MISSA DÁ INÍCIO À JMJ DE LISBOA E PAPA FRANCISCO DÁ INÍCIO A AGENDA DE QUATRO DIAS EM PORTUGAL

Na tarde de terça-feira, 1º de agosto, teve início a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa (JMJ Lisboa 2023). O cardeal Patriarca de Lisboa, dom Manuel Clemente, presidiu a missa de abertura do evento no Parque Eduardo VII de Lisboa. Já na manhã desta quarta-feira, 2 de agosto, o Papa Fracisco chegou à capital portuguesa e deu início à sua série de compromissos no país.

Aprender com Maria

Em sua homilia, Dom Manuel refletiu sobre o tema da jornada “Maria levantou-se e partiu apressadamente ao encontro de Isabel”. Após dar as boas-vindas aos peregrinos, ele sublinhou que os jovens, como Maria, puseram-se a caminho – “e para muitos de vós foi um caminho difícil pela distância, as ligações e os custos que a viagem envolveu – foi preciso juntar recursos, desenvolver atividades para os obter e contar com solidariedades que graças a Deus não faltaram”.

Missa de Abertura 01/08/2023

Dom Manuel Clemente falou da pressa de Maria e, com ela, também da urgência do anúncio, do testemunho e da visitação permanente aos outros. Pressa, contudo, que não se confunde com a ânsia, porque a pressa é partilhar o que já nos leva e por isso é uma urgência serena e sem atropelo.

E, por último, a saudação de Maria a Isabel, um encontro “alegre e autêntico”. Dom Manuel disse aos jovens: “ide também vós ao encontro dos outros”.

“Aprendamos com Maria a saudar todos e cada um” para sermos “pessoas entre pessoas”, na reciprocidade e sinceridade.

Encontros Rise Up

As catequeses desta JMJ foram denominadas “Encontros Rise UP”, uma referência ao verbo levantar-se presente no tema da JMJ. Essas catequeses organizadas em mais de 270 espaços e organizados por idiomas, serão oportunidade de desafiar os jovens a refletir sobre grandes temas lançados no pontificado do Papa Francisco: Ecologia Integral, Amizade Social e Misericórdia.

 

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Encontro Rise Up no Parque da Paz conduzido pelo arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer | Foto: Paula Fidalgo/ JMJ Lisboa 2023

Papa em Lisboa

O Papa Francisco chegou nesta manhã à capital portuguesa e foi recebido pelo presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, e por duas crianças que lhe ofereceram flores. Após uma conversa de alguns minutos com o mandatário lusitano, Francisco dirigiu-se ao Palácio Nacional de Belém para a cerimônia de boas-vindas.

Chegada do Papa ao aeroporto de Lisboa / Arrival of the pope to Lisbon airport

No encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático, o pontífice refletiu sobre a realidadade do mundo e falou de seus anseios para o continente europeu, a partir da imagem do oceano.

“O oceano não liga apenas povos e países, mas também terras e continentes. As grandes questões hoje, como sabemos, são globais e já muitas vezes tivemos de fazer experiência da ineficácia da nossa resposta às mesmas, precisamente porque o mundo, diante de problemas comuns, se mantém dividido ou pelo menos não suficientemente unido, incapaz de enfrentar juntos aquilo que nos põe em crise a todos. Parece que as injustiças planetárias, as guerras, as crises climáticas e migratórias correm mais rapidamente do que a capacidade e, muitas vezes, a vontade de enfrentar em conjunto tais desafios”, observou Francisco.

O Papa Francisco e o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa (Vatican Media)
O Papa Francisco e o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa | Foto: Vatican Media

Referindo-se à Jornada Mundial da Juventude, motivo desta sua viagem apostólica a Portugal, o Papa disse esperar que a mesma seja para o «velho continente», um impulso de abertura universal e ocasião para “construir juntos”.

“Reaviva o desejo de criar coisas novas, fazer-se ao largo e navegar juntos rumo ao futuro. Vêm à mente algumas palavras ousadas de Fernando Pessoa: «Navegar é preciso; viver não é preciso (…); o que é necessário é criar» (Navegar é preciso). Trabalhemos, pois, com criatividade para construirmos juntos!”.

Fonte: CNBB

Festivais da Juventude “The Chance” e de “Influencers” Católicos

O festival da Juventude The Change (a mudança, em português) e o encontro de Influencers católicos foram apresentados nesta terça-feira no Centro de Imprensa, no Pavilhão Carlos Lopes, no âmbito da evangelização na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.


O festival da Juventude The Change (a mudança, em português) e o encontro de Influencers católicos foram apresentados nesta terça-feira (01/08) no Centro de Imprensa, no Pavilhão Carlos Lopes, no âmbito da envangelização na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.

Em nome do Festival “The Change” falou António Rodrigues Pereira, promotor do evento, que referiu que o grande objetivo é “promover a fé”. Com data marcada para a próxima sexta-feira, às 21 horas, o festival quer “levar o evangelho a todas as pessoas que ainda não o conhecem”, explica. Para o efeito, o evento, com duração prevista de três horas, vai reunir diferentes artistas internacionais e testemunhos de pessoas que tiveram experiências na “vida pessoal com Cristo”. O ex-selecionador nacional de futebol Fernando Santos é um dos convidados, bem como Jonathan Roumie, ator que representou Jesus Cristo na série norte-americana ‘The Chosen’ para contar o impacto que o papel teve na sua vida.

