No final de agosto, mês vocacional, é celebrado o Dia do Catequista, os discípulos missionários das comunidades que têm uma nobre missão, definida assim pelo Papa Francisco:
“Ser catequista é uma vocação de serviço na Igreja; que se recebeu como um dom do Senhor que, por sua vez, será transmitido aos demais” (Simpósio Internacional sobre Catequese – 2017).
Dada a importância do trabalho desenvolvido por eles, que são os responsáveis por acompanhar crianças, jovens ou adultos para que se encontrem com Deus ou se aproximem mais da presença divina, em suas vidas, o portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convidou o assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, padre Wagner Francisco de Sousa Carvalho, a escrever um artigo sobre a identidade e a vocação do catequista.
Confira, abaixo, o artigo na íntegra:
“A comunidade é a principal responsável pelo ministério da catequese. Porém, dentro dela e em nome dela, alguns dos seus membros são chamados e formados para exercer uma vocação específica do anúncio da Palavra e da transmissão da fé. Esses catequistas possuem tal vocação enraizada na “vocação comum do povo de Deus, chamado a servir o desígnio salvífico de Deus em favor da humanidade” (DC, n. 110).
Padre Wagner Francisco de Sousa Carvalho
Em razão disso, deve a comunidade conscientizar-se de sua importância e buscar promover o real sentido desse chamado, em vista da missão a ser realizada. Ao mesmo tempo, deve discernir sobre quem tem o carisma para tal ministério. Os bispos do Brasil sugerem, nesse sentido, que haja, em nossas dioceses, planos formativos que possam promover “a cultura vocacional dos catequistas, elaborando passos para sensibilização, discernimento, acompanhamento e adesão à vocação” (CIIMC, n. 20).
Esse zelo significa que a Igreja almeja não só cuidar dos catecúmenos ou catequizandos, mas, igualmente, cuidar dos cuidadores, pois “tais ministérios, novos na aparência, mas muito ligados a experiências vividas pela Igreja ao longo da sua existência — por exemplo, o de Catequista […] —, são preciosos para a implantação, a vida e o crescimento da Igreja e para a sua capacidade de irradiar a própria mensagem à sua volta e para aqueles que estão distantes” (AM, n. 7).
Portanto, o catequista é aquele convocado a se preparar — não em vista de uma profissão, para executá-la em uma determinada empresa, e sim como um convocado por Deus a exercer uma vocação que Ele suscita e que serve para chamar a Seu serviço, por meio da Igreja. Sendo assim, o catequista participa da missão de Jesus, une-se ao Espírito Santo, protagonista da autêntica catequese, e torna-se testemunha e mediador que facilita a inserção dos novos discípulos de Cristo em seu Corpo Eclesial (DC, n. 112).
A sublimidade do exercício desse ministério nos faz rever alguns critérios ou atitudes pastorais acerca das escolhas dos candidatos para tal missão, pois, diante da carência pastoral e formativa, muitos deles são convocados, apesar das suas boas intenções, simplesmente pela necessidade e urgência diante da falta de alguém para essa função em uma determinada realidade paroquial. Noutras situações, persiste-se naquele estilo tradicional da catequese devido à inoperância e à decisão pessoal do catequista atuante em aderir ao estilo catecumenal. Outros, ainda, insistem em um salto automático de catequizando para catequista, após a recepção dos sacramentos, mas sem uma devida formação que possa dar credibilidade e autenticidade ao anúncio e educação da fé. Por fim, há a rotatividade entre os catequistas, uma vez que muitos assumem esse serviço, mas, em seguida, são desafiados a saírem da comunidade e residirem em ambientes geográficos distantes de seu território local, em virtude dos seus estudos, trabalhos ou outras atividades.
Consequentemente, a realização da catequese, nessas condições, permanece em um eterno recomeço, que enfraquece o processo, descontinua a caminhada, retarda os resultados e envelhece a comunidade. Diante disso, é necessário levarmos a sério o discernimento e a sinodalidade nas escolhas dos catequistas, envolvermos os demais membros das pastorais, realçarmos, em seguida, a formação integral, a fim de consolidar a identidade para a qual ele deve ser formado.
A propósito da construção da identidade do catequista, ao menos três aspectos nos chamam atenção, conforme o Diretório para a catequese. Ele deve ser “testemunha de fé e guardião da memória de Deus, mestre e mistagogo, acompanhador e educador” (DC, n. 113). De fato, uma comunidade sem catequista atuante é uma comunidade propensa a desaparecer, tornar-se inoperante e descaracterizada do anúncio, pois desapareceram, do seu meio, pessoas capazes de manter viva a memória de Deus, de narrar a história da salvação, de vigiar e transmitir para as gerações seguintes o amor de Deus e a sua misericórdia. Faltou, então, alguém para “plantar o trigo”.
Como mestre e mistagogo, o catequista é aquele que transmite o que antes experimentou. Se ele foi capaz de conhecer e fazer verdadeiramente uma experiência com nosso Senhor, ele se torna capaz de inserir seus catequizandos e catecúmenos nessa mesma experiência. Dessa forma, o conhecimento adquirido o direciona a querer sempre que o outro conheça e viva a alegria plena, porque, antes, ele está seguro e convicto de que é real. Sua vida é o próprio testemunho necessário que fala por gestos e palavras, lança fascínio, desperta interesse e atrai o outro para a mesma experiência. Ao final do processo, por razão da palavra testemunhada, os envolvidos poderão dizer: acreditamos por causa da sua palavra, mas nós mesmos ouvimos e sabemos que Jesus é o Salvador do mundo (Jo, 4, 42). Como mestre e mistagogo, o catequista, então, passa do “eu” para o “nós”, da mensagem para a assembleia, do conteúdo para a liturgia, de tal forma que aquilo que ele ensinou torna a ser agora celebrado e testemunhado.
Além disso, o catequista se torna aquele que acompanha os demais na proximidade, na escuta, como um especialista em humanidade capaz de conhecer as alegrias e tristezas, esperanças e angústias de cada pessoa e sabe colocá-las em relação com o Evangelho de Jesus (DC, n. 113c). Tal percepção lhe permite perceber a gradualidade do processo de cada catequizando ou catecúmeno, simultaneamente com a experiência com Deus. Ao mesmo tempo, permite-lhe identificar que nem todos chegam a esse fim com a mesma aptidão, segurança e adesão. O catequista capaz de fazer o caminho junto sente, então, quando um aquece o coração enquanto o outro “permanece com os olhos fechados”. Por isso, a sua vocação, sua identidade e sua missão não se localizam apenas na sala de catequese, estão para além dessas estruturas e desses ambientes, estão dentro da comunidade. No interior de um determinado grupo de catequistas está a condivisão do múnus de ensinar confiado ao pároco, está a continuidade daquilo que os pais, eficazmente, ensinaram como valores e conteúdos da fé aos seus filhos. Está o presente e o futuro de uma comunidade”.
