O Papa: Jesus tem saudade de nós. Este é o zelo de Deus

 

No ciclo de catequese sobre a paixão evangelizadora e o zelo apostólico, iniciado na semana passada, Francisco reflete sobre Jesus e o seu coração que não deixa que ninguém “se vire”. O cristão imita os sentimentos do Pai para testemunhar o seu amor não que esquece ninguém.


Mariangela Jaguraba – Vatican News

Na Audiência Geral, desta quarta-feira (18/01), realizada na Sala Paulo VI, o Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o zelo apostólico que deve animar a Igreja e cada cristão, convidando a olhar para “o modelo insuperável do anúncio: Jesus“.

O fato de Jesus “ser o Verbo, ou seja, a Palavra”, nos indica que Ele “está sempre em relação, em saída, nunca isolado. Com efeito, a palavra existe para ser transmitida, comunicada. Assim é Jesus, Palavra eterna do Pai comunicada a nós. Cristo não só tem palavras de vida, mas faz da sua vida uma Palavra, uma mensagem: ou seja, vive sempre voltado para o Pai e para nós. Sempre olhando para o Pai que o enviou e olhando para nós aos quais Ele foi enviado”.

Jesus tem “intimidade com o Pai, oração” e “todas as decisões e escolhas importantes são feitas depois de ter rezado. Nesta relação, na oração que o une ao Pai no Espírito, Jesus descobre o sentido do seu ser homem, da sua existência no mundo porque Ele está em missão para nós, enviado pelo Pai a nós”. Jesus “nos oferece a chave do seu agir no mundo: despender-se pelos pecadores, tornando-se solidário para conosco sem distâncias, na partilha total da vida”. “Falando da sua missão”, Jesus “dirá que não veio «para ser servido, mas para servir e dar a sua vida». Todos os dias, depois da oração, Jesus dedica toda a sua jornada ao anúncio do Reino de Deus e a dedica às pessoas, sobretudo aos mais pobres e frágeis, aos pecadores e doentes. Ou seja, Jesus está em contato com o Pai na oração e depois está em contato com as pessoas para a missão, para a catequese, para ensinar o caminho do Reino de Deus”.

Ser pastor, um verdadeiro estilo de vida

Jesus nos oferece a sua imagem, “o seu estilo de vida”, falando de si como do bom Pastor, aquele que «dá a sua vida pelas ovelhas».

Com efeito, ser pastor não era apenas um trabalho, que exigia tempo e muito esforço; era um verdadeiro estilo de vida: vinte e quatro horas por dia, vivendo com o rebanho, acompanhando-o ao pasto, dormindo entre as ovelhas, cuidando das mais frágeis.

“Em síntese, Jesus não faz algo por nós, mas dá a vida por nós. O seu é um coração pastoral. Ele é um pastor com todos nós.”

“Para resumir numa palavra a ação da Igreja, usa-se muitas vezes o termo “pastoral”. E para avaliar a nossa pastoral, devemos nos confrontar com o modelo, Jesus bom Pastor.” “Quem está com Jesus, descobre que o seu coração pastoral bate sempre por quantos estão perdidos, transviados, distantes. E o nosso?”, perguntou o Papa, ressaltando que muitas vezes temos uma atitude estranha “com quem é um pouco difícil ou é um pouco difícil para nós”, e dizemos: “É problema dele, que se vire”. Jesus nunca disse isso, nunca. Ele vai ao encontro de todos, de todos os marginalizados, dos pecadores. Ele era acusado disso: de estar com os pecadores, porque levava aos pecadores a salvação de Deus”.

O coração pastoral reage de outra maneira

A seguir, Francisco disse que “se quisermos treinar o nosso zelo apostólico”, devemos recordar sempre a parábola da ovelha perdida, contida no capítulo 15 de Lucas. “Ali podemos entender o que é o zelo apostólico”. Nessa parábola “descobrimos que Deus não contempla o redil das suas ovelhas, nem as ameaça para que não vão embora. Pelo contrário, se uma sai e se perde, não a abandona, mas vai à sua procura. Não diz: “Foi-se, a culpa é dela, o problema é seu”.

