O ícone da misericórdia percorrerá o mundo até o Jubileu de 2033

No Domingo da Misericórdia e no ano dedicado à oração, o itinerário internacional da Peregrinatio Misericordiae começa com uma imagem abençoada pelo Papa Francisco no dia 6 de novembro de 2023, durante a audiência concedida aos voluntários e hóspedes da Pequena Casa da Misericórdia de Gela.

misericordia

A recomendação de Francisco foi clara: levar a imagem às igrejas, praças e lares do mundo até 2033, ano jubilar em que serão celebrados os dois mil anos da Redenção, passando pelo Jubileu ordinário de 2025. Esta é a missão confiada pelo Papa aos voluntários e hóspedes da Pequena Casa da Misericórdia de Gela, na Itália, quando os encontrou no início de novembro passado para abençoar o ícone da Peregrinatio Misericordiae, destinado a viajar por todas as latitudes.

Desejada pelos pobres e pelos voluntários da Casa da Misericórdia para comemorar os 25 anos de fundação da Fraternidade Apostólica da Misericórdia e os 10 anos da Pequena Casa da Misericórdia de Gela, o ícone foi realizado seguindo as regras da antiga técnica bizantina e utilizando os materiais canônicos, conforme prescrevem os manuais, acrescentando na obra algumas relíquias dos Santos da Misericórdia, incluindo – além das de São João Paulo II e de Santa Faustina Kowalska, também as de Santa Teresa do Menino Jesus, Santa Teresa de Calcutá e do beato Carlos Acutis.

A escolha do primeiro domingo depois da Páscoa feita por João Paulo II no ano 2000 tem um profundo significado teológico: indica a estreita ligação entre o mistério pascal da Redenção e a festa da Misericórdia que encerra a Oitava da Páscoa. Jesus tinha indicado a Santa Faustina o modo de celebrar a festa, pedindo que naquele dia a imagem da Divina Misericórdia fosse solenemente abençoada e venerada publicamente. “Naquele dia – era a promessa – quem se aproximar da fonte da vida alcançará a remissão total dos pecados e dos castigos (…) Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, mesmo que os seus pecados sejam como escarlate”.

Em 2013, o Papa Francisco pediu a pe. Pasqualino di Dio que fundasse a Pequena Casa da Misericórdia. Graças ao trabalho de voluntários, várias atividades de solidariedade foram iniciadas pela Associação “Dives in Misericordia, Aps Onlus” e pela Cooperativa Social “Raphael”, desde o centro de escuta até a distribuição de pacotes de alimentos e roupas, uma cantina, um dormitório, um ambulatório médico e outras iniciativas. Em uma carta manuscrita enviada ao pe. Pasqualino, o Papa Francisco descreve a Pequena Casa da Misericórdia como “um farol de luz e esperança na escuridão do sofrimento e da resignação”. Na audiência privada de 6 de novembro de 2023 aos 300 peregrinos de Gela, ele disse: “Pode-se ver que vocês se deixaram provocar e inquietar pelas necessidades dos irmãos e irmãs que Deus colocou em seu caminho, especialmente os últimos, os mais necessitados”. Nesta época de incertezas entre pandemia e guerras, as palavras de Jesus misericordioso confiadas à mística polonesa ressoam fortemente: “A humanidade não encontrará paz enquanto não se voltar com confiança para a Minha Misericórdia”.

Fonte: Vatican News

SECRETÁRIO-GERAL CONVIDA PARA O DIA DE ORAÇÃO PELA 61ª ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, divulgou nesta quarta-feira, 3 de abril, um vídeo convidando a Igreja no Brasil a rezar pelo episcopado brasileiro e pela 61ª Assembleia Geral da conferência que se realizará em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril.

Nos dois primeiros dias da Assembleia, dias 10 e 11 de abril, após a sessão de abertura, orientados pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, os bispos do Brasil entrarão em retiro espiritual.

“Será um momento especial para rezarmos juntos, à base das Sagradas Escrituras. Buscaremos ouvir os apelos de Deus e de seu Espírito, pedindo as luzes do Ressuscitado para o nosso caminho como Igreja no Brasil”, afirmou dom Ricardo.

O secretário-geral da CNBB convida especialmente para o Dia de Oração pela Assembleiao DOA, a se realizar no dia 10 de abril, no primeiro dia da Assembleia. Dom Ricardo pede que, neste ano dedicado à oração pelo Jubileu 2025, os fiéis e comunidades dediquem parte de seu tempo e entrem em comunhão espiritual com os bispos reunidos em assembleia e com toda a Igreja no Brasil rezando por seus pastores e pelo bom andamento da 61ª Assembleia Geral.

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Fonte: CNBB

“POR QUE VOCÊS PROCURAM ENTRE OS MORTOS AQUELE QUE ESTÁ VIVO?” (LC 24,5)

Nesta Páscoa, somos convidados a refletir sobre o magnífico anúncio feito pelo Anjo às mulheres que foram ao túmulo de Jesus: “Por que vocês procuram entre os mortos Aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou!» (Lc 24, 5-6). O túmulo é, por definição, o lugar de onde quem entra não sai. Entretanto, o Senhor não estava no túmulo, pois não podia continuar prisioneiro da morte, Ele que é a própria fonte da vida. “Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito!” (Mt 28, 6). 

A ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é o fundamento da nossa fé, o sinal definitivo do amor incondicional de Deus por nós. A ressurreição de Cristo é o evento mais extraordinário da história humana. O que era humanamente impensável aconteceu: «Jesus de Nazaré… Deus o ressuscitou, libertando-o dos grilhões da morte» (At 2, 22-24). 

A ressurreição do Senhor não é uonho, uma visão, uma utopia, nem uma fábula, mas um acontecimento único e irrepetível que se deu na história: Jesus de Nazaré, que na Sexta-feira foi descido da cruz e sepultado, saiu vitorioso do túmulo. Com efeito, ao alvorecer do primeiro dia após o Sábado, Pedro e João encontraram o túmulo vazio (Jo 20, 3-8). Madalena e as outras mulheres encontraram Jesus ressuscitado (Mt 28, 1-7; Mc 16, 1-11); igualmente, os dois discípulos de Emaús reconheceram o Senhor ao partir o pão (Lc 24, 30-31); o Ressuscitado apareceu aos Apóstolos à noite, no Cenáculo, e depois a muitos outros discípulos na Galileia (Lc 24,36-50). 

A Ressurreição não é uma teoria, mas uma realidade histórica e uma verdade revelada por Nosso Senhor Jesus Cristo por meio da sua Páscoa, que nos abriu o caminho para o céu. A Ressurreição do Senhor conta com o testemunho daqueles que, a partir do túmulo vazio, puderam constatar que algo extraordinário ocorreu no sepulcro que acolheu o corpo do Senhor. O túmulo não foi violado, nem apresenta sinais de violação! A pesada pedra foi cuidadosamente removida, os panos que envolveram o corpo do Senhor estavam devidamente arrumados, tal como alguém que, ao despertar e levantar-se do seu leito, o deixa cuidadosamente em ordem (Jo 20, 5-8). A Ressurreição do Senhor é atestada pelo testemunho daqueles que tiveram suas vidas transformadas pela experiência com o Ressuscitado. Maria Madalena e os discípulos que foram ao túmulo vivenciaram uma profunda transformação de vida decorrente do encontro com o Senhor. 

O anúncio da ressurreição do Senhor ilumina as zonas escuras do mundo em que vivemos, um mundo marcado por desafios, medos, desânimo e injustiças. No entanto, a vitória de Cristo sobre a morte nos assegura que nenhum desses obstáculos é insuperável. Assim como Cristo ressuscitou, somos chamados a deixar nossas “sepulturas” pessoais, superando tudo aquilo que nos aprisiona, para abraçar a plenitude da vida que Ele nos oferece. 

Que o poder transformador da Ressurreição renove sua vida e o/a inspire a vencer todas as situações de morte encontradas no caminho! Que sua vida seja iluminada com os sinais da vitória de Cristo! Que suas ações reflitam os raios luminosos da Ressurreição do Senhor, anunciando a alvorada da Páscoa e contribuindo para a construção de um mundo mais justo e fraterno, onde o amor de Deus seja vivenciado e compartilhado! 

Esta é a verdadeira experiência da Páscoa: experimentar a salvação de Deus na própria vida e realizar a passagem do pecado para a vida da graça, na certeza do seu amor salvífico.  “Pois Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3, 16).  

Que a glória do Cristo Ressuscitado brilhe sobre você, iluminando sua vida e missão! Que a esperança e a alegria da Ressurreição sejam uma fonte constante de força e inspiração em sua jornada, permitindo-lhe viver como uma pessoa ressuscitada, que caminha neste mundo, aspirando às coisas do alto. 

Fonte: CNBB

Indulgência Plenária na Festa da Divina Misericórdia

Saiba por que a Igreja celebra, neste domingo, a festa da Divina Misericórdia e aprenda como lucrar a indulgência plenária nessa celebração.

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A devoção à Divina Misericórdia, de acordo com as revelações de Nosso Senhor a Santa Faustina Kowalska, é um grande dom concedido à Igreja Católica no terceiro milênio. Essa expressão de piedade foi de tal modo reconhecida e aprovada pela Igreja que, em 2000, o Papa São João Paulo II — conterrâneo de Santa Faustina — instituiu para a Igreja universal a festa da Divina Misericórdia, a ser celebrada todos os anos, na Oitava da Páscoa.

Mas por que instituir essa festa justamente no segundo domingo do Tempo Pascal?

Além do pedido expresso de Jesus Misericordioso [1], uma das razões pode ser encontrada no fato de que, nesse dia, a liturgia católica relembra com particular intensidade dois grandes instrumentos da divina misericórdia para a salvação humanaos sacramentos do Batismo e da Penitência. Esses dois sacramentos são chamados também de “sacramentos de mortos”, porque foram “instituídos principalmente para restituir a vida da graça às almas mortas pelo pecado” [2]: o Batismo, como a porta pela qual todos temos de passar; e a Confissão, como uma “segunda tábua de salvação” [3], pois é por ela que são restituídos à graça os que voltaram a cair depois de terem sido batizados.