No encontro com a Delegação do Prêmio “É jornalismo”, o Papa fez um pedido: “A esperança é que, hoje – um tempo em que todos parecem comentar tudo, prescindindo dos fatos e, muitas vezes, até antes de se informar, – o ‘princípio da realidade’ seja cada vez mais redescoberto e cultivado: a realidade e o dinamismo dos fatos, que nunca são imóveis, mas evoluem sempre para o bem ou para o mal, apara não correr o risco de a sociedade da informação se transformar em uma sociedade da desinformação”
O Santo Padre recebeu no Vaticano, na manhã deste sábado, 26, uma delegação que lhe conferiu o Prêmio “Jornalismo”. Em sua saudação, o Papa confessou aos presentes que “antes de se tornar Bispo de Roma, recusava o oferecimento de prêmios, que continuou a fazê-lo também como Papa”. No entanto, explicou o motivo que o levou a aceitar este prêmio: “A urgência de uma comunicação construtiva que favoreça a cultura do encontro e não do desencontro, da paz e não da guerra, da abertura aos outros e não do preconceito”.
“Princípio da realidade” seja cada vez mais redescoberto
Aos ilustres expoentes do jornalismo italiano, Francisco confiou sua esperança e, ao mesmo tempo, fez-lhes um pedido de ajuda. Sobre a esperança, disse:
“A esperança é que, hoje – um tempo em que todos parecem comentar tudo, prescindindo dos fatos e, muitas vezes, até antes de se informar, – o ‘princípio da realidade’ seja cada vez mais redescoberto e cultivado: a realidade e o dinamismo dos fatos, que nunca são imóveis, mas evoluem sempre para o bem ou para o mal, para não correr o risco de a sociedade da informação se transformar em uma sociedade da desinformação”.
Desinformação, calúnia, difamação e coprofilia
A desinformação é um dos pecados do jornalismo, que são quatro, acrescentou o Santo Padre: a desinformação, quando o jornalismo não informa ou informa mal; a calúnia – tantas vezes usada; a difamação, que é diferente da calúnia, mas destrói; e o quarto é a coprofilia, ou seja, o amor pelo escândalo, pela sujeira. O escândalo vende. E a desinformação é o primeiro dos pecados, os erros – digamos assim – do jornalismo.
É preciso difundir uma cultura do encontro, do diálogo, da escuta do outro e das suas razões. A cultura digital oferece-nos tantas novas possibilidades de intercâmbio, mas também corre o risco de transformar a comunicação em slogans. Aqui, Francisco expressou sua preocupação, por exemplo, pelas manipulações dos que propagam, de modo egoístico, falsas notícias para orientar a opinião pública. Por isso, pediu, encarecidamente, o favor de não ceder à lógica da contraposição e não se deixar condicionar pelas linguagens do ódio. E acrescentou:
“Na atual conjuntura dramática, atravessada pela Europa, devido à continuação da guerra na Ucrânia, somos chamados a um salto de responsabilidade. A minha esperança é que seja dado mais espaço aos que defendem a paz; aos que estão comprometidos em pôr um ponto final neste, mas também em tantos outros conflitos; aos que não se rendem à lógica perversa da guerra, mas continuam a acreditar, apesar de tudo, na paz, no diálogo e na diplomacia”.
Sinodalidade que possa se tornar um costume diário
Após expressar a sua “esperança” aos líderes do jornalismo italiano, Francisco referiu-se ao seu “pedido de ajuda”, sobretudo, neste tempo, em que se fala muito e se escuta pouco, em que o sentido do bem comum corre o risco de enfraquecer. E o Papa explicou:
“Toda a Igreja empreendeu um caminho para redescobrir a palavra ‘juntos: caminhar juntos, interrogar-se juntos, assumir juntos um discernimento comunitário, que, para nós, é oração, como fizeram os primeiros Apóstolos: sinodalidade, que pudesse se tornar um costume diário, em todas as suas expressões. Por isso, em um pouco mais de um mês, Bispos e leigos do mundo inteiro vão se reunir aqui em Roma para a realização de um Sínodo sobre a sinodalidade”.
Contar o Sínodo deixando de lado a lógica dos slogans
Falar de um “Sínodo sobre a sinodalidade”, disse o Papa, pode parecer algo complicado, autorreferencial, excessivamente técnico e pouco interessante para o público em geral. Mas, o que aconteceu no ano passado, que continuará com a Assembleia sinodal no próximo mês de outubro e, depois, com a segunda etapa do Sínodo em 2024, é algo muito importante para a Igreja. A Igreja propõe este evento ao mundo, por vezes, incapaz de tomar decisões, mesmo quando a nossa sobrevivência está em jogo. E Francisco acrescentou:
“Estamos tentando aprender um novo modo de nos relacionar, ouvir uns aos outros para ouvir e seguir a voz do Espírito. Por isso, abrimos as portas, oferecendo a todos a oportunidade de participar, levando em conta as diversas necessidades e sugestões de todos. Queremos contribuir juntos para a construção de uma Igreja, onde todos se sintam em casa, onde ninguém esteja excluído”.
Para que isso seja possível, o Santo Padre pediu a ajuda dos mestres do jornalismo: ajudá-lo a falar deste processo como ele realmente é, deixando de lado a lógica dos slogans e das histórias pré-confeccionadas. Todos trarão benefício disso; isso também “é jornalismo”!
Foi publicada pela La Civiltà Cattolica a conversação completa de Francisco com os jesuítas de Lisboa, durante sua viagem a Portugal para a JMJ. Uma conversa espontânea, intercalada com perguntas, na qual o Pontífice expressa preocupação com as guerras, reitera o apelo para dar a “todos” um lugar na Igreja, incluindo homossexuais e pessoas trans, e reitera que o Sínodo não é uma “invenção” sua nem uma “busca de votos”
“Todos, todos, todos”. O apelo lançado e relançado ao longo da JMJ de Lisboa por uma Igreja acolhedora, onde haja espaço para “todos, todos, todos”, incluindo pessoas homossexuais e transexuais, o Papa Francisco reiterou e aprofundou em sua conversa com os jesuítas de Portugal. O Papa se reuniu com seus confrades em 5 de agosto no Colégio de São João de Brito, uma escola dirigida pela Companhia de Jesus, durante sua viagem à capital lusitana para a Jornada Mundial da Juventude.
Preocupação com as guerras
A conversa – publicada na íntegra pela prestigiosa revista jesuíta La Civiltà Cattolica – foi direta e espontânea, incitada pelo próprio Papa, que disse: “Perguntem o que quiserem. Não tenham medo de ser imprudentes ao perguntar”. Vários tópicos foram abordados: dos desafios geracionais ao testemunho dos religiosos, das questões sobre a sexualidade humana ao desenvolvimento da doutrina, às preocupações com as guerras: “Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as guerras têm sido incessantes em todo o mundo. E hoje vemos o que está acontecendo no mundo”.
