Exaltação da Santa Cruz: sinal de vida, redenção e esperança

A festa em honra à Santa Cruz é celebrada neste sábado (14/09) para meditar sobre o símbolo da nossa fé. O bispo diocesano de Juína – MT, dom Neri José Tondello, assina artigo com reflexão sobre a esperança que nasce da cruz de Jesus: o sinal feito pela manhã pede proteção pelo novo dia; à noite, é de gratidão pela jornada. “Ao fazer o Sinal da Santa Cruz, o cristão sente-se protegido por uma bênção traçada sobre seu corpo em forma orante: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.”


A Igreja exalta a Santa Cruz, como “sinal do mais terrível entre os suplícios, é para o cristão a árvore da vida, o tálamo, o trono, o altar na nova aliança. De Cristo, novo Adão adormecido na cruz, jorrou o admirável sacramento de toda a Igreja. A cruz é o sinal do senhorio de Cristo sobre os que, no Batismo, são configurados a ele na morte e na glória (cf. Rm 6,5). Na tradição dos Padres, a cruz é o sinal do Filho do Homem que comparecerá no fim dos tempos (cf. Mt 24,30). A festa da Exaltação da Cruz, que no Oriente é comparada Àquela da Páscoa, relaciona-se com a dedicação das basílicas constantinianas construídas no Gólgota e sobre o sepulcro de Cristo” (Missal Romano, Festa da Exaltação da Santa Cruz, 800p)

Na vida cristã, automaticamente ao levantarmos pela manhã, o nosso dia começa com o Sinal da Santa Cruz. Assim, pedimos que a Cruz de Jesus nos proteja durante todo o novo dia e em todas as nossas atividades. Ao dormir, da mesma forma, o cristão conclui a jornada de vida e labor com a bênção do Sinal da Cruz como sinal de gratidão a Deus Trindade. Ao fazer o Sinal da Santa Cruz, o cristão sente-se protegido por uma bênção traçada sobre seu corpo em forma orante: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Se, a cruz é libertadora e redentora, também a cruz representa os tantos crucificados que, como Jesus, esperam que os tiremos da cruz do abandono, da indiferença, do descaso e da morte certa. “É preciso tirar os crucificados da cruz”, diz também Jhon Sobrino.

Crucificados pelo pecado do mundo, pecado da injustiça, falta de educação de qualidade para todos. Muitos não têm acesso à saúde. Muitos morrem antes de chegar ao primeiro socorro. Muita cruz, também pesa sobre os ameaçados pela ação de despejo da terra. A cruz sobre aqueles que sofrem por não saberem onde vão dormir amanhã. “Onde vão dormir os pobres” crucificados sem casa e sem trabalho? A Cruz de Jesus não pode esquecer as vítimas do racismo e as vítimas da violência doméstica. Tamanha é a cruz dos dependentes químicos. Mas, a cruz dos sem fé e sem religião pode ser ainda maior. A cruz dos sem Cruz. A cruz pesada que carrega o Pantanal e a Amazônia pelas chamas criminosas da destruição. A Casa de todos, Casa Comum, está queimando. Os rios estão morrendo. A cruz do planeta todo sofre o pecado do descaso. A natureza perdeu o caráter sagrado. A Tecnologia a domesticou e a tem subordinado à mão humana a ação violenta contra a natureza, tirando a sua espiritualidade para esgotar todo poder econômico possível. Aquilo que era, no princípio, um Jardim para todos, está ladeira abaixo aumentando as temperaturas, ameaçando cidades, desequilibrando a biodiversidade, pondo em risco todo o tecido da vida no planeta.

Contudo, e apesar de tudo, a esperança, nasce da Cruz de Jesus, porque morreu nela para que fosse Cruz salvadora, não mais a Cruz do sinal opróbrio da morte. Isto é, morreu nela, para dar-nos toda a vida em nova árvore verdejante, oxigênio imprescindível – porque, “somos filhos das folhas”. Os povos originários ainda conservam em muito a espiritualidade na sua relação de amizade e cuidado com a natureza. Sabem-se e sentem-se natureza. Por outra parte, o divórcio de profanação da natureza permitiu uma união adúltera sem escrúpulo. O Sinal da Santa Cruz, por si e em si, é semáforo dos limites que se deve impor às forças ocultas e visíveis do mal, do ódio e da raiva, contra Deus, contra o mundo e contra a pessoa humana. Toda vez que avistamos uma cruz, damo-nos conta de que o mal e a morte foram vencidos por Jesus, que diz: “Eu venci o mundo”, que quer dizer: vencer as forças malignas da destruição violenta e todas as causas e formas que levam à morte, ou seja, impõe limites ao mal.

“Pusestes, no lenho da cruz, a salvação do gênero humano para que, onde a morte teve origem, aí a vida ressurgisse; e o que venceu na árvore do paraíso, na árvore da cruz fosse vencido, por Cristo, Senhor nosso” (Prefácio à Vitória da Cruz Gloriosa).

Fonte: Vatican News

Que nossa boca e nosso ouvido proclamem a Palavra de Deus!

Vivenciando este mês de setembro, mês da Palavra de Deus, que a Bíblia seja Palavra de Deus que ilumina os nossos passos e nos ajude a caminhar com o coração preenchido de esperança.

A primeira leitura – Is 35,4-7a – traz uma mensagem de esperança do profeta Isaías, que se dirige ao povo abatido pela sua dura realidade anunciando os tempos messiânicos e salvíficos, nos quais coisas extraordinárias acontecerão. É a presença mesma de Deus que transforma e restaura a vida e as condições das pessoas.  Isaías apresenta a esperança daquilo que, mais tarde, Jesus chamará de Reino de Deus.  É o retorno à obra criada por Deus, o qual “viu que tudo era bom” e harmonioso. O profeta busca animar a comunidade exilada no contexto difícil em que está vivendo. Finalmente, o povo vislumbra uma luz, que aparece no final do túnel escuro do exílio. A humanidade e a natureza são restauradas, pois Deus intervém para salvar.