De fato, este domingo da Oitava da Páscoa era chamado, desde os primeiros tempos da Igreja, de Dominica in albis. A expressão latina significa “em vestes brancas” e faz referência ao fato de que, durante essa celebração, os neófitos que foram batizados na Vigília Pascal pela primeira vez aparecem com suas vestes alvas, simbolizando a brancura da alma purificada do pecado. Também neste domingo, o Evangelho proclama a instituição do sacramento da Penitência, quando Nosso Senhor Ressuscitado se põe no meio dos discípulos e, soprando sobre eles, diz: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos.” (Jo 20, 22-23)

Para fazer com que vivêssemos mais intensamente esta celebração, o Papa São João Paulo II estabeleceu, em 2002, através de um decreto com “vigor perpétuo”, que este Domingo da Divina Misericórdia fosse enriquecido com a Indulgência Plenária, entre outras razões, para que os fiéis pudessem ” alimentar uma caridade crescente para com Deus e o próximo“. Os termos da concessão são os seguintes:

Concede-se a Indulgência plenária nas habituais condições (Confissão sacramental, Comunhão eucarística e orações segundo a intenção do Sumo Pontífice) ao fiel que no segundo Domingo de Páscoa, ou seja, da “Misericórdia Divina”, em qualquer igreja ou oratório, com o espírito desapegado completamente da afeição a qualquer pecado, também venial, participe nas práticas de piedade em honra da Divina Misericórdia, ou pelo menos recite, na presença do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, publicamente exposto ou guardado no Tabernáculo, o Pai-Nosso e o Credo, juntamente com uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso (por ex., “Ó Jesus Misericordioso, confio em Ti”).

Concede-se a Indulgência parcial ao fiel que, pelo menos com o coração contrito, eleve ao Senhor Jesus Misericordioso uma das invocações piedosas legitimamente aprovadas.

Também aos homens do mar, que realizam o seu dever na grande extensão do mar; aos numerosos irmãos, que os desastres da guerra, as vicissitudes políticas, a inclemência dos lugares e outras causas do género, afastaram da pátria; aos enfermos e a quantos os assistem e a todos os que, por uma justa causa, não podem abandonar a casa ou desempenham uma actividade que não pode ser adiada em benefício da comunidade, poderão obter a Indulgência plenária no Domingo da Divina Misericórdia, se com total detestação de qualquer pecado, como foi dito acima, e com a intenção de observar, logo que seja possível, as três habituais condições, recitem, diante de uma piedosa imagem de Nosso Senhor Jesus Misericordioso, o Pai-Nosso e o Credo, acrescentando uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso (por ex., “Ó Jesus Misericordioso, Confio em Ti”).

Se nem sequer isto pode ser feito, naquele mesmo dia poderão obter a Indulgência plenária todos os que se unirem com a intenção de espírito aos que praticam de maneira ordinária a obra prescrita para a Indulgência e oferecem a Deus Misericordioso uma oração e juntamente com os sofrimentos das suas enfermidades e os incómodos da própria vida, tendo também eles o propósito de cumprir logo que seja possível as três condições prescritas para a aquisição da Indulgência plenária.

Aproveitemos essa concessão da Igreja, por ocasião da festa da Divina Misericórdia, para fortalecermos o nosso amor a Cristo, vivendo a vida da graça, e mantermos “o espírito desapegado completamente da afeição a qualquer pecado”, pois só assim poderemos receber de Deus as indulgências que Ele, misericordiosíssimo, sempre nos quer conceder.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

A NOSSA FÉ NA RESSURREIÇÃO!

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Percorremos o tempo da Quaresma refletindo sobre o tema proposto pela Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e amizade social”; tendo presente o lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23,18). Creio que foi extremamente oportuno e “inspirado” termos refletido, como Igreja, comunidade de fé, sobre a realidade da sociedade brasileira, onde o espírito de fraternidade e convivência social foi cedendo espação à cultura do ódio, que acentua as divisões nas famílias e nas comunidades.  

O processo de conscientização para fortalecermos uma cultura marcada pelo espírito de fraternidade não termina com as celebrações da Semana Santa, ricas em conteúdo e espiritualidade, que nos fazem retornar ao caminho do amor misericordioso do Pai, manifestado por Jesus, através da instituição do sacerdócio e da Eucaristia, e revivido de forma intensa pelo nosso povo através da paixão do Senhor.  

A dor da violência, da indiferença e da omissão, infligida ao Cordeiro de Deus, continua muito presente na nossa realidade social. Penso que muitos gostariam que a missão do Senhor tivesse seu grande final com a Sexta Feira da Paixão, quando “o Verbo que se fez Palavra, fez silêncio”. E, com sua morte, o silêncio da justiça reinasse soberano sobre a terra, assim não alimentaria o amor, a esperança, a busca de dignidade daqueles que estendem a mão a quem está à beira do caminho, ou tem o coração ferido pela perda de forma brutal e absurda de alguém que amava, que era presente de Deus, presença de vida. 