Resistências e atitudes reacionárias
As tensões intra-eclesiais foram outro tema principal da conversa. Portanto, o “indietrismo” (voltar-se para o passado, ndr), a “atitude reacionária” em algumas realidades eclesiais e a resistência ao Concílio Vaticano II. “Muitos colocam em discussão o Vaticano II sem nomeá-lo. Questionam os ensinamentos do Vaticano II”, diz o Papa. Em seguida, ele responde a um religioso que conta ter estado nos Estados Unidos por um ano e ter ficado impressionado por ter visto “tantos, até mesmo bispos, criticando sua maneira de conduzir a Igreja”. “O senhor verificou que nos Estados Unidos a situação não é fácil: há uma atitude reacionária muito forte, organizada, que estrutura uma adesão até mesmo afetiva”, diz o Pontífice. E “a essas pessoas” ele lembra “que o indietrismo é inútil” e que há “uma justa evolução” na compreensão das questões de fé e moral: “Também a doutrina progride, se consolida com o tempo, se expande e se torna mais firme, mas sempre progredindo”. Os exemplos da história são concretos: “Hoje é pecado possuir bombas atômicas; a pena de morte é um pecado, não pode ser praticada, e antes não era assim; quanto à escravidão, alguns Pontífices antes de mim a toleravam, mas hoje as coisas são diferentes. Então se muda, se muda, mas com esses critérios”.
Uma doutrina em evolução
“Para cima”, é a imagem que o Papa usa em seguida. “A mudança é necessária”, repete ele; depois acrescenta: “A visão da doutrina da Igreja como um monólito está errada. Mas alguns saem fora, voltam para trás, são o que eu chamo de ‘indietristas’. Quando se retrocede, forma-se algo fechado, desconectado das raízes da Igreja e perde-se a seiva da revelação”.
A advertência do Papa é clara: “Se você não muda para cima, você retrocede, e então assume critérios de mudança diferentes daqueles que a própria fé lhe dá para crescer e mudar. E os efeitos sobre a moral são devastadores”. Os problemas que os “moralistas” devem examinar hoje são, para o Pontífice, “muito sérios”; o risco é ver a ideologia suplantar a fé: “Pertencer a um setor da Igreja substitui a pertença à Igreja… E quando na vida você abandona a doutrina para substituí-la por uma ideologia, você perdeu, perdeu como na guerra”.
O mundanismo, o pior mal
Na conversação, o Papa amplia seu olhar para a sociedade atual, que ele vê como excessivamente “mundanizada”, algo que o preocupa muito, sobretudo “quando a mundanidade entra na vida consagrada”. Jorge Mario Bergoglio se refere à sua recente carta aos sacerdotes de Roma, na qual adverte contra o clericalismo e o mundanismo espiritual como armadilhas nas quais se deve evitar cair. “Uma coisa é se preparar para dialogar com o mundo… outra coisa é se comprometer com as coisas do mundo, com a mundanidade”, enfatiza, exortando mais uma vez para ler as quatro páginas finais da Meditação sobre a Igreja, na qual de Lubac afirma que a mundanidade espiritual “é o pior mal que pode penetrar na Igreja, pior até do que a época dos Papas ‘libertinos'”.
Sociedade erotizada
Não ceder ao mundanismo, entretanto, não significa não dialogar com o mundo: “Não se pode viver em conserva”, recomenda o Papa. “Vocês não devem ser religiosos introvertidos, sorrindo para dentro, falando para dentro, protegendo seu ambiente sem convocar ninguém”. Pelo contrário, é preciso “sair para este mundo”, com os valores e desvalores que ele tem. Entre eles, o de uma vida demasiadamente “erotizada”. A esse respeito, Francisco reitera o problema da pornografia e seu fácil acesso por meio de celulares, convidando os sacerdotes a pedir ajuda e a falar sobre esses problemas, porque, ao contrário do passado, quando essas questões não eram tão agudas e eram até mesmo escondidas, “hoje a porta está escancarada, e não há razão para que os problemas permaneçam escondidos”. “Se você esconde seus problemas, é porque escolhe fazer assim, mas não é culpa da sociedade, e nem mesmo de sua comunidade religiosa”, afirma.
Acolhimento a “todos”
Ainda sobre a questão da sexualidade, o Papa reitera o apelo para acolher as pessoas homossexuais na Igreja. “É evidente que hoje a questão da homossexualidade é muito forte, e a sensibilidade a esse respeito muda de acordo com as circunstâncias históricas”, esclarece. “Mas o que não me agrada nem um pouco, em geral, é que olhemos para o chamado ‘pecado da carne’ com uma lupa, assim como se fez por tanto tempo com relação ao sexto mandamento. Se se explorava os trabalhadores, se mentia ou trapaceava, isso não importava e, em vez disso, os pecados abaixo da cintura eram relevantes.”
“Todos são convidados” na Igreja, repete Francisco, “a atitude pastoral mais apropriada deve ser aplicada a cada um. Não se deve ser superficial e ingênuo, forçando as pessoas a fazer coisas e adotar comportamentos para os quais elas ainda não estão maduras ou não são capazes. Acompanhar as pessoas espiritualmente e pastoralmente requer muita sensibilidade e criatividade. Mas todos, todos, são chamados a viver na Igreja: nunca se esqueçam disso”.
O encontro com um grupo de pessoas transgênero
Em uma entrevista recente a uma revista espanhola, o Papa Francisco também relembra seu encontro com um grupo de pessoas transgênero, trazido pela primeira vez e depois várias outras vezes à audiência geral de quarta-feira pela irmã Geneviève, de 80 anos, “capelã” do Circo de Roma com outras duas irmãs. “A primeira vez que vieram, estavam chorando. Eu lhes perguntei o motivo. Uma das mulheres me disse: ‘Eu achava que o Papa não poderia me receber! Então, depois da primeira surpresa, adquiriram o hábito de vir. Algumas me escrevem, e eu as respondo por e-mail. Todos são convidados! Percebi que essas pessoas se sentem rejeitadas, e isso é muito difícil”.
A “alegria” pelo Sínodo
Não faltam perguntas mais pessoais na conversação, como: “Santo Padre… o que está pesando em seu coração e que alegrias o senhor está experimentando neste período?” Francisco responde de imediato: “A alegria que mais tenho em mente é a preparação para o Sínodo, mesmo que às vezes eu veja, em algumas partes, que há falhas na maneira como está sendo conduzida. A alegria de ver como, a partir dos pequenos grupos paroquiais, dos pequenos grupos de igrejas, surgem reflexões muito bonitas e há um grande fermento. É uma alegria”.
“O Sínodo não é uma invenção minha”, o Papa Francisco faz questão de dizer, lembrando que foi Paulo VI, no final do Concílio, “que percebeu que a Igreja católica havia perdido a sinodalidade”. Desde então, houve um “progresso lento” e, às vezes, “de maneira muito imperfeita”. Hoje, portanto, há uma tentativa de dar novo vigor à sinodalidade, que, esclarece o Pontífice, “não está indo em busca de votos, como faria um partido político, não é uma questão de preferências, de pertencer a este ou àquele partido”. Em um Sínodo – insiste – o protagonista é o Espírito Santo. Ele é o protagonista. Portanto, devemos nos assegurar de que é o Espírito que guia as coisas”.
Aurélio Agostinho de Hipona, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental.
Hoje é dia de Santo Agostinho, conhecido também como Agostinho de Hipona. Este santo nasceu no dia 13 de novembro de 354 em Tagaste, na cidade da Numídia (hoje, Argélia), no norte da África. Essa região era uma entre tantas dominadas pelo Império Romano. Seu pai era pagão e sua mãe uma fiel cristã que exerceu grande influência sob sua conversão. Seus estudos ocorreram na mesma cidade onde nasceu, porém, um tempo depois, foi para Madaura, onde iniciou estudos de retórica.