António Rodrigues fez ainda uma revelação sobre o evento: “Finalmente vamos terminar lançando a década da evangelização”. “Vamos motivar todos os jovens que estiverem no estádio a serem parceiros com Jesus, de partilhar as boas novas. Com o objetivo de cada um deles poder partilhar o amor de Cristo nas suas comunidades, famílias, amigos, escolas e poderem assim levar o evangelho”, afirmou. Segundo Pablo Martinez, autor do hino do festival, “mais que um espetáculo”, este vai ser “um espaço de encontro, de fraternidade”.

Depois da intervenção de António, foi a vez de monsenhor Lúcio Adrián Ruíz apresentar o Festival de Influencers Católicos, que se vai concretizar também no dia 4 de agosto, às 21h, na Praça Moniz, em Lisboa. “É a primeira vez que se reúnem como verdadeiros missionários da era digital para estar juntos depois de um ano a trabalhar juntos com o sínodo”, esclareceu o secretário do Dicastério para a Comunicação, que disse ainda que o evento surgiu “como uma iniciativa espontânea” por parte do grupo de jovens. Apesar de ser dedicado aos influencers, o Festival destina-se a “toda a gente”, referiu em entrevista. “A mensagem é que somos Igreja, que somos família, e que só juntos vivemos profundamente o senhor”, destacou.

Os dois festivais vão se realizar durante esta semana da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que começou nesta terça-feira e que se vai prolongar até domingo, dia 6 de agosto. O Papa Francisco já está em Portugal no âmbito do encontro, nesta que será a visita mais longa de um Santo Padre no País.

Com Inforamções da assessoria JMJ.

Fonte: Vatican News

Papa chega a Lisboa: “Voltarei rejuvenescido”, diz a jornalistas no voo

O voo A320/AZ² aterrisou no aeroporto militar de Lisboa às 9h54, horário local., após ter percorrido 1.957 km, em pouco mais de 3 horas de voo.


O Papa Francisco, de 86 anos, chegou na manhã desta quarta-feira a Lisboa, onde um milhão de jovens peregrinos de todos os continentes o esperam para participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

“Voltarei (desta viagem) rejuvenescido”, disse aos cerca de 70 jornalistas que o acompanhavam no avião que aterrisou às 9h45 (horário local) na Base Aérea de Figo Maduro, na capital portuguesa. O Pontífice foi recebido pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Duas crianças em vestes tradicionais lhe ofereceram flores. Em cadeira de rodas, o Papa saudou então as delegações presentes e a Guarda de Honra, enquanto se dirigia para a VIP Lounge montada no Hangar da Base Aérea, onde conversou por alguns minutos com o presidente português, antes de se dirigir ao Palácio Nacional de Belém, distante 6,7 km, para a cerimônia de boas-vindas.

Com 11 pronunciamentos, entre discursos e homilias, e cerca de vinte encontros, o programa desta 42ª Viagem Apostólica promete ser movimentado para o jesuíta argentino, dois meses após a cirurgia a que foi submetido no Hospital Gemelli.

Nos diversos encontros, Francisco tratará de temas como fé, conversão, fraternidade, paz, guerra na Ucrânia, cuidado com a “Casa Comum, justiça social;

No total, os organizadores esperam um milhão de peregrinos de mais de 200 países para esta semana de eventos espirituais, culturais e festivos, aberto na terça-feira com uma Missa no alto de uma colina próxima ao centro da cidade e à foz do Tejo.

Com os jornalistas no voo

Durante o voo, disse aos mais de 70 jornalistas presentes, que “parece que há mais de um milhão de jovens” em Lisboa para a JMJ, “voltarei rejuvenescido”. E agradeceu a eles pela companhia e pelo trabalho, “agora tentarei cumprimentá-los um por um”, disse o Pontífice. “Esta é a quarta Jornada, continuamos a fazer barulho”, disse o Pontífice aos jornalistas, alguns dos quais lhe entregaram presentes.

Aos repórteres poloneses que lhe perguntaram quais serão suas próximas viagens, Francisco respondeu: “Gostaria de voltar”, referindo-se justamente à viagem à Polônia há sete anos. Quanto à investigação lançada pela Santa Sé sobre os casos de abuso no Peru, o Papa Francisco assegurou: “Vamos em frente”.

Papa com os jornalista durante o voo Roma-Lisboa

Fonte: Vatican News

S. AFONSO MARIA DE LIGÓRIO, BISPO E DOUTOR DA IGREJA, FUNDADOR DA CONGREGAÇÃO DO SANTÍSSIMO REDENTOR

“Os filhotes das andorinhas só pensam em gritar para obter proteção e comida das mães. Assim, também nós devemos sempre clamar, pedindo a ajuda de Deus para evitar a morte do pecado e progredir em seu santo amor”.

Quando alguém nasce em uma família nobre, como a dos Liguori, em uma cidade grande como Nápoles, em um século importante como o do Iluminismo e como o primeiro de oito filhos, é destinado, certamente, a algo superior. Assim, como bom augúrio, os pais batizam seu primogênito com o nome de Afonso, que significa valoroso e nobre. E ninguém, mais do que ele, fez jus ao seu nome.

