O primeiro passo para acabar com todas as formas de violência na sociedade, sejam elas relacionadas ao crime, o racismo ou à pobreza, é acabar com a violência do aborto, escreveu o arcebispo de Nova Iorque, cardeal Timothy Dolan.
“Proponho que não acabará até que acabemos com a supostamente intocável permissão radical ao aborto, que parece ter cativado um segmento da nossa sociedade”, escreveu o arcebispo em sua coluna no jornal da Arquidiocese de Nova Iorque.
“Como escreveu Madre Teresa, ‘Não devemos ficar surpresos quando ouvimos falar de assassinatos, de matanças, de guerras, de ódio. Se uma mãe pode matar o seu próprio filho, o que nos resta senão matarmo-nos uns aos outros?”.
Numa sociedade política e culturalmente dividida, a única coisa que parece unir todos os lados, escreveu Dolan, “é a preocupação de que o nosso mundo tenha perdido um certo respeito básico pela vida“.
Dolan citou vários exemplos de tratamento lamentável da vida humana, incluindo a situação de milhões de refugiados e migrantes indigentes; as cenas da retirada americana do Afeganistão; o desrespeito de alguns por vidas vulneráveis durante a pandemia do coronavírus; o crime violento, incluindo o assassinato de George Floyd; o aumento dos suicídios, especialmente entre os jovens; e o fantasma frequente, em tantos lugares dos Estados Unidos, dos tiroteios em massa.
Estes exemplos, escreveu ele, mostram como “a vida humana é agora tratada como inútil, inútil, descartável”. Ele citou palavras do papa Francisco sobre essas atitudes fazerem parte de uma “cultura descartável”.
Dolan argumentou que as leis que permitem a matança e o desmembramento de bebés inocentes no ventre mandam uma mensagem anti-vida poderosa que ameaça todos. “Pense nisso: se a frágil vida de um bebê inocente no ventre da sua mãe, que a natureza protege como o lugar mais seguro em qualquer lugar, pode ser terminada, quem está seguro?”
“Se as conveniências, ‘escolhas’, ou ‘os meus direitos’ puderem triunfar sobre a vida do bebê no ventre, que vida humana não está ameaçada?…Quando a lei permite que a vida vulnerável seja destruída, obriga os profissionais de saúde a fazê-lo contra a sua consciência, e exige que o nosso dinheiro dos impostos a subsidie, qual é a mensagem que estamos dando sobre a dignidade da pessoa humana e a sacralidade da vida?”
Dolan citou a observação do político democrata Robert Kennedy, assassinado em 1968 quando candidato a presidente dos EUA, de que “a saúde e a fibra moral da sociedade é avaliada pela forma como protegemos os mais indefesos e vulneráveis”.
“Quem é mais frágil e incapaz de se defender do que um pequeno bebê no ventre?” perguntou.
“Aspirar esse bebê do ventre, desmembrá-lo, ou envenená-lo é, como descreveu o papa Francisco, contratar um ‘assassino’ para matar uma vítima”.
Dolan exortou todos os homens e mulheres, com ou sem fé, a falarem a favor dos “indefesos”, dos nascituros e a denunciarem o “direito” ao aborto como “desumano, violento e contrário aos direitos humanos”.
O Bispo Auxiliar de Lisboa e presidente da JMJ Lisboa 2023, o recentemente nomeado Cardeal D. Américo Aguiar, disse em entrevista exclusiva ao Vatican News, que na JMJ de Lisboa a oração pela paz será uma certeza, e que serão recordados quer os jovens da Ucrânia, quer os jovens de tantos outros Países do mundo que infelizmente vivem a guerra atualmente, ou vivem a guerra já há muito tempo.
No âmbito da sua visita à Ucrânia, a convite do Episcopado daquele País a braços com a guerra há quase um ano e meio, D. Américo começou por reafirmar que o Papa Francisco pede que se faça chegar a todos os jovens o convite de participar na Jornada, sem esquecer os que não poderão ir a Lisboa. Foi assim – explicou o prelado – que, acolhendo o convite pela Igreja greco-católica e seguindo a inspiração do Espírito, “eu respondi imediatamente de sim e aqui estou, e aqui vim dando graças a Deus pelo Espírito Santo ter desencaminhado para esta missão”.
Para o Bispo auxiliar de Lisboa, é “grande a alegria de trazermos Cristo vivo até junto destes jovens e deste povo martirizado da Ucrânia, e a alegria de encontrar aqui Cristo vivo também, nas suas vidas, nos seus sofrimentos, nas suas dificuldades, nas suas lagrimas, na vida e na morte desses nossos amados irmãos e irmãs”. Momento igualmente para D. Aguiar reiterar a urgência de “darmos testemunho de Cristo vivo à humanidade, pois quando tiramos Deus nos nossos corações, o que acontece é a crueldade, a maldade, a mentira, a morte, a violência e a guerra …”.
Momento particularmente importante na visita de D. Aguiar à Ucrânia foram os dois encontros com os jovens em dois Santuários marianos, encontros que para o Bispo foram um bombom, um miminho da parte de Deus, pois trata-se de encontros realizados no coração da Mãe. E a alegria do encontro com os jovens, enfatizou ainda D. Aguiar, é eles se sentirem amados, cuidados e que nós nos preocupamos com eles: “E (como diz o Papa Francisco), nós também queremos ouvi-los, queremos que eles hagan lío, sonhem, que lutem pelos seus sonhos – insistiu D. Américo que, num contexto de guerra, reafirmou ter recebido dos jovens “a coragem e a alegria de serem protagonistas das suas vidas e da história e da paz que tanto desejamos para Ucrânia”.
Por último, e respondendo à pergunta se haveria na JMJ de Lisboa, um momento particularmente dedicado aos jovens da Ucrânia, D. Aguiar não escondeu a dificuldade do momento, reafirmando que não é intenção de ninguém acrescentar qualquer dor à dor já existente, acrescentar qualquer desconforto ao sofrimento destes jovens cujos corações estão feridos: “só o tempo e a oração poderão fazer aquilo que é necessário”, disse D. Américo. Por isso, “o dom da paz que queremos pedir ao Pai do céu, isso será uma certeza, e nós teremos presentes quer os jovens da Ucrânia, quer os jovens de tantos outros países do mundo que infelizmente vivem a guerra atualmente ou vivem a guerra já há muito tempo, e isso será tornado presente na nossa Jornada Mundial da Juventude” – concluiu o presidente da JMJ Lisboa 2023.