Agostinho era dotado de uma inteligência muito aguçada, estudou música, física, matemática e filosofia. Em 371, transferiu-se para Cartago, a maior cidade do Ocidente Latino depois de Roma, na época um grande centro do paganismo. Assim, deixou-se cativar pelo esplendor das cerimônias em honra dos milenares deuses pagãos do império. No ano de 373, nasceu Adeodato, seu filho, fruto de um romance com uma cartaginense. Agostinho também dedicou-se ao estudo das Escrituras, mas logo ficou desiludido diante do estilo da Bíblia, que considerou simples.
Depois de três anos, terminou o estudo superior em retórica e eloquência. De volta a sua cidade natal, abriu uma escola particular onde ensinou gramática e retórica. Em 374, foi para Cartago e, mais uma vez, dedicou-se ao ensino da retórica. Em 383, seguiu para Roma e, no ano seguinte, foi nomeado mestre de eloquência em Milão. Inquieto, numa busca permanente pela verdade, aderiu ao maniqueísmo. Esta filosofia pretendia ter como única base de pensamento a razão.
Por 12 anos, foi seguidor de Mani, profeta persa que pregava uma doutrina na qual se misturavam princípios cristãos, ocultismo e astrologia. Porém, nenhuma destas filosofias deixaram- lhe satisfeito, tanto que mergulhou num profundo ceticismo, duvidando de tudo e de todos.
UM ENCONTRO PROVIDENCIAL
Em 386, Agostinho encontrou-se com Ambrósio, na época, um influente bispo católico. Então, descobriu a seu lado profundas colocações, típicas de um verdadeiro mestre. Passou a assistir seus sermões, que eram inspirados, sobretudo, no Antigo Testamento. Ambrósio foi essencial para sua conversão à fé cristã. A mudança de coração foi tão profunda, que em 387, Agostinho pediu e recebeu o santo batismo.
No ano seguinte, retornou definitivamente para Tagaste, dedicando-se à vida monástica, vendendo a propriedade que herdou do pai e distribuindo o dinheiro aos pobres. Conservou apenas uma pequena porção de terra onde, ao lado dos amigos Alípio e Ovídio, fundou o primeiro mosteiro agostiniano. Em 391, foi ordenado sacerdote. Em 396, foi sagrado bispo auxiliar e foi ali que se tornou, por suas pregações e escritos, um dos maiores nomes da teologia na Igreja.
HERANÇA TEOLÓGICA E ESPIRITUAL DESSE GIGANTE
Entre 397 e 398, Agostinho escreveu a obra que se tornou um transbordamento da maturidade e profundidade de sua fé. Trata-se da obra Confissões. Ali, narrou sua trajetória de vida, da juventude até sua conversão, revelando, desse modo, os caminhos da fé em meio às angústias do mundo. Essa obra é uma autobiografia que também imprimiu seu pensamento filosófico.
Criou também a noção de espaço interior como campo da verdade essencial do homem: “A verdade e Deus devem ser buscados na alma, e não no mundo exterior.” Em 413, começou a obra A Cidade de Deus, escrita para consolar os cristãos após Roma ser saqueada pelos bárbaros visigodos, em 410. Nesta obra, Agostinho apresentou a defesa da fé e convidou seus contemporâneos a compreender o sentido profundo da história. Já não se trata de um reino de Deus que sucede à vida terrena.
A cidade de Deus e a dos homens coexistem: a primeira, antes simbolizada por Jerusalém, é agora a comunidade dos cristãos. A cidade dos homens tem poderes políticos, morais e existenciais próprios.
“As duas cidades permanecerão lado a lado até o fim dos tempos, mas depois a divina triunfará, para participar da eternidade.”
Sem dúvidas, Agostinho deixou-nos importantes contribuições sobre a doutrina da igreja, apresentadas em tratados filosóficos, teológicos, comentários, sermões e cartas. Exerceu grande influência em várias áreas do conhecimento. Teve papel importante na compreensão da Igreja Católica e fez uma síntese entre a filosofia grega e o pensamento cristão. Fixou a ideia da vida interior do homem como o palco essencial da construção de sua identidade.
Ele fez sua páscoa definitiva em Hipona, África, no dia 28 de agosto de 430. Foi canonizado por aclamação popular e reconhecido como Doutor da Igreja em 1292, pelo Papa Bonifácio VIII. Que Deus abençoe toda a Igreja, o Papa, os bispos, sacerdotes e todos os leigos, que atuam de alguma forma na orientação e formação do povo de Deus. Que a seu exemplo, possamos ser defensores profundos e convincentes da fé.
Não tem como pensar na Coreia e não lembrar automaticamente dos doramas. Se você ainda tem preconceitos ou não sabe nada a respeito, vamos te dar bons motivos para começar a assistir.
Com o anúncio da próxima Jornada Mundial de Juventude pelo Papa Francisco em Portugal, o mundo se volta para a Coreia do Sul para acompanhar os preparativos dos próximos quatro anos para acolher a 41ª edição da JMJ em 2027.
A Coreia do sul é o segundo país asiático a sediar uma edição da Jornada Mundial da Juventude. Em 1995, as Filipinas contou com a presença de cerca de 4 milhões de peregrinos na JMJ e com a presença de São João Paulo II.
Sabendo disso, apresentaremos algumas características da cultura e da sociedade coreana e sua relação com a fé católica, que apresentou um novo crescimento no país após a visita do Papa Francisco na 6ª Jornada Asiática da Juventude em 2014.
Não tem como pensar na Coreia e não lembrar automaticamente dos doramas. Quem se aventura no mundo das séries asiáticas provavelmente acaba se surpreendendo com as histórias e com alguns valores cristãos presentes nessas obras. Se você ainda tem preconceitos ou não sabe nada a respeito, vamos te dar cinco bons motivos para começar a assistir.
Idioma
Muitas pessoas tem dificuldades com os doramas por conta do idioma. É algo estranho e diferente mas a graça está justamente em ver algo novo. É preciso um pouco de paciência para acostumar e depois de um certo tempo você começa a pegar algumas palavras sem a ajuda da legenda. O diretor Joon-Ho de Parasita, filme sul coreano vencedor doOscar 2020 e vencedor da Palma de Ouro em Cannes e do Globo de Ouro como melhor filme fez surgir um debate sobre as produções faladas em outras línguas: “uma vez superada a barreira das legendas, vocês conhecerão a muitos filmes incríveis”.
Parasita (2019)
Cultura
Os doramas proporcionam uma verdadeira imersão no mundo asiático: lugares, relacionamentos, culinária, questões históricas e sociais e as quebras de alguns tabus. Em Mr. Sunshine é mostrado como se deu o imperialismo na Ásia em plena 2ª Fase da Revolução Industrial, em meio a discussões sobre xenofobia, escravidão, senso de identidade e justiça. Além de uma fotografia excepcional esse épico de guerra mostra a nua e crua realidade dos conflitos. Na guerra é matar ou morrer. Sem dó nem piedade.