O coração pastoral reage de outra maneira: sofre e arrisca. Sofre: sim, Deus sofre por quem parte, e na medida em que o chora, ama-o ainda mais. O Senhor sofre quando nos distanciamos do seu coração. Sofre por quem não conhece a beleza do seu amor, nem o calor do seu abraço. Mas, em resposta a este sofrimento, não se fecha, mas arrisca: deixa as noventa e nove ovelhas que estão a salvo e aventura-se em busca da única que se perdeu, fazendo assim algo arriscado e até irracional, mas em sintonia com o seu coração pastoral, que tem saudade de quantos se foram. Quando ouvimos falar que alguém deixou a Igreja o que dizer? Que se vire? Não.

“Jesus nos ensina a saudade daqueles que se foram. Jesus não tem raiva nem ressentimento, mas uma irredutível saudade de nós. Jesus tem saudade de nós. Este é o zelo de Deus!”

Segundo o Papa, “talvez sigamos e amemos Jesus há muito tempo, sem nunca nos perguntarmos se compartilhamos os seus sentimentos, se sofremos arriscamos, em sintonia com o seu coração pastoral! Não se trata de fazer proselitismo, para que outros sejam “dos nossos”, mas de amar a fim de que sejam filhos felizes de Deus”. “Evangelizar não é fazer proselitismo. Fazer proselitismo é uma coisa pagã, não é religioso nem evangélico”, sublinhou Francisco, convidando a pedir “na oração a graça de um coração pastoral, aberto, próximo a todos, para levar a mensagem do Senhor e ouvir os que têm saudade de Cristo. Sem este amor que sofre e arrisca, correremos o risco de nos apascentarmos unicamente a nós mesmos”.

Fonte: Vatican News

JMJ 2023: organização do evento de Lisboa esteve no Vaticano

Delegação portuguesa reuniu com o Dicastério para os Leigos, Família e Vida e com a Secretaria de Estado da Santa Sé. D. Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, esteve em audiência privada com o Papa Francisco.


Rui Saraiva – Portugal

O Comité Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023 esteve em Roma na passada semana, numa altura em que teve início a contagem decrescente dos últimos 200 dias até ao início do evento em Lisboa, que decorrerá de 1 a 6 de agosto.

Numa delegação encabeçada por D. Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, estiveram no Vaticano o Secretário Executivo, Duarte Ricciardi, e representações das Direções de Logística, Pastoral, Finanças, Diálogo e Proximidade, Caminho 23, Comunicação, Acolhimento e Voluntários, refere o site oficial do evento.

As reuniões decorreram com o Dicastério para os Leigos, Família e Vida e com a Secretaria de Estado da Santa Sé, dando “continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com o Vaticano, nas diferentes dimensões, para os eventos da Jornada”.

Nesse sentido a delegação portuguesa esteve com “os responsáveis pela organização das viagens do Papa, pela segurança e pela liturgia”.

Durante estes dias também foram recebidos pelo embaixador de Portugal junto da Santa Sé, Domingos Fezas Vital.

O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, foi recebido em audiência pelo Papa Francisco, “para enquadrar o Santo Padre naquilo que têm sido os trabalhos de preparação da JMJ, nomeadamente no que concerne as inscrições de peregrinos e a angariação de famílias de acolhimento e de voluntários”, refere o site da JMJ Lisboa 2023.

Na ocasião, “o Santo Padre deu graças pelos jovens peregrinos de todo o mundo que já se inscreveram, renovando o convite de participação a todos”.

Fonte: Vatican News

Domingo da Palavra de Deus: conhecer as Escrituras

Bíblia

 

O Dicastério para a Evangelização emitiu um Comunicado à Imprensa sobre o próximo Domingo da Palavra de Deus que será celebrado em 22 de janeiro


O próximo dia 22 de janeiro de 2023, será 4° Domingo da Palavra de Deus, e foi instituído pelo Papa Francisco em 30 de setembro de 2019. O lema desta edição é do Evangelho de João: “Nós vos anunciamos o que vimos” (1 Jo 1,3).

