregrinar é sair do nosso lugar, do nosso comodismo, de nós mesmos, para ir ao encontro do Senhor. Peregrinar é caminhar na fé, junto com Maria, seguindo Jesus, caminho, verdade e vida que nos conduz ao Pai.
Antes de ouvir o “Vai e reconstrói a minha Igreja”, Francisco viveu uma forte experiência com Deus que mudou sua vida por completo.
Sexta-feira é um ótimo dia para partir em missão. Talvez, São Francisco de Assis, que celebramos neste dia 4 de outubro, tenha encontrado aquela igrejinha, que o Senhor pediu para que ele reconstruísse, em uma sexta. Bom, não sabemos ao certo. O que sabemos é que o Irmão de Assis não hesitou diante da Voz de Deus. Ele correu para correspondê-la.
Mas, antes de ouvir o “Vai e reconstrói a minha Igreja”, Francisco viveu uma forte experiência com Deus que mudou sua vida por completo. Ele era daqueles jovens populares que tinha muitos amigos e aproveitava as noitadas nas tabernas. Inclusive, se Francisco fosse do nosso tempo, com certeza, teria um feed no Instagram recheado de fotos de lugares, de amigos e até mesmo de namoradas… Enfim, Francisco era também revolucionário, lutava pela liberdade e tinha um imenso desejo de guerrear.
Contudo, depois de experimentar o amor de Deus de forma especial, o Irmão de Assis apaixonou-se pela pobreza, despojando-se de todos os seus bens. Francisco ofertou a sua vida por amor aos mais necessitados. Neles, Francisco via Jesus. Sua família não concordou com tal postura. Mas, firme em seu propósito, Francisco assumiu as consequências de suas escolhas até o fim. Por isso, o testemunho do Pobre de Assis alcança pessoas no mundo inteiro até hoje.
São Francisco e suas lições
Há várias lições que podemos tirar da vida de Francisco. Entre elas, estão a oração íntima com o Senhor, o louvor sincero e também a reta obediência à Santa Igreja. Diante do Crucifixo, o Irmão de Assis gastava tempo contemplando a Paixão de Jesus. O desejo de partir para a guerra passou a ser um ardente anseio de amar o Amor com toda a sua vida. Para isso, ele utilizava o louvor. Louvava a Deus por tudo, pela irmã terra, pelo irmão sol, pela irmã lua, por todas as criaturas… Francisco também escolheu obedecer inteiramente suas autoridades eclesiais.
“O homem vale o que é diante de Deus, e nada mais.”
O desapego aos bens materiais é mais uma das lições de Francisco. A partilha de vida, de bens e de dons foram vivenciadas pelo Irmão desde a sua experiência com Deus. Entretanto, vale destacar que na Vocação há uma forma própria para se vivê-la. Contudo, Francisco ensinou que a posse pesa e impede que os filhos de Deus alcem altos voos.
“Quero passar meu céu fazendo o bem na terra”, dizia Santa Teresa de Lisieux, conhecida como santa Teresinha do Menino Jesus, cuja festa é celebrada hoje (1º). A santa carmelita, mesmo com sua vida contemplativa, tornou-se a padroeira das missões e doutora da Igreja.
Santa Teresa viveu somente 24 anos. Mas, deixou um grande legado de amor para a Igreja, o qual se tornou muito conhecido com o passar do tempo.
Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em Alençon (França), em 2 de janeiro de 1873, filha do casal Louis Martin e Zélia Guérin, que foram canonizados em 2015 pelo papa Francisco.
Uma família modesta e temente a Deus, que teve como frutos oito filhos antes da caçula Teresa. Quatro deles, porém, morreram ainda novos, restando em vida Maria, Paulina, Leônia e Celina.
Teresinha entrou para o mosteiro das carmelitas em Lisieux aos 15 anos de idade, com a autorização do papa Leão XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.
Entregou-se com inteira decisão e consciência à tarefa de ser santa. Sem perder o ânimo, diante da aparente impossibilidade de alcançar os pontos mais elevados da renúncia de si mesma, costumava repetir: “Deus não inspira desejos impossíveis. Não tenho que me fazer mais do que sou, mas sim me aceitar tal como sou, com todas minhas imperfeições”.