Advogado, com apenas 16 anos

Confiado aos melhores tutores em circulação, Afonso demonstrou, imediatamente, qualidades extraordinárias: aos 12 anos, superou, de modo exímio, os exames de vestibular, diante do filósofo Giambattista Vico, para entrar na Faculdade de Direito; aos 16 anos, já exercia a profissão de advogado, tornando-se rapidamente o melhor da cidade e com uma reputação merecida, por não perder nenhuma causa.
No entanto, o Senhor tinha outros planos para ele, avantajado por nascer em uma família particularmente agraciada. De fato, dos oito filhos, além dele, duas irmãs se tornaram monjas, um beneditino e outro sacerdote diocesano. Com efeito, não era naquele contexto nobiliário, do qual provinha, que Afonso era chamado a viver.

Da lei humana à Lei de Deus

Durante a sua profissão de advocacia, Afonso exercia o que hoje chamamos “voluntariado”, sobretudo em um hospital de Nápoles, onde visitava os enfermos. Aos poucos, esta vida o atraía, cada vez mais. Por isso, decidiu deixar as leis humanas para se dedicar ao Senhor.
Em 1726, ao ser ordenado sacerdote, dedicou todo o seu ministério ao serviço dos mais pobres, que, no século XVIII, são incontáveis. Suas atividades, como pregador e confessor, eram intensas, entretanto, cultivava seu sonho de partir em missão no Oriente.

Pastor entre os pastores: nascimento da Congregação

Em 1730, durante um período de descanso forçado, entre as montanhas próximas de Amalfi, Afonso conheceu alguns pastores com os quais debateu sobre a gravidade do seu abandono humano, cultural e religioso. Aquela conversa o perturbou tanto, a ponto de chegar à decisão de deixar Nápoles para se retirar para o eremitério beneditino da Vila dos Escravos, perto de Caserta. Ali, fundou a Congregação do Santíssimo Salvador, que, depois, foi aprovada por Bento XIV, em 1749, com o atual nome de Congregação do Santíssimo Redentor. A sua missão consistia em uma pregação marcada pela simplicidade apostólica e na educação dos humildes.
Afonso partiu do modelo “Capelas noturnas”, grupos liderados pelos colaboradores do Santo, tanto leigos como seminaristas, dedicados à evangelização dos jovens que viviam nas ruas. Esta experiência teve um sucesso imediato em Nápoles, a ponto de atingir cerca de 30 mil inscritos para serem educados.
Mais tarde, os sacerdotes Redentoristas contaram também com a adesão das Irmãs Redentoristas, o ramo feminino da Congregação, fundado precisamente em Amalfi.

Bispo de Santa Águeda dos Godos

Afonso gostava muito da arte de ensinar e de fazer pregações, utilizando métodos inovadores, como a música, que ele havia estudado quando era criança. Uma das suas composições, por exemplo, é a famosa “Tu scendi dalle stelle” (“Tu desces das estrelas”), que nunca falta entre os cantos nas celebrações do Natal.
Afonso estava muito comprometido também com as questões morais. Entre as muitas obras que escreveu, a mais importante é, certamente, a “Teologia moral”, em vários volumes, ainda hoje estudada, na qual enfrenta questões como a virgindade de Maria e a infalibilidade do Papa, muito antes de a Igreja considerá-las dogmas.
Em 1762, com a venerável idade de 66 anos, Afonso Maria de Liguori foi nomeado Bispo de Santa Águeda dos Godos, em Benevento, ao qual, após 15 anos, renunciou por problemas de saúde, que o levaram à morte em 1787.
Santo Afonso Maria de Liguori foi canonizado em 1839 e proclamado Doutor da Igreja, por Pio IX, em 1871. Em 1950, Pio XII o proclamou “Padroeiro celestial de todos os confessores e moralistas”.

 

Fonte: Vatican News

Em tudo amar e servir: um legado deixado como herança por Santo Inácio de Loyola

“Em tudo AMAR e SERVIR…” Com esta máxima, Santo Inácio nos indica duas características fundamentais para o nosso percurso vital e que são, inclusive, condições para nossa realização pessoal. Uma premissa que define uma ideia, um desejo, uma aspiração legítima de toda pessoa que crê. Amar e Servir, deveriam ser o nosso mais nobre ideal de vida, porque estes dois conceitos transcendem qualquer proposta, tornando-se um atributo humano.


Hoje, 31 de julho, celebramos a festa de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus – Ordem dos Jesuítas. Fazer memória da vida de um Santo é sempre deixar-se interpelar pelo seu testemunho de vida e perguntar-nos, o que a sua herança espiritual nos inspira a vivenciar no momento histórico atual da Igreja? Com seu admirável legado, Inácio, que faleceu no dia de hoje, no ano de 1556, nos recorda um santo sempre em busca e que desejava ardentemente amar e servir a Deus em tudo, para ele, sempre esteve presente como desejo fundamental o amor no serviço a Deus que se concretiza na entrega quotidiana no serviço aos irmãos.

“Em tudo AMAR e SERVIR…” Com esta máxima, Santo Inácio nos indica duas características fundamentais para o nosso percurso vital e que são, inclusive, condições para nossa realização pessoal. Uma premissa que define uma ideia, um desejo, uma aspiração legítima de toda pessoa que crê. Amar e Servir, deveriam ser o nosso mais nobre ideal de vida, porque estes dois conceitos transcendem qualquer proposta, tornando-se um atributo humano.

