CNBB LANÇA, EM REUNIÃO DO SEU CONSELHO EPISCOPAL PASTORAL, A TRADUÇÃO BRASILEIRA DA TERCEIRA EDIÇÃO TÍPICA DO MISSAL ROMANO

 

Foi lançada na reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na terça-feira, 19 de setembro, a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, segundo livro litúrgico mais importante na liturgia da Igreja depois do Evangeliário. O lançamento foi transmitido pela Rede de Vida de televisão e redes sociais da CNBB e Edições CNBB.

Organizada pela Assessoria de Comunicação, Edições CNBB e Comissão Episcopal para a Liturgia, a cerimônia contou com a participação do Núncio Apostólico do Brasil, dom Giambattista Diquattro, do arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, do bispo auxiliar de Brasília, secretário-geral e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers e do presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, o bispo de Bonfim (BA), dom Hernaldo Pinto Farias.

O presidente da CNBB definiu o lançamento da terceira edição típica do Missal Romano como um “marco histórico” da caminhada da Conferência dos bispos e da Igreja no Brasil. “Devemos e precisamos reconhecer o imenso trabalho desenvolvido ao longo de quase duas décadas para que esta nova tradução do Missal se tornasse realidade”, disse.

Dom Jaime Spengler agradeceu o trabalho da Comissão de Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel), com destaque ao arcebispo emérito de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio, falecido dia 26 de julho deste ano. Agradeceu também o empenho da equipe da Edições CNBB na cuidadosa edição da publicação. “A Igreja que reza, a Igreja orante se inspira no passado, se expressa no presente e olha para o futuro. A liturgia antes de um raciocinar é um ser, antes de um fazer é um crer e viver”, disse.

Percurso da reforma conciliar

O Núncio Apostólico do Brasil, dom Giambattista Diquattro, enalteceu o fato de a CNBB lançar a tradução da terceira edição típica do Missal após os 50 anos da primeira publicação do Missal Romano por Paulo VI.

O representante do Papa Francisco destacou que o resultado do trabalho reflete a orientação traçada pelo Concílio Vaticano II sem deixar de respeitar a tradição e o legítimo progresso nos livros litúrgicos. “Esta edição representa, portanto, a última etapa no caminho da Igreja fiel ao percurso traçado pela reforma conciliar”, disse.

Durante a cerimônia, foi apresentado, em um vídeo, o passo a passo da tradução, processo que levou 19 anos de trabalho. A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo do Missal, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel). A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.

Confira, no vídeo abaixo, o passo a passo da tradução

 

Beleza da liturgia e dos ritos da Igreja Católica

O presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, o bispo de Bonfim (BA), dom Hernaldo Pinto Farias fez referência aos colaboradores e peritos da tradução, fruto de um trabalho que definiu como verdadeiramente sinodal. “Foi muito importante a revisão da tradução do missal para fazer aparecer na liturgia a riqueza teológico-litúrgica. Neste Missal, encontraremos o que é a celebração eucarística, sacramento maior da vida da Igreja”, disse.

O bispo, que também foi membro da Cetel, disse que a tradução respeitou a tradição cristã da Igreja uma vez que cuidou de textos das orações que são do primeiro século da Era Cristã e carregam uma teologia da Eucarístia e também uma atitude de obediência à Igreja, o que requer uma formação litúrgica para superar intervenções arbitrárias que podem ser cometidas na liturgia.

“Esse Missal, portanto, é fruto das decisões do Concílio Vaticano II sob as autoridades dos Papa Paulo VI e João Paulo II. É a única Lex Orandi do Rito Romano. Devemos tocá-lo, meditá-lo e assimilá-lo para não ficarmos apenas atentos às novidades e mudanças, mas sobretudo para saborearmos a beleza da liturgia e recuperarmos nosso encanto para com os ritos da Igreja Católica”, disse.

O secretário-geral e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers, apresentou durante a cerimônia dados mais técnicos e curiosidades sobre a edição do Missal Romano à qual classificou como “primorosa”.  Dom Ricardo enfatizou ainda a estratégia e o processo logístico pensando para fazer o missal chegar a todas as dioceses do Brasil até o dia 3 de dezembro, primeiro domingo do Advento, prazo estabelecido para que todas as comunidades católicas celebrem unidas a partir desta terceira edição do Missal Romano.

Confira, abaixo, a íntegra da cerimônia de lançamento:

 

Reunião do Consep

A reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) acontece na sede da CNBB, dias 19 e 20, com a seguinte pauta: 3ª Edição Típica do Missal Romano, Campanha da Fraternidade 2025, convênios com Timor-Leste e Moçambique, Mês da Bíblia (2023 e 2024) – Carta aos Efésios, Comissão para o Jubileu da Esperança, Igreja Sinodal e Sínodo – outubro de 2023 e 2024, Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi e comunicações das Comissões Episcopais e articulação Pastoral da Moradia e Favela.

Fonte: CNBB

Papa: não esqueçam que são os pobres que nos abrirão a porta do céu

Francisco deu continuidade ao percurso de catequeses sobre a paixão pela evangelização, concentrando-se, nesta quarta-feira (20), no testemunho de São Daniel Comboni, um apóstolo repleto de zelo pela África e com um grande desejo de tornar os cristãos protagonistas da ação evangelizadora.


Na audiência geral desta quarta-feira, 20 de setembro, o Papa Francisco recebeu os fiéis na Praça São Pedro, e durante a catequese, deu continuidade ao ciclo de reflexões sobre a paixão pela evangelização. O Santo Padre apresentou o testemunho de São Daniel Comboni, que desenvolveu seu apostolado na África.

Francisco iniciou destacando que São Daniel continuamente lutava contra o horror da escravidão, da qual era testemunha. “A escravidão “coisifica” o homem, cujo valor se reduz a ser útil a alguém ou a alguma coisa. Mas Jesus, Deus feito homem, elevou a dignidade de cada ser humano e desmascarou a falsidade da escravidão. Comboni, à luz de Cristo, tomou consciência do mal da escravatura” sublinhou o Papa, “e compreendeu, além disso, que a escravidão social está enraizada em uma escravidão mais profunda, a do coração, a do pecado, da qual o Senhor nos liberta”.