Às 9h30, horário de Roma, o Papa presidirá a celebração da Santa Eucaristia na Basílica de São Pedro e, em seguida, com o objetivo de reavivar a responsabilidade dos crentes em ter conhecimento da Sagrada Escritura, ele dará aos presentes o Evangelho de Mateus. Durante a celebração, serão conferidos a homens e mulheres leigos os ministérios do Leitorado e de Catequista. Em particular três pessoas receberão o ministério do Leitorado e sete o de Catequista. São fiéis leigos e leigas que pretendem representar o Povo de Deus, e são provenientes da Itália, Congo, Filipinas, México e País de Gales.

O evento será transmitido ao vivo pela Mídia do Vaticano (Vatican News) também em língua portuguesa. A Seção para Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo do Dicastério para a Evangelização, encarregada pelo Santo Padre de promover o evento, disponibilizou um subsídio litúrgico-pastoral útil para viver a Palavra de Deus na comunidade, na família e pessoalmente. O subsídio online poderá ser baixado em inglês, espanhol, português e francês no site www.evangelizatio.va. Trata-se de um instrumento que oferece iniciativas para favorecer um encontro profundo com a Palavra de Deus na comunidade, na família, na vida diária, e também inclui artigos, meditações, textos para adoração, atividades para crianças e sugestões pastorais.

O Domingo da Palavra de Deus tem o objetivo de destacar a presença do Senhor na vida das pessoas. Ele realmente caminha conosco e está presente através da sua Palavra, como é expresso no logotipo do Domingo, inspirado na história bíblica dos Discípulos de Emaús, a caminho, para repercorrer com o Senhor a Escritura, deixando-se ser ensinados e iluminados.

Em particular, para se preparar ao Jubileu de 2025, o Papa Francisco pediu aos fiéis que relessem as quatro constituições do Concílio Ecumênico Vaticano II. O Dicastério planejou produzir um série de pequenos livros em uma única coletânea intitulada “Quaderni del Concilio” (Cadernos do Concílio), lançada nas livrarias e plataformas on-line em 8 de dezembro de 2022. Por ocasião do Domingo da Palavra de Deus, se propõe uma releitura da Dei Verbum também através dos primeiros cinco volumes da série dedicada precisamente a este documento conciliar.

Fonte: VATICAN NEWS

O Papa: a família é o lugar que acolhe e cuida de todos, o ponto de partida

O Papa cumprimenta uma menina da Comunidade Papa João XXIII (VATICAN MEDIA Divisione Foto)


“Deus escuta as suas orações pela paz”, disse Francisco na manhã deste sábado, na Sala Paulo VI, às cerca de setecentas crianças e jovens da Comunidade Papa João XXIII, fundada por dom Oreste Benzi. Em suas “casas de família”, quem não tem encontra um pai e uma mãe.


Antes de tudo, o Papa agradeceu as crianças e adolescentes que, antes da audiência, haviam lhe enviado suas biografias, com seus respectivos nomes. Francisco apreciou muito este gesto, que também agrada ao Senhor, porque ele conhece cada um pelo próprio nome. De fato, não somos anônimos, tampouco fotocópias. Somos todos originais e assim devemos ser, como dizia o Beato Carlo Acutis, coetâneo de vocês. Deus conhece cada um de nós, porque somos únicos. Claro, quem não tem defeitos? Alguns, infelizmente, carregam pesadas limitações, mas isso não diminui o valor da pessoa: todos somos únicos, filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs de Jesus. E o Papa perguntou: como Deus nos vê? E respondeu:

Com olhar de amor. Deus vê também nossas limitações, mas nos ajuda a suportá-las. Deus olha, sobretudo, nosso coração e a plenitude de cada pessoa. Deus nos vê à imagem de Jesus, seu Filho unigênito, e, com seu amor, nos ajuda a sermos sempre mais semelhantes a Ele. Jesus é o homem perfeito, a plenitude da humanidade e o amor que nos faz crescer para ganharmos o Paraíso”.

Sabemos, acrescentou Francisco, que há sinais que demonstram quando uma pessoa é acolhida com amor e vista com o olhar divino. Por exemplo o sorriso, que citam também em suas biografias. Alguns de vocês disseram que, às vezes, “alguém tem problemas, mas, apesar disso, sorri sempre…”. Por quê? Porque esta pessoa se sente amada, acolhida. O sorriso é uma flor que desabrocha no calor do amor. Mas, o Papa recordou outro sinal, que as crianças citam em suas histórias: a experiência das “Casas família”, fundadas pelo pe. Oreste Benzi:

Ele era um sacerdote que olhava as crianças e os jovens com os olhos e o coração de Jesus. Vendo que eram abandonados e se comportavam mal, percebia que lhes faltava o amor paterno e materno, o carinho dos irmãos. Assim, com a força do Espírito Santo e a colaboração de algumas pessoas, chamadas por Deus, Padre Oreste Benzi iniciou esta experiência de hospitalidade que chamou “Casa família”.