No silêncio do sábado santo, fomos convidados a entrar no repouso de Deus (Hb 4,9), no silêncio de Deus, no vazio de Deus, de onde cada coisa toma vida, até mesmo a morte. A ressurreição, a esperança de uma vida nova e do renovar-se continuamente na vida, parece depender da nossa capacidade em aceitar, depois dos momentos mais difíceis da nossa existência, que uma “pedra” (Jo 11,41; 20,1) nos separe de tudo e de todos, na espera do grande acordar, que é a ressurreição, como insurreição da vida, dom de Deus, contra todo atentado de morte. 

Na caminhada de filhos e filhas para a casa do Pai, podemos ter sempre aquela esperança, de que o sono da morte não conhece a eternidade, porque a eternidade, Deus reservou para a vida, através da ressurreição, da qual o Senhor Jesus nos dá testemunho, de que vive e é luz a iluminar a nossa vida. 

Fonte: CNBB

A JORNADA DO RESSUSCITADO

De início foi apenas um murmúrio, mas algumas irmãs que correram ao Túmulo de Jesus o encontraram vazio. Estupor e tormenta perturbaram seus corações, mas alguém as recomendou de contar este fato a Simão Pedro e aos outros, dizendo-lhes que Ele havia Ressuscitado. 

Elas voltaram e deram esta notícia. Encontraram somente Simão Pedro e João despertos. Os dois correram pelas ruas de Jerusalém para verem com os próprios olhos se de fato Jesus não estava lá. Correram juntos, mas João, o mais amado, chegou primeiro. Aliás, é próprio do amor chegar antes. O amor corre sem empecilho ou desvio, ele apenas contempla o objeto amado, por isso João chegou primeiro.  

É verdade, porém, que o amor é paciente. Não se envaidece nem é orgulhoso. Por isso parou na entrada do túmulo e esperou Simão Pedro chegar. Foi a Simão que Jesus mandou dar a notícia por primeira (Mc 16,7). Primeiro a ele, depois aos outros. Uma verdade candente em nosso tempo, quando muitos, movidos por carismas ou condições favoráveis, alardeiam-se a entrarem primeiro no túmulo. Expondo “verdades” que a Igreja ainda não atestou e levando muitos ao perigo do engano e da falsidade. 

A pressa e a imprudência não são características do amor. Ele chega antes, é bem verdade, mas sabe sentar-se no pórtico e esperar quem é de direito para atestar a revelação. João chegou antes porque era o discípulo que Jesus amava e o amava igualmente de volta. Maria Madalena chegou primeiro porque muito amava. Em ambos os casos, nenhum arrogou para si a missão que não lhe pertencia. 

O murmúrio virou fato, e as mulheres o viram vivo (Mt 28,9). Uma nova recomendação lhes foi dada. Jesus mandou que se alegrassem e espalhasse essa boa notícia aos discípulos e ao mundo. 

Até os que já haviam esmorecido e estavam saindo de Jerusalém, retornaram (Lc 24,13). O Senhor foi ao encontro deles e, vivo de novo, deu-lhes coragem para retornarem ao caminho da missão. Alegria e paz começam a fecundar o mundo, e o medo da morte começa a se esvair. 

Os mesmos homens que disseram antes, “A ele, porém, ninguém o viu”, abriram os olhos e reconheceram Jesus no caminho para Emaús. 

É o Senhor! Parece não haver mais dúvidas, Ele está vivo e caminha novamente no meio de nós. 

Essa história estava crescendo. Contaram muitas coisas sobre como Ele Ressuscitado repartiu e pão e se deu a conhecer. Estavam falando e se admirando com o pode de Deus, que abre os corações e desanuvia os olhos. Jesus, então, apareceu a todos os nossos irmãos mais de uma vez (Lc 24,36). 

O Ressuscitado, agora, traz uma nova saudação: Pax vobis! A paz esteja convosco, é a paz que herdamos ainda hoje. É com ela que recuperamos o ânimo de viver neste mundo sem temer a mais nada. 

A sua Ressurreição nos acalma e tranquiliza. Nenhuma missão é demasiadamente grande ou impossível, porque Ele caminha conosco. Esta experiência foi partilhada desde aqueles primeiros dias, quando retirados para pescar e sem conquistar o êxito esperado, os discípulos ouviram o que lhes ordenou Jesus Ressuscitado e lançaram a rede mais uma vez, ficando espantados e maravilhados. Desde o dia em que o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” (Jo 21,7), que nossa coragem foi elevada a outro patamar. Saímos das penumbras da fragilidade humana e com a alegria e paz resistimos até hoje naquele que foi o seu último mandamento para nós: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15). 

Fonte: CNBB

O que é a Oitava de Páscoa?

Neste tempo litúrgico, a primeira leitura, normalmente tirada do Antigo Testamento, é trocada por uma leitura dos Atos dos Apóstolos.

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Depois do Domingo de Ressurreição começa os cinquenta dias do tempo pascal e termina com a Solenidade de Pentecostes. Mas afinal o que é a Oitava de Páscoa?

A Oitava de Páscoa é a primeira semana destes 50 dias; é considerada como se fosse um só dia, ou seja, o júbilo do Domingo Pascal é prolongado durante oito dias. As leituras evangélicas estão centralizadas nos relatos das aparições de Cristo Ressuscitado e nas experiências que os apóstolos tiveram com Ele.