O apelo continuo contra a exploração 

O Pontífice afirmou que os cristãos são chamados a combater contra todas as formas de escravidão, e ressaltou: “a escravidão, tal como o colonialismo, não é uma recordação do passado.” O Papa também sublinhou a atualidade deste tema, e disse que a África tão amada por Comboni, ainda hoje é dilacerada por muitos conflitos políticos e econômicos, que não deixam de ser tipos de escravidão.

Francisco renovou o seu apelo, como havia feito em Kinshasa, no inicio deste ano: “Basta de sufocar a África: não é uma mina a ser explorada ou um solo a ser saqueado”.

Os protagonistas da evangelização

Ao aprofundar na história de São Daniel, o Papa recordou que o missionário, depois de passar um período inicial na África, teve que deixar aquela terra por motivos de saúde: “Muitos missionários morriam após contraírem doenças, aliado à falta de conhecimento da situação local. Contudo, se outros abandonavam a África, Comboni não o fez”. Depois de um tempo de discernimento, sentiu que o Senhor o inspirava com um novo caminho de evangelização, que ele sintetizou nestas palavras: “Salvar a África com a África”.

Para Francisco esta é uma intuição poderosa, que contribuiu para renovar o compromisso missionário: as pessoas evangelizadas não eram apenas “objetos”, mas “sujeitos” da missão, e São Daniel desejava tornar todos os cristãos protagonistas da ação evangelizadora, e assim com este espírito, destacou o Papa, “pensou e agiu de forma integral, envolvendo o clero local e promovendo o serviço leigo dos catequistas, que são um tesouro da Igreja: os catequistas são aqueles que vão adiante na evangelização”, sublinhou Francisco.

“Quão importante é, ainda hoje, fazer progredir a fé e o desenvolvimento humano a partir de contextos de missão, em vez de transplantar modelos externos ou limitar-se a um estéril assistencialismo! Nem modelos externos nem assistencialismo. Extrair da cultura dos povos o caminho para a evangelização. Evangelizar a cultura e inculturar o Evangelho andam juntos.”

A paixão missionária

O Papa afirmou que a missão de Comboni, todavia, não foi fruto de seu esforço humano, mas foi movido pela sua coragem e motivado somente por valores importantes, como a liberdade, a justiça e a paz; o seu zelo nasceu da alegria do Evangelho, inspirava-se no amor de Cristo e levava ao amor por Cristo.

“A fonte da capacidade missionária, para Comboni, é, portanto, a caridade, em particular o zelo em fazer próprios os sofrimentos dos outros, em senti-los na própria pele e em saber aliviá-los, como bons cireneus da humanidade.”

Sobre a missão de São Daniel, o Santo Padre disse que sua paixão pela evangelização nunca o levou a agir como solista, mas sempre em comunhão, e alertou para o drama do Clericalismo, onde se formam sujeitos de “pescoço torto”, cheios de egoísmo e de si mesmos, que não cuida como se deve da salvação e conversão das almas.

Os crucificados dos dias atuais

Francisco afirmou que Comboni é testemunha do amor do Bom Pastor, que vai procurar quem está perdido e dá a vida pelo rebanho. “Seu zelo foi enérgico e profético em opor-se à indiferença e à exclusão. Nas suas cartas recordava com tristeza a sua amada Igreja, que durante demasiado tempo se esqueceu de África”, lembrou o Santo Padre.

O Papa também destacou que o sonho de São Daniel era ver uma Igreja que faça causa comum com os crucificados da história, para experimentar com eles a ressurreição.

“Neste momento, eu lhe dou uma sugestão. Pensem nos crucificados da história de hoje: homens, mulheres, crianças, idosos que são crucificados por histórias de injustiça e dominação. Vamos pensar neles e rezar por eles.”

Um testemunho vindo do Brasil

“Antes de vir para cá, tive uma reunião com legisladores brasileiros que trabalham para os pobres, que tentam promover os pobres com assistência e justiça social. E eles não se esquecem dos pobres: eles trabalham para os pobres”, contou Francisco, ao concluir a catequese ao dizer da importância do testemunho que escutou do trabalho que este grupo faz pelos mais necessitados, e fez um convite: “não se esqueçam dos pobres, porque serão eles que abrirão a porta do céu”.

Os brasileiros que encontraram com o Papa Francisco vieram ao Vaticano para entregarem ao Papa o prêmio Zilda Arns. A audiência privada durou cerca de trinta minutos e aconteceu na antesala da Sala Paulo VI. O grupo é composto por sete Deputados Federais que fazem parte da Comissão em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cidoso): Aliel Machado Bark, José Dias de Castro Neto, Reimont Luiz Otoni Santa Barbara, Flávia Carreiro Albuquerque Morais, Simone Aparecida Curraladas dos Santos, Leandre dal Ponte e José Haroldo Figueiredo Campo.

O prêmio Zilda Arns é uma forma de reconhecimento às pessoas e instituições que contribuíram ou têm contribuído ativamente na defesa dos direitos das pessoas idosas. O prêmio consiste em um diploma de menção honrosa, concedido anualmente a até cinco homenageados.

Fonte: Vatican News

Cristologia em Santa Teresinha: “Ela não fala de si, mas de Deus na vida dela”

A cristologia em Santa Teresinha é uma experiência que nasceu com o mistério da própria vocação da santa.

[,,,]Daniel Ramos, aprofundou a dimensão da cristologia na vida desta santa doutora da Igreja, que tem como chave de leitura da própria vida o Amor esponsal e materno.

Em “História de Uma Alma”, Teresinha começa a cantar o cântico que repetirá eternamente as misericórdias do Senhor. Ela não fala de si, mas de Deus na vida dela, de Deus que transforma alguém fraco em santo”, frisou Ramos, doutor em teologia e membro do Instituto Parresia, braço acadêmico da Comunidade.

“A cristologia em Santa Teresinha é uma experiência que nasceu com o mistério da própria vocação da santa. Deus a chamou não porque ela merecia, mas porque queria estar com ela. Da mesma forma acontece em nossa vida. “Deus é simples. As coisas complicadas acabam confundindo nossa cabeça. ‘Não complique porque Eu não complico, quero estar contigo”, apontou Ramos.