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, livre como um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus e tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou a pequena via da infância espiritual.
Teresinha tinha um profundo desejo em seu coração de ter sido missionária “desde a criação do mundo até a consumação dos séculos”. Queria ser tudo, até que descobriu sua vocação: “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor”.
Santa Teresa morreu de tuberculose, em 30 de setembro de 1897, dizendo suas últimas palavras: “Oh!… amo-O. Deus meu,… amo-Vos!”.
Um ano depois de sua morte, a partir de seus escritos, foi publicado o livro “História de uma alma”, que conquistou o mundo porque deu a conhecer o muito que esta religiosa tinha amado Jesus.
Foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925, pelo papa Pio XI, que a declarou “Patrona Universal das Missões Católicas”, em 1927.
Em 19 de outubro de 1997, são João Paulo II a proclamou doutora da Igreja. Na ocasião, disse: “Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face é a mais jovem dos ‘Doutores da Igreja’, mas seu ardente itinerário espiritual manifesta tal maturidade, e as intuições de fé expressas em seus escritos são tão vastas e profundas, que lhe merecem um lugar entre os grandes professores do espírito”.
“O desejo que Teresa expressou de ‘passar seu céu fazendo o bem na terra’ segue cumprindo-se de modo admirável. Obrigado, Pai, porque hoje nos faz próxima de uma maneira nova, para louvor e glória de seu nome pelos séculos!”, concluiu são João Paulo II.
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste último domingo do mês de setembro, a Igreja Católica no Brasil celebra o Dia Nacional da Bíblia. Creio que é importante lembrar aos irmãos e irmãs, na camihada de fé, a importância da Palavra de Deus no processo de evangelização, na missão da Igreja e na nossa vida. Através da sua palavra, Deus criou e governa o mundo, e, ao mesmo tempo, escolheu e educou um povo. Jesus é a própria palavra de Deus – o “Verbo” –, mandada ao mundo para revelar a vontade do Pai e doar aos homens a adoção de filhos.
É bonito poder celebrar a presença e a força da Palavra de Deus, que orienta a nossa vida de fé e a vida da comunidade, que sabe colocar-se à escuta do Senhor, através da sua Palavra. Mas ouvir por ouvir a Palavra de Deus, muda pouca coisa na nossa vida de cristãos. Precisamos da coragem de perguntar: O que ela diz para a minha vida? O que o Senhor Jesus quer de mim? Abrir o coração para colocar-se na escuta de Deus é um grande passo e uma grande oportunidade que ele nos oferece, para começarmos a percorrer um caminho de discípulos, que querem estar próximo do Senhor, através da sua Palavra, encarnada e testemunhada na nossa vida de fé, comprometida com os valores do Reino anunciado por Jesus. Através da Palavra, Deus fala ao nosso coração de filhos e filhas. Através da oração na Palavra, podemos percorrer o caminho do encontro pessoal com Jesus Cristo. Ele quer tocar o nosso coração e nos falar do amor e da misericórdia do Pai.
A Palavra de Deus também age no mundo através do anúncio, para a salvação de quem a acolhe com fé, a ela se confia e a pratica. Por isso, são bem-aventurados aqueles que a escutam, a guardam no coração e por ela conduzem a vida de fé, na comunhão com o Senhor e com os irmãos, na vida da comunidade.
Na exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, o Papa Francisco recorda que “toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte de evangelização. Por isso, é preciso formar-se continuamente na escuta da Palavra… A Palavra de Deus ouvida e celebrada, sobretudo na Eucaristia, alimenta e reforça interiormente os cristãos e os torna capazes de um autêntico testemunho evangélico na vida diária… A Palavra proclamada, viva e eficaz, prepara a recepção do Sacramento e, no Sacramento, essa Palavra alcança a sua máxima eficácia” (EG 174).