Leia aqui a entrevista integral com D. Américo Aguiar:
Qual foi a finalidade desta viagem à Ucrânia e quais são as impressões que o Bispo teve desta visita à Ucrânia, em geral?
O nosso querido Papa Francisco está sempre a lembrar-me de não me esquecer dos jovens que não podem ir a Lisboa, permanentemente, o Papa, pede que façamos chegar o convite a todos os jovens e não esquecermos aqueles que não podem ir a Lisboa. Há duas semanas atrás, ao receber o Padre Valdemar e Roman, da Igreja Greco-católico em Lisboa a preparar a ida dos jovens ucranianos, foi me colocada a possibilidade de os visitar, sabendo eles por princípio que não era possível, mas o Espírito Santo fez-me lembrar o rosto e as palavras do querido Papa Francisco, e eu respondi imediatamente de sim e aqui estou e aqui vim dando graças a Deus pelo Espírito Santo ter desencaminhado para esta missão. A impressão, é a alegria de trazermos Cristo vivo ate junto destes jovens e deste povo martirizado da Ucrânia, e a alegria de encontrar aqui Cristo vivo também, nas suas vidas, nos seus sofrimentos, nas suas dificuldades, nas suas lagrimas, na vida e na morte desses nossos amados irmãos e irmãs. Portanto, são momentos únicos da vida que ajudam a preparar melhor ainda o futuro na certeza de que é urgente darmos testemunho de Cristo vivo a humanidade, por quanto tiramos Deus nos nossos corações é isso que acontece; a crueldade, a maldade, a mentira, a morte, a violência e a guerra … Não mais a guerra!
O senhor Bispo teve dois encontros com os jovens da Ucrânia, pode dizer as suas impressões?
Estes dois encontros um de modo especial com os jovens da Igreja nossa irmã Greco-católica, num santuário Mariano e o outro com jovens católicos também num santuário Mariano. Primeiro este bombom, este miminho da parte de Deus, desses encontros serem realizados no coração da Mãe, como nos disse o nosso querido Papa Francisco em Fátima temos mãe, e encontramos com esses jovens, com estes filhos na casa da mãe, tem um sabor doce muitíssimo especial e o encontro com eles e a alegria de encontro com eles, é eles sentirem-se amados, cuidados e que nos preocupemos com eles, e como diz o Papa queremos ouvi-los, queremos que eles hagan lío, sonhem, que lutem pelos sonhos que sejam poetas e neste contexto de guerra é muito mais difícil sonhar, lutar e ser poeta mas destes jovens recebi a coragem e a alegria de terem nos seus olhos e no seu coração Cristo vivo e de estarem disponível de serem protagonistas das suas vidas e da historia e da paz que tanto desejamos para Ucrânia.
Haverá durante as jornadas em Lisboa, um momento particularmente dedicado aos jovens da Ucrânia?
Nós estamos a trabalhar com estes sacerdotes que organizam a participação dos ucranianos já há muito tempo e vamos aprendendo aquilo que os magoa e aquilo que é um curativo, um paliativo nestes dias e meses que vamos vivendo, não queremos acrescentar qualquer dor, não queremos acrescentar qualquer desconforto ao sofrimento destes jovens, os seus corações estão feridos e o tempo é preciso, em muitos momentos das nossas vidas o tempo é necessário e só o tempo, o tempo e a oração poderão fazer aquilo que é necessário. Por isso, o dom da paz que queremos pedir ao Pai do céu, porque a paz é dom de Deus, e isso será uma certeza, e nós teremos presentes quer os jovens da Ucrânia, quer os jovens de tantos outros países do mundo que infelizmente vivem a guerra atualmente ou vivem a guerra já há muito tempo e isso será tornado presente na nossa Jornada Mundial da Juventude.
Dom Gabriele Caccia, observador permanente nas Nações Unidas em Nova York, falou na 88ª plenária da assembleia geral, onde foi discutida a situação nos territórios temporariamente ocupados do país do Leste Europeu e reiterou o convite de Francisco a fazer tudo o que for possível para por fim à guerra: os deslocados continuam recebendo ajuda na expectativa de “um retorno seguro, voluntário e digno às suas casas”.
“A Santa Sé continua muito preocupada com a sangrenta guerra na Ucrânia”, reitera o apelo a um cessar-fogo e pede o início de negociações para uma paz justa e duradoura. Foi o que disse o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, em Nova York, dom Gabriele Caccia, na 88ª plenária da Assembleia Geral da ONU, em que foi discutida, na terça-feira (18/07), a situação nos territórios temporariamente ocupados do país do leste europeu.
Fazer tudo o que for possível para por fim à guerra
O diplomata vaticano também reiterou o convite feito pelo Papa Francisco no Angelus de 2 de outubro passado a “todos os protagonistas da vida internacional” e aos “líderes políticos das nações para fazerem todo o possível para pôr fim à guerra” e lembrou que o Pontífice, em seu recente discurso à delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, em 30 de junho passado, definiu a atual guerra na Ucrânia “um verdadeiro desastre”, como todas as outras guerras.
Intensificar os esforços para reunir as famílias
Dom Caccia expressou o agradecimento da Santa Sé aos “Estados que acolheram e apoiaram os refugiados”, pedindo “que os deslocados continuem recebendo apoio humanitário até que possam fazer um retorno seguro, voluntário e digno a suas casas”. “A Santa Sé – prosseguiu o observador permanente – nos exorta a não poupar esforços para promover a rápida reunificação de todas as famílias separadas pela atual violência na Ucrânia, garantindo que sejam respeitados os interesses das crianças”.
Que a Comunidade internacional trabalhe pela paz
Citando novamente o discurso de Francisco em 30 de junho, dom Caccia acrescentou que “diante de tantos sofrimentos, a Comunidade internacional não deve se resignar à guerra, mas trabalhar em conjunto pela paz”, e a esse respeito mencionou as “missões destinadas a ‘escutar e identificar gestos humanitários que possam orientar para o caminho da paz” confiado pelo Papa ao cardeal Matteo Zuppi.
Usar todos os meios diplomáticos para garantir a ajuda humanitária
A Santa Sé pede a todas as partes para que apoiem os esforços humanitários a fim de aliviar parte do imenso sofrimento causado pela guerra aberrante, concluiu o observador permanente da Santa Sé, destacando que é urgente, como repetiu o Papa Francisco em 2 de outubro passado, “utilizar todos os meios diplomáticos, mesmo aqueles que talvez não tenham sido usados até agora, para pôr fim a essa terrível tragédia”.
