Leão XIV: com o coração na mão, peço para dialogarmos pela paz

Em audiência com 5 mil pessoas na Sala Paulo VI, o Pontífice fez um discurso por ocasião do Jubileu das Igrejas Orientais que termina nesta quarta-feira (14/05). Leão XVI alertou para o risco de se perder o patrimônio dos cristãos orientais devido à diáspora “por causa da guerra e perseguições, da instabilidade e da pobreza” e fez mais um apelo pelo silêncio das armas: “os povos querem a paz, e eu, com o coração na mão, digo aos líderes das nações: encontremo-nos, dialoguemos, negociemos!”.


O Papa Leão XIV, há quase uma semana da sua eleição como Sucessor de Pedro, encontrou os 5 mil participantes do Jubileu das Igrejas Orientais na Sala Paulo VI, no Vaticano. A audiência nesta quarta-feira (14/05) marcou o dia de encerramento de mais um jubileu temático, o de número 13 deste Ano Santo da esperança, que desde terça-feira (12/05) reuniu fiéis e representantes das Igrejas Orientais Católicas, patriarcas e metropolitas de mais de 10 países, inclusive do Brasil, presentes na audiência com bandeiras do país. Durante dois dias, os participantes celebraram a Divina Liturgia em diferentes ritos, como aquele etíope, armeno, copto e siríaco-oriental. Durante a tarde desta quarta-feira (14/05), os peregrinos concluem o jubileu com aquela em rito bizantino na Basílica de São Pedro.

Fiéis provenientes inclusive do Brasil estiveram presentes na audiência na Sala Paulo VI (@VATICAN MEDIA)

 

E uma das primeiras audiências do Pontificado, Leão XIV acolheu os fiéis orientais com uma saudação que o “Oriente cristão repete incasavelmente neste tempo pascal” de fé e esperança sobre a Ressureição de Jesus – “o fundamento indestrutível”: “Cristo ressuscitou. Ressuscitou verdadeiramente!”. O Papa direcionou o olhar, assim, aos “irmãos e irmãs do Oriente, onde nasceu Jesus”, descrevendo-os como “preciosos” pela diversidade de proveniência, história e sofrimentos.

O perigo de se perder o patrimônio das Igrejas Orientais

“São Igrejas que devem ser amadas”, citando o Papa Francisco, pelos “tesouros inestimáveis”, pela “vida cristã, sinolidade e liturgia”; com “um papel único e privilegiado”, como escreveu também João Paulo II. Já Leão XIII, recordou ainda o Papa, “foi o primeiro a dedicar um documento específico à dignidade das Igrejas” Orientais pela “legítima diversidade da liturgia e da disciplina orientais”. Na Carta Orientalium Dignitas (30 de novembro de 1894), Leão XIII também demonstrou uma preocupação que ainda é atual, pelo fato de muitos fiéis orientados serem “forçados a fugir dos seus território de origem por causa da guerra e perseguições, da instabilidade e pobreza”, correndo o risco de, “ao chegarem no Ocidente, de perder, além da pátria, também a própria identidade religiosa. E, assim, com o passar das gerações, se perde o inestimável patrimônio das Igrejas Orientais”.

Junto a Leão XIII, o Papa se uniu em um apelo  aos “cristãos — orientais e latinos — que, especialmente no Oriente Médio, perseverem e resistam nas suas terras, mais fortes do que a tentação de abandoná-las. Aos cristãos é preciso dar a oportunidade, não apenas com palavras, de permanecer nas suas terras com todos os direitos necessários para uma existência segura. Peço a vocês que se empenhem para isso!”. Uma preservação dos ritos orientais que deve ser promovida “sobretudo na diáspora”, disse o Pontífice. Um pedido dirigido inclusive ao Dicastério para as Igrejas Orientais: “de me ajudar a definir princípios, normas e diretrizes por meio dos quais os Pastores latinos possam apoiar concretamente os católicos orientais da diáspora a preservar as suas tradições vivas e a enriquecer com a sua singularidade o contexto em que vivem”.

“A Igreja precisa de vocês. Quão grande é a contribuição que o Oriente cristão pode nos dar hoje! Como temos necessidade de recuperar o sentido do mistério, tão vivo nas liturgias de vocês, que envolvem a pessoa humana na sua totalidade, cantam a beleza da salvação e inspiram o estupor pela grandeza divina que abraça a pequenez humana!”

Leão XIV enalteceu sobre a preservação dos ritos orientais que deve ser promovida “sobretudo na diáspora” (@VATICAN MEDIA)

Leão XIV e Santa Sé juntos para promover a paz

O discurso de Leão XIV, então, se dirigiu fortemente por mais um apelo pela paz: “não tanto aquele do Papa, mas o de Cristo, que repete: ‘a paz esteja convosco'”. Uma paz tão necessária “da Terra Santa à Ucrânia, do Líbano à Síria, do Oriente Médio ao Tigré e ao Cáucaso, quanta violência!”, lamentou o Papa, que também convidou a rezar “por essa paz, que é reconciliação, perdão, coragem para virar a página e recomeçar”. A Igreja, insistiu o Pontífice, “não se cansará de repetir: silenciem as armas”:

“Farei todo o possível para que essa paz se difunda. A Santa Sé está à disposição para que os inimigos se encontrem e se olhem nos olhos, para que os povos redescubram a esperança e a dignidade que merecem, a dignidade da paz. Os povos querem a paz, e eu, com o coração na mão, digo aos líderes das nações: encontremo-nos, dialoguemos, negociemos! A guerra nunca é inevitável, as armas podem e devem silenciar, pois não resolvem os problemas, mas os aumentam; porque entrará para a história quem semeará paz, não quem que criará vítimas; porque os outros não são, antes de tudo, inimigos, mas seres humanos: não vilões a serem odiados, mas pessoas com quem falar.”

Fonte: Vatican News

Francisco e Leão: nome do novo Papa remonta a amizade profunda de São Francisco de Assis

 

Ainda não foram divulgados detalhes sobre o que inspirou o cardeal Robert Francis Prevost a escolher como nome papal Leão XIV. Mas algumas referências históricas e contextuais chamaram atenção de jornalistas, estudiosos e clérigos, que buscam ler como tudo isso vai ser relacionado com o ministério pretrino que terá início nos próximos dias.