Hoje, explicou Francisco, esta experiência se alastrou pela Itália e em outros países, caracterizada pelo acolhimento em casas de pessoas, que abrem suas portas para dar uma família a quem não tem, uma família de verdade, que acolhe todos: menores, deficientes, idosos, italianos ou estrangeiros.

Por fim, o Santo Padre recordou algumas crianças, que não puderam estar presentes, mas se dirigiu, de modo especial, a uma menina, Sara, de 13 anos, que fugiu do Iraque. Aqui, referiu-se àquelas crianças, cuja infância foi roubada, às inocentes que morrem no seio materno.

O Papa Francisco concluiu seu discurso à Comunidade “Papa João XXIII”, agradecendo às crianças e jovens, que, todos os domingos à noite, rezam o Terço on-line pela paz no mundo. Deus ouve as orações, sobretudo, dos pequeninos.

Fonte: Vatican News

 

O testemunho de São João Batista

São João Batista

 

Por Dom Vital Corbellini – Bispo de Marabá – PA

A pessoa de São João Batista esteve muito presente nos evangelhos e na pregação da Igreja antiga. Ele ganhou considerações da parte de Jesus, por ser ele o precursor do Messias, preparando as pessoas para que Jesus fosse bem acolhido entre o povo. A liturgia lhe concedeu leituras que são proclamadas nas comunidades para serem aprofundadas, meditadas no tempo do advento, do natal e no tempo comum. No mundo atual é fundamental dar testemunho de Jesus, da Igreja, porque é preciso viver a Palavra de Jesus na família, na comunidade e na sociedade. Como João, testemunhamos o Senhor na realidade atual.

Testemunho da Luz

É fundamental a compreensão da palavra testemunho que vem do verbo latino: testificari, do substantivo testimonium cujo significado é testemunhar, atestar, pessoa que viu, assistiu o fato e declara a verdade das coisas[1]. João testemunhou Jesus. O Prólogo de São João (Jo 1,6-8) fala que houve um homem enviado por Deus, chamado João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da Luz, para que todas as pessoas cressem por meio dele. O fato era claro que ele não era a luz, mas ele testemunhou em favor da Luz. João Batista testemunhou Jesus Cristo, a luz verdadeira que ilumina todo o ser humano. Os padres da Igreja diziam que ele era uma lâmpada diante da Luz, o Senhor que dissipou todas as trevas do erro e da maldade. João testemunhou Jesus Cristo, luz verdadeira.

Cordeiro de Deus

São João Batista é também conhecido pela expressão usada na liturgia eucarística, antes da comunhão: Cordeiro de Deus. Quando ele viu Jesus que estava vindo ao seu encontro ele disse que Jesus era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1,29). Sendo uma expressão de fé dita a Jesus por João, é a objetividade da pessoa do Senhor, o Cordeiro de Deus, único, imolado, sem mancha de pecado, na cruz para a salvação da humanidade. Muitos animais e cordeiros eram imolados por ocasião da Páscoa judaica. Mas com a vinda do Senhor e depois com o cristianismo não será mais necessária a imolação de animais, mas as atenções são dadas à imolação de Jesus como Cordeiro de Deus que na cruz ocorreu a maior manifestação do amor de Deus ao mundo. O evangelista São João coincidiu a morte de Jesus na cruz com a imolação de animais no Templo para dizer que daquele momento em diante o verdadeiro Cordeiro é Jesus, imolado para a redenção da humanidade.