O amor como capacidade de transformação de serviço gratuito

Mas, no mundo em constante evolução e transformação é possível amar na liberdade? Neste sentido, por qual motivo Deus chama a pessoa humana? E a resposta se faz clara: somos chamados a amar como Jesus amou e nos ama, de modo gratuito e não com segundas intenções.

Por conseguinte, vale destacar que “A vocação cristã é um chamado à liberdade para se transcender no amor.” (Rulla, 1987, p. 293) Mas, qual seria o sentido da liberdade o qual analisamos aqui? Para liberdade, encontramos um sentido mais amplo daquele simplesmente da vivência de uma lei, segundo o qual, Paulo em I Cor 5,13 com Cristo, passamos da escravidão da lei para a liberdade da graça. Neste sentido, o amor transforma o significado das nossas ações, porque o serviço gratuito prestado a quem se ama não seja considerado um peso, por que somente quem ama na liberdade, é capaz de perder a si mesmo pelo bem do outro, como fez Cristo por nós. E, quanto maior a liberdade de uma pessoa tanto mais integral poderá ser a sua doação por amor.

Esta doação total só é possível por que Cristo a tornou possível, Ele deu-nos por primeiro o exemplo “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.” (João 13, 14)

A que tipo de amor somos chamados vivenciar?

Um amor único, um amor teocêntrico, uma vez que Deus é a fonte desse amor. Um amor que se revela e se dá em atitudes de misericórdia direcionada aqueles que sofrem, no perdão quotidiano diante das ofensas recebidas, na renúncia dos desejos de estima, reconhecimento e afeto. Um amor concreto que perpassa o Coração de Deus e chega até o coração do homem “Nisto reconhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.” (I Jo 5,2)

Papa Francisco sustenta que o amor deve ser concreto “O amor não precisa de profundos conhecimentos teológicos, que são, todavia, necessários”, mas recorda que, parte do encontro com a pessoa de Jesus e deste encontro de amor, tudo nasce: “Nascem as amizades, a fraternidade e a certeza de ser filhos do mesmo Pai”. Por conseguinte, podemos concluir, que a pessoa humana é chamada a deixar-se transformar no amor, por amor e para o amor, como nos afirma Rulla, no amor Teocêntrico. Somente assim, vivenciando a vocação cristã como um chamado à autotranscendência no amor teocêntrico, será possível a pessoa deixar-se transformar e atuar todas as suas capacidades e potencialidades para amar servindo e servir amando como Cristo nos ensinou. Santo Inácio de Loyola, rogai por nós.

Referências Bibliográficas:

BÍBLIA. Bíblia de Jerusalém. São Paulo, Paulus, 2002.

RULLA, L. Antropologia da Vocação Cristã. Bases interdisciplinares. Paulinas, São Paulo, 1987.

Fonte: Vatican News


Papa em Santa Maria Maior reza pela viagem a Lisboa e pelos jovens da JMJ

Francisco retorna pela 109ª vez à Basílica liberiana para rezar diante do ícone da Salus Populi Romani, como se tornou uma tradição desde o início de seu pontificado, antes e depois de cada viagem internacional. A última visita havia sido em meados de junho, após a operação no Hospital Gemelli. Nesta tarde de segunda-feira, o Pontífice confiou à Virgem a viagem a Portugal e todos os jovens dos cinco continentes que participarão da Jornada Mundial da Juventude


Os milhares de jovens que encontrará nos próximos dias durante a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa – a quarta de seu pontificado -, o Papa quis confiá-los a Ela, a Salus Populi Romani, a padroeira do povo de Roma, de quem Francisco invoca a proteção antes e depois de cada viagem internacional há mais de dez anos.

Também desta vez, na véspera de sua partida para Portugal, na manhã de 2 de agosto, o Papa não interrompeu essa longa tradição e foi na tarde desta segunda-feira à Basílica de Santa Maria Maior. Foi o que referiu a Sala de Imprensa vaticana, explicando que na Basílica liberiana Francisco foi à pequena capela que já recebeu, com a de hoje, 109 visitas do Pontífice argentino. Sozinho, sentado, em silêncio, Francisco “se deteve em oração” diante da efígie mariana que a tradição diz ter sido pintada por São Lucas, “confiando a ela”, diz a nota do Vaticano, “a viagem e os milhares de jovens que ele encontrará nos próximos dias”.

A última visita em junho, após a operação

A última visita do Papa à Salus Populi Romani foi em 16 de junho, para agradecer pelo sucesso da operação de laparatomia na Policlínica Gemelli. Também naquela ocasião, Jorge Mario Bergoglio – acolhido tanto na entrada quanto na saída pelas saudações afetuosas dos fiéis reunidos na entrada da Basílica – se deteve em oração por alguns momentos, sentado em sua cadeira de rodas, diante do ícone da Virgem. Antes disso, o papa havia visitado Santa Maria Maior no final de abril, antes de partir para sua 41ª viagem apostólica à Hungria; ele retornou à Basílica pouco depois de desembarcar em Roma, vindo de Budapeste.