No decorrer da formação, Ramos chamou a atenção para os seguintes aspectos cristológicos na pequena via do amor:

Jesus entre os pecadores

“Jesus queria estar com os pecadores. A própria presença dele já mudava as pessoas. Para o mundo judaico da época, só o fato de entrar na casa de um impuro se tornava impuro. Jesus era conhecido como um beberrão e comilão. ‘Este homem come com os pecadores e os acolhe bem’, diziam. Isso era um escândalo”

Abertos à graça

“Às vezes nossa vida não muda, porque nos fechamos à graça. Deus nos chama para estar com Ele e, a partir disso, anunciá-Lo. Nos fechamos nas nossas dores. Mas o Senhor não quer nos salvar isoladamente, Ele quer que nos encontremos. Quando você sai de casa, você faz uma violência de coração e isso te predispõe à ação de Deus”.

Vida de graça

“Para ser santo é preciso se expor ao olhar de Deus, correr o risco da graça, A graça nos faz viver grandes aventuras. Com Deus não tem monotonia. A vida inteira de Santa Teresinha foi de amor a Jesus”

Remorso x arrependimento

“Existe uma diferença entre o remorso e o arrependimento. O remorso é centralizado sobre o seu próprio ego – ‘eu não cumpri minhas obrigações etc’ – e conduz ao desespero, como aconteceu com Judas, ou à perda na esperança de que se pode ser santo. Sob a capa de humildade, um grande orgulho: o remorso. Já com o arrependimento é diferente: ‘eu Te feri, Senhor. Eu magoei a minha esposa, os meus filhos, os meus irmãos’. Isso me faz decidir ser melhor para não fazer mais aquilo. Jesus olhou para Pedro, amando-o. Jesus permitiu que Pedro fosse joeirado pelo demônio. Mas a partir disso, Pedro confirmou os irmãos”.

Caridade como chave da vocação

“Ela antecipa a graça do Concílio Vaticano II: cada uma das funções na Igreja não são nada sem o amor. A caridade é a vida excelente que conduz a Deus. Santa Teresinha encontra o repouso: a caridade é a chave da minha vocação. Todas as vocações particulares só possuem sentido se estiverem ligadas à vocação universal: ser santo, amando a Deus e amando o próximo. Santo não é quem nunca cai, mas que sempre se levanta”.

Legalismos

“Nos perdemos em legalismos, nos centralizamos em nós mesmos, fechados em nossas bolhas, vestindo uma couraça que não é a da justiça. Passamos a vida inteira lutando pra não ser ferido, enquanto que Jesus expõe o próprio coração. Precisamos ser família. Ainda julgamos muito. Somos muito injustos quando condenamos os irmãos”

Ascese de amor

“A nossa ascese é de nos deixar amar. Ascese em vista de um encontro, mas não pra mostrar nada a ninguém. As vezes vamos nos relacionando com o Estatuto, mas não nos relacionamos com uma lei, mas com Jesus. É por isso que não mudamos. A gente muda quando se arrepende, dor de ferir aquele que meu coração ama”.

Esponsalidade

“As coisas mais maravilhosas neste mundo estão revestidas de simplicidade: aparência de hóstia, gosto de pão, mas é Jesus. A Eucaristia é um sacramento esponsal. No ato conjugal, o esposo entrega seu corpo à esposa. O esposo de nossa alma entrega o seu corpo para nós. Tocamos no corpo de Jesus e damos nosso corpo a Jesus. Esse é o maior momento de amor. Assim, diz Teresinha: ‘Senti-me amada. Eu vos amo, dou-me a vós!’”

 

Fonte: Comunidade Shalom

“Mãos unidas diante de Deus e mãos estendidas aos irmãos”, indica Papa

Francisco recebeu lideranças das Filhas do Divino Zelo e dos Rogacionistas do Coração de Jesus e falou sobre a oração pelas vocações e o agir dos religiosos


Papa Francisco cumprimenta religiosa em audiência nesta segunda-feira, 18 / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

 

O Papa Francisco recebeu em audiência lideranças das Filhas do Divino Zelo e dos Rogacionistas do Coração de Jesus na manhã desta segunda-feira, 18. Elas permanecerão reunidas em Roma entre os dias 17 e 24, com o objetivo de fortalecer os laços de comunhão carismática, revisar as atividades realizadas e planejar o futuro dos Institutos fundados por Santo Aníbal Maria Di Francia, em sintonia com a Igreja e as propostas das Resoluções Capitulares.

Durante o encontro, o Pontífice expressou sua alegria em estar com estes representantes durante o momento em que estão refletindo e trabalhando em seus caminhos congregacionais. Ele ressaltou a importância de abordar assuntos como a consagração, a identidade carismática, a comunhão fraterna e a missão, aspectos fundamentais da vida religiosa.

Todos esses aspectos, para serem aprofundados, demandam a capacidade de ouvir e discernir, na oração e na partilha, e coragem para continuar sendo fiel à inspiração original do fundador, porém com atenção às necessidades de um mundo em transformação.

Importância da oração

Durante sua fala, o Santo Padre refletiu especialmente sobre a oração pelas vocações. Recordando Santo Aníbal, ele afirmou que a oração é o fio que percorreu a vida do religioso. “É na oração fiel e perseverante, particularmente na Adoração, que tudo adquire harmonia, que se apreendem mais claramente os próprios objetivos, encontrando no Senhor a força e a luz para realizá-los segundo os seus desígnios”, declarou.

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Santo Aníbal disse que “sem esse fogo interior, que se chama vida espiritual, oração, penitência […] não se pode realizar nenhuma obra verdadeiramente boa”. Diante disso, Francisco indicou que é importante “que haja um diálogo prolongado com o Senhor todos os dias, e depois uma invocação a Ele antes de cada momento importante, de cada reunião, de cada decisão”.

Orar e agir

Em relação à oração pelas vocações, o Papa assinalou outro ensinamento de Santo Aníbal: orar pelas vocações não é persuadir Deus a enviar pastores, como se Ele não se importasse com seu povo, mas para se deixar dominar cada vez mais pela visceralidade de Seu amor paterno e materno. “Vocês nasceram das mãos unidas de um Santo, que as consagrou a Cristo com a sua oração”, exprimiu.