Uma primeira referência que chama atenção é quanto aos Papas que escolheram o nome de Leão, um dos mais utilizados pelos pontífices na história. O primeiro, Papa Leão Magno, ficou marcado na história pela definição da Cristologia, quanto à natureza humana e divina de Cristo, durante o Concílio de Calcedônia, no ano de 451. O mais recente, Leão XIII, governou a Igreja por 25 anos, entre 1878 e 1903, e destacou-se por sua intensa produção de documentos, especialmente quanto ao pensamento social da Igreja, cujo expoente é a encíclica Rerum Novarum, de 1891. O documento lançou as bases da Doutrina Social da Igreja e ainda hoje é referência em debates sobre justiça social e direitos dos trabalhadores.

Já a outra referência diz respeito a uma amizade profunda de São Francisco de Assis com o frei Leão, considerado culto sacerdote e hábil calígrafo entre os franciscanos, que foi secretário pessoal e confessor do santo de Assis. A ele, São Francisco dedicou uma afetuosa bênção, contida no manuscrito “Bilhete a Frei Leão”:

“Irmão Leão, teu irmão Francisco te envia saúde e paz. Estou a falar-te, meu filho, como faria uma mãe. Toda conversa que tivemos no caminho a resumo aqui numa palavra de decisão e conselho. E, se depois te for preciso vir a mim, a tomar conselho, eis o que te recomendo:

Do modo que melhor te parecer agradar ao Senhor Deus, e seguir seus passos e sua pobreza, assim farás com a bênção do Senhor Deus e a minha obediência.”

Os franciscanos contam desse relacionamento bem equilibrado entre Francisco e Leão, sendo que “apenas Leão era capaz de preservar e proteger a intimidade de Francisco e por isso foi o único a estar perto do encontro chagado e ardente ao mesmo tempo entre Francisco e seu Deus no monte La Verna”.

Leão também aparece junto com São Francisco no famoso episódio da “perfeita alegria”. Enquanto caminhavam, Francisco pede para Leão tomar nota de algumas reflexões: em nenhuma das situações citadas de glória ou conquista ela é encontrada, mas sim na paciência e na postura de não perturbar-se diante das humilhações: “aí está a verdadeira alegria, a verdadeira virtude e salvação da alma”.

Ainda sem a certeza da escolha, mas lendo os fatos disponíveis, pode ser sintomático que, no início do Conclave, o cardeal Raniero Cantalamessa refletiu sobre “voltar a uma boa Cristologia e a consideração de Jesus Cristo na fé e no anúncio da Igreja”, como revelou o cardeal Odilo Pedro Scherer na coletiva realizada nesta sexta-feira, no Colégio Pio Brasileiro.

Cantalamessa também é autor de um livro “Francisco, o bobo de Deus”, no qual apresenta trechos da vida de Francisco e seus ensinamentos a outro frade, sobre alegria, evangelização e abandono em Deus. É bem possível que o ex-pregador da Casa Pontifícia possa ter apresentado esses exemplos franciscanos.

Prevost, por sua vez, pode ter escolhido seu nome papal a partir desses sinais: a vivência com o Papa que tomou do Santo de Assis o nome e a meditação dos significados presentes nos Leões da história da Igreja.

A revelação oficial dessa história deve ocorrer na próxima segunda-feira, quando ocorrerá o encontro do Papa Leão XIV com os jornalistas.

Fonte: CNBB

Fumaça preta na manhã desta quinta-feira no Vaticano; cardeais retomam votações à tarde

Para ser eleito, o novo Papa deve alcançar 2/3 dos votos dos cardeais eleitores. Ainda não foi desta vez. Reunidos para duas votações na Capela Sistina na manhã desta quinta-feira, segundo dia do Conclave, os 133 cardeais votantes ainda não chegaram a um consenso em torno do nome do próximo Sucessor de Pedro. A indicar, a fumaça preta que saiu da chaminé instalada no telhado da Capela Sistina por volta das 11h50 (6h50 de Brasília), sob o olhar de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro e das câmaras e lentes de jornalistas de todo o mundo.

Concluídas as votações da manhã, os cardeais retornam à Casa Santa Marta e às 15h45 novamente o traslado para o Palácio Apostólico, para mais uma rodada de votações na Capela Sistina.

Prováveis horários da fumaça: após as 17h30 (12h30 de Brasília) e por volta das 19h (15h de Brasília).

Fonte: CNBB

Ausência e vacância

Ausência de pessoas e vacância em instituições são realidades lidas pelo sentimento e registradas pela história. Com efeito, dada a natureza dos relacionamentos humanos, quando acontece a ausência de uma pessoa, física ou psicologicamente, por quaisquer motivos, a sensação de vazio faz-se sentir como saudade, como vazio, como dor na vida de quem a tem na condição de proximidade por vínculos de família e de amizade No contexto atual, essa realidade é vivida de forma intensa e especial pelo universo eclesial, no contexto da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, da enfermidade e morte do Papa Francisco e do estado de vacância da Santa Sé.  

Como ensina a Igreja, o mistério da Paixão, Morte e Ressureição de Jesus, fato histórico, é vivido e, portanto, atualizado sacramentalmente na Liturgia da Igreja. Na verdade, foi em favor de todos os homens e mulheres que Jesus derramou o seu sangue e morreu na cruz. O peso da cruz de Jesus o prostrou, o derrubou, três vezes, mas, a causa da salvação humana lhe deu forças para chegar ao Calvário. Na condição de seu discípulo e servidor de Jesus, o Papa Francisco viveu a caminhada para o Calvário, com a linguagem quaresmal, durante o longo período de internação hospitalar, como Peregrino da Esperança, sabendo, pela fé, que chegaria à manhã da Ressurreição. O Papa Francisco recebeu a graça de viver sua experiência de testemunha da Ressurreição de Cristo, no Domingo de Páscoa, com sua presença, sua oração e a bênção “Urbi et Orbi” que concedeu ao povo de Deus reunido na Praça de São de São Pedro. Na leitura dos textos bíblicos que se referem à Morte de Jesus, percebe-se, claramente, a constatação da sua ausência e a sensação de vazio, como revelam os discípulos de Emaús, porque ainda não haviam sido tocados pela graça da Ressurreição. Ao verem o Ressuscitado, seus discípulos, homens e mulheres, se refazem do vazio experimentado. Na segunda feira da Oitava da Páscoa, a Igreja e a própria humanidade tomaram conhecimento da Páscoa/“passagem”, “passagem da morte para a vida” do Papa Francisco e, assim, psicológica e espiritualmente, vivenciaram experiências profundas, marcantes: visitação pública de numerosas pessoas para ver o seu corpo e rezar por sua alma, no interior da Basílica de São Pedro, celebração da Missa das Exéquias, do Valedictio (adeus), “última homenagem e despedida”, na Praça e nas Ruas de Roma, sepultamento do seu corpo na Basílica de Santa Maria Maggiore. A morte do Papa Francisco falou ao coração das pessoas, graças às virtudes que cultivou e às qualidades humanas que tinham o toque da humildade, da bondade, da simplicidade. Tudo isso gerou proximidade, empatia, realidade testemunhada num outdoor: “Todos nós somos Francisco”. 