Neste tempo litúrgico, a primeira leitura, normalmente tirada do Antigo Testamento, é trocada por uma leitura dos Atos dos Apóstolos. O segundo Domingo de Páscoa também é chamado Domingo da Divina Misericórdia, segundo a disposição de São João Paulo II durante seu pontificado, depois da canonização da sua compatriota Faustina Kowalska.

O decreto foi emitido no dia 23 de maio do 2000 pela Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, detalhando que esta seria comemorada no segundo domingo Pascal. A denominação oficial deste dia litúrgico será “segundo domingo de Páscoa ou Domingo da Divina Misericórdia”.

Fonte: Comunidade Shalom

RENASCIMENTO E RENOVAÇÃO NOS TEMPOS ATUAIS

Neste período especial, as narrativas dos Evangelhos nos conduzem a uma profunda reflexão sobre o significado da ressurreição de Cristo e seu impacto em nossas vidas nos dias atuais. 

Ao contemplarmos o relato do encontro de Jesus com os discípulos no caminho de Emaús, conforme registrado no Evangelho segundo Lucas, somos confrontados com a realidade da presença viva do Senhor em nosso meio, mesmo nos momentos mais obscuros e desafiadores. Assim como os discípulos reconheceram a presença de Jesus no partir do pão, somos convidados a abrir os olhos para a manifestação do divino em nossa jornada diária, encontrando consolo e esperança na comunhão com Cristo. 

A instrução de Jesus a Pedro às margens do mar da Galileia, registrada no Evangelho de João, ressoa como um chamado à ação para todos os cristãos. “Apascenta as minhas ovelhas”, ordena o Senhor, instando-nos a assumir a responsabilidade de cuidar uns dos outros com amor e compaixão. Em um mundo marcado pela desigualdade, pela injustiça e pela indiferença, somos desafiados a seguir o exemplo de Cristo, tornando-nos instrumentos de paz e reconciliação em nossa comunidade e além. 

A narrativa da pesca milagrosa, também encontrada no Evangelho de João, oferece uma poderosa imagem da abundância da graça divina. Assim como os discípulos experimentaram uma pesca abundante sob a orientação de Jesus, somos convidados a confiar na providência de Deus mesmo em meio às tempestades da vida. Esta passagem nos lembra que, com fé e perseverança, podemos superar os obstáculos e alcançar bênçãos além de nossa imaginação. 

Por fim, no Evangelho de Mateus, somos desafiados pela Grande Comissão de Jesus aos seus discípulos: “Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações”. Este mandato não apenas nos convoca a proclamar a mensagem do Evangelho em palavras, mas também a vivê-la em nossas ações diárias. Somos chamados a ser testemunhas autênticas do amor redentor de Cristo, irradiando sua luz em um mundo sedento de esperança e salvação. 

Que estas reflexões nos inspirem a abraçar o chamado de Cristo com renovado fervor e determinação. Que possamos ser instrumentos de sua paz e agentes de sua graça, levando sua mensagem de amor e reconciliação a todos os cantos da Terra. Que a celebração da Páscoa nos renove espiritualmente e nos capacite a viver como verdadeiros discípulos de Cristo, em comunhão uns com os outros e com nosso Senhor ressuscitado. Amém. 

Fonte: CNBB

“AUTO DA PAIXÃO” emociona e comemora 15 anos perseverando na fé

Apresentação, sob chuva, cativou os corações de milhares de fiéis que acompanharam no Largo Dom Marcelo e pelas redes sociais.


A sexta-feira da paixão, neste ano de 2024, foi marcada pelas fortes chuvas que caíram e abençoaram a cidade de Guarabira, no entanto, não foi capaz de tolher a perseverança, persistência e tenacidade de um elenco com mais de 90 jovens, atores e atrizes, que realizaram a 15° edição do “Auto da Paixão”, glorificando o nome do Filho de Deus, através de uma apresentação marcada pela emoção, responsabilidade e harmonia.

Inúmeros homens e mulheres envolveram-se tanto no apoio, através dos grupos, pastorais e movimentos, quanto por meio dos patrocínios, à elaboração, produção e efetivação do grandioso espetáculo. Restou claro que o evento não limita-se apenas em um grupo, mas, em uma união paroquial, efetivando o capítulo 17, do Evangelho de João, que nos versículos 21 a 23, diz: “E peço que todos sejam um…” .

Vale ressaltar que a peça contou com a participação especial do Pároco e Cura da Catedral de Nossa Senhora da Luz, Pe. Kleber Rodrigues, que atuou no papel de “Pôncio Pilatos”, Governador da Província Romana da Judéia, aquecendo os corações através de uma interpretação cativante.

Pe. Kleber interpreta “Pilatos”, no “Auto da Paixão”.

 

Em arremate, concluímos com uma frase dita pelo Papa Francisco sobre perseverança: “A vida cristã não é um carnaval, não é festa e alegria contínua; a vida cristã tem momentos belíssimos e momentos ruins, momentos de torpor, de distanciamento, como disse, onde nada tem sentido… o momento da desolação. E neste momento, seja pelas perseguições internas, seja pelo estado interior da alma, o autor da Carta aos Hebreus diz: “Precisais de perseverança”. Sim. Mas perseverança para quê? “Para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que ele prometeu”. Perseverança para chegar à promessa.”. 