A entrega dos jovens a Maria

Além da proteção de Nossa Senhora, o Papa pediu aos fiéis que acompanhem a iminente viagem com a oração. Ele o fez no Angelus deste domingo, 30 de julho, acrescentando ao seu pedido a oração de entrega a Maria de todos os jovens dos cinco continentes que se reunirão em Lisboa para o evento mundial. “Peço-lhes que me acompanhem com suas orações na minha viagem a Portugal, que farei a partir da próxima quarta-feira”, foram as palavras de Francisco. São “tantos” os jovens que irão (muitos já partiram) para Portugal, acrescentou o Papa, e eles vêm de “todos os continentes”. Todos eles “experimentam o desejo de um encontro com Deus e com os irmãos e irmãs, guiados pela Virgem Maria que, depois da Anunciação, se levantou e partiu apressadamente”. Tema, este último, desta edição da JMJ. A Nossa Senhora, “Estrela luminosa do caminho cristão tão venerada em Portugal”, concluiu o Pontífice, “confio os peregrinos da JMJ e todos os jovens do mundo”.

O programa da viagem do Papa

De acordo com o programa oficial, numerosos encontros marcarão a 42ª viagem apostólica do Papa, e não apenas com os jovens, mas também com autoridades civis, líderes religiosos e representantes locais de organizações de caridade. De 2 a 6 de agosto, o Papa se encontrará com o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, depois com o primeiro-ministro, as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático. Ele celebrará as vésperas com o clero local e dedicará um encontro inteiro aos estudantes da Universidade Católica Portuguesa. Seguindo para a vizinha Cascais, Francisco também cumprimentará os jovens de Scholas Occurentes e assistirá à plantação de uma oliveira da paz junto com outros líderes religiosos.

Etapa de Fátima

Haverá também os eventos característicos de toda Jornada Mundial da Juventude, como a confissão de alguns jovens com o Papa (a ser realizada no dia 4 de agosto no Jardim Vasco da Gama, em Belém), a Via Sacra com os jovens na sexta-feira à noite e a vigília noturna entre sábado e domingo, seguida no dia 6 de agosto pela missa de encerramento. Também está incluída na viagem uma etapa em Fátima, onde o Papa – retornando ao santuário mariano que já havia visitado em 13 de maio de 2017 – rezará o Terço com jovens doentes para invocar a paz para um mundo ferido por conflitos. Esse também é um ato de devoção a Nossa Senhora, cuja proteção ele pediu para toda a viagem.

Fonte: Vatican News


AGOSTO, MÊS VOCACIONAL

O mês de agosto é o mês vocacional. Esse ano com um sentido todo especial: estamos vivendo, desde novembro passado, o 3º Ano Vocacional, com o tema: “Vocação, graça e missão” e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). 

É sempre prazeroso falar de vocações. “Toda pastoral é vocacional, toda formação é vocacional, toda espiritualidade é vocacional” (PAPA FRANCISCO. Exortação apostólica pós-sinodal Christus vivit, n. 254). Papa Francisco e, com ele, o Ano Vocacional, almejam uma cultura vocacional, onde todos os católicos se sintam vocacionados, isto é, chamados ao discipulado de Jesus Cristo. Viver esse discipulado é a realidade própria de todos os batizados e batizadas, tanto os ministros ordenados como os leigos e leigas. Somos vocacionados, como somos discípulos missionários. As vocações especificas na Igreja existem para o serviço de dedicação maior de uns para com os outros. Não se trata de uma diferença de maior ou menor importância, e menos ainda, de considerar uns superiores a outros.  

Quando falamos de vocação, lembramos, em primeiro lugar, da vocação transcendental e escatológica da criação toda (Leonardo Boff). Ela quer dizer: “a vocação que se apresenta como a derradeira (escatológica) e que transcende (transcendental) as vocações e os fins imediatos e penúltimos que ela posse ter” (Leonardo Boff. O destino do homem e do mundo, p. 34. Vozes, Petrópolis). Há a vocação transcendental e escatológica do homem, ponto culminante da criação. O ser humano é invocado a ser totalmente ele mesmo na realização de todas as capacidades que latejam dentro de sua natureza. Ele é constituído como um nó de relações voltado para todas as direções: para o mundo, para o outro e para o Absoluto, que nós chamamos Deus, o Deus de Jesus Cristo (Leonardo Boff). 

É importante essa consideração, tiradas do teólogo brasileiro, para que entendamos as vocações especificas, dentro da Igreja, como meios de realização da vocação transcendental e escatológica, tanto da criação quanto do homem e da mulher. E, de fato, há um grande apelo da Igreja, hoje, para que a vocação seja vivida nessa relação entre a criação e o homem, relação estabelecida pelo próprio Deus. A outra relação, a que algumas vocações especificas estão bem cimentadas, é a relação com o outro, intimamente unida às relações com o mundo e com Deus. Por causa dessa relação, entendemos que toda experiência vocacional leva a uma vivência do ser-para-os outros: é a pró-existência de Cristo que faz de todos os discípulos homens e mulheres que vivem para os outros.  

Sobre a vocação como união com Deus sabemos que esse é destino de todo ser humano. E por causa disso, as vocações específicas encontram todo o seu sentido. Na verdade, encontramos em Deus a origem de toda vocação transcendental e escatológica: a criação e o homem encontram em Deus o sentido de ser. 