O período dos Novendiali, “nove dias de oração após o falecimento do Pontífice, uma tradição católica marcada pela esperança na vida eterna”, é celebrado como memória do Papa pranteado e como espera da eleição do seu sucessor. Embora aconteça no âmbito institucional, a vacância sempre envolve o ser humano, em razão do lugar, da função que exerce numa estrutura organizacional. Assim é compreendido o estado de vacância da Santa Sé que está sendo vivido segundo as disposições normativas e rituais, rigorosamente observadas pelo Colégio dos Cardeais e, particularmente, pelos Cardeais eleitores no Conclave que inicia no sete de maio. “Por conclave entendem-se aqueles lugares onde os cardeais elegem o Romano Pontífice (Capela Sistina) e onde estes e os outros oficiais, servidores e conclavistas permanecem dia e noite até a realização da eleição, sem contato com o exterior (Domus Sanctae Marthae) e onde se desenvolvem as celebrações litúrgicas […]. São dadas normas detalhadas sobre os membros do conclave, a entrada nele, o deslocamento da Domus Sanctae Marthae até a Capela Sistina, o juramento de observar segredo e seu objeto etc”. 

No período que antecede o Conclave, a Igreja reza, confiantemente, “Pro Eligendo Romano Pontifice” (Pela eleição do Romano Pontífice): “Ó Deus, pastor eterno, que governais o vosso rebanho com solicitude constante, no vosso amor de Pai, concedei à Igreja um pastor que vos agrade pela virtude e que vele solícito sobre nós.” Essa oração dos cristãos católicos deveria ser uníssona, unânime. Infelizmente, constata-se que essa desejada, esperada expressão de comunhão não está acontecendo, dado que, em alguns casos, pessoas/grupos/segmentos se posicionam de forma explicitamente discordante em relação a este assunto, eleição do Papa, e a tantos outros assuntos que visam o bem da comunidade cristã. Na verdade, quando ocorre, a eleição do Papa é assunto “da ordem do dia”, ultrapassando, assim, a instância eclesiástica. Daí, a diversificada manifestação de pontos de vista – olhar curioso de pessoas, palpite de grupos, manifesta/velada/pretensa influência de autoridades governamentais e eclesiásticas, interesse financeiro de “casas de aposta”, etc. Para os cristãos católicos, a eleição do Papa deve ser acompanhada, em espírito de oração, na fase de preparação e durante o Conclave, para que os Cardeais, iluminados pelo Espírito Santo, elejam o novo Papa que, em seu ministério, deve ser o “servo dos servos de Deus”, a fim de que possa cumprir sua missão, como sucessor do Apóstolo Pedro. 

Fonte: CNBB

Conclave para eleger o novo Papa começa em 7 de maio

“Extra omnes”. A histórica fórmula em latim que marca o início do fechamento à chave da Capela Sistina será pronunciada pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias na próxima quarta-feira, 7 de maio. Esse é o dia de início do Conclave. A data foi definida na manhã desta segunda-feira (28/04) pelos cerca de 180 cardeais presentes (pouco mais de 100 eleitores) reunidos na quinta Congregação Geral no Vaticano.

“Extra omnes”, portanto. “Fora todos” aqueles que não são admitidos na reunião dos cardeais convocados para eleger o próximo Pontífice da Igreja universal. Os purpurados eleitores, com menos de 80 anos de idade, ficarão isolados do resto do mundo dentro da Capela Sistina até a fumaça branca e o “Habemus Papam”, a outra famosa fórmula latina pronunciada da Loggia delle Benedizioni pelo cardeal protodiácono para anunciar ao mundo a escolha do novo Papa.

Não há previsão de conclusão, naturalmente, e entre os próprios cardeais eleitores há aqueles que esperam um Conclave curto, considerando também o Jubileu em andamento, e aqueles que, ao contrário, preveem tempos mais longos para permitir que os cardeais “se conheçam melhor”, tendo Francisco, em seus 10 Consistórios, agregado ao Colégio Cardinalício purpurados de todos os cantos do globo.

As normas da Universi Dominici Gregis

O cronograma para o início do Conclave é estabelecido pelas normas da constituição apostólica de João Paulo II, Universi Dominici Gregis, atualizada por Bento XVI com o Motu Proprio de 11 de junho de 2007 e com a mais recente de 22 de fevereiro de 2013. De acordo com a Constituição, o Conclave – do latim cum clave, que significa fechado à chave – começa entre o 15º e o 20º dia após a morte do Papa, depois dos Novendiali, os 9 dias de celebrações em sufrágio do Pontífice falecido. Mais detalhadamente, a partir do momento em que a Sé Apostólica é legitimamente vacante, os cardeais eleitores presentes devem esperar 15 dias completos pelos ausentes, até um máximo de 20 dias, se houver motivos sérios. O Motu Proprio Normas nonnullas, além disso, dá ao Colégio de Cardeais a faculdade de antecipar o início do Conclave se todos os eleitores estiverem presentes.

Cardeais das partes mais distantes do mundo ainda são esperados em Roma nestes dias. Na Cidade Eterna, eles serão hospedados na Casa Santa Marta, a Domus do Vaticano onde Francisco decidiu morar, renunciando ao apartamento papal.

A missa “pro eligendo Pontifice” e a procissão para a Sistina

Na manhã da quarta-feira, 7 de maio, todos concelebrarão a solene missa “pro eligendo Pontifice”, a celebração eucarística presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que convidará os irmãos a se dirigirem à Sistina à tarde com estas palavras: “toda a Igreja, unida a nós na oração, invoca constantemente a graça do Espírito Santo, para que seja eleito por nós um digno Pastor de todo o rebanho de Cristo”.

Dali, então, a evocativa procissão até a Capela Sistina, dentro da qual os cardeais entoarão o hino Veni, creator Spiritus e farão o juramento. Será necessária uma maioria qualificada de dois terços para eleger o Papa. Haverá quatro votações por dia, duas pela manhã e duas à tarde, e após a 33ª ou 34ª votação, no entanto, haverá um segundo turno direto e obrigatório entre os dois cardeais que receberam mais votos na última votação. Mesmo nesse caso, no entanto, sempre será necessária uma maioria de dois terços. Os dois cardeais restantes não poderão participar ativamente da votação. Se os votos para um candidato atingirem dois terços dos eleitores, a eleição do Papa será canonicamente válida.