A segunda leitura – Tg 2,1-5 – ensina que a fé em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas. São Tiago convida a comunidade a superar toda atitude de discriminação de pessoas, principalmente dos pobres. Cumpre-nos seguir o exemplo de Deus, que não se deixa comprar, mas tem predileção pelos pobres.

O Evangelho – Mc 7,31-37 – é a realização da profecia de Isaías. Jesus diz: “Efatá!”, e a cura do homem surdo acontece. O Senhor lhe restaura os sentidos e lhe devolve a dignidade de vida. Jesus insiste que não contassem nada a ninguém, para evitar que seu ministério profético fosse confundido com falsas promessas e esperanças messiânicas. Mas maravilhados anunciavam o que Jesus fizera, tornando-se assim, mensageiros do Evangelho, talvez sem saber. Jesus faz bem todas as coisas. O Evangelho ressalta dois gestos de Jesus: ele toca os ouvidos e a língua do surdo-mudo. O primeiro passo para a cura dá-se com a comunicação por meio do contacto. Em seguida, Jesus olha para o alto, invocando o Pai e determina: “Efatá” – “abre-te!”. O Mestre procura restaurar a integridade física da pessoa e afirmar sua dignidade, segundo o plano divino da criação. Tornar-se discípulo de Jesus é deixar-se tocar por ele, abrir os ouvidos à escuta de sua Palavra e se enganar no seu projeto. O projeto da criação visa à integridade do ser humano, dotado da capacidade de ouvir – com atenção aos sinais dos tempos – e da liberdade de falar, a fim de proclamar a Boa-nova do Reino e denunciar as injustiças.

Jesus continua “fazendo bem todas as coisas!” Com o Batismo, passamos a fazer parte da família de Deus. Nossa missão é propagar a mensagem do Evangelho de Jesus: defender a vida, começar nos lugares onde ela está mais ameaçada. Em clima de sinodalidade eclesial, somos convocados a contribuir para a nova criação, opondo-nos à lógica da competição excludente e da indiferença aos “surdos-mudos” que carecem de vida e de respeito à sua dignidade.

Que nossos ouvidos e nossa boca sejam abertos para anunciar a vida e a vida plena! Que nossa boca e nosso ouvido proclamem a Palavra de Deus!
Fonte: CNBB

A hierarquia necessária na vida ordenada

Infelizmente, estamos passando por tempos bastante turbulentos. Tempos em que as coisas mais óbvias e naturais precisam ser explicadas e defendidas. Parece que o tão almejado senso crítico das pessoas não está realmente aguçado, ao contrário, funciona com efeito rebanho – para ser crítico basta se opor ao que é tradicional, construído ao longo dos séculos. Qualquer movimento diferente que venha com um discurso que se opõe a tradições e tenha um vocabulário aprazível conquista o coração das pessoas que sequer pensam o básico: o que se ganha, o que se perde, o que está por traz desse discurso que me é apresentado? Muitos simplesmente entram na onda.

Isso é senso crítico ou pura limitação do poder de análise? Eu convido a refletir sobre isso comigo.

Dias atras, eu me deparei com um artigo com o seguinte título: “Dia das Crianças: é hora de enxergar e tratar nossos filhos sem hierarquia. – Pedagoga defende ‘Educação Positiva’ para uma infância com menos traumas e mais autonomia.”. Eu li e reli esse título e não consegui me conformar: realmente é possível acreditarmos que é um bem não termos uma relação hierárquica entre pais e filhos? Mais do que isso: educar usando a sabedoria e conhecimento já adquiridos traumatiza e tira a autonomia da criança? Creio que quase ninguém use verdadeiramente seu poder de análise para considerar com seriedade essas ideias, pois senão não teríamos hoje essa imensa crise em que estamos metidos – pais perdidos, crianças desorientadas, famílias caóticas, suicídios em alta e jovens profissionais incompetentes – levando pais a entrevistas de trabalho, não dando conta dos desafios e exigências naturais da vida profissional enfim…. tudo o que estamos vendo com bastante tristeza.

A Hierarquia é o princípio sobre o qual se constrói qualquer possibilidade de ordem. Para podermos ordenar o tempo, os espaços e a vida, é absolutamente necessário identificarmos uma ordem de importância, uma hierarquia.

Em uma relação entre pais e filhos, se considerarmos saudável suprimir a hierarquia, significa dizer que ambos têm a mesma condição de opinião, de expressão e de decisão. E o que mais me surpreende é que se possa considerar isso, em primeiro lugar possível e, em segundo lugar, um bem para as crianças.

As crianças, ao nascerem, vivem um verdadeiro caos: não têm nenhuma condição de se manterem vivas sozinhas, precisam de um adulto competente para poderem sobreviver. Tal adulto vai, aos poucos, criando rotina e ordenando a vida da criança para que se torne viável e gradativamente vá conquistando habilidades, competências e por fim autonomia. Quando o adulto abdica dessa posição hierárquica, a criança somente perde: perde segurança, perde cuidados básicos, perde orientações necessárias para a vida, perde a tranquilidade de se sentir cuidada e conduzida até que aprenda os critérios necessários para começar os exercícios de autonomia – que serão guiados até a maioridade. Acreditar que formar o caráter do filho, ensinar critérios e valores morais que o conduzam pela vida é tirar autonomia ou traumatizar é um verdadeiro absurdo, é negar aos filhos um serviço ao qual eles têm direito.