Na noite da terça-feira, 18 de julho, aconteceu a celebração de abertura do 15º Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), em Rondonópolis/MT, no Centro de Eventos Santa Terezinha. O tom foi de valorização da atuação religiosa de leigas e leigos, da diversidade cultural e de crítica ao modelo socioeconômico voltado ao extrativismo dos recursos naturais.
A celebração abriu oficialmente o Intereclesial que se estende até o dia 22 (sábado), reunindo cerca de 1,5 mil representantes das CEBs de todo o Brasil, além religiosas e religiosos, lideranças de organismos ligados à Igreja Católica, a outras denominações cristãs e expressões espirituais, movimentos sociais e populares. Participam do intereclesial 63 bispos.
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do encontro dizendo querer-se fazer próximo do 15º Intereclesial de CEBs. O Santo Padre pediu aos participantes para seguirem trabalhando e para não se esquecerem de buscar sintonia com o tema: “Igreja em Saída”. O Papa comparou a Igreja como a água. “Se a água não corre no rio, fica estagnada e adoece. A Igreja quando sai, caminha, se sente mais forte”, disse.
Confira o vídeo que o Papa enviou aos participantes:
Cultura popular e biomas brasileiros
Os milhares de participantes da cerimônia sentaram-se em cadeiras dispostas ao redor de um grande palco, que funcionou como altar. A celebração foi conduzida pela Equipe de Liturgia do Intereclesial, um grupo de leigas e leigos trajados com túnicas que destacavam a simbologia afro-brasileira e indígena. A mesa do altar estava coberta por uma toalha feita de retalhos de tecido, destacando o caráter popular da Igreja.
A cerimônia de abertura teve várias procissões, músicas e menções verbais que valorizaram as comunidades indígenas, quilombolas, pessoas que vivem da agricultura familiar ou estão em acampamentos provisórios, pescadores, trabalhadoras e trabalhadores urbanos, mulheres artesãs, migrantes e imigrantes, entre outros grupos sociais que compõem o povo brasileiro. Delegações de representantes das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste foram lembradas e homenageadas pela associação com seus biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica) e pela disposição histórica à luta e resistência populares.
Em seguida a história dos Intereclesiais foi lembrada por uma mescla entre informações ditas ao microfone e entradas com os estandartes referentes a cada uma das edições do encontro, desde o primeiro, em Vitória (ES), em 1975, até a atual, em Rondonópolis (MT).
A proclamação da abertura oficial do 15º Intereclesial ocorreu a partir de uma fala do bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga, dom Maurício Jardim. Ele agradeceu a presença dos participantes e recordou do bispo anterior, dom Juventino Kestering, falecido em 2022, que foi quem assumiu o compromisso de acolher o Intereclesial na diocese. Um grande banner contendo a imagem de dom Juventino e uma de suas frases emblemáticas – “Saúde aos doentes, alegria aos tristes e esperança aos desanimados” – foi exposto perante o público, que fez uma sessão de aplausos em sua memória.
Comunicar é gerar encontros, criar comunhão, unir. A comunicação é romper barreias, é aproximar. É estarmos sempre na busca do outro, o comunicador produz a conexão para crescer a comunhão. A comunicação católica trabalha para criar esta comunhão entre a Igreja e as pessoas, as pessoas e o Evangelho de Cristo.
Cada agente da Pascom é um “influenciador” ajudando a criar um espaço adequado para realizar a ação que o próprio Cristo nos pediu: “ Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16, 15). É importante ressaltar que o agente de comunicação não age por si mesmo, não fomenta a divisão, o comunicador de Cristo ajuda a passar a mensagem sem ruídos, sem alterações. Devemos passar da conexão para a comunhão e é preciso trabalhar para criar esta comunhão entre a Pastoral de Comunicação com todas as pastorais e grupos da Igreja, a “cara” da Pascom é a “cara”’ da paróquia.
Comunicação é encontro e diante de uma realidade do “desencontro” devemos ser luz no agir da nossa pastoral. Nossa Missão é Evangelizar em um ambiente muitas vezes hostil, não é fácil inserir conteúdos religiosos num “mundo” que não tem Jesus como referência. Precisamos levar as pessoas a um encontro verdadeiro com Jesus mesmo que não fale explicitamente dele. Diversas formas, diversos discursos podem levar a reflexão que Cristo sempre falou. Jesus foi ao encontro, saiu do seu lugar, olhava nos olhos, tocava nas pessoas, tudo isso para lhes falar de amor, do amor de Deus e do seu amor por todos nós.
Fazer comunicação católica não é apenas inserir conteúdos religiosos, é testemunhar com coerência no próprio perfil digital. São diversos temas que podem fazer com que a mensagem de Jesus seja passada, é necessário produzir temas que transformem o ambiente digital, a palavra certa, no dia certo e na hora exata.
A Pascom não é um veículo de comunicação, é pastoral, é serviço, é descomplicar, é desconstruir, é deixar leve, simples e cheio de sentido.
A nossa fé católica é cega? Ela nos é “imposta” pela Igreja? Somos por acaso proibidos de investigar os fundamentos de nossa fé?
“O católico brasileiro já não raciocina com a cabeça alheia, já não aceita o regime da fé cega, imposta pela Igreja, que nega até o direito de procurar-lhe os fundamentos”.
Não é certamente a declaração de um verdadeiro e sincero católico brasileiro, mas desses católicos que o são apenas de nome, e que na realidade são espíritas, isto é, anticatólicos. Temos aí três acusações a serem tomadas em consideração: a) que a nossa fé católica é cega; b) que ela nos é imposta pela Igreja; e c) que somos proibidos de investigar os fundamentos de nossa fé. Vejamos tudo isso.
Primeira acusação: É cega a fé dos católicos? Pode esta cegueira ou obscuridade referir-se a duas coisas: ou ao objeto de fé, ou aos seus motivos. Se os espíritas querem dizer que é cega a nossa fé porque cremos sem motivos suficientes, então estão erradíssimos e mostram grande ignorância. Falaremos logo mais sobre isso. Mas se eles pensam que a nossa fé é cega porque é obscuro seu objeto, aí eles têm razão. Isso, todavia, de modo nenhum pode ser censurado. É essencial à fé.
É por isso que o crer se contrapõe ao ver. Quantas coisas nós cremos sem ver e só por testemunho humano! Irrazoável, blasfemo e pecaminoso seria não crer na palavra de Deus, apesar de saber que Deus falou e que é infinitamente sábio e veraz.