Aproximando-se do fim do seu discurso, o Pontífice exortou os presentes a serem “especialistas de Deus”. “Não tanto como estudiosos de técnicas, estatísticas e teorias, por mais úteis que sejam, mas daquela sabedoria que se amadurece fazendo primeiro os ‘calos nos joelhos’ e depois ‘nas mãos’. Sejam especialistas, isto é, nas artes da oração e da caridade: mãos unidas diante de Deus e mãos estendidas aos seus irmãos e irmãs”, concluiu.

Fonte: Canção Nova

CNBB LANÇA TRADUÇÃO BRASILEIRA DA TERCEIRA EDIÇÃO TÍPICA DO MISSAL ROMANO NA TERÇA-FEIRA, 19

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança oficialmente na próxima terça-feira, 19 de setembro, a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, às 10h30, no auditório dom Hélder Câmara, na sede da CNBB, em Brasília (DF). A cerimônia acontece dentro da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) e é organizada pela Assessoria de Comunicação, Edições CNBB e Comissão Episcopal para a Liturgia.

O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, convoca à participação e salienta que é com muita alegria e dedicação, depois de anos de trabalho, que se apresenta a terceira edição típica do Missal. “É um momento emocionante para toda a igreja no Brasil, pois muitos foram os que colaboraram para que esta obra chegasse nas nossas comunidades, paróquias e dioceses”, disse.

O lançamento será transmitido, ao vivo, pela emissora Rede Vida de Televisão,  redes sociais da CNBB (Youtube e Facebook) e Edições CNBB. Participam da cerimônia o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro; o arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers, e o presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia, dom Hernaldo Pinto de Farias.

Veja o convite do secretário-geral da CNBB:

Missal Romano

Na liturgia da Igreja, o Missal Romano é o segundo livro litúrgico mais importante. Nele, estão as orações e orientações para as celebrações eucarísticas. O Evangeliário, que traz os textos do Evangelho, é o livro mais importante nos ritos da Igreja.

A tradução brasileira desta terceira edição do Missal Romano levou 19 anos de trabalho. A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo do Missal, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel).

A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.

Fonte: CNBB

CNBB SOBRE A TRAMITAÇÃO DA ADPF 442: “JAMAIS ACEITAREMOS QUAISQUER INICIATIVAS QUE PRETENDAM APOIAR E PROMOVER O ABORTO”

]A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota, nesta quinta-feira, 14 de setembro, sobre o pedido de inclusão em pauta da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 no Supremo Tribunal Federal (STF).

A ação pleiteia a possibilidade de descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. No texto, os bispos reafirmam o posicionamento contrário ao pedido feito na ADPF: “jamais aceitaremos quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto”.

“Jamais um direito pode ser exigido às custas de outro ser humano, mesmo estando apenas em formação. O fundamento dos direitos humanos é que o ser humano nunca seja tomado como meio, mas sempre como fim”, reforçam os bispos. Na nota, também recordam a posição “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, diz um trecho do documento.

Outro destaque é o entendimento que os pedidos da ADPF 442 “foram conduzidos como pauta antidemocrática pois, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal (STF) uma função que não lhe cabe, que é legislar diante de uma suposta e inexistente omissão do Congresso Nacional”.

A Presidência da CNBB salienta que “se até hoje o aborto não foi aprovado como querem os autores da ADPF não é por omissão do Parlamento, senão por absoluta ausência de interesse do Povo Brasileiro, de quem todo poder emana, conforme parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal”.

Confira a nota na íntegra:

NOTA DA CNBB
VIDA: DIREITO INVIOLÁVEL

“Propus a vida e a morte; escolhe, pois a vida” (Dt 30,19).

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Presidência, reafirma sua posição em favor da vida desde a concepção.

Diante do pedido de inclusão em pauta da ADPF 442 (2017), no Supremo Tribunal Federal (STF), que pleiteia a possibilidade de aborto legal até a 12ª semana de gestação, reafirmamos que “o aborto constitui a eliminação de uma vida humana, trata-se, pois, de uma ação intrinsecamente má e, portanto, não pode ser legitimada como um bem ou um direito” (Vida: Dom e Compromisso II: fé cristã e aborto, Edições CNBB, 2021, n.96).

Jamais um direito pode ser exigido às custas de outro ser humano, mesmo estando apenas em formação. O fundamento dos direitos humanos é que o ser humano nunca seja tomado como meio, mas sempre como fim. “Ninguém nunca poderá reivindicar o direito de escolher o que mais convém por meio de uma ação direta que elimine uma vida humana, pois nenhuma pessoa tem o direito de escolha sobre a vida dos outros” (Vida: Dom e Compromisso II, n. 97).

“A decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má, do ponto de vista moral, e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom” (Evangelium Vitae, n. 57).

Como já nos manifestamos em 2017, por meio de Nota “Pela vida, contra o aborto”, reiteramos nossa posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural. Entendemos que os pedidos da ADPF 442 foram conduzidos como pauta antidemocrática pois, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal (STF) uma função que não lhe cabe, que é legislar diante de uma suposta e inexistente omissão do Congresso Nacional, pois se até hoje o aborto não foi aprovado como querem os autores da ADPF não é por omissão do Parlamento, senão por absoluta ausência de interesse do Povo Brasileiro, de quem todo poder emana, conforme parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal.

De qualquer forma, jamais aceitaremos quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto.

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, ajude-nos na missão de escolher a vida, como dom de Deus e compromisso de toda humanidade.

Brasília- DF, 13 de setembro de 2023

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre – RS
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros da Silva
Arcebispo de Goiânia – GO
1º Vice- Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife – PE
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

Fonte: CNBB

O Papa aos Oblatos Beneditinos: sejam modelos de hospitalidade

Francisco recebeu, no Vaticano, os participantes do 5° Congresso Mundial dos Oblatos Beneditinos. “Seguindo o exemplo dos monges, a vida de quem segue São Bento é doada, plena, intensa. Assim como os monges, que recuperam os lugares onde vivem e marcam os dias com laboriosidade, também vocês são chamados a transformar, onde vivem, os contextos cotidianos, agindo como fermento na massa, com competência e responsabilidade, e ao mesmo tempo com mansidão e compaixão”, disse o Papa.