Filho de Deus

João também testemunhou que Jesus era o Filho de Deus. Esta definição é sem dúvida uma das maiores manifestações que as pessoas diziam a Jesus, encontrando-se, as referências nos evangelhos. Jesus veio do Pai ao mundo, sendo gerado desde sempre por Ele. Ele é o Filho de Deus. O prólogo de São João colocou o dado que a visão de Deus não foi vista por ninguém, no entanto o Deus Unigênito que está no seio do Pai ele no-lo revelou (Jo 1, 18). Diante do pedido do discípulo Filipe que Jesus mostrasse o Pai, o Senhor respondeu que quem o viu, viu o Pai (Jo 14, 8-9). Jesus continuou a sua palavra em relação a Filipe que Jesus está no Pai e o Pai está nele (Jo 14,11). Marta também disse que Jesus era o Filho de Deus, diante do fato da morte de Lázaro, irmão seu e de Maria, pois, na ocasião, o Senhor disse que ele era a ressurreição, a vida e que ele ressurgiria Lázaro, morto já alguns dias (Jo 11, 25-27). Na morte de cruz, o centurião romano disse que Jesus era o Filho de Deus (Mc 15, 39). João Batista esteve na linha das grandes profissões de fé, de amor ditas a Jesus, como Filho de Deus na carne.

João disse a Jesus que ele deveria ser batizado pelo Cristo

São Gregório de Nazianzo, bispo de Constantinopla, século IV tendo como base o evangelho de Mateus, disse que João relutou quando Jesus se aproximou dele para ser batizado, pois ele desejava ser batizado pelo Senhor (Mt 3,14). Se João tentou resistir, Jesus insistiu. Jesus não tinha pecado, mas ele assumiu com o seu batismo o pecado da humanidade. Ele santificou as águas do Jordão, para assim iniciar a todos nos sacramentos mediante o Espírito e na água. São Gregório de Nazianzo disse também que João era uma lâmpada diante do Sol, a voz à Palavra, o amigo ao Esposo, o maior entre todos os nascidos de mulher ao Primogênito de toda a criatura, aquele que estremeceu de alegria no seio materno de Isabel ao que fora adorado no seio de Maria, sua Mãe, o Precursor diante do Salvador[2];

João Batista e Elias

Jesus pediu o silêncio aos discípulos Pedro, Tiago e João ao descerem da montanha, quando Jesus foi lá para a transfiguração solicitando a eles que não contassem a ninguém até que Ele tivesse ressuscitado dos mortos. No entanto os discípulos perguntaram a Jesus o fato de que primeiro deveria vir Elias, que eram as afirmações dos escribas, segundo eles. Mas Jesus afirmou aos seus discípulos que Elias restaurará tudo e tinha vindo, mas ele não recebeu o reconhecimento. As autoridades fizeram tudo com ele com o que desejavam dele. Jesus disse que também o Filho do Homem sofreria por causa deles. Os discípulos entenderam que Jesus lhes falava de João Batista (Mt 17,9-13). Elias veio primeiro, na pessoa do Precursor, João Batista e o Senhor passará pelo sofrimento, a cruz, para chegar à glória da ressurreição.

João e Jesus

Jesus disse às multidões que João Batista era uma pessoa simples, mais que um profeta, porque ele foi mandado por Deus para preparar o caminho do Senhor. Ele seria o maior entre os nascidos de mulher, no entanto o menor no Reino dos céus era maior do que ele (Mt 11, 7-11). Jesus é maior que João Batista, porque ele veio de Deus para redimir a toda a humanidade.

O testemunho de João Batista reforça sempre a necessidade de viver a Palavra de Jesus no mundo de hoje. O testemunho coloca a necessidade para a realização do bem na família, na comunidade e na sociedade. Nós somos chamados a amar a Deus, ao próximo como a si mesmo.

[1] Cfr. Testimòne, testimònio. In: Il vocabolario treccani, Il Conciso. Milano, Trento, 1998, pgs. 1778-1779.

[2] Cfr. Dos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo. Oratio in Sancta Lumina, 14-16. 20. PG 36,350-351. 354. In: Liturgia das Horas, I. Aparecida SP, Editora Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave-Maria, pg. 574.

Fonte: vaticannews.va

Francisco convida a educar com fraternidade: a educação é um ato de amor


O Papa escolheu lançar uma mensagem aos educadores, neste mês de janeiro, fazendo-lhes a proposta de “acrescentar um novo conteúdo ao seu ensino: a fraternidade”.