O que mais encontro, no entanto, são pais que são levados por essa mentalidade às vezes, sem nem mesmo perceberem. Chegam até a achar absurdo que alguém pregue abertamente acabar com a hierarquia, no entanto, estão tão contaminados com essas ideias que, nas situações cotidianas, agem colocando as crianças em pé de igualdade com eles. Os desastres têm sido inúmeros.

Pais, abram os olhos: a missão de vocês exige mais conhecimento, mais capacidade e discernimento. Maior sabedoria e coragem para orientar e servir aos filhos. Isso os coloca necessariamente em uma posição hierárquica superior para o benefício das crianças. Não neguem a eles esse direito.

Fonte: O São Paulo

Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus

Origens 

A Natividade da Virgem Maria é uma das festas marianas mais antigas. Imagina-se que a sua origem esteja ligada à festa da dedicação de uma igreja a Maria. Segundo a tradição, era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana. É localizada em Jerusalém, construída no século IV: a basílica de Santa Ana, é onde nasceu a Virgem. Em Roma, esta festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (†8 de setembro de 701).

A Natividade

A Igreja católica não costuma celebrar o dia de nascimento dos santos, mas de sua morte. Há, contudo, três celebrações de nascimento: de Jesus Cristo (Natal); de São João Batista (ainda no ventre de Isabel, manifestou-se diante da proximidade de Maria, que esperava Jesus e fora visitar sua parente); e o da própria Virgem Santíssima.

A Tradição

Nos Evangelhos não encontramos citações sobre esta festa, tampouco os nomes dos pais de Maria. Só há referências a Virgem Maria quando se trata de ressaltar algum fato que diga respeito ao Salvador. A Palavra de Deus nos mostra, mesmo que de forma discreta, a presença de Maria Santíssima nos momentos centrais da História da Salvação, como na encarnação, a inauguração do ministério de Cristo, a crucifixão, o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo e outros eventos.

Contudo, os Evangelhos não nos dão informações a respeito da família de Maria, de sua infância, de sua formação, de seu temperamento, de seu aspecto físico entre outras características.  Mas a tradição faz menção no Protoevangelho de Tiago, apócrifo escrito no século II. Entretanto, o acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.

Relevância da Festividade

A maravilha deste nascimento não está no que os apócrifos narram com grande detalhe e engenhosidade. Está no significativo passo em frente que Deus leva na realização do seu eterno desígnio de amor. Por isso, a festa de hoje foi celebrada com magníficos louvores por muitos Santos Padres, que se basearam em seu conhecimento da Bíblia e em sua sensibilidade poética e ardor

O Exemplo é Maria

Maria é uma mulher que deve ser imitada pela sua confiança, mormente nos momentos mais obscuros da vida do seu Filho Jesus. Isso e muitas outras coisas explicam o fato do Povo de Deus recorrer a Ela para encontrar refúgio, conforto, ajuda e proteção.

A Igreja considera Maria como a Mãe de Deus, mas também como a discípula. Maria foi exemplo e modelo de vida cristã: pela sua fé, obediência ao seu Filho, caridade com a prima Isabel e nas Bodas de Caná.

A Celebração

A Natividade de Nossa Senhora é celebrada nove meses depois da celebração da solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro). É toda a Igreja que faz o convite:

 “Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!” 

(S. João Damasceno – século VIII)

Protetora e Padroeira 

Nossa Senhora da Natividade é padroeira e protetora das costureiras. Além dos cozinheiros, dos destiladores, dos fabricantes de alfinetes e panos e da hospedaria.

Minha oração

“No dia do teu aniversário, quero louvar a Deus e celebrar a grande graça que é ter te recebido como Mãe. Obrigado, por tanto carinho e proteção, obrigado por todas as graças que recebo de ti diariamente. Seja hoje  e sempre nossa Senhora!”

Nossa Senhora da Natividade, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 08 de setembro

  • Em Roma, a comemoração de Santo Adrião, mártir, que padeceu o martírio em Nicomédia. († data inc.)
  • Em Alexandria, no Egipto, os santos FaustoDio e Amónio, presbíteros e mártires, que, na perseguição do imperador Diocleciano, receberam a coroa do martírio juntamente com o bispo São Pedro. († c. 311)
  • Em Bagrevand, cidade da antiga Armênia, Santo Isaac, bispo, que, para fortalecer a vida cristã do povo, traduziu a Sagrada Escritura e a Liturgia para a língua armena. († 438)
  • Em Roma, junto de São Pedro, o sepultamento de São Sérgio I, papa, de origem síria, que se dedicou intensamente à evangelização dos Saxões e dos Frisões. († 701)
  • Em Frísia, cidade da Baviera, na atual Alemanha, São Corbiniano, que, tendo sido ordenado bispo e enviado a pregar o Evangelho na Baviera. († 725)
  • Em Pébrac, no território de Le Puy-en-Velay, na França, São Pedro de Chavanon, presbítero. († c. 1080)
  • Em Pesaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Serafina Sforza. († 1478)
  • Em Valência, na Espanha, São Tomás de Vilanova, bispo, que, sendo eremita sob a regra de Santo Agostinho. († 1555)
  • Em Durham, na Inglaterra, os beatos mártires Tomás Palaser, presbítero, João Norton e João Talbot, que foram condenados à morte no reinado de Isabel I. († 1600)
  • Em Cartagena, na Colômbia, o dia natal de São Pedro Claver, presbítero da Companhia de Jesus, cuja memória se celebra amanhã. († 1654)
  • Em Nagasaki, no Japão, os beatos António de São Boaventura, da Ordem dos Frades Menores, Domingos Castellet, da Ordem dos Pregadores, presbíteros, e vinte companheiros, mártires. († 1628)
  • Em Marselha, na França, o passamento do Beato Frederico Ozanam, homem ilustre pela sua cultura e piedade. († 1853)
  • Em Almeria, no litoral da Andaluzia, região da Espanha, os beatos José Cecílio , Teodemiro Joaquim e Evêncio Ricardo, mártires, da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1936)
  • Em Alcoy, povoação próxima de Alicante, na Espanha, o Beato Marino Blanes Giner, mártir, pai de família. († 1936)
  • Em Paterna, no território de Valência, na Espanha, o Beato Ismael Escrihuela Esteve, mártir, pai de família.(† 1936)
  • Em Villarreal, no território de Castellón, na Espanha, o Beato Pascoal Fortuño Almela, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1936)
  • Em Buñol, próximo de Valência, na Espanha, as beatas Josefa de São João de Deus Maria das Dores de Santa Eulália, virgens da Congregação das Irmãs dos Anciãos Desamparados e mártires. († 1936)
  • Em Madrid, na Espanha, o Beato Teódulo González Fernández, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
  • No cemitério de Montcada, na Catalunha, na Espanha, os beatos mártires Barnabé, religioso da Congregação dos Irmãos Maristas, e Baudílio, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
  • Em Vic, perto de Barcelona, na Espanha, a Beata Apolónia Lizárraga do Santíssimo Sacramento, virgem da Congregação das Irmãs Carmelitas da Caridade Vedruna e mártir. († 1936)
  • Em Villa de Don Fradique, na região de Castela la Mancha,na Espanha, o Beato Miguel Beato Sánchez, presbítero de Toledo e mártir. († 1936)
  • No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Adão Bargielski, presbítero e mártir. († 1942)
  •  Em Gross-Rosen, localidade da Alemanha, o Beato Ladislau Bladzinski, presbítero da Congregação de São Miguel e mártir.  († 1944)