No caminho da história, foi Deus quem sempre deu o primeiro passo, com a sua Palavra e a sua obra para julgar e salvar, para revelar-se e conduzir a humanidade à liberdade e à vida plena e perfeita. Ele sempre esteve presente na história, para manifestar o seu amor e a sua verdade, e para inaugurar o seu Reino e a sua obra de salvação. Para escutar a sua palavra criou o homem, convidando-o também para colaborar no projeto divino de salvação, com a sua liberdade e com o seu compromisso de fé e vida.
Francisco manifestou satisfação por visitar a Bélgica, e disse que quando “se pensa neste País, evoca-se ao mesmo tempo algo pequeno e grande, um país ocidental e simultaneamente central, como se fosse o coração pulsante de um organismo imenso”. O Pontífice falou sobre os “dramáticos acontecimentos do abuso de menores, um flagelo que a Igreja está enfrentando com decisão e firmeza”.
O Papa Francisco encontrou-se com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo diplomático, nesta sexta-feira (27/09), no Castelo Real de Laeken, na Bélgica, segunda etapa de sua 46ª Viagem Apostólica Internacional.
Francisco manifestou satisfação por visitar a Bélgica, e disse que quando “se pensa neste País, evoca-se ao mesmo tempo algo pequeno e grande, um país ocidental e simultaneamente central, como se fosse o coração pulsante de um organismo imenso”.
“A Bélgica não é um Estado muito extenso, mas a sua história peculiar fez com que, imediatamente depois da Segunda Guerra Mundial, os povos europeus, cansados e exaustos, iniciando um sério caminho de pacificação, colaboração e integração, olhassem para ela como a sede natural das principais instituições europeias. Por se situar nos limites entre o mundo germânico e o mundo latino, fazendo fronteira com a França e a Alemanha, que mais encarnaram as antíteses nacionalistas da origem do conflito, surgiu como lugar ideal, quase uma síntese da Europa, de onde partir para a sua reconstrução, física, moral e espiritual”, frisou o Papa.
A Bélgica é uma ponte
Poderia-se dizer que a Bélgica é uma ponte: entre o continente e as ilhas britânicas, entre as regiões germânicas e francófonas, entre o sul e o norte da Europa. Uma ponte para permitir a expansão da concórdia, fazendo retroceder os conflitos. Uma ponte onde cada um, com a sua língua, a sua mentalidade e as suas convicções, se encontra com o outro e escolhe a palavra, o diálogo e a partilha como meios de relação. Uma ponte, portanto, indispensável à construção da paz e ao repúdio da guerra.
Segundo o Papa, a Europa precisa da Bélgica “para se lembrar da sua história, feita de povos e culturas, de catedrais e universidades, de conquistas do engenho humano, mas também de muitas guerras e de uma vontade de domínio que, por vezes, se converteu em colonialismo e exploração. A Europa precisa da Bélgica para prosseguir na via da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”.
“Na verdade, a concórdia e a paz não são uma conquista alcançada de uma vez por todas, mas antes uma tarefa e uma missão incessante a cultivar, a cuidar com tenacidade e paciência.”
Porque quando os seres humanos deixam de recordar o passado e ser educados por ele, esquecendo o sofrimento e os custos assustadores pagos pelas gerações anteriores, ficam com a desconcertante capacidade de voltar a cair mesmo depois de se terem finalmente reerguido.
“A história, magistra vitae tantas vezes não escutada, da Bélgica convoca a Europa a retomar o seu caminho, a redescobrir o seu verdadeiro rosto, a investir de novo no futuro, abrindo-se à vida, à esperança, para vencer o inverno demográfico e o inferno da guerra”, disse ainda Francisco.