Foi divulgada, nesta terça-feira (10/01), a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de janeiro. Para inaugurar 2023, o Santo Padre escolheu lançar uma mensagem aos educadores, fazendo-lhes a proposta de “acrescentar um novo conteúdo ao seu ensino: a fraternidade”.

Na mensagem de vídeo, Francisco deseja ampliar o âmbito da atividade educacional, para que a educação não se concentre apenas no conteúdo.

O vídeo do Papa deste mês, que começa com a palavra fraternidade, escrita numa lousa como se fosse um tema didático, acompanha a reflexão de Francisco com a narração de uma história ambientada em uma escola. Um menino, deixado de lado por seus colegas durante as partidas de futebol, permanece sozinho num canto até que um professor, percebendo seu desconforto, decide cuidar dele. Ele o faz não com palavras, mas com o testemunho de sua vida: ele fica com ele, dia após dia, e com carinho e perseverança ele o ensina a brincar. Até que, numa manhã, ele o encontra com aqueles mesmos colegas que antes o haviam marginalizado: ele está brincando com eles e, quando marca seu primeiro gol, ele o dedica ao professor, a testemunha confiável que o ajudou.

A educação é um ato de amor que ilumina o caminho para que recuperemos o entendimento da fraternidade, para que não ignoremos os mais vulneráveis.

Para o Papa, “o educador é uma testemunha que não oferece os seus conhecimentos mentais, mas as suas convicções, o seu compromisso com a vida”.

É alguém que sabe manusear bem três linguagens: a da cabeça, a do coração e a das mãos, em harmonia. E daí a alegria de comunicar. E eles serão ouvidos com muito mais atenção e serão criadores de comunidade. Por quê? Porque estão semeando este testemunho.

Segundo o diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, pe. Frédéric Fornos, “novamente, diante dos desafios do mundo, o Papa Francisco insiste mais uma vez na fraternidade. É a bússola de sua Encíclica Fratelli tutti. É o único caminho para a humanidade, e é por isso que a educação é essencial”.

Rezemos para que os educadores sejam testemunhas críveis, ensinando a fraternidade em vez da competição e ajudando especialmente os jovens mais vulneráveis.

Fonte: Vatican News

O legado de Bento XVI, “o Papa das virtudes”

Papa Francisco e Papa Bento XVI – FOTO: Handout / VATICAN MEDIA / AFP

 

Frei Darlei Zanon – Religioso Paulino

Os grandes acontecimentos históricos mostram seus efeitos a longo prazo. Isso certamente é o que constataremos com o legado de Bento XVI, papa-emérito que nos deixou neste dia 31 de dezembro de 2022, após um pontificado de cerca de oito anos e outros dez anos como papa-emérito.

Em fevereiro de 2013, quando anunciou sua renúncia, as opiniões se dividiram entre os que criticaram a criação de um precedente negativo, delicado e perigoso; e os que elogiaram sua coragem, mostrando que a Igreja é viva, dinâmica, sempre atual. A renúncia de Bento XVI mostrou exatamente sua consciência de que a Igreja é muito maior do que o Papa, que a Igreja é um conjunto, Corpo, como define o Concílio Vaticano II. Bento XVI mostrou que o pontificado é realmente serviço, ministério, e não poder. Serviço a Deus, à Igreja e aos seres humanos, católicos ou não. O Papa é o símbolo da unidade desta Igreja sinodal, universal, diversificada. Quando Bento XVI sentiu que não conseguiria exercer com perfeição esse serviço, preferiu deixar que outra pessoa o sucedesse. O ministério não poderia ser exercido com limitações ou fragilidades, e por isso a sensibilidade do Papa Ratzinger neste aspeto foi louvável e serve de modelo para muitos ministérios/serviços exercidos na Igreja. Foi um ato de extrema humildade, liberdade e ousadia, que expressou de fato o verdadeiro sentido da fé cristã: deixar-se guiar plenamente pelo Espírito Santo e não por interesses terrenos.

Talvez hoje, após a sua páscoa, temos mais clara a grandiosidade da sua ação e do seu pontificado como um todo. Não há dúvidas de que o legado que deixou à Igreja é muito vasto. Não tardará em ser considerado “doutor da Igreja”, ao lado de grandes papas do passado. Há inclusive quem diga que daqui a cem anos os nossos breviários estarão repletos de leituras de Bento XVI. De imediato, temos a certeza que seus escritos, variados e sempre muito profundos, são referência no mundo eclesial e acadêmico. Não por acaso recebeu dez títulos “Doutor Honoris Causa”.