Fonte:

  • Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007]
  • Martirológio Romano
  • Santiebeati.it
  • Vaticannews.va

Fonte: Canção Nova

Como vencer a “falsa vergonha” da Confissão

Muitas pessoas dizem não ter coragem de se aproximar do sacramento da Confissão porque têm vergonha.

É preciso reconhecer: não é fácil acusar os próprios pecados ao sacerdote. No entanto, urge vencer o que Santo Afonso de Ligório chama de “falsa vergonha”, afinal, não há outro modo pelo qual seja possível reconciliar-se com Deus senão pela confissão dos pecados. Jesus, ao instituir este sacramento, poderia muito bem ter dito: Quando tiverdes pecado, entrai em vossos próprios quartos, prostrai-vos diante de Mim crucificado e obtereis o perdão. Seria muito mais cômodo. No entanto, Ele não disse isso. Antes, deu aos Apóstolos a chave da reconciliação: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos” [1].

Para vencer essa “vergonha” que todos sentimos de contar as próprias misérias, vale meditar um pouco sobre as verdades eternas. Quando perdemos a graça, pelo pecado mortal, não só somos condenados ao inferno, na outra vida, e a inúmeros tormentos, nesta, como perdemos a amizade de Deus, o bem mais precioso que o homem pode entesourar. Escrevendo a respeito do pecado mortal, Santo Afonso avalia:

“Se o homem recusasse a amizade de Deus, para alcançar um reino ou um império do mundo inteiro, já seria isso uma horrenda perversidade, pois que a amizade de Deus é muito mais preciosa do que o mundo todo e milhares de mundos. E afinal por amor de que coisa o pecador ofende a Deus? Por um pouco de terra, para satisfazer a sua ira, por um gozo bestial, por uma vaidade, um capricho. ‘Eles me desonraram por um punhado de cevada e um pedacinho de pão’ (Ez 13, 19).” [2]

Ao nos depararmos com a gravidade da ofensa que cometemos, com o grande amor com que Deus nos amou, derramando o Seu próprio sangue para salvar-nos, é preciso que nos comovamos e verdadeiramente nos envergonhemos… Mas, que a causa da nossa vergonha seja o pecado! E que essa mesma vergonha nos leve a um propósito firme e sério de não mais ofender a Deus! Caso contrário, será uma vergonha estéril e sem nenhuma serventia.

O autor sagrado diz que “há uma vergonha que conduz ao pecado, e uma vergonha que atrai glória e graça” [3]. Com razão se poderia chamar a “vergonha que conduz ao pecado” aquela que leva a pessoa ou a fugir ou a omitir seus pecados na Confissão, já que essa atitude causará a sua própria perdição eterna. Quanto à segunda vergonha, não é aquela que sentimos na fila do confessionário, mas que logo se esvai depois que somos absolvidos pelo sacerdote? “Quando estamos em fila para nos confessarmos, sentimos (…) vergonha, mas depois quando termina a Confissão sentimo-nos livres, (…) perdoados, puros e felizes” [4]. Por isso, diz Santo Afonso, “devemos fugir da vergonha que nos leva ao pecado e nos torna inimigos de Deus; não, porém, da que, ligada à confissão dos pecados, nos granjeia a graça de Deus e a glória do céu”.

Quando o demônio nos tentar sugerindo que, por vergonha, ocultemos as nossas faltas ao sacerdote, lembremo-nos de que os pecados dos condenados serão revelados a todos os homens no Juízo Final: “Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo” [5]; “Vou arregaçar o teu vestido até teu rosto, e mostrar tua nudez às nações, aos reinos a tua vergonha” [6]. Quando a sugestão for a de que sequer procuremos a reconciliação, lembremo-nos a joia de altíssimo valor que corremos o risco de perder, se morremos em estado de pecado mortal: o próprio Deus.

Transformemos, por fim, a “falsa vergonha” da Penitência em disposição para servir a Deus, porque o arrependimento não consiste em grandes sentimentos ou em prantos efusivos, mas em uma resoluta vontade de amar, como ensina Santa Teresa: “Consiste [o amor] numa total determinação e desejo de contentar a Deus em tudo, em procurar, o quanto pudermos, não ofendê-lo e rogar-lhe pelo aumento contínuo da honra e glória de seu Filho e pela prosperidade da Igreja Católica” [7].