A eleição do novo Papa

Nesse momento, o último da ordem dos Cardeais diáconos convoca o mestre das Celebrações Litúrgicas e o secretário do Colégio Cardinalício. Ao recém-eleito será questionado: Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem? (Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?) e, em caso afirmativo, será perguntado: Quo nomine vis vocari? (Como quer ser chamado?), pergunta à qual responderá com seu nome pontifício. Após a aceitação, as cédulas são queimadas, de modo que a clássica fumaça branca poderá ser vista da Praça São Pedro. No final do Conclave, o novo Pontífice se retira para a “Sala das Lágrimas”, ou seja, a sacristia da Capela Sistina, onde vestirá pela primeira vez os paramentos papais – preparados em três tamanhos – com os quais se apresentará à multidão de fiéis na Praça São Pedro.

Após a oração pelo novo Pontífice e a homenagem dos cardeais, o Te Deum é entoado, marcando o fim do Conclave. Em seguida, o anúncio da eleição, o Habemus papam e a aparição do Papa que dará a solene bênção Urbi et Orbi.

 

Fonte: Vatican News

Curiosidades sobre a história dos Conclaves: entre o passado, o presente e o futuro

Por alguns dias, a Capela Sistina se abre ao olhar da história e se fecha aos olhos do mundo. A partir do dia 7 de maio próximo, os cardeais eleitores são chamados a eleger o Pontífice. O Conclave, agora iminente, é o septuagésimo sexto na história da Igreja; o vigésimo sexto realizado sob os auspícios do Juízo Final de Michelangelo.

Cum-clave

O termo Conclave, que deriva do latim “cum-clave”, referia-se a um espaço reservado na casa, precisamente “fechado a chave”. Na linguagem da Igreja, é usado para indicar tanto o local fechado onde se realiza a eleição do Pontífice quanto o conjunto do Colégio Cardinalício chamado a eleger o novo Papa.

A eleição do Papa

O que está prestes a se iniciar é o septuagésimo sexto Conclave, estruturado na forma que conhecemos hoje, partindo do que foi estabelecido por Gregório X em 1274. No período anterior a essa data, falava-se simplesmente da eleição do Pontífice. Durante os primeiros 1.200 anos, aproximadamente, da história da Igreja, o Sucessor de Pedro, como Bispo de Roma, era de fato eleito com o envolvimento da comunidade local. O clero examinava os candidatos propostos pelos fiéis e o Papa era escolhido pelos bispos. Do século IV ao XI, a eleição também foi marcada pela questão das influências externas: imperadores romanos, carolíngios e outros tentaram de várias maneiras controlar o processo de designação do Pontífice.

As raízes do Conclave

Ao longo dos séculos, sucederam-se mudanças que moldaram a estrutura do Conclave até o atual. O primeiro a intervir, nesse sentido, foi o Papa Nicolau II, em 1059, com a bula “In nomine Domini”. Nesse documento, estabeleceu-se, em particular, que somente os cardeais poderiam eleger o Romano Pontífice. Essa bula foi definitivamente ratificada pela Constituição Licet de vitanda, promulgada por Alexandre III em 1179. Ela introduziu a necessidade da maioria de dois terços dos votos, um elemento importante da eleição do Papa que chegou até os dias atuais.

A eleição de 1268

Em 1268, realizou-se um capítulo descrito por muitas fontes históricas. Dezoito cardeais se reuniram no Palácio Papal de Viterbo para eleger o Papa. Foi o “Conclave” mais longo da história. O Papa foi eleito após dois anos e nove meses. Eram tempos difíceis. Durante esse longo período, a população de Viterbo, exasperada, decidiu trancar os cardeais no Palácio. As portas foram fechadas com tijolos e o telhado removido. Por fim, Gregório X, arquidiácono de Liège, que na época se encontrava na Terra Santa, foi eleito. Em 1274, ele promulgou a Constituição Ubi periculum, que instituiu oficialmente o Conclave. Entre outras coisas, estabeleceu-se que ele deveria ser realizado num local precisamente “fechado a chave” por dentro e por fora.

O primeiro Conclave da história

De acordo com essas disposições, o primeiro Conclave da história, após a promulgação da Constituição Ubi periculum, foi o de Arezzo, em 1276, com a eleição de Inocêncio V. Em 1621, Gregório XV introduziu a obrigação do voto secreto e escrito. Em 1904, Pio X proibiu o suposto direito de exclusividade, sob qualquer forma. Também foi introduzida a obrigação de sigilo sobre o que acontecia no Conclave, mesmo após a eleição, e a regra de manter a documentação disponível apenas ao Papa.

Mudanças do Século XX até os dias atuais

Após a guerra, em 1945, Pio XII promulgou a Constituição “Vacantis Apostolicae Sedis”, que introduziu algumas inovações. Em particular, a partir do início da Sede Vacante, todos os cardeais – incluindo o Secretário de Estado e os prefeitos das Congregações – cessam seus cargos, com exceção do Camerlengo, do Penitencieiro e do Vigário de Roma. Com o Motu Proprio ‘Ingravescentem Aetatem’, Paulo VI decidiu então que os cardeais poderiam ser eleitores apenas até completarem 80 anos.

As regras para a eleição do Papa

A legislação atualmente em vigor para a eleição do Pontífice é a ‘Universi Dominici Gregis‘, promulgada por João Paulo II em 1996 e modificada por Bento XVI em 2013. Ela estabelece, entre outras coisas, que o Conclave deve ser realizado na Capela Sistina, definida como Via Pulchritudinis, o caminho da beleza capaz de guiar a mente e o coração em direção ao Eterno. O Motu Proprio de Bento XVI, De Aliquibus Mutationibus in Normis de Electione Romani Pontificis, também prevê que, após 34 escrutínios em que não tenha ocorrido eleição, os cardeais sejam chamados a votar nos dois nomes que receberam mais votos no último escrutínio, mantendo-se, no entanto, mesmo no segundo turno, a regra da maioria de dois terços, necessária para eleger o novo pastor da Igreja universal.

À espera do 267º Sucessor de Pedro

São, portanto, os afrescos de Michelangelo que velam pela eleição do Romano Pontífice. Na Capela Sistina, um novo capítulo na história da Igreja está prestes a se abrir. Os olhos e as esperanças do mundo estão voltados para esta “Via Pulchritudinis”, que permanece fechada para o Conclave, aguardando para vislumbrar o rosto do novo Bispo de Roma e para conhecer o nome do 267º Sucessor de Pedro.