Eugene e Ae Shin em Mr Sunshine (2018)
Em O Rei Eterno, um imperador coreano passa por um portal misterioso e entra em um mundo paralelo onde seu país é uma república. Neste mundo totalmente diferente do seu, ele conhece uma detetive obstinada e decide partir em busca de respostas sobre esse fenômeno. Essa mistura do passado com o mundo atual revela muitos aspectos da cultura, da sociedade coreana e também da religião. A fé e a ciência são componentes essenciais na sua busca pela verdade.
Algumas cenas se passam dentro e fora de duas catedrais, uma a Gyesan Cathedral (a Catedral de Nossa Senhora de Lourdes, conhecida como Catedral de Daegu) e a Catedral de Munsang, em Jinju.
Catedral Nossa Senhora de Lourdes em O Rei Eterno (2020)
Trama
É verdade que andamos um pouco decepcionados com a indústria cinematográfica e ainda passamos muito tempo para escolher um bom filme, porque queremos histórias que possam trazer algo de bom para nossa vida. Com certeza você deve ter se identificado com isso. Se pensa que os doramas mostram apenas conflitos escolares de adolescentes está muito enganado.
Os personagens são sempre muito bem construídos, nada é feito de forma banal e todas as histórias são tão bem trabalhadas, sem pressa e passando a verdade e a emoção que cada cena exige. A tensão é algo que os diretores são especialistas em ressaltar fazendo a gente ter picos de adrenalina e ansiedade em todos os episódios.
Os romances são um prato cheio para quem deseja saber como os asiáticos tratam dos relacionamentos a dois, pois tem uma inteligência emocional muito profunda e o entendimento sobre amizade, respeito e amor é sublime. Um fato bem importante é que você não encontra malícia na grande maioria das histórias.
O beijo mais do que um ato meramente físico como nós vemos muito por aí é um elemento importantíssimo nelas, porque marca a conquista real do amor e da confiança por parte dos personagens. Passam-se vários vários capítulos até que aconteça a cena do beijo e quando acontece é sempre emocionante.
Descendants of the Sun (2016)
Outro ponto crucial é que os homens em sua maioria são sempre muito gentis e tão sensíveis quanto as mulheres, sem passar uma imagem ruim ou estereótipo de que homem sensível é gay. Todos tem suas fragilidades mas isso faz parte constituinte do crescimento de cada personagem na história.
Como a Coréia é um país onde a fé católica é muito presente em vários ambientes, muitos doramas retratam também essa realidade, seja através do cotidiano das pessoas, seja mostrando a importância de uma vocação em suas narrativas.
Apostando Alto conta a história de uma jovem empreendedora que encara vários desafios nos negócios e acompanha a trajetória de outros jovens que atuam no mercado de tecnologia sul-coreanos. Suas histórias se cruzam enquanto aspiram por uma vida melhor.
Na série, podemos conferir cenas importantes que retratam a importância da fé. Embora Dal Mi não seja uma católica fervorosa, ela se junta a sua vó para rezar na Igreja. Em um de seus momentos de fé e determinação ela diz ao seu amigo Do San: “reze primeiro, depois faça acontecer.”
Acreditamos que a oração é esse relacionamento com Deus onde podemos conversar abertamente com Ele. As palavras de Dal Mi expõem muito mais, pois nos convidam a perceber que a oração requer nossa ação também, nossa participação ativa na realização da vontade de Deus. Como São Bento sempre dizia: “Ora et Labora” (Ora e Trabalha).
Apostando Alto (2020)
Diversidade
Existem doramas de todos os tipos: ação, romance, históricos, guerra, suspense, terror, ficção científica, aventura, até mesmo vocacionais e por aí vai. Você com certeza não vai ficar entediado porque eles são muito variados e tem para todas as idades. Não muito longos, eles se resolvem logo e os finais geralmente são fechados. Além da Coréia do Sul, Japão, China e Taiwan também produzem excelentes filmes e séries. Se você é acostumado com animes vale a pena ver um dorama japonês. Lembrando que a diversão é mesmo ver algo diferenciado, como uma comédia.
Em Beleza interior, temos um personagem que deseja ser padre e, para descobrir sua vocação trabalha em diversas atividades. Com uma determinada determinação ele vai em busca de seu objetivo, sempre demonstrando muitas virtudes, sobretudo a pureza e a temperança.
Em The Good Bad Mother, um acidente trágico deixa um ambicioso promotor com a mente de uma criança, e agora, ele e a mãe precisam viver uma jornada de reaproximação. Nele temos uma cena tocante, onde a mãe Yung-Soon recorre a Nossa Senhora pedindo socorro e auxílio para o seu filho dizendo: “a Senhora também é mãe, sei que me entende”.
The Good Bad Mother (2023)
O Sacerdote Impertuoso (2019) tem como personagem principal um padre chamado Kim Hae-il que vai em busca de justiça pela morte de seu mentor, o Monsenhor Lee Young. Para isso ele precisa lidar com sua raiva constante que o leva a muitos atos imprudentes. Contudo vale ressaltar que é um dorama importante sobre vocação, pois sua história revela a beleza e o mistério de sermos chamados por Deus que não chama os mais qualificados, mas qualifica aqueles a quem Ele chama.
O Sacerdote Impetuoso (2019)
Trilha Sonora
Quem não gosta de um filme ou série embalada por uma trilha sonora perfeita? Se você gosta de música e corre pra baixar as suas favoritas depois dela ter grudado na sua mente, os doramas são a prova perfeita de que os asiáticos mandam muito bem na escolha das canções que exaltam seus personagens. E não é só K-Pop que se ouve não. Diversas bandas e cantores já se renderam a essas obras. Vários músicos e compositores lançam vários OST (faixas originais de música) para jogos, filmes e doramas é claro.
Sintonizada em Você é uma boa pedida para quem gosta de um filme recheado de boa música. O longa como o próprio nome entrega se passa na era das rádios FM, no início dos anos 90 e oferece uma experiência sonora fascinante. Nele você viaja no tempo, ao longo da evolução da comunicação na era digital. A cena final eternizada com a música Fix You do Coldplay fecha o pacote desse filmão.
Sintonizada em Você (2019)
Espero que tenha gostado das dicas e feito você pensar também em curtir um bom dorama. Uma última dica: saiba sempre separar a realidade da ficção e aproveite para ver algo novo e interessante.
Outros doramas com temática católica:
Full House (2004), A Última Missão do anjo: Amor (2019), Island (2022)
“Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então, eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-Lo: ‘Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?’ Jesus respondeu: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.’” (Mateus 22,34-39)
No Evangelho de hoje, Jesus é questionado pelos fariseus sobre qual era o maior dos mandamentos. E o evangelista deixa bem claro que eles fizeram isso para testar Jesus e, assim, tentar apanhá-Lo em alguma palavra. Contudo, Jesus não veio para modificar a Lei, Ele não veio para mudar aquilo que Deus já havia falado ao povo de Israel, mas Jesus veio para dar o pleno cumprimento da Lei. Jesus veio para nos ensinar a cumprir com perfeição a Lei de Deus.
Os mestres encontravam ali, na Lei, mais de 600 mandamentos, tinham inúmeros preceitos, mas, em meio a todos esses preceitos, esqueceram-se da vivência do essencial, perderam-se em tantos preceitos, esquecendo-se daquilo que era o essencial da Lei.