Segunda acusação: A fé nos é imposta pela Igreja? Absolutamente não! A Igreja apenas continua a missão de Cristo e dos Apóstolos: “Ide, ensinai a todas as gentes a observar tudo o que vos tenho mandado” (Mt 28, 20); “quem crer e for batizado, será salvo; quem não crer, será condenado” (Mc 16, 16).
Cumprindo esta sua missão, a Igreja propõe a doutrina e os mandamentos de Cristo. O ato de fé deve ser sempre livre e espontâneo da parte de quem o aceita. Queres salvar-te? — pergunta a Igreja ao homem. — Então crê o que Cristo ensinou. Não queres crer? Não te obrigo contra tua vontade; mas não te salvarás… “Quem não crer será condenado”. É palavra de Cristo, do Salvador e não da Igreja. Ela apenas repete.
Terceira acusação: Somos proibidos de procurar os fundamentos de nossa fé? Isso é repetido mil vezes pelos espíritas, ou porque são ignorantes, ou porque querem caluniar.
Dizem que nós não pensamos nem estudamos; que nós cremos sem nada examinar, sem verificar o conteúdo da nossa fé; que qualquer indagação um pouco mais aprofundada dos nossos dogmas teria como resultado uma mão cheia de verdades quebradas, desconexas, contraditórias, irracionais etc.; que, portanto, nós aceitamos as ideias mais abstrusas, não nos preocupando nem com a lógica, nem com o bom senso, nem tendo a menor ideia das recentes descobertas feitas pelas ciências exatas; que nós nos entrincheiramos pertinazmente atrás dos dogmas, tendo um pavor imenso de qualquer pessoa que sabe pensar e cerrando obstinadamente os olhos para não ver os resultados dos estudos modernos.
Assim podemos ler em Leão Denis que a Igreja Romana, durante quinze séculos, sufocou o pensamento; que ela sempre se esforçou por impedir o homem de usar do direito de pensar; que ela se nos apresenta despoticamente com as palavras “crê e não raciocines; ignora e submete-te; fecha os olhos e aceita o jugo” (Cristianismo e Espiritismo, 50.ª ed., p. 126s).
Mas a verdade é que a Igreja, desde o princípio, tem favorecido de todos os modos o estudo sério e aprofundado das verdades da fé.
Homens houve, inteligentes, sérios e santos, em todos os tempos, que, amparados e fomentados pela Igreja, dedicaram a vida inteira ao estudo das verdades da fé. A ciência que se dedica a este estudo chama-se teologia. E só o ignorante em história pode repetir as acusações ineptas de Denis.
Nunca a Igreja proibiu ou impediu a investigação séria da fé. Os livros para estudar as bases da fé católica estão à disposição de todos. E a Igreja insiste mesmo nestes estudos. Pois ela bem conhece a admoestação do Príncipe dos Apóstolos: “Guardai santamente em vossos corações a Cristo Senhor, sempre prontos a satisfazer a quem quer que vos peça razões da esperança que vos anima” (1Pd 3, 15).
E quanto mais penetramos nas verdades que Deus se dignou nos revelar, tanto mais nos sentimos seguros de abraçar a verdade; quanto mais estudamos sobre os dados da fé, tanto mais exultamos na santa alegria de filhos de Deus; quanto mais enfrentamos as objeções que a impiedade e o orgulho dos homens sem fé nos lança em rosto, tanto mais nos vemos confirmados naquilo que Deus realmente nos falou.
Não! Não temos motivos para envergonhar-nos da nossa fé, nem precisamos temer os ataques da incredulidade. Não é a verdadeira ciência que conduz os homens à apostasia: é a falta de estudos sérios, é a vida desregrada, é o coração desprendido de Deus e demasiadamente apegado aos bens passageiros que leva à perda da fé e à incredulidade.
A inteligência esclarecida, o coração reto e a vida imaculada só podem levar a Deus e à fé em Deus. Não, a nossa fé não é irracional nem nos proíbe o raciocínio. Não, a Igreja não impede o estudo, nem cremos que algum dos nossos leitores jamais terá recebido semelhante proibição.
Se há católicos que não mostram interesse por sua fé; se existem até intelectuais que se dizem católicos e que desconhecem as noções mais elementares de sua fé, a culpa não será da Igreja que lhes proibiu esse estudo ou lhes sonegou os necessários livros, mas a culpa será deles mesmos: o seu desinteresse pelas coisas santas e a sua negligência em se instruir é que são os únicos responsáveis.
Um última acusação: Mas a Igreja proíbe até a leitura da Bíblia! Falsíssimo. Semelhante afirmação, além de implicar uma injuriosa calúnia, é outro atestado de grande ignorância. A Igreja atérecomenda vivamente a leitura diária da Sagrada Escritura.
Eis algumas recomendações de alguns Papas: “Os mais preciosos serviços”, diz Bento XV, “são prestados à causa católica por aqueles que, em diferentes países, puseram e põem ainda o melhor de seu zelo em editar, sob formato cômodo e atraente, e em difundir os livros do Novo Testamento e uma seleção dos livros do Antigo” [1]. E um pouco antes dissera: “Nunca cessaremos de exortar todos os cristãos a fazerem sua leitura cotidiana principalmente dos santíssimos Evangelhos de Nosso Senhor” [2].
E Pio XII admoesta aos Bispos que “favoreçam e auxiliem as associações que têm por fim difundir entre os fiéis exemplares da Sagrada Escritura, particularmente dos Evangelhos, e procurar que nas famílias cristãs se leiam regularmente todos os dias com piedade e devoção” [3].
O Centro de Convenções de João Pessoa, acolhe o 13º Mutirão Brasileiro de Comunicação. O Muticom é promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela arquidiocese da Paraíba, com o apoio da Pastoral da Comunicação (Pascom Brasil). O evento, com o tema: “Comunicar para a cultura do encontro”,iniciou na tarde de quinta-feira, 13 de julho, e segue até o domingo, 16, com conferências e debates.
São 400 participantes de forma presencial e 70 conectados remotamente. São 12 assessores e conferencistas e mais 118 membros das equipes de serviço. O Muticom 2023, ao abordar a cultura do encontro, tão falada e propagada pelo Papa Francisco, ajuda os comunicadores a perceberem que essa dimensão precisa ser assimilada, vivenciada e explorada na Igreja e, com atenção especial, na comunicação eclesial.
Na quinta-feira, 13 de julho, a solenidade de abertura contou com a presença de autoridades civis e acadêmicas, além do arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson, e do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação e bispo diocesano de Campo Limpo (SP), dom Valdir José de Castro, além do coordenador da Pascom Brasil, Marcus Tullius.
O arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson, foi o responsável pela fala de abertura e por dar as boas-vindas a todos os participantes. Na ocasião, o arcebispo salientou que era uma alegria para a arquidiocese da Paraíba sediar o 13º Muticom.
“Uma característica do Pessoense e do Paraibano é saber acolher. A cultura do acolhimento é natural aqui, talvez porque a Paraíba e João Pessoa são especiais, estando na Costa Atlântica do Brasil, sendo a parte mais oriental do país, onde o sol nasce primeiro. Antes das 5h da manhã os primeiros raios de sol chegam ao Brasil por João Pessoa. O sol que nos banha também nos ensina a aquecer e acolher as pessoas com alegria”, disse.
Dom Manoel salientou que a cidade tinha uma combinação fantástica: sol, mar, brisa e fé. E que tudo isso fazia de seu ambiente natural e de geografia do acolhimento:
“Desejamos que esse 13º Muticom traga para a Igreja do Brasil uma comunicação que proprocione o fortalecimento da vida através de uma evangelização que leve alegria e esperança. Estamos enquanto Igreja sempre aprendendo a comunicar, temos o conteúdo mais importante e precisamos fazer com que todos possam acolhê-lo – Jesus Cristo. Os desafios são grandes para a comunicação da verdade e do amor, mas é essa nossa missão – comunicar para o encontro”.
Segundo dia
O segundo dia do evento iniciou com a celebração da Eucaristia, presidida por dom Manoel Delson, seguida de celebração penitencial. A primeira conferência da sexta-feira, 14 de julho, teve a temática: “Rumo à Presença Plena: a cultura do encontro no ambiente virtual”, com a assessoria de dom Valdir José de Castro.
“Qual é o nosso estilo de nos apresentarmos nas redes sociais? Nós, cristãos, somos chamados a ter o nosso estilo próprio de agir também nas redes, inspirado em Jesus e nos valores do Evangelho, valores que nos levam à cultura do encontro”, salientou o bispo.
Logo depois, um painel refletiu os resultados de uma pesquisa que retrata os influenciadores digitais, a partir de seus desafios e perspectivas. Os pesquisadores Fernanda Medeiros, Aline Amaro da Silva, Alzirinha Rocha de Souza e Vinicius Borges fizeram o paralelo entre a realidade dos profissionais que atuam nas redes sociais e os influenciadores da fé.
A tarde da sexta-feira segue com o debate realizado em seminários. Entre os assuntos abordados de forma segmentada estão: comunicação e mobilização social, cultura do encontro e povos originários, literacia midiática e cidadania, catequese digital, algor ética e inteligência artificial. A edição atualizada do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, lançada em maio de 2023, também ganha espaço nestas oficinas.
Último dia
O sábado, 15 de julho, terá outras duas conferências: “amizade social na era da informação” e “ecologia integral e cultura do bem viver” serão explanadas no palco principal do 13º Muticom. A tarde do sábado segue com o debate segmentado pelos seminários com as mesmas temáticas da sexta-feira.
No final da tarde do sábado, no Centro de Convenções, será celebrada a Missa de Encerramento. Durante a celebração da Eucaristia acontece o anúncio da cidade-sede do 14º Muticom, que acontecerá em 2025. A manhã de domingo, dia 16, será dedicada ao conhecimento da cultura e dos pontos turísticos da capital paraibana.
Faltam pouco mais de 15 dias para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, que acontece entre de 1º a 6 de agosto, em Portugal. Grupos de jovens vão partir de todo o Brasil rumo a Portugal para viver essa experiência do encontro com com o Papa Francisco e com jovens do mundo inteiro. Por todo o Brasil, a juventude já começa a se preparar para a viagem e as arquidioceses e dioceses brasileiras celebram missas de envio para jovens.
De acordo com a arquidiocese de Brasília, a estimativa é de que cerca de 500 jovens viajem a Lisboa para participar do evento. “Eles são oriundos de diversos movimentos, grupos, serviços e paróquias da arquidiocese e se prepararam durante alguns meses, alguns até anos, para participarem da JMJ”, destaca o site da arquidiocese.
A arquidiocese informou ainda que o Setor Juventude pretende divulgar uma programação própria com encontros com o cardeal Paulo Cezar Costa que estará em Lisboa participando da Jornada.
Em Curitiba (PR), a missa de envio com uma bênção especial aos jovens que vão peregrinar na JMJ será às 11h, na paróquia Santo Antônio, no bairro Boa Vista, com transmissão pelo canal da arquidiocese de Curitiba no Youtube.
Já, os cerca de 50 peregrinos da arquidiocese de Juiz de Fora (MG) que marcarão presença no encontro da juventude vão celebrar a missa de envio às 16h, na catedral de Juiz de Fora. A celebração será presidida pelo arcebispo, dom Gil Antônio Moreira. De acordo com a arquidiocese, os jovens partem para a Europa entre os dias 22 e 24 de julho. Antes de participarem da JMJ em Lisboa, dois grupos passarão por Milão, Assis e Roma, na Itália, e em Fátima, já em Portugal. A outra comitiva juiz-forana percorrerá cidades de França e Espanha antes de chegarem ao solo lusitano.
Jovens brasileiros em unidade
Os jovens da arquidiocese de Aracaju (SE) vão participar da missa de envio da JMJ 2023, no sábado dia 22 de julho. A Celebração será às 19h30, na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, presidida pelo arcebispo emérito, dom José Palmeira Lessa.
No domingo, dia 23 de julho é a vez da juventude da arquidiocese de São Paulo (SP) celebrar a missa de envio às 11h, na catedral da Sé, em São Paulo, com a réplica dos símbolos da JMJ, a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora.
Em Belo Horizonte (MG), a missa de envio foi celebrada no último dia 9 de julho. A celebração ocorreu na Catedral Cristo Rei e foi presidida pelo arcebispo de BH e ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Na homilia, dom Walmor ressaltou a importância da Jornada Mundial da Juventude para Igreja, que fez uma opção preferencial pelos jovens: “A juventude é um broto de esperança. A Igreja precisa ser jovem para cuidar com rigor missionário de muitos que estão desistindo. O nosso segredo é em tudo partir de Cristo”, sublinhou o arcebispo.
Segundo a arquidiocese de BH, durante os últimos anos, esses jovens organizaram eventos em suas paróquias e buscaram ajuda de seus familiares para vivenciarem esta experiência do encontro com o Papa Francisco durante a JMJ, representando a arquidiocese de Belo Horizonte.