Fonte: CNBB

Seis santos que viveram o exemplo da Divina Misericórdia de Cristo

A devoção à Divina Misericórdia, que será celebrada no domingo (7), reúne milhares de católicos de todo o mundo, que, além de se entregarem ao amor misericordioso de Deus, se esforçam como os santos para imitar esta virtude com o próximo.

Em um artigo no jornal National Catholic Register, da rede EWTN, à qual pertence ACI Digital, Joseph Pronechen, escritor católico e autor do livro Fruits of Fatima – Century of Signs and Wonders, recordou que na história da Igreja Católica destacam-se alguns santos que em várias épocas e situações de vida viveram a misericórdia de Cristo.

“Os santos nos ensinam que todos podemos seguir as instruções de Jesus para praticar a misericórdia: entre os pobres, nos hospitais e entre os aflitos, no confessionário, em um claustro ou na porta de um convento”, disse.

A seguir, seis santos que viveram a misericórdia e que podem ajudá-lo em seu caminho para a santidade:

1. Santa Faustina Kowalska

Pronechen lembrou que Cristo se revelou em visões a santa Faustina Kowalska, chamada de “Mensageira da Misericórdia”, e pediu a ela que mostrasse ao mundo sua Divina Misericórdia para a salvação das almas.

Ela narrou em seu diário que Cristo, “disfarçado de um jovem pobre”, se revelou a ela e depois de pedir e comer um prato de sopa, revelou a ela “que ele era o Senhor do céu e da terra” e desapareceu. Mais tarde, a santa escreveu que ouviu as seguintes palavras de Jesus em seu coração:

“Minha filha, as bênçãos dos pobres que me abençoam ao sair desta porta chegaram aos meus ouvidos. E sua compaixão, dentro dos limites da obediência, me agradou, e por isso desci do meu trono: para saborear os frutos da sua misericórdia”, escreveu.

Pronechen disse que a santa serviu ao próximo com misericórdia fazendo uma atividade muito simples: ser porteira na porta do convento; e que Jesus lhe ensinou que “é possível fazer o bem sempre e em todos os lugares e em todos os momentos” através de três formas concretas: com obras, palavras e oração.

“A plenitude da misericórdia está contida nesses três graus, e é uma prova inquestionável de amor por mim. Por este meio uma alma é glorificada e reverencia a minha misericórdia”, disse Jesus a santa Faustina.

2. São João Paulo II

Pronechen disse que nas últimas décadas, junto com santa Faustina Kowalska, são João Paulo II é uma das “duas grandes luzes que espalham o fogo da Divina Misericórdia pelo mundo”.

São João Paulo II, que era muito devoto da Divina Misericórdia, publicou em 1980 a sua carta encíclica intitulada Dives in Misericordia, na qual exorta os fiéis a voltarem o olhar para o mistério do amor misericordioso de Deus. Além disso, beatificou e canonizou santa Faustina Kowalska e instituiu o Domingo da Divina Misericórdia.

Na homilia para a canonização de santa Faustina, em 30 de abril de 2000, são João Paulo II disse que Cristo “inclinou-se sobre toda a miséria humana, material e espiritual” e que seu exemplo “levou às ‘obras de misericórdia’ espirituais e corporais”, que são “uma forma concreta de fazer-se ‘próximo’ dos irmãos e irmãs mais necessitados”.

Cristo ensinou que “o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a ‘ter misericórdia’ para com os demais. ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’”, disse o santo.

3. Santa Teresa de Calcutá

Pronechen disse que santa Teresa de Calcutá viveu a misericórdia de Jesus em seu serviço aos mais pobres do mundo, por exemplo, costumava “recolher os moribundos e os pobres literalmente dos esgotos” e fazia tudo com alegria.

A santa chamava todos os pobres a quem servia de “Jesus disfarçado”; ela sempre “tratou-os com grande bondade e dignidade, alimentou-os e cuidou deles enquanto morriam, e realmente colocou em ação as obras de misericórdia corporais”, disse Pronechen.

Além disso, costumava animar os outros a fazerem a mesma coisa à sua maneira. “As calcutás estão em todas as partes, se tivéssemos olhos para ver. Encontre sua Calcutá”, disse. “Fale com elas com ternura. Que haja bondade em seu rosto, em seu olhar, em seu sorriso, no calor de sua saudação. Tenha sempre um sorriso alegre. Não dê apenas o seu cuidado, mas também o seu coração”, disse.

Santa Teresa de Calcutá costumava dizer que “Jesus deixou bem claro: tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, a mim o fazeis. Você dá um copo de água e me dá a mim. Você recebe uma criança pequena, e você me recebe”.

4. Santa Catarina de Sena

Pronechen disse que santa Catarina de Sena, declarada doutora da Igreja pelo papa são Paulo VI, serviu aos pobres com grande misericórdia aos 33 anos, a mesma idade em que santa Faustina Kowalska morreu.

Ela costumava dar conselhos pacientemente e rezar “por filas intermináveis ​​de pessoas com problemas”. Sua fama era tão grande que “três padres foram designados em tempo integral para ouvir as confissões daqueles que ela aconselhava”. E ela foi até “conselheira dos papas”.

Como outros santos, santa Catarina cuidava dos doentes e alimentava os idosos. Ela cuidou destemidamente daqueles atingidos por uma praga em 1374, “consolando os moribundos e enterrando os mortos”, disse Pronechen. “Muitas vezes seus atos de misericórdia incluíam o milagroso: Deus multiplicou a comida em suas mãos”, acrescentou.

Pronechen contou que a santa uma vez cuidou de uma mulher leprosa que havia sido “banida da cidade” por causa de sua doença, e que mais tarde foi “convertida pela oração e assistência paciente de Catarina”. Como ela, “muitos outros se converteram” graças às suas orações e sacrifícios”, acrescentou.

5. São Pio de Pietrelcina

Pronechen disse que são Pio de Pietrelcina foi um exemplo de “misericórdia no perdão”, pois confessava incansavelmente inúmeros pecadores arrependidos que o procuravam. O santo absolvia penitentes no confessionário “por 12 horas” todos os dias, disse ele.

No dia da canonização de são Pio, em 16 de junho de 2002, são João Paulo II disse em sua homilia que “padre Pio foi um generoso dispensador da misericórdia divina”, ao mesmo tempo que sabia que precisava da misericórdia de Cristo. Ele costumava dizer: Jesus “esqueceu meus pecados, e eu diria que Ele só se lembra de sua própria misericórdia”, disse Pronechen.

6. Santa Teresinha do Menino Jesus

Pronechen lembrou que santa Teresinha do Menino Jesus gostava da misericórdia de Cristo e praticava essa virtude em pequenas tarefas diárias. “Como estou feliz por me ver imperfeita e necessitada da misericórdia de Deus”, costumava dizer a jovem freira.