O abuso na Igreja é uma vergonha
A seguir, o Papa disse que “a Igreja Católica quer ser uma presença que, testemunhando a sua fé em Cristo Ressuscitado, oferece aos indivíduos, às famílias, às sociedades e às Nações uma esperança antiga e sempre nova”. A Igreja “anuncia uma Notícia que pode encher os corações de alegria e, com obras de caridade e inúmeros testemunhos de amor ao próximo, procura oferecer sinais concretos e provas do amor que a move. Entretanto, vive na realidade das culturas e das mentalidades de um determinado tempo, ajudando a plasmá-las ou, por vezes e de algum modo, ressentindo-se delas; porém, nem sempre compreende e vive a mensagem evangélica na sua pureza e plenitude”, acrescentando:
De acordo com Francisco, “a Igreja vive nesta perene coexistência de luz e sombra, muitas vezes com frutos de grande generosidade e esplêndida dedicação, e outras vezes, infelizmente, com o aparecimento de dolorosos contra-testemunhos. Estou a pensar nos dramáticos acontecimentos do abuso de menores, um flagelo que a Igreja está enfrentando com decisão e firmeza, escutando e acompanhando as pessoas feridas e implementando em todo o mundo um programa capilar de prevenção“.
“Irmãos e irmãs, esta é uma vergonha! Uma vergonha que hoje todos nós devemos enfrentar, pedir perdão e resolver o problema: a vergonha do abuso, do abuso de menores. Pensamos na época dos santos inocentes e dizemos: ‘Oh! Que tragédia, o que fez o rei Herodes’, mas hoje na Igreja existe este crime e a Igreja deve se envergonhar e pedir perdão, e tentar resolver essa situação com humildade cristã, fazendo todos os esforços para que isso não aconteça mais.”
O Pontífice sublinhou a esse propósito, que alguém lhe diz que, “segundo as estatísticas, a grande maioria dos abusos ocorre na família ou no bairro ou no mundo do esporte, na escola”. “Apenas um abuso é suficiente para se envergonhar. Na Igreja, devemos pedir perdão por isso e que os outros peçam perdão por sua parte. Essa é a nossa vergonha e nossa humilhação“, observou Francisco.
As “adoçoes forçadas” na Bélgica
Ainda sobre os abusos, o Papa recordou o problema das “adoções forçadas” que ocorreram “na Bélgica nos anos 50 e 70 do século passado”. “Nessas histórias espinhosas, o fruto amargo de um delito e de um crime misturava-se com o que, infelizmente, era o resultado de uma mentalidade prevalecente em todos os estratos da sociedade, de tal modo que aqueles que agiam de acordo com ela, em consciência, acreditavam fazer o bem, tanto à criança como à mãe”, disse ainda Francisco.
“Muitas vezes, a família e os outros agentes sociais, incluindo a Igreja, consideravam que, para eliminar o estigma negativo que, infelizmente, recaía sobre a mãe solteira naquela época, era preferível, para o bem de ambos, mãe e filho, que este último fosse adotado. Houve até casos em que não foi dada a possibilidade a algumas mulheres de escolher entre ficar com a criança ou dá-la para adoção.”
“Como sucessor do Apóstolo Pedro, peço ao Senhor que a Igreja encontre sempre dentro de si a força para esclarecer e não se conformar com a cultura dominante, mesmo quando esta – manipulando-os – usa valores derivados do Evangelho, para deles tirar conclusões indevidas, com consequências pesadas de sofrimento e exclusão”, sublinhou Francisco.
O Papa disse ainda que reza “para que os dirigentes das Nações, ao olharem para a Bélgica e para a sua história, saibam aprender com ela e poupem assim os seus povos de desgraças e lutos sem fim”. “Rezo para que os governantes saibam assumir a responsabilidade, o risco e a honra da paz e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra. Rezo para que temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam os seus olhos e corações, colocando sempre em primeiro lugar o bem comum”, conclui o Papa.
Uma das santas mais amadas do mundo, Teresa de Lisieux atraiu amigos espirituais até mesmo entre santos. Conheça alguns.
Santa Teresinha atraiu muitos devotos ao longo da história. “É uma das santas mais amadas em todo o mundo até mesmo por não-cristãos e não-crentes”, como escreveu o Papa Francisco na Exortação Apostólica C’est la confiance. Veja a seguir alguns santos e personalidades que nutriram uma amizade espiritual com a santa das rosas.
Papa Francisco
A primeira personalidade da nossa lista é o próprio Papa Francisco. O Pontífice já reconheceu algumas vezes sua devoção a santinha. “Quando tenho um problema, peço à santa que não o resolva, mas que tome nas mãos dela e me ajude a aceitá-lo.”