Se buscarmos viver o essencial dos mandamentos, não será difícil viver os demais
E Jesus, em sua resposta, não traz uma novidade — como eu disse —, Jesus não veio para modificar. O que Jesus faz é unicamente resumir todos os mandamentos em dois essenciais, dos quais devem proceder toda a vivência dos demais: amar a Deus de todo o coração, de toda alma e de todo o entendimento e ao próximo como a ti mesmo. Esses são os dois mandamentos dos quais deve proceder a vivência de todos os demais, ou seja, quem busca viver esses dois mandamentos, inevitavelmente, viverá todos os demais!
A vivência dos mandamentos é simples, somos nós que, às vezes, complicamos, pois temos uma capacidade enorme de complicar e de acrescentar diversas outras normas àquilo que deveria ser o essencial de nossa vida.
Se buscarmos viver o essencial dos mandamentos, a essencialidade dos mandamentos de Deus, não será difícil viver os demais, pois quem não ama a Deus com todo o seu coração, com toda sua vida, com toda a sua inteligência, não pode, e não consegue, viver os demais mandamentos!
E quem não ama a Deus como vai amar o seu próximo? A Palavra diz: “Se não amo Deus, como vou amar o meu próximo?”. Então, devemos pedir sempre a graça de viver a essencialidade da Lei de Deus. O amor de Deus se revela também no amor aos irmãos, o amor de Deus se revela no amor àqueles que estão próximos a nós. Peçamos essa graça: de amar a Deus de todo o coração e amar ao nosso próximo como a nós mesmos.
A Igreja Católica tem compromisso com a superação da dependência química e recuperação dos vínculos familiares e sociais de pessoas que tem envolvimento com drogas. Esse compromisso é realizado no acolhimento, no cuidado e na oferta de oportunidade de vida nova através da espiritualidade, do trabalho e da vida de comunidade. Iniciativas como a Pastoral da Sobriedade, as Fazendas da Esperança e a Missão Belém são exemplos dessas ações de caridade.
Ao entender a dependência e o envolvimento com drogas como fatores geradores da violência social e o consumo e o tráfico como causa da maioria dos atentados contra a vida, a Igreja busca ofertar, por meio do anúncio do Evangelho, uma nova perspectiva de vida para quem ficou preso na dependência.
Pastoral da Sobriedade
Aprovada pelos bispos do Brasil durante a 36ª Assembleia Geral da CNBB, em 1998, foi criada para atuar em cinco frentes: prevenção, intervenção, reinserção familiar e social e atuação política.
Dependentes químicos e também seus familiares são alcançados pelo trabalho. A metodologia do Grupo de Autoajuda possibilita vivenciar os 12 passos da Pastoral da Sobriedade, “fundamentados e baseados no Evangelho e na doutrina da Igreja”.
“Somos uma ação pastoral conjunta que busca a integração entre todas as Pastorais, Movimentos, Comunidades Terapêuticas Parceiras, Casas de Recuperação para, através da pedagogia de Jesus-Libertador, resgatar e reinserir os excluídos, propondo uma mudança de vida através da conversão”, afirma a Pastoral da Sobriedade em sua apresentação.
A Pastoral da Sobriedade foi motivada, incentivada e acompanhada por vários anos pelo bispo emérito de Lins (SP), dom Irineu Danelon. Atualmente, o bispo referencial é dom Antônio Fernando Brochini, bispo emérito de Itumbiara (GO).
Nascida no contexto da Obra Social Nossa Senhora da Glória, em Guaratinguetá (SP), a Fazenda da Esperança é uma comunidade terapêutica criada em 1983. Suas principais atividades são a prevenção ao uso de drogas, o atendimento aos dependentes químicos e a reinserção social, fortalecendo os vínculos familiares dos acolhidos.
O trabalho de acolhimento é baseado na espiritualidade, trabalho e convivência. E em 2020, atendeu 8397 pessoas nas 102 fazendas espalhadas pelo país.
Fundada em 2005, a Missão Belém é uma associação de fiéis localizada na arquidiocese de São Paulo (SP) que nasceu com o objetivo de reviver o mistério de Belém: “Jesus que nasce pobre no meio dos pobres, numa mísera gruta, acolhido com carinho por Maria e José”.
Mais de 80 mil pessoas foram acolhidas e grande parte se deve aos próprios ex-irmãos de rua restaurados e que se tornaram missionários. Hoje, a Missão abriga 2,3 mil pessoas acolhidas em suas casas, 600 das quais são doentes crônicos.
A Missão Belém é também responsável pelo Projeto Vida Nova, inaugurado em 2018, como gesto concreto da arquidiocese de São Paulo no Jubileu Extraordinário da Misericórdia. No Edifício Nazaré, na Praça da Sé, pessoas que desejam deixar as ruas ou a dependência química recebem a primeira acolhida até serem encaminhadas a uma das casas da associação.
Os leigos são todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os que foram incorporados a Cristo pelo Batismo, que formam o Povo de Deus, e que participam da função sacerdotal, profética e régia de Cristo.
Os cristãos leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja; e devem ter uma consciência clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem” Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis na terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e dos Bispos em comunhão com eles. Eles são a Igreja.
O leigo tem como vocação própria, procurar o Reino de Deus exercendo funções no mundo, no trabalho, mas ordenando-as segundo o Plano e a vontade de Deus. Cristo os chama a ser “sal da terra e luz do mundo”. O leigo chega aonde o sacerdote não chega. Ele deve levar a luz de Cristo aos ambientes de trevas, de pecado, de injustiça, de violência, etc. Assim, no mundo do trabalho, levando tudo a Deus, o leigo contribui para o louvor do Criador. Ele constrói o mundo pelo trabalho, e assim coloca na obra de Deus a sua assinatura. Torna-se co-criador com Deus.
O Concílio Vaticano II resgatou a atividade do leigo na Igreja: “Os leigos que forem capazes e que se formarem para isto podem também dar sua colaboração na formação catequética, no ensino das ciências sagradas e atuar nos meios de comunicação social” (CIC §906).
Sendo assim, todos os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, “eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito” (CIC §900).
“Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles” (CIC §910).
Os leigos podem cooperar juridicamente no exercício do poder de governo da Igreja, participando nos concílios particulares, nos sínodos diocesanos nos conselhos pastorais; do exercício do encargo pastoral de uma paróquia; da colaboração nos conselhos de assuntos econômicos; da participação nos tribunais eclesiásticos etc. (cf. CIC §911)
O Código de Direito Canônico dá ao leigo o direito e o dever de dar a sua opinião aos pastores: “De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, têm o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, deem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis” (CIC §907; Cânon 212,3). Assim, os leigos devem se manifestar aos outros e aos pastores, quando observa que algo errado se passa na Igreja: ensinamentos errados discordantes com o Magistério da Igreja, conduta incorreta de pessoas do clero, etc.
Os leigos devem impregnar as realidades sociais, políticas, econômicas, com as exigências da doutrina e da vida cristãs. Os papas têm chamado os leigos a atuar especialmente na política, que é boa, a arte do bem comum. O que não presta é a politicagem e o politiqueiro.