No livro “História de uma alma”, escrito pela santa, ela disse que se dedicava a praticar “pequenos atos de virtude que estão bem escondidos”, por exemplo, gostava de “dobrar os mantos esquecidos pelas irmãs, e buscava mil oportunidades para prestar-lhes serviço”.

“Devo procurar a companhia daquelas irmãs de quem, segundo a natureza, menos me agradam. Devo cumprir com elas o ofício do Bom Samaritano”, escreveu. “Uma palavra, um sorriso gentil, muitas vezes será suficiente para alegrar um coração ferido e aflito”, acrescentou.

A santa prometeu que do céu deixaria cair “uma chuva de rosas sobre a terra” e assim foi, porque hoje “ela continua a realizar atos de misericórdia por inúmeras almas”, disse Pronechen.

 

Fiéis se despedem do papa Francisco na basílica de São Pedro

Milhares de fiéis se despediram ontem (23) do papa Francisco e prestaram homenagem a ele na basílica de São Pedro, no Vaticano.

Longas filas de enlutados, muitos esperando mais de quatro horas sob o sol quente de Roma, contornavam a praça de São Pedro ontem, no primeiro dia de exibição do corpo. Autoridades da Santa Sé estenderam o horário de funcionamento da basílica para até 5h30 da manhã de hoje (24) para acomodar o grande número de pessoas.

Muitos dos presentes foram inicialmente a Roma para celebrar a Páscoa, participar do Jubileu 2025, ou testemunhar a canonização do beato Carlo Acutis, e acabaram fazendo parte de uma despedida histórica inesperada.

“As multidões são grandes… mas no geral foi lindo”, disse Arianne Gallagher-Welcher, peregrina de Washington, D.C., EUA.

“Você podia sentir como era especial para todos… uma chance muito boa de dizer adeus ao papa Francisco”, disse ela.

Gallagher-Welcher falou sobre o significado do Ano Jubilar da Esperança.

“Estivemos aqui no Jubileu em 2000. Agradecer e celebrar a vida do papa Francisco no Ano Jubilar da Esperança é um presente incrível”, disse ela.

Enquanto as pessoas se dirigiam lentamente para a basílica, algumas rezavam o rosário enquanto outras cantavam hinos. Lá dentro, as pessoas puderam passar um momento em oração diante do caixão aberto do papa em frente ao altar-mor e ao túmulo de São Pedro.

Vestido com vestes vermelhas, uma mitra de bispo na cabeça e um rosário nas mãos, Francisco foi vigiado em silêncio por quatro guardas suíços em vigília.

“À medida que nos aproximávamos do corpo de nosso Santo Padre, foi muito emocionante vê-lo”, disse o padre Fabian Marquez, da diocese de El Paso, Texas, EUA. “Mas sou muito grato por todas as grandes coisas que ele fez pela comunidade, unindo as pessoas”.

“E minha oração pessoal era que agora ele intercedesse para que o próximo Pedro viesse, para que o próximo Pedro possa nos levar aonde o Senhor deseja que vamos”, disse Márquez.

“Tudo mudou desde a notícia de que nosso Santo Padre morreu”, disse Márquez. “Decidimos continuar a vir … só para estar aqui com ele”.

“Pudemos rezar o rosário com as pessoas e foi muito emocionante estar aqui fora da basílica hoje… quando transferiram o corpo de Santa Marta para a basílica”, disse o padre.

Monsenhor Humberto González, da Pontifícia Comissão para a América Latina, falou sobre uma memória pessoal do papa Francisco em 2020, quando concelebrou uma missa em homenagem a Nossa Senhora de Guadalupe junto com o papa depois da perda de sua mãe.

O significado do momento se estendeu até mesmo a não-católicos. Jai Agarwal, estudante americano de 21 anos da Universidade John Cabot, em Roma, juntou-se à fila para prestar suas homenagens.

“Ele sempre defendeu a paz. Ele é uma das poucas pessoas que tinha empatia genuína”, disse Agarwal.

Raissa Fortes, peregrina do Brasil, havia viajado originalmente para a Itália para a canonização de Acutis, mas mudou seus planos ao saber da morte do papa.

“É uma mistura de sentimentos. Estou triste, mas, ao mesmo tempo, estou feliz por estar aqui neste momento especial”, disse ela.

“Quando recebi a triste notícia sobre o papa Francisco, meu marido e eu decidimos vir mais cedo para dizer um último adeus e fazer parte deste momento com o papa Francisco”, disse também a peregrina.

Fonte: ACI Digital

Morre o Papa Francisco

Anúncio do Camerlengo Farrell da Casa Santa Marta: “Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”

Morre o Papa Francisco. O anúncio foi dado, com pesar, poucos instantes atrás diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, por Sua Eminêcia, o cardeal Farrell, com as seguintes palavras:

“Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.

Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.

Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”

Ontem, domingo, o Pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo.

 

 

Fonte: Vatican News

Torna-se Venerável o brasileiro José Antônio Maria Ibiapina

Serão canonizados Inácio Choukrallah Maloyan, arcebispo de Mardin dos Armênios, martirizado, em 1915, durante o genocídio armênio, e o leigo Pedro To Rot, mártir que viveu na Papua Nova Guiné no século passado. Também será canonizada Maria do Monte Carmelo, fundadora das Irmãs Servas de Jesus. A religiosa será a primeira santa da Venezuela. Será beatificado o pe. Carmelo De Palma e o sacerdote brasileiro José Antônio Maria Ibiapina se torna Venerável.


A Igreja terá três novos santos, um novo beato e também um novo venerável. Os decretos foram autorizados pelo Papa Francisco nesta segunda-feira, 31 de março.

Serão canonizados Choukrallah Maloyan, bispo de Mardin dos Armênios, martirizado em 1915 durante o genocídio armênio; o leigo Pedro To Rot, da ilha de Rakunai – Rabaul, na atual Papua Nova Guiné, catequista, que viveu no século passado, também mártir, morto por ter continuado seu apostolado não obstante a proibição imposta pelos japoneses durante a II Guerra Mundial; e Maria do Monte Carmelo, religiosa fundadora das Servas de Jesus da Venezuela, que desempenhou com amor o seu serviço nas paróquias e escolas, dedicando-se em particular aos mais necessitados.

Será beatificado Carmelo De Palma, sacerdote diocesano que exerceu seu ministério na Puglia entre o final do século XIX e o século XX. Foram reconhecidas as virtudes heroicas do servo de Deus José Antônio Maria Ibiapina, sacerdote brasileiro que viveu no século XIX, que se torna venerável.