Gabriel Araújo – Pascom Luz

Quinta-feira Santa, dia da Última Ceia do Senhor

quinta santa

Hoje (28) é Quinta-feira Santa, dia em que Jesus celebrou a Última Ceia com os seus apóstolos e instituiu dois sacramentos para a salvação da humanidade: a eucaristia e a ordem sagrada.

A Quinta-feira Santa é a “porta” do Tríduo Pascal, ou seja, é o “início” do período mais importante da Semana Santa no qual se comemora a paixão, morte e ressurreição de Jesus.

O papa Francisco disse na audiência geral de 31 de março de 2021: “Na noite de Quinta-Feira Santa, inaugurando o Tríduo pascal, reviveremos a missa que se chama in Coena Domini, isto é, a missa em que se celebra a Última Ceia, o que aconteceu ali, naquele momento. Foi a noite em que Cristo entregou aos seus discípulos o testamento do seu amor na eucaristia, não como lembrança, mas como memorial, como a sua presença perene. Cada vez que se celebra a eucaristia, como eu disse no início, renova-se este mistério da redenção”.

A missa da Ceia do Senhor é a celebração central da Quinta-feira Santa, mas não é a única que acontece.

Celebrações litúrgicas da Quinta-feira Santa

Toda Quinta-feira Santa são celebradas duas missas diferentes.

Pela manhã é celebrada a chamada Missa Crismal, na qual é consagrado o santo Crisma e são abençoados os óleos que serão usados ​​nos sacramentos de iniciação. À tarde é a Missa da Ceia do Senhor, ato central do dia.

Na Missa Crismal, acontece diante do bispo local a renovação das promessas sacerdotais de todos os sacerdotes incardinados numa diocese.

A Missa da Ceia do Senhor, celebrada à tarde, comemora a última Páscoa que Jesus passou com os apóstolos, uma Páscoa que seria “redefinida” a partir do sacrifício de Cristo na Cruz.

Um novo mandamento: a Missa da Ceia do Senhor

A Igreja celebra a Quinta-feira Santa com uma celebração eucarística muito especial. Nela, o padre faz, à imitação de Cristo, o lava-pés de doze pessoas da assembleia, cada uma delas representando um dos apóstolos.

Com este gesto, é o próprio Jesus quem se coloca diante dos homens, tornando-se paradigma, modelo e medida de amor através do serviço: “Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13,14-15).

Depois, ele acrescenta: “Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (João 13, 34). O Senhora dá o “novo mandamento” da caridade, a “proposta maior”, o desafio mais elevado – uma iniciativa de Deus à qual o homem pode responder cooperando com a sua Graça transbordante.

O que não se deve perder de vista: a vida sacramental

Não se deve perder de vista que hoje se celebra que Cristo instituiu o sacramento das ordens sacerdotais, juntamente com o sacramento da eucaristia.

Isso significa que Jesus estabeleceu um antes e um depois para a vida de Graça que cada um deve cultivar. Ele fez isso quando partiu o pão durante a Última Ceia e disse aos seus apóstolos: “Fazei isto em memória de mim”. Nas palavras do padre Jiménez, “neste dia Jesus deixa o seu testamento: a eucaristia, o sacerdócio e o mandamento de amar uns aos outros”.

Fonte: ACI Digital

A PROFUNDA SIGNIFICÂNCIA DA MISSA DOS SANTOS ÓLEOS NA SEMANA SANTA

Durante a Semana Santa, os fiéis católicos em todo o mundo participam de uma série de celebrações litúrgicas que relembram os eventos cruciais da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Entre essas celebrações, a Missa dos Santos Óleos marca o momento em que os óleos sagrados do batismo e da unção dos enfermos são benzidos pelo bispo e o óleo do crisma é consagrado pelo bispo para uso nos sacramentos ao longo do ano. 

A Missa dos Santos Óleos, que ocorre na Quinta-feira Santa pela manhã, reúne os sacerdotes, diáconos e fiéis da diocese para celebrar a comunhão e renovar seus votos sacerdotais. Durante esta missa solene, dois óleos são abençoados pelo bispo: o Óleo dos Enfermos e o Óleo dos Catecúmenos e o óleo do Santo Crisma é consagrado. 

O Óleo dos Enfermos é utilizado no sacramento da Unção dos Enfermos, oferecendo conforto espiritual e cura física aos doentes e aos moribundos. O Óleo dos Catecúmenos é usado no sacramento do Batismo, simbolizando a purificação e a preparação espiritual daqueles que estão prestes a entrar na família da fé cristã. O Santo Crisma, por sua vez, é usado em três sacramentos: o Batismo, a Confirmação (Crisma) e a Ordenação Sacerdotal e a Consagração Episcopal, representando a plenitude do Espírito Santo e a incorporação dos fiéis na vida e na missão da Igreja. 