O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (15/09), na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes do 5° Congresso Mundial dos Oblatos Beneditinos.

O Pontífice recordou, no início de seu discurso, que São Bento convidava a ter um «coração dilatado pela soberania indescritível do amor». “Este coração dilatado caracteriza o espírito beneditino, que inervou a espiritualidade do mundo ocidental e que depois se espalhou por todos os continentes”, sublinhou o Papa, refletindo sobre três aspectos desta “dilatação do coração”: a busca de Deus, a paixão pelo Evangelho e a hospitalidade.

“A vida beneditina é marcada, antes de tudo, por uma busca constante de Deus, de sua vontade e das maravilhas que Ele realiza. Essa busca ocorre, em primeiro lugar, na Palavra, da qual vocês se nutrem todos os dias na lectio divina, mas também na contemplação da criação, deixando-se questionar pelos acontecimentos diários, vivendo seu trabalho como oração, a ponto de transformar os próprios meios de seu trabalho em instrumentos de bênção e, por fim, nas pessoas, nos irmãos e irmãs que a Providência faz vocês encontrar. Em tudo isso, vocês são chamados a ser buscadores de Deus”, disse ainda o Papa.

O segundo aspecto importante é a paixão pelo Evangelho.

Seguindo o exemplo dos monges, a vida de quem segue São Bento é doada, plena e intensa. Assim como os monges, que recuperam os lugares onde vivem e marcam os dias com laboriosidade, também vocês são chamados a transformar, onde vivem, os contextos cotidianos, agindo como fermento na massa, com competência e responsabilidade, e ao mesmo tempo com mansidão e compaixão.

Francisco convidou a pensar “no que a presença do monaquismo, com seu modelo de vida evangélica baseado no ora et labora, com a conversão pacífica e a integração de numerosas populações, constituiu na transição da queda do império romano ao nascimento da sociedade medieval”.

Todo esse zelo nasceu de uma paixão pelo Evangelho, e essa também é uma questão muito atual para vocês. Hoje, de fato, num mundo globalizado, mas fragmentado, apressado e dedicado ao consumismo, em contextos em que as raízes familiares e sociais, por vezes, parecem quase dissolver-se, não há necessidade de cristãos que apontem o dedo, mas de testemunhas apaixonadas que irradiem o Evangelho “na vida através da vida”.

A terceira característica da tradição beneditina na qual o Papa se concentrou foi a da hospitalidade. Na Regra, São Bento dedica um capítulo inteiro à hospitalidade, que começa com as palavras: «Todos os hóspedes que chegarem ao mosteiro sejam recebidos como Cristo, pois um dia ele dirá: “Fui hóspede e vocês me acolheram”».

Ele continua “especificando algumas atitudes concretas a serem adotadas em relação ao hóspede por parte da comunidade: «Devem ir ao seu encontro, demonstrando-lhe de todas as maneiras o seu amor; […] rezar juntos e depois entrar em comunhão com Ele, trocando a paz”, ou seja, partilhando com Ele o que lhes é mais precioso». Depois, São Bento fala sobre quem são os hóspedes, dizendo: «Especialmente os pobres e os peregrinos sejam acolhidos com todo o respeito e cuidado possível, porque é neles que se recebe Cristo de uma forma muito particular».

Como Oblatos, seu grande mosteiro é o mundo, a cidade, o local de trabalho, e ali vocês são chamados a serem modelos de hospitalidade no respeito por quem bate à sua porta e na predileção pelos pobres. Acolher é isto: a tentação é fechar-se, e hoje, na nossa civilização, na nossa cultura, na cultura cristã, uma das formas de fechar-se é fofocando, “sujando” os outros. “Fecho-me porque este é um desgraçado, porque este é um etc, etc.” Como beneditinos a sua língua é para louvar a Deus, não para falar mal dos outros.

“Se vocês fizerem uma reforma de vida, de nunca falar mal dos outros, vocês terão aberto a porta para a sua causa de canonização”, disse ainda o Papa aos Oblatos Beneditinos, recordando que “às vezes parece que a nossa sociedade esteja se sufocando lentamente nos cofres fechados do egoísmo, do individualismo e da indiferença”.

Por fim, o Papa agradeceu a Deus “pela grande herança de santidade e sabedoria da qual são depositários” os Oblatos Beneditinos, e os convidou a “continuarem a dilatando o coração e a entregá-lo todos os dias ao amor de Deus, sem nunca deixar de buscá-lo, testemunhá-lo com paixão e acolhê-lo nos pobres que a vida lhes apresentar”.

Fonte: Vatican News

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

Em 13 de setembro de 335, foram consagradas, em Jerusalém, duas igrejas: a da Ressurreição e a do Martyrium. No dia seguinte, com uma cerimônia solene, houve a ostensão da Cruz, que a Imperatriz Helena havia encontrado, em 14 de setembro de 320. Em 614, Cosroes II, rei dos Persas, travou uma guerra contra os Romanos e, depois de derrotar Jerusalém, levou consigo, entre os diversos tesouros, também a Cruz de Jesus. Heráclio, imperador romano de Bizâncio, propôs um pacto de paz com Cosroes, que não aceitou. Diante da sua negação, entrou em guerra com ele e venceu, perto de Nínive, e pediu a restituição da Cruz, que a levou de volta a Jerusalém. Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, não se glorifica a crueldade da Cruz, mas o Amor que Deus manifestou aos homens ao aceitar de morrer na Cruz: “Mesmo sendo Deus, Cristo humilhou-se, fazendo-se servo. Eis a exaltação da Cruz de Jesus!” (Papa Francesco).

«Naquela ocasião, Jesus disse a Nicodemos: “Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também o Filho do Homem será levantado, a fim de que todo o que nele crer tenha a vida eterna”. De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3,13-17).