Arcebispo armênio, mártir durante o genocídio de seu povo

Choukrallah Maloyan nasceu em 1869, em Mardin, na atual Turquia. Desde a infância, demonstrou inclinação para a oração e em 1883 ingressou no convento de Bzommar, no Líbano, sede do Instituto do Clero Patriarcal Armênio. Foi ordenado sacerdote, em 1896, e foi chamado de Inácio. Enviado para Alexandria, no Egito, destacou-se por suas pregações, em árabe e turco, e dedicou-se ao ministério paroquial e ao estudo dos textos sagrados. Nomeado vigário patriarcal do Cairo, continuou o cuidado pastoral dos armênios, mas no ano seguinte retornou a Alexandria devido a problemas nos olhos. Mais tarde, foi chamado a Constantinopla pelo Patriarca Boghos Bedros XII Sabbagghian, que lhe confiou seu secretariado pessoal, mas em julho de 1904 retornou a Alexandria para buscar tratamento e continuar seu apostolado lá. Seis anos depois, ele tornou-se vigário patriarcal de Mardin. Em 1911, participou do Sínodo dos Bispos Armênios em Roma, convocado para estudar a situação criada na Turquia depois que o movimento dos Jovens Turcos chegou ao poder. Foi eleito arcebispo de Mardin. Em seguida, empreendeu uma visita à sua diocese, dedicando-se particularmente à formação do clero. Após o atentado de Sarajevo em 28 de junho de 1914, quando a Turquia se preparava para entrar na guerra, alistamentos forçados e perseguições contra cristãos, especialmente armênios, Maloyan colaborou com as autoridades, mas as igrejas continuaram recebendo ameaças e ataques, tanto que todas foram revistadas. Em 3 de junho, festa de Corpus Christi, Maloyan foi preso junto com 13 sacerdotes e outros 600 cristãos. Recusando-se a renunciar à sua fé, todos foram executados em 11 de junho de 1915. Choukrallah Maloyan foi beatificado por João Paulo II em 7 de outubro de 2001, ano do centenário da cristianização da Armênia, e a fama de seu martírio se espalhou rapidamente pelo mundo. Suas palavras e ensinamentos, especialmente sua caridade e perdão aos perseguidores, são considerados por toda a Igreja, em seus diversos ritos, um exemplo válido e precioso para viver a fidelidade ao Evangelho, mesmo nos momentos mais difíceis. Por isso, reconhecendo a atualidade de seu testemunho, Raphaël Bedros XXI Minassian, patriarca da Cilícia dos Armênios, pediu sua canonização com a dispensa do milagre.

O primeiro santo da Papua Nova Guiné

Pedro To Rot nasceu em 5 de março de 1912 na ilha de Rakunai-Rabaul, na atual Papua Nova Guiné. Criado numa família numerosa, recebeu educação cristã e se tornou catequista. Dedicou-se ao serviço pastoral com humildade e solicitude, movido também por grande caridade para com o próximo: dedicou-se sobretudo aos pobres, aos doentes e aos órfãos. Aos 23 anos, casou-se com Paula La Varpit, com quem teve três filhos. Quando os japoneses ocuparam Papua Nova Guiné durante a II Guerra Mundial, todos os missionários foram presos, mas inicialmente a atividade pastoral não foi impedida. Pedro, portanto, limitou-se ao que é permitido para não abandonar a comunidade cristã, continuou a catequese e preparou os casais para o matrimônio, depois foi obrigado a restringir suas atividades que, por fim, foram todas proibidas. Pedro continuou seu apostolado em segredo, com extrema cautela, para não colocar em risco a vida dos fiéis, mas com plena consciência de estar colocando em risco a sua própria vida. Defensor corajoso do vínculo sacramental do matrimônio cristão, ele se opôs à poligamia que os japoneses tinham permitido para ganhar as tribos locais e chegou ao ponto de contestar seu irmão mais velho, que a havia escolhido. Foi por este motivo que este último o denunciou à polícia, que o prendeu em 1945. Condenado a dois meses de prisão, morreu no cárcere em julho, vítima de envenenamento. Beatificado por João Paulo II em 17 de janeiro de 1995 em Port Moresby, ele também foi dispensado de um milagre no caminho para a canonização.

A primeira santa da Venezuela

Nascida Carmen Elena Rendíles Martínez, Maria do Monte Carmelo é natural de Caracas, Venezuela. Ela nasceu em 11 de agosto de 1903 e desde pequena ajudou sua mãe a administrar a família, após a morte de seu pai, e se dedicou ao apostolado na paróquia. Sentiu vocação religiosa e se aproximou de vários institutos até escolher, em 1927, a Congregação das Servas de Jesus do Santíssimo Sacramento. Em 8 de setembro de 1932, ela fez seus votos perpétuos e foi nomeada mestra de noviças. Em 1946, tornou-se superiora provincial da Congregação, que mais tarde se tornou um instituto secular, mas muitas religiosas latino-americanas decidiram criar uma nova família religiosa: a Congregação das Servas de Jesus. Após um acidente de carro em 1974, Carmen passou os últimos anos de sua vida numa cadeira de rodas e morreu em 9 de maio de 1977. Beatificada em 16 de junho de 2018, para a canonização, a cura milagrosa, atribuída à sua intercessão, de uma jovem que em 2015 foi diagnosticada com hidrocefalia triventricular idiopática, que exigiu a colocação de uma válvula de bypass, foi apresentada para exame ao Dicastério das Causas dos Santos. Após passar por diversas cirurgias e internações, o estado de saúde da jovem piorou. Mas um dia uma tia, participando de uma celebração eucarística em frente ao túmulo de Madre Carmen, rezou por sua cura. Outros fiéis também pediram a intercessão da religiosa e a própria jovem doente participou de uma missa no local do sepultamento, na capela do Colégio Belén, em Caracas. Após tocar num quadro da religiosa, a doente melhorou rapidamente, tanto que no dia 18 de setembro começou a andar e a se comunicar, expressando o desejo de ir agradecer à Madre Carmen. A recuperação da jovem foi completa, estável e duradoura e o evento foi considerado cientificamente inexplicável.