Se tivesse que definir o pontificado de Bento XVI em poucas palavras, diria exatamente que foi uma grande escola da fé. Sua renúncia veio em meio ao Ano da Fé, praticamente a continuidade do Ano Paulino e do Ano Sacerdotal, por ele tão desejados e bem celebrados. Essa foi a marca que Bento XVI quis deixar à história: refletir sobre a fé, saber em que cremos. Dirigindo-se aos jovens, no prefácio do YOUCAT, por exemplo, disse: “Tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em tecnologia domina o sistema funcional de um computador. Tendes de a compreender como um bom músico entende uma partitura. Tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação”.

Consciente das dificuldades em viver a fé num tempo de secularismo e perseguição aos valores cristãos, Bento XVI procurou sempre ajudar os católicos a aprofundarem a fé, como verdadeiro pedagogo e mestre. Suas catequeses das quartas-feiras traçaram um percurso fundamental para o aprofundamento da fé: iniciando pela origem do cristianismo, as bases da nossa fé (Apóstolos e São Paulo); percorreram os padres e doutores da Igreja, grandes santos e santas, modelos de fé; para enfim concluírem com a oração e a vivência da fé hoje. Foi uma verdadeira catequese – palavra de origem grega que significa “instruir a viva voz” –, conduzindo os cristãos a um aprofundamento da fé e da vida cristã.

Mas isso é apenas a ponta do grande iceberg do legado de Bento XVI. Seus discursos, homilias, documentos e mensagens para diferentes situações e datas do ano estão repletas de ensinamentos, são tesouro inesgotável que será descoberto e valorizado aos poucos e que só teremos a noção exata da sua preciosidade daqui a alguns anos. Além de ser um pontífice-doutor, mestre, Bento XVI foi também um pontífice-humanista, pastor, como podemos ver muito bem retratado na sua biografia Bento XVI: A Vida, escrita por Peter Seewald e publicada pela Paulus em 2021. No conjunto da obra de Bento XVI (e mesmo antes, enquanto o professor Ratzinger) vemos aflorar um profundo humanismo cristão. O ser humano vem sempre em primeiro lugar, em oposição às leis do mercado, ao consumismo, à ganância de poder, de riqueza, de prazer. O ser humano, como filho de Deus que caminha no mundo em busca do bem e da verdade, é o essencial.

Suas viagens apostólicas (24 fora da Itália) mostraram a luta pelos valores e pela dignidade humana. Veio ao Brasil em 2007, foi ao Oriente Médio e a países conflituosos da África, por exemplo. Em cada país abordou questões fundamentais relativas aos valores humanos e sociais. Não teve medo de falar sobre os verdadeiros problemas da humanidade e por isso muitas vezes sofreu críticas.

Suas exortações apostólicas e encíclicas também expressam muito bem essa dimensão. Numa análise rápida de seu magistério, poderíamos dizer que Bento XVI começou por ser o “Papa da caridade”, tornando-se depois o “Papa das virtudes” teologais. Logo na sua primeira encíclica, publicada em 25 de dezembro de 2005, quis mostrar o rosto do amor verdadeiro: Deus caritas est (Deus é amor). Nesse documento, Bento XVI abordou o amor humano nas suas três vertentes, segundo a tradição grega: eros, philia e ágape. Passados menos de dois anos, publicou sua segunda encíclica, sobre outra virtude teologal: a esperança. O documento Spe Salvi (Salvos na esperança) encoraja os cristãos a levarem uma vida cheia de esperança em oposição a uma vida vazia e sem sentido, distante do Deus verdadeiro. Anteriormente, naquele mesmo ano 2007, havia publicado uma exortação apostólica que mostrava a Eucaristia como verdadeiro Sacramento da caridade (Sacramentum Caritatis). Outros dois anos e uma nova encíclica sobre as virtudes teologais: Caritas in veritate (A caridade na verdade) apontou prioridades e valores a respeitar, especialmente em relação aos problemas financeiros e às questões relacionadas à doutrina social da Igreja, seguindo uma lógica bastante simples, mas muito profunda: “a economia precisa da ética, a ética da caridade, a caridade da verdade”. Propõe um ciclo virtuoso belíssimo. Em 2010, após o sínodo sobre a Palavra de Deus, ainda publicou a exortação Verbum Domini (A Palavra do Senhor).