Na diocese de Jundiaí (SP), a missa aconteceu no dia 8 de julho, na Paróquia Nova Jerusalém, presidida pelo bispo diocesano, dom Arnaldo Carvalheiro Neto. Segundo a diocese, 300 jovens da diocese começam a embarcar no final de julho rumo a Lisboa, em Portugal, onde acontece o encontro com o Papa Francisco.
Jornada Mundial da Juventude
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. É, simultaneamente, uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja e um momento forte de evangelização do mundo juvenil. É também um convite a uma geração determinada em construir um mundo mais justo e solidário.
Desde a primeira edição, em 1986, em Roma, a Jornada Mundial da Juventude reúne milhares de jovens. De tempos em tempos, a JMJ é realizada em âmbito internacional, em uma cidade escolhida pelo Papa, sempre com a sua presença. Em 2013, o Rio de Janeiro foi a cidade anfitriã do JMJ. Na ocasião, milhares de pessoas vivenciaram esta experiência de fé, junto ao Papa Francisco.
Santa Teresa de Jesus dos Andes nasceu em Santiago do Chile, no dia 13 de julho de 1900, com o nome de batismo de Juanita Fernández Solar. Ela é a padroeira dos jovens da América Latina.
Viveu uma infância normal com sua família que tinha uma boa situação econômica. Gostava de passar as férias na fazenda, andar a cavalo e brincar na natureza. Foi educada dentro da fé cristã, e desde muito nova manifestou o seu gosto pelas coisas de Deus.
Estudou no colégio das Irmãs francesas do Sagrado Coração. Em 11 de setembro de 1910 recebeu a primeira comunhão, que marcou profundamente a sua vida. Sobre esse dia, ela escreveu em seu diário: “Por um ano me preparei. Durante esse tempo a Virgem me ajudou a limpar meu coração de toda imperfeição”. Ela prometeu receber a comunhão todos os dias, na medida do possível.
Aos quatorze anos, leu pela primeira vez a “História de uma alma” de Santa Teresinha do Menino Jesus. Passou por muitos problemas de saúde e movida por Deus, ela decidiu consagrar-se a Ele como religiosa, começando o discernimento sobre a sua vocação.
Aos 17 anos, leu os escritos de Santa Teresa d’Ávila. Começou a viver a oração como amizade e entrega aos demais. Também conheceu os escritos de Isabel da Trindade, experimentando uma grande sintonia com ela. Ao sentir o chamado para ser Carmelita, entrou em contato com a Madre Angélica, priora das Carmelitas de Los Andes e falou com ela sobre sua inquietação vocacional.
Em 7 de maio de 1919, entrou para o Carmelo de Los Andres, iniciando assim o postulantado com o nome de Teresa de Jesus. Exerceu um verdadeiro apostolado com as suas cartas a familiares e amigos, tratando de conduzi-los à amizade com Deus, à alegria e à gratidão. As suas Cartas e os seus Diários ficaram como legados da sua espiritualidade.
Recebeu o hábito carmelita no dia 14 de outubro de 1919 em presença de familiares e amigos de Santiago. Para ela a vida carmelita se resumia em três coisas: amar, sofrer e rezar pela conversão dos pecadores, pela santificação dos sacerdotes e da Igreja.
Em março de 1920, iniciada a Quaresma, Irmã Teresa comunicou ao seu confessor, Padre Avertano, que morreria dentro de um mês; pediu autorização para intensificar sua penitência pelos pecados da humanidade. Sem dar importância ao anúncio, como única resposta o confessor lhe pediu inteira disponibilidade a Deus e que viva a regra carmelita. Foi o que fez, dedicando-se ainda mais aos trabalhos, na entrega à oração e na vivência fraterna com suas coirmãs. Algum tempo depois, ela começou a ter muita febre, sofreu frequentes delírios, seis médicos a atenderam e a diagnosticaram com Tifo.
No dia 07 de abril, fez sua profissão religiosa, por causa do perigo eminente de morte. Repetiu três vezes, emocionada, a fórmula de consagração ao Senhor e agradeceu à comunidade a graça de poder fazer a profissão antes do tempo, pois ainda não havia completado seu Noviciado.
No dia 12 de abril, a Irmã Teresa de Jesus morreu com 19 anos e nove meses, tendo apenas onze meses como carmelita. Muitas pessoas foram à capela do convento para o funeral daquela que já era considerada uma “santinha” por muitos. A fama de santidade foi imediata, muitos diziam ter recebido bênçãos através da intercessão da Irmã Teresa de Jesus.
Em 13 de abril de 1987, Irmã Teresa de Jesus foi beatificada pelo Papa João Paulo II. Em 21 de março de 1993, o mesmo Papa a canonizou em Santiago do Chile. “A Luz de Cristo para toda a Igreja chilena é a Irmã Teresa de Los Andes”, disse João Paulo II na ocasião.
Padroeira dos jovens da América Latina, Santa Teresa dos Andes foi escolhida como uma das intercessoras da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, no Rio de Janeiro, sendo invocada como contemplativa de Cristo.
Reflexão:
“Para uma sociedade secularizada, que vive de costas para Deus, esta carmelita chilena, que viveu com alegria apresentada como modelo da perene juventude do Evangelho, oferece o testemunho límpido de uma existência que proclama aos homens e mulheres de hoje que no amar, adorar e servir a Deus estão a grandeza e a alegria, a liberdade e a realização plena da criatura humana”, disse João Paulo II na homilia de canonização de Santa Teresa. O Pontífice destacou que a vida de Santa Teresa “grita suavemente a partir do claustro: ‘só Deus basta!’” e este é um grito “especialmente aos jovens, famintos de verdade e em busca de uma luz que dê sentido a suas vidas”. “A uma juventude solicitada pelas contínuas mensagens e estímulos de uma cultura erotizada e uma sociedade que confunde amor genuíno, que é doação, com o uso hedonista do outro, esta jovem virgem dos Andes proclama hoje a beleza e bem-aventurança que emana corações puros”, acrescentou o Papa.
Oração:
Que das mãos de Maria te converteste Em uma jovem apaixonada por Jesus Cristo, És modelo de santidade e caminho de perfeição para a Igreja. Tu soubeste sorrir, amar, alegrar e servir. Tu foste forte para assumir a dor E generosa para amar. Tu soubeste contemplar a Deus Nas coisas sensíveis da vida. Mostra-nos o amor do Pai Para viver a amizade com alegria E com ternura na família. Ajuda aos fracos e aos tristes Para que o Espírito os anime na esperança. Intercede por nós E pede para o Chile o amor e a paz. Teresa dos Andes, Filha predileta da Igreja chilena, Religiosa do Carmelo, Amiga dos jovens, Serva dos pobres, Roga por nós cada dia.