Papa João Paulo II
São João Paulo II também nutriu uma devoção particular a Santa Teresinha. Foi ele inclusive que a declarou Doutora da Igreja, única santa a ter esse reconhecimento nos seus 26 anos de pontificado. “Teresa é Mestra para o nosso tempo, sedento de palavras vivas e essenciais, de testemunhos heroicos e críveis”.
João Paulo I
O Papa do sorriso conta que conheceu Santa Teresinha ainda na sua juventude. “Querida pequena Teresa, eu tinha dezessete anos quando li sua autobiografia. Isso me impressionou à força … Depois de escolher o caminho da completa dedicação a Deus, nada poderia impedi-lo: nem doenças, nem oposição de fora., nem a névoa ou a escuridão interior”.
Madre Teresa de Calcutá
Batizada como Agnes, Madre Teresa conta que escolheu o nome religioso por sua devoção a santinha das rosas. “Escolhi Teresa como meu homônimo, porque ela fazia coisas comuns com um amor extraordinário”. Muitas vezes mencionava seu amor pela “Pequena Flor” em suas reflexões sobre o amor e a caridade.
Charles de Foucauld
Santa Teresinha também inspirou o monge missionário, que cultivou uma vida cheia de simplicidade e entrega a Deus como fez a santinha.
Maximiliano Kolbe
Como recém sacerdote, São Maximiliano ofereceu sua primeira Missa com a intenção de beatificação e canonização da então irmã Teresa. Ele também dedicou suas missões asiáticas a querida santinha.
O papa Francisco se encontrou ontem (25) com jovens que participam do encontro anual da Economia de Francisco no qual o movimento pela mudança econômica, inspirado pelo papa, lançou uma fundação permanente.
“Não são os grandes e os poderosos que mudam o mundo para melhor: é o amor que é o primeiro e maior fator de mudança”, disse ontem (25) o papa aos membros fundadores da fundação e outras pessoas de mais de 30 países reunidas no Vaticano.
Segundo um anúncio na rede social Instagram, a nova fundação, instituída formalmente na segunda-feira (23), vai trabalhar em três áreas: pesquisa e estudo; negócios e inovação; e educação e cultura.
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Imediatamente após o seu batismo no Jordão, Jesus “foi conduzido pelo Espírito para o deserto, a fim de ser tentado pelo diabo” (Mt 4, 1) – assim reza o Evangelho de Mateus. A iniciativa não é de satanás, mas de Deus. Indo para o deserto, Jesus obedece a uma inspiração do Espírito Santo, não cai numa armadilha do inimigo, não! Uma vez superada a provação, Ele – está escrito – voltou para a Galileia “com o poder do Espírito Santo” (Lc 4, 14).
No deserto, Jesus livrou-se de satanás e agora pode libertar de satanás. É isto que os Evangelistas realçam com as numerosas histórias de libertação de endemoninhados. Jesus diz aos seus opositores: “Se é em virtude do Espírito de Deus que expulso demônios, então o Reino de Deus chegou entre vós” (Mt 12, 27).
Hoje assistimos a um estranho fenômeno relativo ao diabo. A um certo nível cultural, considera-se que ele simplesmente não existe. Seria um símbolo do inconsciente coletivo, ou da alienação, em síntese, uma metáfora. Mas “a maior astúcia do demônio é levar a crer que ele não existe”, como alguém escreveu (Charles Baudelaire). É astuto: faz-nos crer que não existe e assim domina tudo. É ardiloso! E, no entanto, o nosso mundo tecnológico e secularizado está repleto de magos, ocultismo, espiritismo, astrólogos, vendedores de feitiços e amuletos e, infelizmente, de verdadeiras seitas satânicas. Expulso pela porta, o diabo voltou a entrar, dir-se-ia, pela janela. Expulso pela fé, volta a entrar com a superstição. E se fores supersticioso, inconscientemente dialogas com o diabo. Com o diabo não se conversa!