Chega de fecharmos em nós mesmos

“Na origem do ser cristão, – escreveu Bento XVI – não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento”. O Evangelho, que a liturgia nos propõe na festa da Exaltação da Santa Cruz, diz que Deus pretende construir uma relação de amor com cada um de nós; Ele se oferece na pessoa do seu Filho Jesus, pregado na Cruz.
O fato de levantarmos o olhar para Deus, nos propõe uma verdade importante: somos convidados a voltar a nos relacionarmos de novo com Ele. Chega de ficarmos fechados em nós mesmos, alimentando inúteis sentimentos de culpa e esquecendo que “se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração” (1 Jo 3,20). Elevemos nosso olhar para as estrelas (Cf. Abraão e a promessa de uma grande descendência), colocando todas as nossas preocupações em Deus.

Espanto e gratidão

O fato de elevar nosso olhar não nos deve causar medo, mas gratidão, porque tal elevação é a medida do amor com a qual Deus ama os seus filhos, no Filho. Com efeito, a misericórdia de Deus – como no caso de Nicodemos – ilumina as noites da nossa vida e nos permite continuar o nosso caminho.

Nenhuma indiferença diante da Cruz

Não podemos permanecer indiferentes diante da Cruz de Jesus: nem com ele e nem contra Ele. Trata-se de uma escolha, que deve ser feita antes de qualquer ação, porque a vida do cristão nada mais é que o testemunho de quanto “Deus nos amou, a ponto de dar seu Filho Jesus”.

 

Fonte: Vatican News

O que rezar quando fazemos o sinal da Cruz antes do Evangelho?

Durante a celebração da Santa Missa, ficamos diante da unidade das duas mesas: da Palavra de Deus e do Pão do Senhor.

Não podemos limitar a voz do Senhor quando Sua Palavra é proclamada na celebração, pois quando Deus fala, expressa o Seu amor, dá a salvação ao homem e o instrui para a um caminho de felicidade plena. E quando nós escutamos, não devemos ter uma postura passiva e descompromissada, mas precisamos deixar a Palavra fecundar em nós, compreendendo a Palavra por meio de uma resposta viva e concreta para nossas vidas.

“Quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala ao seu povo, e Cristo, presente em sua Palavra, anuncia o Evangelho. Por isso todos devem escutar com veneração as leituras da Palavra de Deus, elemento de máxima importância da Liturgia” (Instrução Geral ao Missal Romano, 9).

leitura do Evangelho tem destaque especial da Missa, pois é o Nosso Senhor que, com a sua vida, gestos e palavras, nos orienta o caminho da bem-aventurança, pois estamos diante do próprio Cristo. O Verbo se fez carne, estabeleceu o seu Reino, foi crucificado, morto, ressuscitou e subiu aos Céus.

Por isso, o Evangelho deve ser aclamado pelos fiéis antes de ser proclamado. A Assembleia aclama o próprio Cristo que irá falar por meio do sacerdote, que quando está celebrando, age “In Persona Christi”, que quer dizer, “na pessoa de Cristo”.

Quando o padre faz a saudação “O Senhor esteja convosco” e nós como assembleia respondemos “Ele está no meio de nós”, durante o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo e de qual evangelista escreveu, fazemos por três vezes o sinal da cruz: na testa, na boca e no coração. Estes gestos não são considerados como apenas um ritual, mas um forte convite que a Mãe Igreja faz, destacando a essencial importância dada ao Boa Nova de Jesus.

Fonte: A12

Papa a jovens do Brasil: sigam na missão com ousadia e esperança, como São José de Anchieta

Francisco enviou uma carta a dom Vilsom Basso, por ocasião dos 50 anos da Pastoral da Juventude, que foi lida aos mais de 4 mil jovens reunidos em Aparecida: mesmo diante dos desafios, “sigam em frente com a coragem, a ousadia e a criatividade que lhes são características, sem desanimar nem deixar que lhes roubem a esperança”, “sempre amparados pela intercessão do Apóstolo do Brasil”, escreveu o Pontífice. “Obrigado, Papa Francisco, pelo amor à juventude”, agradeceu dom Vilsom.


Os “50 anos do trabalho de evangelização da Pastoral da Juventude no Brasil” também foram festejados pelo Papa Francisco. Do Vaticano, o Pontífice enviou uma carta de felicitações endereçada a dom Vilsom Basso, presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB. A mensagem – escrita em português – foi lida em dois momentos no último sábado (9), no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, que reuniu aos mais de 5 mil jovens para a festa jubilar:

“Escrevo-lhe esta mensagem no dia em que celebramos São José de Anchieta, um jesuíta como eu que, quando era jovem como vocês, aos 19 anos, não teve temor algum de partir em missão para uma terra desconhecida, atravessando o oceano, movido por seu zelo apostólico de anunciar Jesus Cristo a todos.”

“Busquem sempre o auxílio deste poderoso intercessor e procurem o seu exemplo.”

De fato, a carta é datada de 9 de junho, Dia Nacional de São José de Anchieta, natural das Ilhas Canárias, mas que fez história e missão no Brasil, onde se dedicou aos povos indígenas e foi um dos fundadores da cidade de São Paulo. Em 1980 foi beatificado por João Paulo II e, em 2014, o próprio Papa Francisco assinou no Vaticano a canonização do Apóstolo do Brasil que se tornou oficialmente o terceiro santo brasileiro e confirmado em 2015 como padroeiro do país e também de todos os catequistas.

Um legado para servir de inspiração aos jovens brasileiros, recordou o Papa na carta, mesmo diante das dificuldades do dia a dia:

“São muitos obstáculos e desafios para poder levar a Boa Nova do Evangelho aos jovens da socidade hodierna. Entretanto, exorto-os a seguirem em frente com a coragem, a ousadia e a criatividade que lhes são características, sem desanimar nem deixar que lhes roubem a esperança. Saibam que estarão sempre amparados pela intercessão do Apóstolo do Brasil e pela proteção maternal da Virgem Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe.”