O Dicastério das Causas dos Santos comunicou que nomeou o monsenhor espanhol Melchor José Sanchez de Toca y Alameda como relator da Positio do processo de dom Helder Camara. No ano passado, a Santa Sé anunciou a validação jurídica de todo o material enviado a Roma. Também foi dado início à impressão da Positio do processo de dom Vital. A expectativa agora é que nos próximos dias o documento seja entregue aos membros das comissões romanas formadas por historiadores, teólogos, bispos e cardeais
A Igreja no Brasil, em especial o Regional Nordeste 2 da CNBB, celebra os mais recentes avanços nos processos de beatificação e canonização dos Servos de Deus dom Vital (1844-1878) e dom Helder Camara (1909-1999). Ambos, além de epíscopos – o primeiro pastor da Diocese de Olinda (PE) e o segundo da Arquidiocese de Olinda e Recife – foram em vida exemplos de cristãos e, por isso, caminham para o reconhecimento de suas virtudes.
O Dicastério das Causas dos Santos comunicou, nesta sexta-feira (7), que nomeou o monsenhor espanhol Melchor José Sanchez de Toca y Alameda como relator da Positio do processo de dom Helder Camara.
Este arquivo, que agora será elaborado, resume toda documentação já enviada pela arquidiocese e prova que o Servo de Deus viveu, em grau heróico, as Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade); b) Virtudes Cardeais (Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança); e as Virtudes de Estado Clerical (Pobreza, Humildade, Castidade e Obediência).
O relatório também incluirá depoimentos de testemunhas (Summarium Testium), além de reunir os documentos mais relevantes de autoria de dom Helder ou produzidos sobre ele (Summarium Documentorum).
O processo de beatificação e canonização de dom Helder foi aberto pela Igreja pernambucana em 2014 e a fase arquidiocesana foi concluída em 2018. No ano passado, no encerramento do 18º Congresso Eucarístico Nacional, a Santa Sé anunciou a validação jurídica de todo o material enviado a Roma.
O administrador Apostólico de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, comemora mais um passo dado para reconhecer a santidade de dom Helder. “Esse é nosso desejo, a declaração oficial da Igreja, pois conhecemos de perto as virtudes de dom Helder e o tomamos como modelo de santidade, na luta pela dignidade dos pobres, na vida de oração, na humildade e sabedoria”, afirmou.
Dom Vital a um passo de se tornar Venerável
A Tipografia Vaticana deu início à impressão da Positio do processo de beatificação e canonização de dom Vital. A expectativa agora é que nos próximos dias o documento seja entregue aos membros das comissões romanas formadas por historiadores, teólogos, bispos e cardeais.
“A depender da agenda dessas comissões, é possível que o Papa Francisco declare dom Vital como Venerável. Daí restará apenas um milagre para a beatificação”, explicou o confrade e vice-postulador da causa de dom Vital, Frei Jociel Gomes.
O processo de beatificação e canonização de dom Vital foi aberto oficialmente em 1953 e retomado em 1992. A fase diocesana foi encerrada em 2003 e a documentação enviada ao Vaticano. Na última terça-feira (4), a Igreja fez memória aos 145 anos de morte do religioso que foi o primeiro bispo capuchinho do Brasil.
Oração pela Beatificação de dom Helder Camara
“Ó Deus de amor e misericórdia, que destes à igreja o bispo dom Helder Camara, nós vos agradecemos pelo dom de sua vida e vos bendizemos por suas virtudes. Exercendo o seu ministério em favor da justiça e da paz, e dedicando sua missão à causa dos pobres, imitou o bom pastor que deu a vida por suas ovelhas. Vós que prometestes glorificar aqueles que vos servirem, dignai-vos glorifica-lo com a honra dos altares e, por sua intercessão, dai-nos a graça que vos suplicamos (menciona-se a graça em silêncio). Fazei que, seguindo o seu exemplo, possamos testemunhar o vosso amor e a vossa misericórdia, junto aos nossos irmãos e às nossas irmãs. Por nosso Ssenhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!”
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.
Oração pela Beatificação de dom Vital
Ó eterno, Divino Pai, pelos merecimentos do vosso Unigênito, peço-vos glorifiqueis nesta terra o vosso servo Dom Frei Vital Maria, concedendo-me a graça que vos imploro na minha presente necessidade (menciona-se a graça em silêncio). Ó eterno, Divino Filho, pelos merecimentos da vossa paixão e morte, peço-vos glorifiqueis nesta terra o vosso servo Dom Frei Vital Maria, concedendo-me a graça que ardentemente desejo (menciona-se a graça em silêncio). Ó eterno, Divino Espírito Santo, pela vossa infinita caridade, peço-vos glorifiqueis nesta terra o vosso servo Dom Frei Vital Maria, concedendo-me a graça de que tanto necessito (menciona-se a graça em silêncio).
Na manhã desta quinta-feira, 13 de julho, a sede da arquidiocese da Paraíba, em João Pessoa, acolheu a reunião da coordenação da Pascom Brasil. A atividade, com a presença das representações regionais, foi conduzida pelo coordenador geral da Pascom Brasil, Marcus Tullius; pela vice coordenadora, Janaína Gonçalves; e pelo secretário, Alex Ferreira. Em espírito sinodal, o encontro teve a participação dos bispos da Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): dom Valdir José de Castro, dom Amilton Manoel da Silva e dom Edilson Soares Nobre, além dos assessores do colegiado, Osnilda Lima e padre Tiago Síbula.
O eixo da espiritualidade deu início à reunião da Pascom, seguida da dinâmica de apresentação, que evidenciou as alegrias e desafios da Pastoral da Comunicação nas diferentes realidades do país. “Esse é o momento de nos escutarmos. Neste ano, temos muita gente nova chegando, que está participando de sua primeira reunião como coordenador de Pascom. Por isso, mais uma vez, como em todos os grandes encontros de comunicação da Igreja no Brasil, nos reunimos para planejar e articular”, destacou Marcus Tullius.
Durante a reunião, o bispo de Campo Limpo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação, dom Valdir José de Castro, salientou a importância do caminho sinodal convocado pelo Papa Francisco para a articulação da Pastoral da Comunicação. Ele ressaltou a espiritualidade e a formação como pontos principais para a convergência do processo comunicacional da Igreja. “Precisamos criar uma comunicação de qualidade, porque ser sinodal é ser comunicador. Que possamos ajudar a nossa Igreja, nossas dioceses, a entender o que é a comunicação”.