As Escrituras Sagradas oferecem diversas referências que nos ajudam a compreender o profundo significado espiritual dos óleos sagrados utilizados na Missa dos Santos Óleos. Uma passagem especialmente relevante é encontrada no Evangelho de Lucas (Lc 4, 18-19) onde Jesus se identifica como o Ungido pelo Espírito Santo para proclamar a libertação aos cativos, a recuperação da vista aos cegos e a libertação dos oprimidos: 

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.” 

Essa passagem nos lembra que os óleos sagrados abençoados na Missa dos Santos Óleos são um sinal tangível da presença e do poder do Espírito Santo na vida da comunidade cristã. Assim como Jesus foi ungido pelo Espírito Santo para realizar sua missão redentora, também somos ungidos com os óleos sagrados para vivermos nossa vocação como discípulos de Cristo e testemunhas de seu amor no mundo. 

Além da bênção dos óleos sagrados dos catecúmenos e dos enfermos e a consagração do óleo do crisma, a Missa dos Santos Óleos é também um momento para os sacerdotes renovarem seus votos sacerdotais diante do bispo e da comunidade reunida. Esse ato solene de renovação é uma oportunidade para os ministros ordenados reafirmarem seu compromisso com o serviço ao povo de Deus e com a missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todas as nações. 

Neste período sagrado da Semana Santa, que a Missa dos Santos Óleos nos lembre da importância dos sacramentos em nossa vida espiritual e da necessidade contínua de renovarmos nosso compromisso com o ministério e com a missão da Igreja. Que possamos ser ungidos pelo Espírito Santo para proclamar a mensagem do Evangelho e testemunhar o amor redentor de Cristo em nosso mundo necessitado. Amém. 

Fonte: CNBB

Como viver a Semana Santa — do Domingo de Ramos ao Sábado Santo

A Semana Santa inicia com a grande e triunfante entrada de Jesus aclamado como rei em Jerusalém, sua casa, sua morada, porque Ele é o centro do Templo, Ele é a pedra angular, rejeitada pelos construtores, mas que é escolhida por Deus.

semana santa

A Semana Santa é vivida por muitos em encenações piedosas que comovem os corações e fazer chorar. Porém, mesmo que isto seja bom, devemos estar muito atentos para não cair numa pura exterioridade e acabar não tendo uma real experiência com este tempo na liturgia da Igreja. Por isso, com o a auxílio de alguns santos iremos falar a você como viver a bem a Semana Santa.

É uma semana de profunda meditação no mistério da paixão e da morte de Jesus, que pela fé desemboca na grande aleluia da ressurreição. É tempo de silêncio para entrar dentro de nós mesmos e verificar até que ponto somos inocentes pela morte de Jesus e de tantos dos nossos irmãos e irmãs que todos os dias sofrem uma paixão por causa da maldade humana.

Santa Teresa de Ávila, com muito acerto, dizia: “parece que há tantos cristãos que querem de novo crucificar o bom Jesus com os seus pecados!” É uma realidade diante da qual nos deparamos constantemente. A Semana Santa inicia com a grande e triunfante entrada de Jesus aclamado como rei em Jerusalém, sua casa, sua morada, porque Ele é o centro do Templo, Ele é a pedra angular, rejeitada pelos construtores, mas que é escolhida por Deus.

Adentrando a Semana Santa

Sabemos, lendo os Evangelhos com amor e atenção, que os mesmos que o aclamam rei, agitados pelo ódio dos chefes, não hesitam em pedir sua morte. São os mistérios da vida que nunca chegaremos a compreender. O povo manipulado aclama para a glória e pede a morte de Jesus. Não devemos maravilhar-nos disto, mas ter cuidado conosco para não nos deixar manipular pelas aparências de bem e sermos fiéis à nossa vocação, tendo como modelo Jesus, o fiel totalmente e até às últimas consequências ao projeto do Pai.

Entramos na Semana Santa e a Igreja nos convida à penitência, à conversão e ao jejum. São os três caminhos que nos foram apontados no início da Quaresma. É tempo para ver como temos caminhado e ver como intensificar nesta semana a nossa corrida para a Páscoa do Senhor. Não é possível ressuscitar sem passar pela morte.

Domingo de Ramos

É importante acompanhar durante este Domingo de Ramos, não só a procissão, e não só para hoje, uma meditação rápida da Paixão do Senhor. Mas devemos voltar a reler pessoalmente a Paixão segundo o Evangelho de Lucas. Eu queria destacar deste grande relato muitas coisas para minha meditação e para as dos meus leitores, mas quero só convidar a todos a fixar por alguns minutos um crucifixo, nele fixar os nossos olhos em Jesus, que assume toda a cruz não como castigo, mas como gesto de amor ao Pai e a cada um de nós. Ele é consciente de que não pode realizar a salvação da humanidade sem a sua morte.

Toda a vida de Jesus é exemplo de amor, serviço e oferta de si mesmo para a glória do Pai e o bem de cada pessoa humana. Somos chamados a participar também através do sacrifício ao mistério da cruz. Quantos irmãos nossos no dia a dia sofrem não aceitando o sofrimento e a cruz. Da cruz nasce a verdadeira alegria, que é a paz interior. Visitemos hoje algum doente abandonado, sozinho, levando para ele o conforto da palavra, da oração e alguma ajuda material.  Abaixo, uma orientação para cada dia desta Semana Santa.