O Papa Francisco disse que a política anda suja porque os cristãos se afastaram dela. E pede para que dela participem. Vimos o povo nas ruas do Brasil, reclamando de tanta sujeira na vida pública, tanta corrupção, imoralidade e malversação do dinheiro público. Isso ocorre porque os cristãos leigos pecam por omissão política. Quantos cristãos dão seu voto a pessoas que não são idôneas, que não comungam com os valores cristãos! Muitos leigos ainda “vendem” o seu voto e a sua consciência, por um favor recebido.
João Paulo II, na “Christifidelis laici”, disse que “os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na «política», ou seja, da múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum… a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente nem o cepticismo nem o absenteísmo dos cristãos pela coisa pública” (n.42).
O Papa Bento XVI pediu: “Reitero a necessidade e urgência de formação evangélica e acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos envolvidos na política, que sejam coerentes com a fé professada, que tenham firmeza moral, capacidade de julgar, competência profissional e paixão pelo serviço ao bem comum” (Discurso ao CPL, Vaticano, 15 de novembro de 2008).
Mas, para que o leigo realize esta missão tão importante na Igreja, ele tem de ser bem formado em sua fé, conhecendo bem a doutrina ensinada pelo Magistério da Igreja, especialmente o Catecismo, e viva uma vida espiritual sadia, com participação nos sacramentos, meditação da Palavra de Deus, vida de oração, meditação, participação na pastoral, penitência e caridade. Enfim, uma vida de santidade.
Isabel Flores y Oliva nasceu no ano de 1586 em Quives, província de Lima, Peru, décima de 13 irmãos de um rico casal espanhol. Contudo os negócios da família declinaram até a pobreza, e Isabel trabalhou na lavoura e como doméstica.
“Rosa” era um carinhoso apelido que recebeu por sua beleza. Mas como desde pequena desejava se consagrar a Deus, e querendo evitar os riscos da vaidade, cortou os cabelos, dedicando-se a jejuns e penitências. Quando a quiseram casar, renovou o voto de castidade feito anterior e secretamente, e entrou para a Ordem Terceira Dominicana, imitando Santa Catarina de Sena, a quem tinha devoção. Nesta ocasião, mudou oficialmente o nome para Rosa de Santa Maria, o sobrenome em honra e veneração à Mãe de Deus.
Construiu ela mesma uma pequena cela no quintal da casa dos pais, de formato quadrangular e baixa, onde se dedicava à oração e às penitências, muito árduas. Uma delas era o uso de uma coroa de espinhos de metal, que disfarçava com botões de rosas. Dormia sobre uma tábua com pregos e aumentou os dias de jejum. Esta cela era abafada e muitos mosquitos ali entravam; Rosa “pediu” a eles, em oração a Deus, que não a incomodassem, e foi atendida. Passou a ajudar no sustento da família fazendo rendas e bordados na mesma cela, com a permissão do seu confessor de só sair dali para receber a Eucaristia. Mas também auxiliava caridosamente os doentes, particularmente os negros e indígenas, na época tratados com desprezo e abandono.
Seu permanente e íntimo contato com Deus a elevou para um alto grau de vida contemplativa e com extraordinárias experiências místicas. Certa vez, confrontou o demônio, que lhe apareceu numa parede externa da casa próxima à sua cela. Obteve ainda em vida muitas conversões e milagres, como a prevenção da invasão de piratas holandeses a Lima, em 1615. E uma Comissão mista de religiosos e cientistas a examinaram, para concluir que suas manifestações místicas eram verdadeiramente “dons da graça”.
Rosa trabalhou como doméstica nos últimos três anos da sua vida, na casa de Don Gonzalo de Massa, um empregado do governo. Além das duras incompreensões e perseguições ao longo da vida, sofreu a cruz de uma grave e dolorosa doença. Neste período, dizia frequentemente: “Senhor, fazei-me sofrer mais, contanto que aumenteis meu amor para Convosco”. Com 31 anos apenas, na casa onde trabalhava, agora o Mosteiro de Santa Rosa, faleceu cumprindo uma profecia, pois todo ano passava o dia de São Bartolomeu em oração, dizendo: “Este é o dia das minhas núpcias eternas”. De fato, a data foi 24 de agosto, festa de são Bartolomeu, de 1617.
Suas exéquias mobilizaram toda a cidade de Lima, e antes mesmo da sua canonização em 1671, cujo processo foi iniciado por aclamação pública apenas oito dias depois do seu sepultamento, foi proclamada Padroeira do Peru (1669), e da América Latina e das Filipinas (1670). Na bula de canonização, consta: “Não podia faltar à cidade dos Reis, como costuma chamar-se Lima, a estrela própria, que conduzisse a Cristo, Senhor e Rei dos Reis”.
Santa Rosa de Lima é também padroeira dos jardineiros e dos floristas. Somente no Peru, há mais de 70 povoados com o seu nome. Quando do traslado do seu corpo para a Capela do Rosário, a imagem de Nossa Senhora, diante da qual rezara muitas vezes, sorriu-lhe, o que foi constatado pela multidão presente.
Reflexão:
Santa Rosa de Lima procurou, prudentemente, esconder a beleza do corpo, mas não se pode esconder a beleza de alma. Devotando-se à Eucaristia e à Virgem Maria, a marca mais característica dos santos, Rosa trabalhou na lavoura das boas obras e assim exalou o perfume da santidade que se inicia e multiplica nos botões do Rosário. Plantou orações, caridade e penitências, cujos espinhos coroaram seus esforços de perfeição. Neste particular, dizia que “Fora da Cruz não existe outra escada por onde subir ao Céu” (afirmação mencionada no Catecismo da Igreja Católica). Lima remete ao cítrico; num meio ácido é adequado o ambiente de purificação… As penitências nos tornam domesticados na casa do Senhor, a Igreja, e a servindo imitamos o exemplo de Santa Rosa. Que, como ela, Deus só nos permita sair desta casa para receber a Eucaristia infinita, não para ir para o inferno.
Oração:
Senhor Deus, que substituístes o jardim perecível do Éden pelas flores perenes da Redenção, concedei-nos por intercessão de Santa Rosa de Lima a proteção da América Latina contra os Vossos inimigos; e a graça de edificarmos a alma como uma cela de onde, estando com Cristo, produzamos rendas e bordados de caridade para os irmãos, e assim prevenidos das abordagens do diabo, da carne e do mundo, não sejamos por eles invadidos, podendo ser recebidos na vida infinita pelo sorriso de Nossa Senhora, Porta do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e por Vossa e Nossa Mãe. Amém.
Desde o início da invasão russa em 22 de fevereiro de 2022, o Papa Francisco fez apelos em favor da paz na Ucrânia em todas as Audiências Gerais. Nesta quarta-feira, recordou das tantas crianças desaparecidas e dos tantos mortos.