Milhares de jovens participaram da Romaria no Santuário de Aparecida

“Obrigado, Papa Francisco, pelo amor à juventude”

A mensagem do Papa Francisco foi recebida “com emoção” no Brasil e veio “coroar o grande evento realizado na casa da Mãe Aparecida”, a Romaria Jubilar dos 50 Anos da Pastoral da Juventude, comentou dom Vilsom Basso, bispo de Imperatriz (MA) ao Vatican News. A apresentação da carta enviada do Vaticano foi envolvida por uma explosão de palmas, choro, abraços e um uníssono grito “arrá, urrú, o Papa é Pejoteiro” – em referência à própria Pastoral da Juventude. É a segunda vez que Francisco escreve a um evento nacional da PJ, a primeira foi para o Encontro Nacional de 2015, em Manaus, no Amazonas.

“Vejo nas palavras do Papa aquilo que de fato era importante e decisivo e importante os jovens escutarem. O Papa ressalta três palavras: a coragem de seguir em frente, a ousadia e a criatividade, que são atitudes decisivas para esta Igreja jovem e grande parcela da população realizar a sua missão – dentro da Igreja e na sociedade – inspirados em Jesus e sem desanimar e sem deixar que roubem a esperança. Pois são tantas as dificuldades que a juventude enfrenta: pessoais, na família, a dificuldade de trabalho, de educação adequada e também de espaços dentro da Igreja e da sociedade. E o Papa Francisco exorta a seguir em frente, sem desanimar, e sem deixar que lhe roubem a esperança!”

“Que a juventude mantenha a alegria, a coragem e a esperança de seguir adiante: com coragem, ousadia e criatividade. Obrigado, Papa Francisco, pelo amor à juventude, pela bênção que nos enviou. Que possamos seguir adiante nessa missão!”

A programação no santuário recordou a história dos 50 anos da Pastoral da Juventude

Fonte: Vatican News

Por que a Igreja dedica um dia ao nome de Maria?

O anjo enviado por Deus disse a Nossa Senhora: “Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus”

liturgia celebra, no dia 12 de setembro, o Nome Santíssimo da Virgem Maria (Miryam, em hebraico). O objetivo dessa festa é que os fiéis possam recomendar a Deus, de modo especial pela intercessão de Sua Santíssima Mãe, as necessidades da Igreja e as próprias necessidades, além de agradecer ao Senhor as graças recebidas por intermédio da intercessão da Virgem Maria.

Essa festa teve início na Espanha, em 1513, e espalhou-se por todo o país. Em 1683, o Papa Inocêncio XI a estendeu para toda a Igreja do Ocidente como um ato de ação de graças pelo levantamento do cerco de Viena e a derrota dos turcos por João Sobieski, rei da Polônia. Na época, a data dessa celebração foi definida para ser no domingo, dentro da oitava da Natividade de Nossa Senhora.

O nome de uma pessoa é muito importante na Bíblia, pois representa a própria pessoa. Certamente, São Joaquim e Santa Ana foram inspirados pelo céu ao escolherem esse nome para a Virgem que seria, um dia, a Mãe do Redentor e nossa Mãe.

Por que a Igreja dedica um dia ao nome de Maria?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

O nome de Maria é poderoso

São Lucas registra: “O nome da Virgem era Maria”. O anjo enviado por Deus diz a ela: “Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus”. Segundo os mariólogos, o nome “Miryam” pode ter origens diversas. Alguns estudiosos afirmam que ele é derivado da raiz “mery”, que em egípcio significa “muito amada”. Também são atribuídos a ela o significado de “Estrela do Mar”, entre outros.

Mais importante do que o significado exato desse nome é saber que ele é poderoso, pois é o nome da Mãe de Deus e deve ser invocado sempre.

O nome de Maria é como um bálsamo que corre agradavelmente sobre os membros dos enfermos e os penetra com eficácia, os reanima e suaviza, lhes dá força e saúde. Mais do que o nome de todos os santos, Maria pede a Deus que Ele cure os nossos males, ilumine nossa cegueira e nos encoraje em nossos desânimos.

O nome de Maria abre o coração de Deus

Ricardo de São Vítor disse: “O nome de Maria cura os males do pecador com mais eficácia que os unguentos mais procurados. Não há doença, por desastrosa que seja, que não ceda imediatamente à voz desse bendito nome”.

Alguém disse que o nome de Maria desarma o coração de Deus. Não há pecador, por mais criminoso que seja, que o pronuncie em vão. Por ela, o perdão desce sobre as almas pecadoras, não porque tenha ela o direito de o conceder, mas porque é onipotente para o implorar a Deus. O nome de Maria abre o coração de Deus e põe todos os tesouros d’Ele à disposição da alma que o invoca. São Bernardo a chamou de “onipotência suplicante”.

Um santo disse que Jesus Cristo entrega tudo o que tem àqueles que Lhe estendem a mão em nome de Sua Mãe. Deus Pai, fonte de toda riqueza, concede toda graça àqueles que pedem algo a Ele invocando o nome de Sua Filha bem-amada.

O nome da Santíssima Virgem Maria nos salva dos perigos de pecar, das tentações e de todas as dificuldades. Ele dissipa a tristeza na alma que o pronuncia. Quem tem temor de Deus e de Seus julgamentos deve pensar sempre em Maria e invocar o nome dela. Assim, sua confiança em Deus renascerá. Diante de qualquer dificuldade humana, diante dos adversários e dos perigos, pense em Nossa Senhora e invoque o seu santo nome, porque dele os demônios fogem.

 

Fonte: Canção Nova

Família Ulma, uma beatificação sem precedentes

familia ulma
Wiktoria Ulma com os filhos no outono de 1943. A partir da esquerda Władzio, Stasia (que segura Marysia), Franuś (nos ombros), Basia i Antoś

Exterminada por esconder oito judeus, no dia 10 de setembro de 2023, a família Ulma será elevada às honras dos altares. Trata-se de uma novidade, do ponto de vista do processo canônico atual: toda uma família será beatificada, pais e filhos, inclusive o nascituro que a mãe trazia em seu ventre. Cardeal Semeraro: “Penso que este caso é semelhante ao dos Santos inocentes”.

A família Ulma foi uma centelha de luz nos anos sombrios da Segunda Guerra Mundial, mas era uma família como qualquer outra: o pai, Josef, trabalhava no campo e a mãe, Wiktoria, fazia os serviços de casa, além de cuidar de seis filhos e daquele que estava para nascer.