Vivendo o mês vocacional a Igreja celebra todas vocações. Que essa celebração incuta em todos os agentes de pastoral uma verdadeira cultura vocacional. Assim, reconhecendo que elas se alicerçam na própria condição criada por Deus, elas se unam na experiência da sinodalidade, característica essencial de todas as vocações. 

Todas as vocações serão lembradas, rezadas e celebradas neste mês de agosto: a vocação presbiteral, no primeiro domingo, com o “Dia do Padre”, a vocação ao matrimônio, no segundo domingo, com o “Dia dos Pais”, a vocação à vida religiosa, no terceiro domingo, dia dos religiosos e religiosas, e a vocação dos leigos e leigas, com o dia do catequista, no quarto domingo. Bom mês vocacional para todos! 

Fonte: CNBB

O Papa, JMJ: “Gostaria de ver em Lisboa uma semente do mundo do futuro”

A mensagem de vídeo do Santo Padre com a intenção de oração para o mês de agosto é dedicada à Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. O Papa Francisco responde a alguns jovens, que o interrogam em várias línguas e a partir de diferentes continentes.


Pela Jornada Mundial da Juventude é a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de agosto.

A mensagem de vídeo do Santo Padre apresenta uma particularidade: o Papa Francisco responde a alguns jovens, que o interrogam em várias línguas e a partir de diferentes continentes. Das Filipinas, Brasil e Costa do Marfim, jovens do Movimento Eucarístico Jovem – a seção juvenil da Rede Mundial de Oração do Papa, que conta 1.700.000 membros em 60 países – fazem perguntas sem filtro a Francisco.

“Quando vou à Igreja do meu bairro, vejo somente pessoas mais velhas. A Igreja agora é coisa de velhos?”, pergunta uma jovem brasileira ao Papa no início da mensagem de vídeo divulgada nesta quinta-feira (27/08). “A Igreja não é um clube para a terceira idade, e tampouco é um clube juvenil”, responde Francisco.

Se se converte em algo de velhos, vai morrer. São João Paulo II dizia que se você convive com os jovens, você se torna jovem também, e a Igreja necessita dos jovens para não envelhecer.

“Querido Papa Francisco, por que escolheu como lema desta JMJ ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente'”? Pergunta ao Papa uma jovem das Filipinas.

Porque Maria, quando sabe que vai ser a mãe de Deus, não fica parada fazendo uma selfie ou pensando o que fazer. A primeira coisa que faz é pôr-se a caminho, apressadamente, para servir, para ajudar. Também vocês têm que aprender dela a colocar-se a caminho para ajudar aos demais.

“O que espera desta JMJ de Lisboa?”, pergunta a Francisco uma jovem da Costa do Marfim.

Gostaria de ver em Lisboa uma semente do mundo do futuro. Um mundo onde o amor esteja no centro, onde possamos nos sentir irmãs e irmãos. Estamos em guerra, necessitamos de outra coisa. Um mundo que não tenha medo de testemunhar o Evangelho. Um mundo com alegria, porque os cristãos se não temos alegria, não somos críveis, ninguém acredita em nós.

“Rezemos para que a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa ajude-nos a caminhar, dando testemunho do Evangelho com nossa própria vida”, conclui o vídeo com a intenção de oração do Papa para o mês de agosto.

Fonte: Vatican News

 

Papa convida a “samaritaniar” o ambiente digital

O convite dos organizadores do Festival de Influencers Católicos na JMJ é este: “Depois da Via Sacra, siga direto para o Parque Cristonautas (Praça Martim Moniz) para assistir ao 1º Festival de Influenciadores Católicos no dia 4 de agosto de 2023. Esperamos por você às 20h30. na tenda de inscrição, para que você possa acessar a área destinada aos missionários digitais.”


A Praça do Martim Moniz, em Lisboa, vai ser o local que acolherá o primeiro encontro mundial de evangelizadores e missionários digitais. É o ‘Festival de Influencers Católicos’ e terá lugar em plena Jornada Mundial da Juventude (JMJ), na sexta-feira dia 4 de agosto.

No vídeo, o Papa faz o convite a “samaritaniar” o ambiente digital. O hino do encontro “Let’s go out to the whole World” foi criado por diferentes artistas de todo o mundo. Este evento é organizado pelo Dicastério para a Comunicação e pelo grupo ‘A Igreja escuta-te’, nascida no contexto do Sínodo 2021-2024.

“O evento tem como objetivo celebrar e agradecer o grande trabalho missionário que, diariamente, é realizado por estes influencers e missionários digitais dos cinco continentes, transmitindo o Evangelho através das suas redes sociais”, explica uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.

O encontro decorrerá entre as 21h e as 22.30h da sexta-feira, 4 de agosto, em plena JMJ Lisboa 2023.

Na Praça Martim Moniz será montado o ‘Parque Cristonautas’ onde terão lugar momentos musicais e de testemunho com a participação de representantes de vários países: Hakuna Group Music (Espanha), o padre Rob Galea (Australia), Pitter Di Laura (missionário e cantor da Comunidade Canção Nova, Brasil), Pablo Martínez (Argentina) e Missionários Shalom (Brasil), acompanhados pelo monsenhor Lucio Adrián Ruiz, secretário do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé.