Ao ressaltar as linhas de ação da Comissão Episcopal para o quadriênio, dom Valdir levantou o trabalho a ser realizado na própria Conferência, com a Pascom Brasil de forma direta, bem como à Signis Brasil e aos veículos de comunicação de inspiração católica. O presidente ressaltou que a comunicação deve construir pontes com as demais pastorais e organismos da Igreja. Assim, revelou que o primeiro passo concreto é em a parceria com a Comissão Episcopal para a Juventude.
Padre Tiago Síbula, assessor da Comissão Episcopal para a Comunicação pontuou as funções de cada bispo do colegiado, bem como o papel da assessoria. Na sequência, os demais bispos puderam fazer suas considerações acerca do caminho já realizado e dos desafios para o quadriênio.
Marcus Tullius destacou a missão de animar e fomentar a organização da Pastoral da Comunicação na base, isto é, nas paróquias, comunidades e dioceses. Atualmente, são 279 circunscrições eclesiásticas na Igreja no país e atualmente a Pascom Brasil está em contato com 220 arqui/dioceses ou prelazias. O coordenador nacional partilhou a atual organização dos Grupos de Trabalho (GTs) de Espiritualidade, Formação, Articulação e Produção, bem como os projetos idealizados e concretizados pelas equipes.
Neste dia 12 de julho, celebramos o Santo Casal que é exemplo de santidade para toda Igreja, inspira a uma vida de oração na família, local onde são formados os santos.
Ele, relojoeiro, Luís Martin (1823-1894) e ela, rendeira, Zélia Guérin (1831-1877), ambos de origem burguesa, cristãos fiéis e apaixonados por Deus. Mostraram com suas vidas que o matrimônio é também um grande instrumento da graça para uma vida santa. Foram tão bem sucedidos na vivência da fé e da própria vocação matrimonial, que foram instrumentos de Deus para o nascimento e a educação de uma santa profeta da Igreja, conhecida como Teresinha do Menino Jesus, e também de suas irmãs, todas consagradas a Deus.
Esses dois são o segundo casal beatificado pela Igreja, depois de Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, e o primeiro casal a ser canonizado juntos, marido e esposa, na mesma cerimônia, que se deu em 18 de outubro de 2015, pelo Papa Francisco. Vamos, então, conhecer um pouco da vida e do testemunho dessas duas almas esposas de Deus.
Tanto Luís quanto Zélia eram filhos de militares e foram educados num ambiente repleto de disciplina, devido às teorias jansenistas que muito fizeram a cabeça dos europeus da época. Após concluírem os estudos, começaram a discernir o próprio futuro. Luís optou pelo ofício de relojoeiro. Ali, mostrou sinais de que não almejava seguir a mesma carreira do pai, militar. Já a jovem Zélia ajudava sua mãe na administração de uma loja que a família possuía, especializando-se em tecelagens de rendas. Pouco a pouco, seus esforços foram recompensados e ela abriu a própria fábrica, obtendo bons resultados.
Desejos compartilhados pelo coração dos dois
Desde a adolescência, havia no coração dos dois os mesmos anseios, pois desejavam abraçar a vida consagrada, ingressando numa instituição religiosa. Tanto, que ele pediu para ser admitido na ordem dos cônegos regulares de Santo Agostinho. Seu pedido, entretanto, não foi atendido, pois não dispunha de um critério básico: não conhecia o latim. Zélia também, após alguns conselhos e orientações, entendeu que a vida religiosa não era o seu caminho. Deus, de fato, tinha outras vias para a santificação de Luís e Zélia.
O encontro entre os dois aconteceu em 1858, na ponte de São Leonardo em Alençon. Ao ver Luís, Zélia percebeu distintamente que ele seria o homem da sua vida. Após poucos meses de namoro e noivado, consumaram a união e abraçaram a vida matrimonial, sempre orientada pelos valores do Evangelho. Buscavam diariamente a eucaristia e a oração. A oração era cultivada a sós e também juntos. Buscavam com frequência a confissão e eram atentos às necessidades da paróquia que frequentavam.
Os frutos fecundos dessa união
Como fruto dessa união, nasceram nove filhos, todavia, apenas cinco sobreviveram, todas meninas, os demais morreram prematuramente. Entre as sobreviventes, estava Teresa, a futura santa Teresinha do Menino Jesus. Teresinha falava muito sobre seus pais em seus escritos. Suas recordações são fontes preciosas para compreendermos a via pessoal de santidade tanto dela quanto dos pais. O casal não educou suas filhas apenas para se tornarem boas mulheres, mas para serem santas. Aos quarenta e cinco anos, Zélia recebeu a terrível notícia de que tinha um tumor no seio. Enfrentou a doença com firmeza de fé e esperança e nunca arrefeceu em seu amor a Deus.
Teve então sua páscoa em agosto de 1877, deixando órfãs suas filhas. Teresinha, a caçula, tinha apenas quatro anos e meio de idade. O viúvo e suas filhas se transferiram para Lisieux, onde morava o irmão de Zélia, com sua esposa. Assim, as filhas receberam os cuidados e o alento maternal da tia. Entre os anos de 1882 e 1887, esse pai atento acompanhou o ingresso das três filhas mais velhas no Carmelo.
Uma grande oferta foi também afastar-se de Teresinha, sua caçula. A pequena entrou para o Carmelo com apenas quinze anos de idade. A vida de Teresinha foi, desde o início, marcada pelo amor e pela dor. Pouco tempo depois, seu pai Luís foi atingido por uma enfermidade. Tornou-se bastante dependente e teve, inclusive, alterações em suas faculdades mentais. Foi internado no sanatório de Caen, onde veio a óbito em julho de 1894.
O casal foi beatificado em 19 de outubro de 2008, em uma cerimônia realizada na Basílica de Lisieux, dedicada à sua filha Teresinha, e presidida pelo cardeal José Saraiva Martins. A canonização foi presidida pelo Papa Francisco, em Roma, no dia 18 de outubro de 2015.
Que Deus abençoe, por meio da intercessão desse casal santo e fiel, todas as famílias. Que cada casal possa ver sua vocação matrimonial como uma via segura de santidade, como uma missão pessoal no mundo.
São Luís Martin e Santa Zélia Guérin, pais de Santa Teresinha, rogai por nós.