Evangelho nas pequenas coisas

Vivendo a quotidianidade na simplicidade, a família vivia e tornava vivo o Evangelho. A educação à fé, a oração comum em família, a leitura da Bíblia, faziam da família Ulma o que João Paulo II chamava de “Igreja doméstica”, aberta também aos mais necessitados. Naqueles anos, “os mais necessitados” eram, sobretudo, os judeus. A oito deles, a família abriu suas portas, ofereceu abrigo, comida e amizade, embora estivesse ciente do imenso risco que corria.

Um encontro inesperado

Para sabermos um pouco mais sobre a história da família Ulma, temos que voltar aos nossos dias, através das palavras de Manuela Tulli, jornalista da agência ANSA e autora, junto com o Padre Paweł Rytel-Andrianik, historiador e responsável do Programa Polonês de Vatican News – Rádio Vaticano, do livro: “Mataram até as Crianças: a família Ulma mártir que ajudou os judeus” (Edições Ares). Enviada à Ucrânia, para acompanhar as notícias da tragédia no coração da Europa, Manuela Tulli fez uma escala no sudeste da Polônia:

“Conheci a família Ulma por acaso. Trata-se de uma história que eu não escolhi, mas uma história que me escolheu. Muitas vezes nós, jornalistas, vamos à caça de histórias. Desta vez, porém, posso dizer que aconteceu o contrário. Na Polônia, vi em todos os lugares imagens, desenhos e fotos desta família numerosa, que viveu há mais de 80 anos. Sinceramente, eu nem sabia quem era, embora os poloneses quase que o presumiam. Porém, se sentiam felizes só em vê-los… estes dois pais tão jovens, já com tantos filhos pequenos. Enquanto estava lá, pensei na guerra de hoje e na guerra de ontem: pensei na amizade de hoje, pois, também hoje, os poloneses abriram as portas de suas casas para 2 milhões de refugiados. Não foram apenas os institutos e os conventos que deram hospitalidade; pensei na amizade de ontem, no fato de como esta família abriu as portas da sua pobre casa, de apenas dois quartos, a oito judeus.

Depois, antes de continuar minha viagem, o postulador da beatificação da família Ulma, ao me explicar o que os poloneses faziam pelos ucranianos, ofereceu-me um livro, pedindo-me para dedicar um pouco de tempo à sua leitura, a fim de conhecer melhor a família. Coloquei o livro na mala e parti para a Ucrânia. Quando regressei para a Itália, soube que o Papa havia decidido beatificar a família Ulma. Assim, procurei entender melhor a sua história”.

Os samaritanos de Markowa

Retomando o fio da meada sobre a família Ulma, na cidade de Markowa, entre as paredes de sua casa, encontramos a Bíblia da família – ainda conservada – na qual estava sublinhada a palavra “samaritano” e, à margem, uma anotação com a escrita “sim”. Tratava-se de uma escolha consciente, uma vocação abraçada na simplicidade de uma vida, que permaneceu atuante e harmônica, apesar do período histórico do tempo, onde a violência, o ódio e a divisão tentavam impor sua desordem. Testemunho desta vida eram também as inúmeras fotos tiradas pelo chefe da família, Josef, fotógrafo amador, homem de talento e ativo na comunidade de Markowa.

O massacre

Depois, a denúncia, a traição e os nazistas, que invadiram a pequena casa da família Ulma, dando tiros em direção ao sótão, onde os amigos judeus estavam escondidos. Foi um massacre. Josef e Wiktoria foram arrastados para fora e fuzilados na presença de seus filhos. A mãe estava no sétimo mês de gravidez. Depois do pai e da mãe, foi a vez de seus filhos, que também foram “executados”. A casa deles foi incendiada. Era o dia 24 de março de 1944.

Um martírio judaico-cristão

Padre Paweł Rytel-Andrianik, historiador e autor do livro, junto com Manuela Tulli, recorda que o assassinato da família Ulma consiste em um martírio não apenas cristão:

“O Padre François-Marie Léthel, consultor do Dicastério das Causas dos Santos, escreveu no jornal L’Osservatore Romano, que este foi um martírio judaico-cristão. Com a sua declaração, ele quis destacar a evidência dos fatos, pois foram assassinadas pessoas inocentes: a família Ulma e oito judeus, cujos nomes são: Shaul Goldmann, com os seus quatro filhos, Lea Didner, com a sua filha Reshla, de cinco anos, e Golda Grünfeld.

Esta história é muito comovente: quando os alemães nazistas chegaram à casa da família Ulma, começaram a atirar em direção ao teto, onde se encontrava o sótão, de onde o sangue das vítimas começou a escorrer. Em baixo, no lugar para onde correu o sangue, havia uma mesa sobre a qual foi colocada – não se sabe o motivo – uma foto das duas mulheres judias. No braço de uma delas estava desenhada a estrela de Davi. Esta foto foi conservada até hoje como “relíquia” do martírio também judaico.

Nesta história, conclui o Padre Rytel-Adrianik, “podemos notar os horrores do Holocausto, mas também a luz do Evangelho, que provém dos que o quiseram incarnar na concretude da vida de cada dia”.

Justos entre as Nações e Beatos

O mal da guerra não conseguiu apagar a luz deste acontecimento. Os membros da família Ulma, Justos entre as Nações pelo Estado de Israel e Beatos pela Igreja Católica, foram reconhecidos pela Igreja católica como mártires, até mesmo o sétimo filho, ainda vivo no ventre de Wiktoria.

Beatificação sem precedentes

O Prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, Cardeal Marcello Semeraro, em uma entrevista para a publicação do livro “Mataram até as Crianças”, disse que, a petição para a beatificação, apresentada ao Santo Padre, incluiu também a criatura que estava no ventre da mãe. Provavelmente, ela havia iniciado a dar à luz, por medo, durante a sua execução pelos nazistas. De fato, afirmou o cardeal, “este é um caso muito singular, referindo-se a um episódio evangélico, que pode ser chamado Batismo de sangue, como o caso semelhante ao dos Santos inocentes. Este nascituro, encontrado na fossa comum após o massacre (a cabeça e parte do seu corpo já estavam saindo do ventre de Wiktoria, ndr), foi considerado digno do martírio”.