Fonte: Vatican News

O Papa aos jovens: sejam missionários entusiasmados da nova evangelização

“Levem àqueles que sofrem, àqueles que estão buscando, a alegria que Jesus quer dar. Levem-na para suas famílias, para suas escolas e universidades, para seus locais de trabalho e grupos de amigos, onde quer que vivam. Se permitirem que a graça de Deus atue em vocês, se forem generosos e perseverantes em seu compromisso diário, farão deste mundo um lugar melhor para todos”: e a exortação do Papa aos rapazes e moças que estão participando do Festival dos Jovens em Medjugorje, de 26 a 30 de julho


Neste caminho, queridos jovens, que Maria Santíssima os acompanhe e os ensine a discernir e acolher a vontade do Pai celeste em suas vidas. Com a juventude, imprimam o tempo presente com o sinal da esperança e do entusiasmo. Sejam missionários entusiasmados da nova evangelização! É a veemente exortação do Papa aos rapazes e moças que estão participando do Festival dos Jovens em Medjugorje, que se realiza de 26 a 30 de julho.

Na mensagem, Francisco diz ser este Festival para eles uma oportunidade para celebrar e renovar a própria fé, fazendo votos de que vivam estes dias como uma peregrinação espiritual que os leve a encontrar o Senhor Jesus na Eucaristia, na Adoração, na Confissão, na catequese bíblica, na oração silenciosa e no Terço, e também através de testemunhos.

Ninguém além de Deus pode lhes dar a verdadeira felicidade

Francisco ressalta que Deus tem um projeto de amor para cada um deles. Não tenham medo de sua vontade, mas coloquem toda a sua confiança em sua graça. Para Ele, vocês são preciosos e importantes, porque são obra de Suas mãos, observa o Pontífice.

Somente Ele conhece seus corações e seus desejos mais profundos. Somente Ele, que os ama com amor absoluto, é capaz de satisfazer suas aspirações. Ninguém além de Deus pode lhes dar a verdadeira felicidade.

Em suas vidas não haja lugar para o egoísmo ou a preguiça

O Santo Padre os exorta a não deixar que haja lugar em suas vidas para o egoísmo ou a preguiça, encorajando-os a aproveitar a juventude para lançar, junto com o Senhor, os fundamentos de sua existência, pois seu futuro pessoal, profissional e social dependerá das escolhas que fizerem durante esses anos.

Francisco conclui exortando-os, por fim, a levar àqueles que sofrem, àqueles que estão buscando, a alegria que Jesus quer dar. Levem-na para suas famílias, para suas escolas e universidades, para seus locais de trabalho e grupos de amigos, onde quer que vivam. Se permitirem que a graça de Deus atue em vocês, se forem generosos e perseverantes em seu compromisso diário, farão deste mundo um lugar melhor para todos.

Fonte: Vatican News

Secretário-geral da CNBB fala sobre a violência contra os povos indígenas

Dom Ricardo Hoepers analisou o relatório divulgado pelo CIMI e disse que a sociedade não pode ficar alheia à perda da dignidade humana


Dom Ricardo Hoepers, Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), falou sobre o relatório divulgado pelo CIMI (Conselho Indigenista Missionário) contra a violência aos povos indígenas.

O documento “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil” foi publicado na última quarta-feira (26), na sede da CNBB, em Brasília. O evento contou com a presença de lideranças indígenas e representantes da CNBB e do CIMI.

Ao acolher os presentes, Dom Ricardo Hoepers disse que o momento era muito importante e que o acesso às informações do relatório dava segurança e interpela a todos para uma ação concreta.

Os números em si não podem ser somente dados, eles têm que nos levar a respostas, ações positivas e propositivas”, disse.

Dom Ricardo salientou que a incidência de ações violentas contra a pessoa indígena assusta muito.

Os números em relação aos assassinatos, aos suicídios e a mortalidade infantil é algo que não tem como nós ficarmos alheios a esta situação de perda da dignidade da pessoa humana”, falou.

O Secretário-geral da Conferência também falou sobre a importância do respeito na sociedade e que somos filhos e filhas do mesmo Deus.

Quando o respeito termina, a sociedade está caindo. É o respeito que nos mantém. Nós somos capazes de compreender que somos filhos e filhas do mesmo Deus criador e se não tivermos isso em conta, vamos nos tratar como coisas e não como pessoas, portanto, fica aqui a nossa saudação, o nosso acolhimento e a disposição sempre desta Conferência para apoiar, trabalhar e, acima de tudo, se comprometer com tudo aquilo que leve a respeitar a dignidade humana e especialmente os povos indígenas”, afirmou Dom Ricardo.

Em entrevista exclusiva ao A12, a Vice-Presidente do Cimi, Irmã Lúcia Gianesini, da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, comentou sobre o processo de elaboração do relatório e sua importância para a formulação das políticas públicas voltadas aos povos originários no Brasil.

O que é analisado

O relatório, que é publicado na metade do ano em curso, atualmente apresenta os dados referentes ao ano de 2022. São registradas invasões de terras, violência contra os direitos dos povos indígenas, violência contra indivíduos e omissões do poder público.

Também foram registradas as mortes por Covid-19 e o descaso do governo anterior, bem como os desafios enfrentados pelos povos isolados, que são chamados de “livres”, mas que ainda enfrentam ameaças.