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Mês da Bíblia 2024

“Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14)

 A Igreja na sua milenar sabedoria pastoral utiliza alguns meses ao longo do ano litúrgico para dedicar a celebrações especiais para animar a vida de fé de todos os fiéis. Como, por exemplo, o mês de maio que é o mês mariano, agosto que é o mês vocacional, setembro que é o mês da Bíblia, outubro que é o mês do Rosário e das missões, esses são meses temáticos, e, além de entre fevereiro, março e abril celebrarmos Quaresma e Páscoa, e entre novembro e dezembro Advento e Natal, nesse caso como formulação litúrgica.

A Igreja usa de sabedoria e numa sequência de eventos litúrgicos anima a vida de todos os fiéis. Todos os batizados são chamados por Deus à serem “sal na terra e luz no mundo”, e ainda, sacerdotes, profetas e reis, isso se sucederá a partir da participação ativa na liturgia.

Após termos rezado por todas as vocações ao longo do mês de agosto, em setembro somos chamados a dar uma maior atenção a Palavra de Deus. Não, que nos outros meses não devemos dar atenção, mas em especial no mês de setembro. O mês de setembro é dedicado à Palavra de Deus porque no dia 30 de setembro celebramos a memória litúrgica de São Jerônimo tradutor da Bíblia do grego e hebraico para o latim e grande comentarista das Sagradas Escrituras.

Ao longo deste mês as paróquias podem colocar a Palavra de Deus em destaque próximo ao ambão da Palavra, ou em algum lugar próximo ao altar. Em nossa casa também somos convidados a tirar a Bíblia da estante e colocá-la em um local de destaque. Além disso, podemos reservar um momento do dia, ou pela manhã ou a noite para meditar a Palavra de Deus em família, e seria muito bom aumentar o número de círculos bíblicos no território paroquial.

Infelizmente as famílias perderam o costume de rezar juntos e de meditar a Palavra de Deus, devido a correria do dia a dia acabam não se encontrando e não tendo tempo para rezar. Além de outras distrações como, por exemplo, televisão, internet, video game, dentre outros. Quem sabe podemos criar um hábito em casa, pela manhã ou à noite de meditar a Palavra de Deus, pode ser até o Evangelho preparado para aquele dia. Ler umas duas vezes e tirar daquela Palavra lida uma mensagem.

A Palavra de Deus deve ser o nosso alimento diário, devemos nos alimentar da Palavra e pedir ao Espírito Santo a luz necessária para seguir a Palavra que meditamos. Se nos alimentarmos diariamente da Palavra direcionaremos o nosso caminho somente para as coisas boas e ficaremos longe do pecado. A Palavra nos aponta o caminho certo, a palavra de Deus é luz que ilumina o nosso caminho, e a Palavra de Deus nos conduz para a Eucaristia.

Quando a Igreja dedica um mês para uma ocasião especial, é porque normalmente naquele mês é celebrada a festa litúrgica de algum santo idealizador ou protetor daquela causa. Em setembro celebramos a memória de São Jerônimo no dia 30, conforme dissemos.

O tema deste mês é o Livro do Profeta Ezequiel e lema para este ano de 2024 é: “Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14). Vivemos tempos difíceis, é necessário deixar que o Senhor nos alcance com o seu Espirito Santo. O Espírito Santo nos torna pessoas novas e nos capacita para anunciar a Palavra do Senhor para os demais irmãos. Esse mesmo Espírito Santo nos da sabedoria e inteligência para entendermos a Palavra que meditamos.

Através do batismo o Senhor nos torna novas criaturas, somos lavados e purificados do pecado e inebriados pelo Espírito Santo. Ao longo da nossa vida somos chamados a viver segundo o Espírito, pois o Espírito Santo nos conduz à Deus. O Espírito Santo consagra a Eucaristia e perdoa os pecados, conduz e guia a Igreja, e ajuda cada fiel a testemunhar Jesus Cristo. Quando vacilamos na fé peçamos ao Espírito Santo que nos anime. Por isso, peçamos ao Senhor que derrame sobre nós o Espírito Santo para que tenhamos forças para viver e anunciar o Evangelho.

Como proposta para esse mês da Bíblia, as comunidades podem se reunir e fazer círculos bíblicos e juntos meditarem a Palavra de Deus. Isso pode ocorrer na Igreja, ou nas casas das pessoas da comunidade, chamando os vizinhos e amigos para participar desse momento e assim o Reino de Deus estará acontecendo e se expandindo. A Palavra de Deus precisa ser anunciada aos quatro cantos da terra.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), todos os anos prepara um subsídio com um livro específico da Palavra de Deus para ajudar o povo de Deus a conhecer o livro e também meditar durante o mês da Bíblia e realizar esses círculos bíblicos. Esse ano o livro escolhido é de Ezequiel, e o lema para esse mês da Bíblia é tirado do capítulo trinta e sete desse livro: “Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14).

O Presidente da Comissão, dom Leomar Antônio Brustolin, diz que a celebração do mês da Bíblia no Brasil é expressão da sinodalidade. Cada comunidade se reúne, medita a palavra de Deus e reza por suas necessidades e pelas necessidades da Igreja.

Estudemos a Palavra de Deus ao longo desse mês de setembro, converse com o seu pároco e forme os círculos bíblicos para estudar o livro de Ezequiel. Além, de meditar a Palavra em casa com sua família, colocando a Bíblia em destaque, para que ela ilumine a sua vida e a de sua família. Amém.

Fonte: CNBB

Por que celebramos em setembro o Mês da Bíblia?