Segunda-feira Santa

Um passo à frente para a Páscoa. Neste dia contemplemos o servo sofredor de Javé, que é Jesus, e deixemos que o nosso coração seja tocado pelo sofrimento dos mais abandonados e dos que sofrem injustamente por serem cristãos em tantos países do mundo aonde ainda é proibido ser seguidor de Jesus.

Fala-se sobre liberdade de consciência e de religião, mas no ato prático se impede e se violenta a liberdade de consciência. O Papa Francisco tem falado muitas vezes das surdas perseguições contra os cristãos. Isso não acontece só em países distantes de nós, mas às vezes no nosso país e na nossa família. Estejamos perto dos que sofrem pressões que tentam impedi-los de seguir Jesus sofredor e pressões para negar a própria fé. Você conhece alguma dessas pessoas? Esteja perto dela.

Terça-feira Santa

Hoje é a terça-feira da Semana Santa. Dediquemos um pouco mais de tempo à oração lendo alguns textos do Evangelho que têm falado forte ao nosso coração. E rezando por todos os que sofrem injustiça no próprio trabalho por causa da honestidade. Há tantas pessoas boas que se revoltam diante do mal institucionalizado, mas que nem sempre têm força para serem fiéis ao Evangelho. É na oração que se encontra a força. Se você tiver tempo, pense numa estação da Via-sacra e reze em comunhão com todos os injustiçados do mundo.

Quarta-feira Santa

Neste dia, visitaremos um doente ou um pobre como amigos, os que estão debaixo da cruz, da doença ou da pobreza. Sejamos bons cristãos, que carregam a cruz com estas pessoas. É verdade que só os que sofrem conhecem o peso da Cruz, mas nós podemos ajudá-los com a nossa solidariedade, como fez Simão de Cirene no caso de Jesus. Tome um pouco de tempo do seu descanso para fazer esta obra boa, que é ajudar alguém que sofre para que o sofrimento não seja inutilizado, mas seja caminho para uma comunhão mais profunda com Cristo Jesus, nosso Redentor.

Quinta-feira Santa

É o grande dia que abre o que se chama de Tríduo Pascal. Pela manhã, temos na Catedral a benção dos santos óleos  que serão usados para comunicar a força a todos os que sofrem ou estão enfermos, para confirmar na fé os que se tornam adultos como cristãos e os que são batizados e começam a fazer parte da grande família de Cristo.

À tarde, temos a celebração da nossa Ceia Pascal. É o coração de toda a nossa fé, onde Jesus nos manifesta o amor através do seu gesto, o lava-pés. Ele se levanta e, sem dar explicações, lava os pés dos discípulos, como sinal de fraternidade, de serviço e de amor misericordioso. Se vocês lavarem os pés uns dos outros serão felizes. O segundo gesto é o perdão, que ele oferece a todos, e também para o irmão judas. Como é belo o perdão de Jesus, que é todo misericórdia. Não se pode viver sem o perdão dado e recebido.

O terceiro sinal é a Eucaristia; Ele nos dá o seu corpo e sangue, já prometidos durante a sua vida pública. Leia de novo o capítulo 6 do Evangelho de João. A  Eucaristia é plenitude de amor e dom, é participação na vida divina. Que possamos rever hoje a nossa vida espiritual, contemplando este grande mistério do amor.

Sexta-feira Santa

É dia penitencial sim, mas é muito mais; é o dia da esperança, quando nós contemplamos a plenitude da realização da missão de Jesus, o cumprimento do Seu sacrifício na cruz, o lugar onde ele celebra a Sua Eucaristia viva, e para onde sempre nós devemos voltar para compreender o mistério do amor e o mistério do mal. Este é o dia em que a Igreja faz silêncio e não celebra a Eucaristia, mas contempla vivo o Cristo crucificado, de onde vem a nossa salvação.

É o momento de nos ajoelharmos diante da cruz e ficarmos em silêncio. Mas também refletir e pedir perdão pelas vezes que crucificamos os nossos irmãos, ou fomos responsáveis pelas injustiças da humanidade, da Igreja e da comunidade. É silencio. É adoração e amor. Para o dia de hoje, é bom fazer uma boa confissão e passar tempos em silêncio diante de Deus.

Sábado Santo

O Sábado Santo é o dia do grande silêncio, no qual, na medida do possível, devemos mortificar a nossa língua e deixar falar o coração, deixar falarem os gestos de perdão e de amor; este é o sábado do amor. E o amor não necessita de palavras, mas só de gestos. Jesus quer, com o seu silêncio no sepulcro, nos preparar para uma nova missão, a da ressurreição. Não devemos ter medo da morte. O cristão contempla a morte com os olhos da fé, da esperança e do amor: “se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto.” (Jo 12,24).

Quis apresentar este caminho da Semana Santa para, juntos nos prepararmos para a Páscoa do Senhor. Não permitamos que as coisas da terra nos distraiam das coisas do céu. Feliz Páscoa só será se tivermos feito uma boa santa Semana Santa.

Confira a programação da Semana Santa na Catedral:


Fonte: Comunidade Shalom