Também na Audiência Geral desta quarta-feira não faltou o pedido do Santo Padre para que se reze pela Ucrânia. Ao saudar os fiéis de língua italiana, já se encaminhando para o final do tradicional encontro semanal, o Papa confiou à intercessão de São Bartolomeu – cuja festa é celebrada amanhã – “a querida Ucrânia, tão duramente provada pela guerra”:
Irmãos e irmãs, rezemos pelos nossos irmãos e irmãs ucranianos: eles sofrem tanto. A guerra é cruel! Tantas crianças desaparecidas, tanta gente morta. Rezemos, por favor! Não esqueçamos da martirizada Ucrânia. Hoje é uma data significativa para o seu país.
A Ucrânia, de fato, celebra neste dia 23 o Dia Nacional da Bandeira, comemoração que precede o 24 de agosto, Dia de sua Independência, agora ameaçada pela agressão russa.
Também na saudação aos poloneses pouco antes, Francisco havia recordado da Ucrânia, convidando-os a testemunhar “concretamente o amor pelo próximo, em particular pela população ucraniana, que sofre pela guerra”.
Neste meio tempo, o gabinete do Comissário para os Direitos Humanos do Parlamento Ucraniano, Dmytro Lubinets, informou que até a presente data, 1.173 crianças são consideradas desaparecidas na Ucrânia desde o início da invasão russa, enquanto por outro lado 16.544 crianças que estavam desaparecidas foram encontradas.
Segundo os dados mais recentes anunciados pela Procuradoria Geral de Kiev, ao menos 500 crianças foram mortas na Ucrânia pelas forças russas desde o início da invasão e quase 1.100 ficaram feridas.
Outro drama, tratado inclusive pelo mediador vaticano cardeal Matteo Zuppi nas visitas a Kiev e Moscou, é a deportação de crianças ucranianas para a Rússia, das quais não se conhece o número exato.
A festa de Santa Maria Rainha foi instituída pelo Pio XII, na carta encíclica Ad Caeli Reginam, no dia 11 de outubro do ano de 1954,para ser celebrada no dia 31 de maio. Em virtude da reforma pós-conciliar, foi transmitida como memória para oito dias depois da Festa da Assunção de Nossa Senhora.
Contudo, desde os primeiros séculos da Igreja católica, elevou o povo cristão orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu, tanto nos momentos de alegria, como também quando se via ameaçado por graves perigos.
A realeza de Maria
Com razão, o povo acreditou fielmente, já nos séculos passados, que a mulher, de quem nasceu o Filho do Altíssimo, recebeu mais que todas as outras criaturas singulares privilégios de graça. E, considerando que há estreita relação entre uma mãe e o seu filho, sem dificuldade reconhece na Mãe de Deus a dignidade real sobre todas as coisas.
Tudo que se refere ao Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos veem em Maria a superabundante generosidade do amor divino, que A acumulou de todos os bens. A Igreja convida o povo a invocá-La não só com o nome de Mãe, e sim com aquele de Rainha, porque Ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e de maternidade divina.
Rainha, Maria e Mediadora da paz
A festa possui a finalidade de que todos reconheçam mais claramente e melhor honrem o clemente e materno império da Mãe de Deus. Para assim, contribuir para que se conserve, consolide e torne perene a paz dos povos.
Como se tornou uma festa
No século XX, começaram os movimentos para a proclamação de Nossa Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época. O grande impulsor foi Pio XI que, na conclusão do Ano Santo de 1925, proclamou a Festa de Cristo Rei.
Mais tarde, foi uma mulher, Maria Desideri, que, nos anos 1930, em Roma, deu início ao movimento Pro regalitatae Mariae, para recolher petições de todo o mundo em favor da instituição da festa. E foi justamente esse percurso que levou à decisão de Pio XII de instituir a festa litúrgica.
Um mês depois, em 1954, Papa Pacelli pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha, antes de fazer uma comovente oração e a coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi Romani”.
Certamente, Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial –, evitou que Roma fosse alvo de uma batalha final entre alemães e aliados.
Não foi por acaso que Pio XII proclamou 1953 Ano Mariano. Inaugurou a tradição da homenagem a Maria por parte dos Papas, no dia 8 de dezembro, e isso permanece até hoje com grande devoção.
Minha oração
“Ó querida Mãezinha, coloca-nos sob a tua proteção e auxílio, que, debaixo do teu manto, sejamos acolhidos, consolados e amparados. Tu és a nossa mãe; e a Ti nos entregamos, mais uma vez, durante este dia dedicado à Tua honra. Reine sobre o mundo inteiro. Amém!”
Na pequena cidade da província italiana de Treviso, local de nascimento do Papa Giuseppe Sarto, uma missa e uma procissão serão celebradas em 21 de agosto. Em outubro, os restos mortais do Pontífice, canonizado em 29 de maio de 1954, serão levados em peregrinação da Basílica de São Pedro até o Vêneto, fazendo paradas onde viveu o 257º bispo de Roma.
Há 120 anos da sua eleição à Cátedra de Pedro, a diocese de Treviso, a Fundação Giuseppe Sarto e o município de Riese, na província italiana de Treviso, celebram São Pio X, eleito Papa em 4 de agosto de 1903, com uma série de eventos.
Na cidade do Vêneto que viu nascer o 257º bispo de Roma, Giuseppe Sarto, na próxima segunda-feira, 21 de agosto – um dia após o aniversário da sua morte há 109 anos – o bispo de Vicenza, dom Giuliano Brugnotto, vai celebrar uma missa na Paróquia de São Mateus, às 20h do horário local, seguida da tradicional procissão até a casa onde o santo pontífice nasceu.
O pequeno município italiano de Riese
A Peregrinatio corporis
De 6 a 15 de outubro será realizada a “Peregrinatio corporis” de São Pio X: os restos mortais do Papa Sarto, conservados na Basílica de São Pedro, chegarão à região do Vêneto e serão expostos para veneração dos fiéis na Catedral de Treviso, em Cendrole – o vilarejo onde está localizado o Santuário da Santíssima Virgem, que Giuseppe Sarto costumava visitar quando jovem – e em Riese. O programa foi publicado no portal papapiox.it e inclui celebrações litúrgicas e vários momentos de oração. A iniciativa também tem o objetivo de reler e destacar a modernidade, a contemporaneidade e a complexidade de Pio X, um dos maiores reformadores da história da Igreja.
A casa onde Pio X nasceu em Riese (Arquivo de fotos do Seminário Episcopal de Treviso)
Os preparativos
Os preparativos estão a todo vapor em Riese para receber as relíquias do seu famoso conterrâneo. Várias dioceses da região do Vêneto estão organizando peregrinações. São previstos trabalhos de restauração na casa onde ele nasceu e no museu que abriga objetos pessoais que pertenceram a Pio X e onde uma exposição permanente ilustra a sua vida. Os espaços de exposição e as rotas de visitação serão reorganizados, e serão realizados novos trabalhos na Casa Maggion, também conhecida como a “Casa do Guardião”, que no futuro abrigará os Arquivos do Papa Pio X, além de exposições.
Por ocasião da ‘Peregrinatio corporis’, o Museu Pio X também se tornará acessível na web por meio de um tour virtual. Por fim, o município de Riese está reformando o caminho Curiotto, que Giuseppe Sarto costumava usar para chegar ao Santuário de Cendrole, e está criando uma ciclovia de Cendrole até Spineda.
Interior da casa onde Pio X nasceu em Riese (Arquivo de fotos do Seminário Episcopal de Treviso)