Em setembro, a Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia, período em que se busca de maneira especial desenvolver o conhecimento da Palavra de Deus e a aplicação desta na vida cotidiana.

Em diferentes ocasiões o papa Francisco incentivou a ler a Bíblia.

Em outubro de 2014, durante a abertura do Sínodo Extraordinário da Família, no Vaticano, Francisco disse que “a Bíblia não é para ser colocada em um suporte, mas para estar à mão, para lê-la frequentemente, cada dia, seja individualmente ou juntos, marido e mulher, pais e filhos, talvez de noite, especialmente no domingo”.

Em outras ocasiões, como nas audiências gerais e nos Ângelus na Praça de São Pedro, o papa aconselhou os fiéis a carregarem consigo um evangelho de bolso, para que possa ser lido a qualquer momento.

“Hoje se pode ler o Evangelho também com muitos instrumentos tecnológicos. Pode-se trazer consigo toda a Bíblia num telefone celular, num tablet. O importante é ler a Palavra de Deus, com todos os meios, e acolhê-la com o coração aberto. E então a boa semente dá fruto!”, disse durante o Ângelus, em 6 de abril de 2014.

O Mês da Bíblia teve início em 1971, por ocasião do cinquentenário da arquidiocese de Belo Horizonte (MG). Foi levado adiante com a colaboração do Serviço de Animação Bíblica da Congregação das Paulinas (SAB). Posteriormente, foi assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estendeu-se ao âmbito nacional.

A escolha do mês de setembro para dedicar-se à Bíblia deve-se ao fato de no dia 30 de setembro ser comemorado o dia de são Jerônimo, que traduziu a Bíblia dos originais para o latim.

Para marcar este mês, ACI Digital compartilha o recurso sobre as Sagradas Escrituras: http://www.acidigital.com/Biblia/index.html.

Fonte: ACI Digital

Hoje é celebrado são Gregório Magno, papa e doutor da Igreja

“Onde existe o amor se realizam coisas grandes”. Assim costumava dizer o primeiro monge a ser papa, são Gregório Magno, que em sua passagem pela cátedra de Pedro deixou grandes marcas na história da Igreja, como por exemplo, a instituição da observância do celibato, a introdução do Pai-Nosso na missa e o canto gregoriano.

Mais tarde, tornou-se doutor da Igreja e hoje, 3 de setembro, é celebrada sua memória litúrgica.

Gregório nasceu em Roma, no ano 540, na família Anícia, de tradição na Corte romana, da qual saíram dois papas: Félix III (483-492), seu tataravô Agapito (535-536).

Ainda jovem ingressou na carreira administrativa, sendo prefeito de Roma. Mas, logo deixou essa carreira para se dedicar à vida monástica, ingressando no mosteiro de Santo André. Tempos depois, declarou que seus anos no mosteiro foram os melhores de sua vida.

Mais adiante, foi nomeado diácono pelo papa Pelágio e enviado a Constantinopla como núncio apostólico. Algum tempo depois, foi chamado a Roma para ser secretário do pontífice, onde viveu anos difíceis com desastres naturais, carestias e a peste que atingiu o papa Pelágio II.

O clero, o povo e o senado o elegeram papa e preocupou-se com a conversão dos novos povoados e da nova organização civil da Europa. Queria estabelecer relações de fraternidade com todos para anunciar a palavra da salvação.

De todo seu trabalho religioso no Ocidente, a conversão da Inglaterra e o êxito que coroou seus esforços encaminhados para esta direção foi, para ele, o maior triunfo de sua vida.

São atribuídos a este santo a compilação do Antiphonario, a revisão e reestruturação do sistema de música sacra, a fundação da famosa Schola Cantorum de Roma e a composição de vários hinos muito conhecidos.

Mas sua verdadeira obra se projeta em outras direções. É venerado como o quarto Doutor da Igreja, por ter dado uma clara expressão a certas doutrinas religiosas que ainda não tinham sido bem definidas e, possivelmente, seu maior trabalho foi o fortalecimento da Sé Romana.

O papa Bento XVI, referindo-se a são Gregório Magno em sua audiência geral de 28 de maio de 2008, observou que, embora o desejo de são Gregório tivesse sido o de “viver como um monge em permanente conversa com a Palavra de Deus, por amor seu se fez servidor de todos em um tempo cheio de tribulações e sofrimentos: servo dos servos. Por isso foi ‘Grande’ e nos ensina qual é a medida da verdadeira grandeza”.

Fonte: ACI Digital

Hoje é celebrado santo Agostinho, doutor da Igreja

A Igreja celebra hoje (28) santo Agostinho, doutor da Igreja e “padroeiro dos que procuram Deus”, o qual em suas “Confissões” disse a Deus sua famosa frase: “Tarde te amei, ó Beleza sempre antiga, sempre nova. Tarde te amei”.

Santo Agostinho nasceu em 13 de novembro de 354, em Tagaste, ao norte da África. Foi filho de Patrício e Santa Mônica, que ofereceu orações pela conversão de seu marido e de seu filho.

Em sua juventude, entregou-se a uma vida dissoluta. Conviveu com uma mulher por aproximadamente 14 anos e tiveram um filho chamado Adeodato, que morreu ainda jovem.

Agostinho pertenceu à seita do maniqueísmo até que conheceu santo Ambrósio, por quem ficou impactado e começou a ler a Bíblia.

No ano 387, foi batizado junto com seu filho. Sua mãe faleceu naquele mesmo ano. Mais tarde, em Hipona, foi ordenado sacerdote e em seguida bispo, ficando a cargo dessa diocese por 34 anos. Combateu as heresias de seu tempo e escreveu muitos livros, sendo o mais famoso sua autobiografia intitulada “Confissões”.

