“Em tudo AMAR e SERVIR…” Com esta máxima, Santo Inácio nos indica duas características fundamentais para o nosso percurso vital e que são, inclusive, condições para nossa realização pessoal. Uma premissa que define uma ideia, um desejo, uma aspiração legítima de toda pessoa que crê. Amar e Servir, deveriam ser o nosso mais nobre ideal de vida, porque estes dois conceitos transcendem qualquer proposta, tornando-se um atributo humano.
Hoje, 31 de julho, celebramos a festa de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus – Ordem dos Jesuítas. Fazer memória da vida de um Santo é sempre deixar-se interpelar pelo seu testemunho de vida e perguntar-nos, o que a sua herança espiritual nos inspira a vivenciar no momento histórico atual da Igreja? Com seu admirável legado, Inácio, que faleceu no dia de hoje, no ano de 1556, nos recorda um santo sempre em busca e que desejava ardentemente amar e servir a Deus em tudo, para ele, sempre esteve presente como desejo fundamental o amor no serviço a Deus que se concretiza na entrega quotidiana no serviço aos irmãos.
“Em tudo AMAR e SERVIR…” Com esta máxima, Santo Inácio nos indica duas características fundamentais para o nosso percurso vital e que são, inclusive, condições para nossa realização pessoal. Uma premissa que define uma ideia, um desejo, uma aspiração legítima de toda pessoa que crê. Amar e Servir, deveriam ser o nosso mais nobre ideal de vida, porque estes dois conceitos transcendem qualquer proposta, tornando-se um atributo humano.
O amor como capacidade de transformação de serviço gratuito
Mas, no mundo em constante evolução e transformação é possível amar na liberdade? Neste sentido, por qual motivo Deus chama a pessoa humana? E a resposta se faz clara: somos chamados a amar como Jesus amou e nos ama, de modo gratuito e não com segundas intenções.
Por conseguinte, vale destacar que “A vocação cristã é um chamado à liberdade para se transcender no amor.” (Rulla, 1987, p. 293) Mas, qual seria o sentido da liberdade o qual analisamos aqui? Para liberdade, encontramos um sentido mais amplo daquele simplesmente da vivência de uma lei, segundo o qual, Paulo em I Cor 5,13 com Cristo, passamos da escravidão da lei para a liberdade da graça. Neste sentido, o amor transforma o significado das nossas ações, porque o serviço gratuito prestado a quem se ama não seja considerado um peso, por que somente quem ama na liberdade, é capaz de perder a si mesmo pelo bem do outro, como fez Cristo por nós. E, quanto maior a liberdade de uma pessoa tanto mais integral poderá ser a sua doação por amor.
Esta doação total só é possível por que Cristo a tornou possível, Ele deu-nos por primeiro o exemplo “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.” (João 13, 14)
A que tipo de amor somos chamados vivenciar?
Um amor único, um amor teocêntrico, uma vez que Deus é a fonte desse amor. Um amor que se revela e se dá em atitudes de misericórdia direcionada aqueles que sofrem, no perdão quotidiano diante das ofensas recebidas, na renúncia dos desejos de estima, reconhecimento e afeto. Um amor concreto que perpassa o Coração de Deus e chega até o coração do homem “Nisto reconhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.” (I Jo 5,2)
Papa Francisco sustenta que o amor deve ser concreto “O amor não precisa de profundos conhecimentos teológicos, que são, todavia, necessários”, mas recorda que, parte do encontro com a pessoa de Jesus e deste encontro de amor, tudo nasce: “Nascem as amizades, a fraternidade e a certeza de ser filhos do mesmo Pai”. Por conseguinte, podemos concluir, que a pessoa humana é chamada a deixar-se transformar no amor, por amor e para o amor, como nos afirma Rulla, no amor Teocêntrico. Somente assim, vivenciando a vocação cristã como um chamado à autotranscendência no amor teocêntrico, será possível a pessoa deixar-se transformar e atuar todas as suas capacidades e potencialidades para amar servindo e servir amando como Cristo nos ensinou. Santo Inácio de Loyola, rogai por nós.
Referências Bibliográficas:
BÍBLIA. Bíblia de Jerusalém. São Paulo, Paulus, 2002.
RULLA, L. Antropologia da Vocação Cristã. Bases interdisciplinares. Paulinas, São Paulo, 1987.
Fonte: Vatican News