Deixou inacabada a encíclica sobre a fé, terceira das virtudes teologais. Aguardada com grande ansiedade após Ano da Fé, foi concluída e publicada já sob o pontificado do seu sucessor, o Papa Francisco, com o título Lumen fidei (A luz da fé). Logo no início do documento Francisco recorda e agradece ao seu antecessor: “Estas considerações sobre a fé pretendem juntar-se a tudo aquilo que Bento XVI escreveu nas cartas encíclicas sobre a caridade e a esperança. Ele já tinha quase concluído um primeiro esboço desta carta encíclica sobre a fé. Estou-lhe profundamente agradecido e, na fraternidade de Cristo, assumo o seu precioso trabalho, limitando-me a acrescentar ao texto alguma nova contribuição. De fato, o Sucessor de Pedro, ontem, hoje e amanhã, sempre está chamado a «confirmar os irmãos» no tesouro incomensurável da fé que Deus dá a cada homem como luz para o seu caminho. Teríamos assim o “papa das virtudes” com um legado completo. Mas mesmo sem a publicação da nova encíclica, o seu ensinamento sobre a fé é bastante conhecido. O Ano da Fé é fruto e prova disso. Finalizar o seu pontificado em meio a esta celebração do Ano da Fé é de fato a moldura perfeita para o seu pontificado da fé, do amor e da esperança.” (Lumen fidei, n. 7)

Ao nos despedirmos do Papa Bento XVI, ficam o nosso agradecimento pelo seu precioso serviço à Igreja e a certeza de que ainda teremos muito por aprofundar e meditar sobre o vasto legado por ele deixado.

Fonte: vaticannews.va

7 frases do Papa Francisco sobre o Natal do Senhor

Papa Francisco

No último sábado (24), noite de Natal, o Papa Francisco celebrou a Santa Missa Solene na Basílica de São Pedro. Em sua homilia, o Pontífice destacou que o Natal sem os pobres não é o Natal de Jesus. “[…] a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas nas pessoas, sobretudo nos pobres: desculpai, Senhor, se não Vos reconhecemos e servimos neles”, disse Francisco. A seguir, confira sete frases do discurso do Santo Padre. 


Frases de Natal do Papa Francisco

1 – “[…] corremos um risco: o de sabermos muitas coisas sobre o Natal, mas esquecermos o seu significado”

2 – “O Evangelho do nascimento de Jesus parece […] tomar-nos pela mão e levar-nos lá onde Deus quer”

3 – “Para voltar a encontrar o sentido do Natal, é preciso fixar nela [na manjedoura] o olhar”

4 – “Irmão, irmã, nesta noite [de Natal] Deus aproxima-Se de ti, porque Se importa contigo”

5 – “Não há mal, não há pecado de que Jesus não queira e não possa salvar-te”

6 – “Ele [Jesus] que nasceu na manjedoura, procura uma fé concreta, feita de adoração e caridade, não de palavreado e exterioridade”

7 – “Não deixemos passar este Natal, irmãos e irmãs, sem fazer algo de bom”

Fonte: comshalom.org

Papa pede que os trabalhadores sejam semeadores de esperança

(IMAGEM VATICAN MEDIA)

 

Na manhã a sexta-feira (09) o Papa Francisco recebeu os membros do Movimento Cristão de Trabalhadores. Francisco iniciou o discurso recordando o aniversário de 50 anos do Movimento que nasceu sob as bênçãos do Papa São Paulo VI.

“A purificação é sempre necessária” afirmou o Papa, “em todas as experiências humanas. Somos pecadores e precisamos de misericórdia como o ar que respiramos”.

“Com efeito, este não é apenas o tempo de colher frutos: é o tempo de semear novamente. Isso nos é exigido pela difícil estação que estamos vivendo… A disponibilidade à conversão, a se deixar purificar, é um sinal de coragem, de força, não de fraqueza”

Fonte: comshalom.org