Em 28 de agosto de 430, adoeceu e faleceu. Seu corpo foi enterrado em Hipona, mas logo foi transladado a Pavia, Itália. É um dos 33 Doutores da Igreja, recordado como o Doctor Gratiae (doutor da Graça).

Para o papa emérito Bento XVI, santo Agostinho foi um “bom companheiro de viagem” em sua vida e ministério. Em janeiro de 2008, referiu-se a ele como “homem de paixão e de fé, de alta inteligência e de incansável solicitude pastoral… deixou um rastro profundo na vida cultural do Ocidente e de todo o mundo”.

Em agosto de 2013, o papa Francisco, durante a missa de abertura do capítulo geral da Ordem de Santo Agostinho, referiu-se ao santo como um homem que “comete erros, toma também caminhos equivocados, é um pecador; mas não perde a inquietação da busca espiritual. E deste modo descobre que Deus lhe esperava; mais ainda, que jamais tinha deixado de lhe buscar primeiro”.

Quem também fez grande difusão da vida e obra deste doutor da Igreja foi são João Paulo II, que redigiu a carta apostólica “Augustinum Hipponensem”, em 1986, por ocasião do XVI centenário da conversão de santo Agostinho.

Fonte: ACI Digital

Façamos opção pelo Senhor Jesus!

A liturgia do 21.º Domingo do Tempo Comum fala-nos de opções. Lembra-nos que podemos gastar a vida a perseguir valores estéreis ou, em contrapartida, a apostar em valores eternos, capazes de dar pleno sentido à nossa existência. Deus aponta-nos o caminho; mas a decisão final é sempre nossa. 

Na primeira leitura – Js 24,1-2a.15-17.18b –, Josué convida as tribos de Israel reunidas em Siquém a escolherem entre “servir o Senhor” e servir outros deuses. A decisão não é difícil: o Povo viu como Deus agiu, ao longo da história, e está convicto de que só Javé lhe pode proporcionar a vida, a liberdade, o bem-estar e a paz. Diante dos grandes feitos de Deus, o povo responde que não pretende abandoná-lo. Assim renova a aliança com o Senhor, comprometendo-se a viver os mandamentos. Somos sempre interrogados sobre a quem queremos servir: ao projeto de Jesus ou ao “projeto diabólico” que escraviza e oprime? 

O Evangelho – Jo 6,60-69 – encerra o discurso do Pão da Vida, apresenta-nos dois grupos de discípulos com atitudes diversas diante da proposta de Jesus. A quem nós devemos ir? Um deles, ainda prisioneiro da lógica do mundo, está apenas preocupado com a satisfação das suas necessidades materiais e com a concretização dos seus projetos de poder, de ambição e de glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. O outro (os Doze), aberto à ação de Deus e do Espírito, está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. Este último grupo aponta o caminho aos verdadeiros discípulos de Jesus. Somente com os olhos da fé conseguiremos aderir à proposta de vida do Senhor; caso contrário, também murmuraremos. O texto termina belamente com uma profissão de fé do Apóstolo Pedro. As palavras de Jesus ajudam o grupo dos Doze a aceitar seu mistério e manifestar sua fé. Manifestemos nossa confiança e nossa total entrega à Pessoa de Jesus, repetindo as palavras de Simão Pedro: “A quem iremos, Senhor: Tu tens palavras de vida eterna!”. 

Na segunda leitura – Ef 5,21-32 –, Paulo lembra aos cristãos de Éfeso que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser o lugar onde se manifestam os valores do Reino. Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja. O amor mútuo entre o marido e a mulher, a exemplo de Cristo, que amou intensamente a comunidade. Quando há verdadeiro amor entre as pessoas, desaparecem servidões e agressões. Assim como Cristo ama sua Igreja, o marido tem um compromisso de amor com a esposa; é convidado a amá-la como parte de si mesmo, e assim os dois serão “uma só carne”. O amor autêntico é a base da união matrimonial. Sem ele não há o sacramento do matrimônio. 

Neste quarto e último domingo do mês de agosto, recordamo-nos da vocação leiga: homens e mulheres que contribuem diretamente na vida de nossas comunidades eclesiais de fé. Ganham destaque aqueles que exercem o ministério de catequista, acompanhando, anunciando e testemunhando para as nossas crianças, jovens, adultos e famílias a Boa-Nova da salvação. 

Ainda hoje a pergunta ressoa em nossos corações: A quem iremos? Com Pedro reconheçamos que o fundamental da pregação de Jesus encontra-se na vida sem fim e no seguimento com fé para que o Espírito Santo continue a gerar vida no mundo e para o mundo. Num mundo faminto de pão e carente de vida plena, queremos professar que ninguém, além do nosso Mestre Jesus, pode saciar nossa fome mais profunda. As palavras de Jesus jamais poderão ser adocicadas. A Palavra de Salvação é como espada cortante, afiada, que exige de nós um “sim” fundamental de vida, e não um “talvez” ou “quem sabe” de uma religião de comodismo.  Quem não quer ter compromisso com Jesus acaba seguindo outro caminho. Só Jesus tem palavras de vida eterna! 

Fonte: CNBB

A contumélia na perspectiva de Santo Tomás de Aquino

A contumélia refere-se a uma ofensa verbal ou injúria proferida contra alguém visando atingir sua honra e reputação. Expressa-se, principalmente, por meio de palavras com a intenção de humilhar, desacreditar ou insultar o outro, podendo também incluir gestos ou ações que tenham a mesma força expressiva. Na teologia moral, a contumélia é considerada uma violação da caridade e da justiça, pois atinge a dignidade da pessoa ofendida. 

Santo Tomás de Aquino trata a contumélia, na Suma Teológica, no Tratado sobre a Justiça, na Questão 72. Em quatro artigos, ele analisa a natureza, a gravidade e as implicações morais desse comportamento, oferecendo uma reflexão que continua atual. 