A provação mais forte da existência de satanás não está nos pecadores, nem nos endemoninhados, mas nos santos! “E porquê, Padre?”. Sim, é verdade que o diabo está presente e age mediante certas formas extremas e “desumanas” de maldade e perversidade que vemos à nossa volta. Mas por este caminho, nos casos individuais, é praticamente impossível chegar à certeza de que se trata precisamente dele, dado que não podemos saber exatamente onde termina a sua ação e onde começa a nossa própria maldade. Por isso, a Igreja é muito prudente e rigorosa no exercício do exorcismo, ao contrário do que se verifica, infelizmente, em certos filmes!
É na vida dos santos, precisamente ali, que o diabo é obrigado a manifestar-se, a pôr-se “contra a luz”. Uns mais, outros menos, todos os santos, todos os grandes crentes, dão testemunho da sua luta contra esta realidade obscura, e não se pode honestamente supor que todos eram iludidos ou simples vítimas dos preconceitos do seu tempo.
A batalha contra o espírito maligno vence-se como Jesus a venceu no deserto: com a força da palavra de Deus. Vede que Jesus não conversa com o diabo, nunca dialoga com o demônio. Ou o expulsa, ou o condena, mas nunca dialoga. E, no deserto, não responde com a sua palavra, mas com a palavra de Deus. Irmãos e irmãs, nunca dialogueis com o diabo! Quando ele vem com tentações: “mas isto seria bom, aquilo seria bom”, detém-te! Eleva o teu coração ao Senhor, reza a Nossa Senhora e expulsa-o, como Jesus nos ensinou a expulsá-lo. São Pedro sugere também outro meio, de que Jesus não necessitava, mas nós sim, a vigilância: “Sede sóbrios, vigiai. O vosso inimigo, o diabo, anda às voltas como leão que ruge, procurando a quem devorar” (1 Pd 5, 8). E São Paulo diz-nos: “Não deis ocasião ao diabo” (Ef 4, 27).
Depois que Cristo, na cruz, derrotou para sempre o poder do “príncipe deste mundo” ( Jo 12, 31), o diabo – dizia um Padre da Igreja – “está preso, como um cão acorrentado; não pode morder ninguém, a não ser aqueles que, desafiando o perigo, se aproximam dele… Pode ladrar, pode insistir, mas não pode morder, exceto quem o quiser”. [1] Se fores tolo e disseres ao diabo: “Ah, como estás?”, ele arruinar-te-á. O diabo? À distância! Com o diabo não se dialoga. Devemos afugentá-lo. Distância. E todos nós, todos, temos a experiência de como o diabo se aproxima com alguma tentação, sobre os dez mandamentos. Quando sentirmos isto, paremos, distância! Não nos aproximemos do cão acorrentado!
A tecnologia moderna, por exemplo, além de muitos recursos positivos que devem ser apreciados, oferece também inúmeros meios para “dar ocasião ao diabo”, e muitos caem nela. Pensemos na pornografia na internet, por detrás da qual existe um mercado deveras florescente, todos o sabemos. É o diabo que trabalha ali. Trata-se de um fenômeno muito difundido, que, no entanto, os cristãos devem ter em conta e rejeitar vigorosamente. Pois qualquer telemóvel tem acesso a esta brutalidade, a esta linguagem do diabo: a pornografia na internet.
A consciência da ação do diabo na história não deve desencorajar-nos. O pensamento final deve ser, até neste caso, de confiança e segurança: “Estou com o Senhor, vai-te embora!”. Cristo venceu o demônio e concedeu-nos o Espírito Santo para fazer nossa a sua vitória. A própria ação do inimigo pode tornar-se vantajosa para nós se, com a ajuda de Deus, a pusermos ao serviço da nossa purificação. Peçamos, pois, ao Espírito Santo, com as palavras do hino Veni Creator:
“Afasta de nós o inimigo
e concede-nos depressa a paz.
Contigo que nos guias
evitaremos todo o mal!”.
Prestai atenção, pois o diabo é astuto. Mas nós, cristãos, com a graça de Deus, somos mais espertos do que ele. Obrigado!