CLIQUE E CONFIRA O RELATÓRIO COMPLETO

Fonte: A12

São Joaquim e Santa Ana

As informações sobre os pais da Virgem Maria, São Joaquim e Santa Ana, incluindo seus nomes, não se encontram na Bíblia, mas vêm de referências de textos apócrifos, como o Protoevangelho de Tiago e o Evangelho do Pseudo-Mateus, além da Tradição. Tais fontes indicam que moravam em Jerusalém, eram judeus exemplares e piedosos, e assim esperavam a vinda do Messias.

Ana era filha de Achar e irmã de Esmeria, a mãe de Isabel e avó de São João Batista. Joaquim era um homem piedoso e muito rico, da tribo de Davi. Depois de casados, não tiveram filhos, o que, para a mentalidade judaica, era sinal de falta da bênção de Deus e condição humilhante. Suplicaram então a Deus, com orações, lágrimas e jejuns, a graça de gerarem um filho, mesmo já tendo chegado à velhice. O pedido foi atendido, e à filha deram o nome de Mirian (Maria), que significa “a amada”, “a esperada”, “a desejada”.

Até os três anos de vida, Maria morou com os pais numa casa próxima à piscina de Betesda (ou Betzaeda, Betezatá, Betsata, Betzada), onde Jesus anos depois curou milagrosamente um paralítico (Jo 5,1-9). Os Cruzados construíram no local, no século XII, uma igreja dedicada a Santa Ana, ainda existente. Foi então levada pelos pais ao Templo de Jerusalém, para ser consagrada a seu serviço, em sinal de gratidão.

Só em 1969 a Igreja definiu um dia único para venerar o casal, 26 de julho. Anteriormente, apenas Santa Ana era festejada, e em datas diferentes no Ocidente e no Oriente. Ela é invocada como padroeira das mães (que pedem um parto feliz, filhos saudáveis e leite suficiente para amamentar) e das viúvas, nos partos difíceis e contra a esterilidade conjugal. Santana ou San’Ana é também nome de muitas localidades e adotado igualmente como sobrenome familiar.

 Reflexão:

Independentemente da exatidão dos dados históricos sobre os pais de Nossa Senhora, que contudo não são necessariamente falsos e condenáveis e podem ser aceitos com razoabilidade, o que unicamente importa é que foram especialmente abençoados por Deus. E seus nomes conhecidos, em Hebraico, exprimem coerentemente as suas pessoas: Ana é “graça”, e Joaquim “Javé prepara” ou “Javé fortalece”. Imensa é a graça, a fortaleza, e o preparo, necessários para alguém ser responsável por Nossa Senhora! E para nós, que A queremos levar no coração por toda a vida, não menores são a graça, o preparo e a fortaleza indispensáveis para viver responsavelmente qualquer devoção e consagração a Ela oferecidas. A vida espiritual não pode ser leviana. Deus nos pedirá contas do modo como tratamos a Sua Mãe. Mesmo para quem não Lhe é devoto, ao menos um santo respeito é exigido, mas sobretudo é o amor filial, íntegro, simples, verdadeiro, que basta na relação com a mais acolhedora das mães. Não gerar vida, diante de Deus, é sim algo humilhante, não em relação à do corpo, mas à da alma… Logo, como Joaquim e Ana roguemos incessantemente a Deus, entre lágrimas sinceras e jejum dos pecados, da indiferença e da acomodação, para sermos solo fecundo. Caso contrário, o tempo inevitavelmente passará, e a velhice de alma, que corresponde a uma paralisia no trato com Deus, nos tornará estéreis na caridade, as boas obras que são o sinal de vida eterna. Somente na intimidade fecunda com o Espírito Santo é que poderemos gerar esta vida. Mas toda vida que nasce precisa crescer, e por isso deve ser consagrada ao Senhor, para que, imersa na piscina de Suas bênçãos, se torne “Mirian”: a vida amada, a vida desejada, isto é, a vida infinita. A união da alma com Deus gera frutos de caridade, que crescem e se transformam na vida celeste que esperamos. É natural que contemos com esta sabedoria nas pessoas mais velhas (embora atualmente o hedonismo e o ateísmo corrompam mesmo muitos dos que mais deveriam estar atentos à inevitabilidade da morte), e sobretudo que a saibam transmitir às novas gerações. É um dos maiores bens que os idosos podem fazer, santificando-se e aos demais, pois a autoridade deste seu apostolado tem profunda repercussão na formação dos jovens e crianças. O seu exemplo de fidelidade aos verdadeiros valores, sob as mais diferentes circunstâncias, através de um longo período de tempo, é em si uma santificação. Por isso os mais idosos, no contexto bíblico, estão associados a referência de respeitosa veneração (cf. 2 Mc 6,23). São Joaquim e Santa Ana são portanto modelo na santidade vivida em idade avançada. A eles devemos rogar, pedindo pelo resgate da valorização dos mais velhos na sociedade atual, que senil e estéril de comunhão com Deus, induz crianças, jovens e adultos a menosprezarem e mesmo promoverem o “desfazer-se” dos anciãos, pelo crime da eutanásia.

Oração:

Deus Pai, que criastes a vida, concedei-nos por intercessão de São Joaquim e Santa Ana a graça de sermos como eles tão familiares a Nossa Senhora que, ignorados em tudo o mais, baste esta referência em nossa vida, para sermos plenamente conhecidos no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: A12