No primeiro artigo, Santo Tomás entende que a contumélia consiste principalmente em palavras, pois estas são os meios mais eficazes de expressar pensamentos e intenções. Embora ações possam também desonrar, é por meio das palavras que a contumélia se manifesta mais claramente, pois elas trazem ao conhecimento de outros aquilo que desonra uma pessoa. Ele destaca que a contumélia é uma forma de injustiça, pois ao tornar público um defeito ou falha, seja verdadeira ou falsa, prejudica-se a honra e a dignidade do próximo. 

No segundo artigo, ele explora a gravidade da contumélia, considerando-a um pecado mortal quando há intenção deliberada de difamar alguém. Nesse caso, ela se torna semelhante ao furto e à rapina por violar a justiça e a caridade. No entanto, como a gravidade do pecado pode variar conforme a intenção e as circunstâncias, se a ofensa for proferida com a intenção de corrigir, a contumélia pode ser considerada um pecado venial. 

No terceiro artigo, Santo Tomás trata da paciência e da resistência às ofensas verbais. Ele sugere que, embora a paciência seja uma virtude, não é sempre necessário suportar a contumélia passivamente. Em certos casos, é legítimo e necessário repelir a ofensa, especialmente para corrigir o ofensor ou proteger a comunidade de influências negativas. No entanto, isso deve ser feito com moderação e por motivos corretos, e não por vaidade ou desejo de vingança. 

No quarto artigo, Santo Tomás identifica a ira como a origem mais comum da contumélia, visto que ela frequentemente surge como uma resposta impulsiva à provocação, uma forma imediata de vingança verbal. Ele também reconhece que a soberba e a estultícia podem predispor alguém a cometer contumélias, pois esses vícios enfraquecem a razão e aumentam a tendência de desonrar o próximo. 

A análise de Santo Tomás sobre a contumélia permanece atual, especialmente diante da proliferação de ofensas e discursos de ódio nas mídias sociais e nos ambientes digitais. O princípio de que a contumélia fere a dignidade humana e viola a justiça continua válido, independentemente do meio pelo qual a ofensa é proferida. Em um mundo onde a comunicação é instantânea e global, as palavras têm um poder ainda maior de causar danos, tornando a reflexão de Santo Tomás relevante e essencial para as questões éticas e morais contemporâneas. 

Eticamente, a contumélia desafia o princípio da dignidade humana e o dever de respeito mútuo, sendo condenada pela teologia moral como um pecado contra a caridade, pois envenena as relações humanas e contraria o mandamento do amor. Religiosamente, é vista como uma afronta ao desígnio divino de convivência harmoniosa. Juridicamente, pode ser considerada difamação ou injúria, sujeita a sanções civis ou penais, refletindo o reconhecimento social de que a honra e a reputação são bens jurídicos protegidos. A análise de Santo Tomás nos convida a refletir sobre a responsabilidade que temos ao usar as palavras e o impacto que elas podem ter na vida do outro, bem como nos aponta o dever de cultivar a caridade, a paciência e a moderação nas relações humanas e sociais. 

Fonte: CNBB

Hoje a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora Rainha

“Maria é a rainha do Céu e da terra, por graça, como Cristo é Rei por natureza e por conquista”. Assim afirma são Luís Maria Grignion de Montfort, no Tratado da Verdadeira Devoção, número 38.

Hoje (22), a Igreja celebra a festa desse Reinado de Maria, a semelhança e em perfeita coincidência com o reino de Jesus Cristo, que não é temporal nem terreno, mas eterno e universal.

Esta festa litúrgica de Nossa Senhora Rainha foi instituída pelo papa Pio XII em 1954, ao coroar a Virgem na basílica de Santa Maria Maior, Roma (Itália), no dia 11 de outubro, quando o papa também promulgou o documento principal do Magistério da Igreja que fala sobre a dignidade e realeza de Maria, a Encíclica Ad Caeli Reginam.

Inicialmente, a celebração se estabeleceu em 31 de maio, mês de Maria. Agora, celebra-se na oitava da Assunção, para manifestar a conexão entre a realeza de Maria e a sua assunção aos céus.

Na Encíclica Ad Caeli Reginam, lê-se que “os Teólogos da Igreja, extraindo sua doutrina” ao consultar as reflexões de vários santos e testemunhos da antiga tradição, “chamaram à Santíssima Mãe Virgem Rainha de todas as coisas criadas, Rainha do mundo, Senhora do universo”.

O papa emérito Bento XVI, na celebração desta festa em 2012, disse que esta realeza da Mãe de Deus se faz concreta no amor e no serviço a seus filhos, em seu constante velar pelas pessoas e suas necessidades.

Ao referir-se à Virgem como Rainha do Universo, são João Paulo II ressaltou: “É uma Rainha que dá tudo o que possui compartilhando, sobretudo, a vida e o amor de Cristo”.

São Paulo VI, na exortação apostólica Marialis Cultusescreveu que na Virgem Maria tudo é referido a Cristo e tudo depende Dele: “Em vistas a Ele, Deus Pai a escolheu desde toda a eternidade como Mãe toda Santa e a adornou com dons do Espírito Santo que não foram concedidos a nenhum outro”.

O número 59 da Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium, diz que “a Virgem Imaculada (…) foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte”.

Em Apocalipse, 12, 1, lê-se: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas”.

Oração a Nossa Senhora Rainha

Deus todo-poderoso, que nos deste como Mãe e como Rainha a Mãe do seu Unigênito, nos conceda que, protegidos pela sua intercessão, alcancemos a glória de seus filhos no reino dos céus. Rainha digníssima do mundo, Maria Virgem perpétua, interceda por nossa paz e saúde, vós que gerastes Cristo Senhor, Salvador de todos. Por nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Fonte: ACI Digital