Um sacerdote da Puglia será beatificado

Próximo à beatificação, Carmelo De Palma nasceu em 27 de janeiro de 1876, em Bari, na Itália. Depois de entrar no seminário, foi ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1898 em Nápoles. De volta à sua cidade natal, ocupou vários cargos na Basílica de São Nicolau e também se tornou assistente diocesano da juventude feminina da Ação Católica, assistente diocesano das Mulheres da Ação Católica, diretor espiritual das Irmãs Beneditinas de Santa Escolástica de Bari e dos Oblatos e Oblatas de São Bento, além de ser o animador da União Apostólica do Clero de Bari. Sua espiritualidade de inspiração beneditina o levou a visitar frequentemente o mosteiro de Montecassino, onde conheceu o cardeal Alfredo Ildefonso Schuster, beneditino e arcebispo de Milão, com quem manteve correspondência epistolar. Quando a Basílica de São Nicolau foi confiada aos Padres Dominicanos em 1951, pe. Carmelo dedicou-se incansavelmente à direção espiritual de sacerdotes, religiosas e seminaristas e ao Sacramento da Reconciliação, tanto que foi definido como um “herói do confessionário”. Afligido por diversas enfermidades, continuou a exercer seu ministério sacerdotal com fidelidade e humildade até sua morte em 24 de agosto de 1961. Para sua beatificação, a postulação apresentou ao Dicastério das Causas dos Santos para exame a cura milagrosa, atribuída à sua intercessão, de uma monja beneditina do mosteiro de Santa Escolástica de Bari, acometida em 8 de dezembro de 2001 por uma febre inicialmente considerada causada por uma gripe. Manifestou-se então um enfraquecimento progressivo dos membros superiores e inferiores, foram detectados problemas neurológicos a nível cervical e uma estenose do forame magno com consequente compressão das estruturas bulbo-medulares que tiveram então consequências graves incapacitantes. Em fevereiro de 2003, os restos mortais de Carmelo De Palma foram transferidos para o mosteiro de Santa Escolástica e a abadessa convidou as religiosas a pedirem a intercessão do venerável Servo de Deus pela cura da religiosa. Em 1º de junho de 2003, a religiosa teve uma melhora repentina e na manhã seguinte conseguiu se levantar e andar. Embora testes repetidos tenham confirmado a persistência da pressão na medula, nenhum efeito patológico foi encontrado e a monja recuperou a funcionalidade total de seus membros.

Um novo venerável para o Brasil

Brasileiro, natural de Sobral, no Estado do Ceará, José Antônio Maria Ibiapina, hoje venerável, nasceu em 5 de agosto de 1806. Ingressou no seminário de Olinda (Pernambuco) em 1823, onde permaneceu apenas três meses devido à morte prematura de sua mãe. Quando eclodiu a revolta antilusitana em 1824, durante a qual seu pai e seu irmão foram presos como rebeldes, o primeiro executado e o segundo condenado ao exílio, José foi obrigado a dedicar-se aos estudos jurídicos para poder exercer uma profissão e sustentar suas irmãs que continuavam na pobreza. Após se formar em Direito, tornou-se professor e depois magistrado e delegado de Polícia da Prefeitura de Quixeramobim-Ceará. Em 2 de maio de 1834, foi eleito para o Parlamento Nacional e lhe foi confiada a presidência da Comissão de Justiça Criminal. Em 1835, ele apresentou um projeto de lei para impedir o desembarque de escravos vindos da África em território brasileiro. Mas como suas tentativas de melhorar o sistema judiciário não tiveram sucesso, ele renunciou ao cargo de juiz e, uma vez encerrado seu mandato, não renovou sua candidatura ao Parlamento e mudou-se para Recife a fim de exercer a advocacia ao lado dos mais pobres. Em 1850, ele abandonou sua carreira jurídica, retirou-se para a solidão e voltou a cultivar sua vocação inicial e, em 1853, foi ordenado sacerdote. Foi-lhe confiada várias tarefas na diocese da Paraíba e durante a epidemia de cólera entregou-se sem reservas, tanto que o povo o chamava de “peregrino da caridade”. Fundou várias casas de acolhimento e assistência à saúde, educação cultural e moral, formação religiosa e profissionalizante nas regiões da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Ele também organizou missões populares e fez construir igrejas, capelas, hospitais e orfanatos. No final de 1875, ele foi acometido por uma paralisia progressiva dos membros inferiores e foi obrigado a se locomover numa cadeira de rodas. Tendo piorado irreversivelmente, faleceu em 19 de fevereiro de 1883. Foi reconhecido como venerável por sua existência exemplar, por ter vivido uma fé intensa, alimentada pela oração constante e pela Eucaristia e evidenciada por sua constante confiança em Deus e em sua Providência em cada escolha de vida. A fama de santidade que o acompanhou durante sua vida continuou após sua morte, acompanhada de testemunhos de graças.

Fonte: Vatican News

Quaresma: hora de fazer upgrade na alma

Quaresma é bem antiga. Na Igreja primitiva era o tempo de 40 dias de preparação dos catecúmenos para os sacramentos de iniciação que eram recebidos na Vigília Pascal. Esse tempo era encarado como um grande momento de conversão que mudaria a vida toda.

Na Bíblia, vamos encontrar similaridades nos 40 dias de dilúvio que antecederam um mundo totalmente novo, nos 40 dias de Moisés no Sinai que antecederam a nova Lei de Deus, nos 40 dias de Cristo no deserto que antecederam a sua vida pública.

Em todos esses casos temos 40 dias como tempo de preparação para uma grande mudança. Daí entendemos que a Quaresma não pode ser só o momento do ano em que postamos foto com cinzas na testa, compartilhamos calendários de orações que não fazemos e corremos atrás de comprar ovos de chocolate.

Quaresma precisa ser um tempo de mudança. Não podemos sair dela do mesmo jeito que entramos. Precisamos aproveitar estes 40 dias para crescer espiritualmente. Por isso, este tempo tem dois deveres:

  • ordenar as vontades da carne ao espírito;
  • direcionar minha espiritualidade corretamente.

A primeira coisa a fazer é saber ONDE SE QUER CHEGAR. Qual é a sua meta? Analise a sua vida espiritual e veja como você está e onde quer chegar. Seja realista. Não vai sair da perdição à santidade em 40 dias. Mas pode dar passos firmes em direção à Salvação.

Depois, é hora de fazer a carne ficar quieta… e aí entra a forma de penitência que chamamos de MORTIFICAÇÃO. Escolhemos uma penitência que seja contra as nossas vontades da carne, que nos cause algum incômodo.

Pode ser cortar um hábito de que se goste muito, deixar de comer sua comida preferida, usar sapatos mais apertados do que devia pra sentir aquela dor de leve… você que sabe. Mas escolha algo que te incomode.

Esse incômodo tem dois motivos: o primeiro, oferecer reais sacrifícios a Deus, participando de forma mínima da sua Paixão e Morte, que são o caminho para a glória da Ressurreição. Não podemos olhar só para a Páscoa e pular a parte difícil. É preciso participar de tudo.

O segundo motivo é mais didático: o incômodo vai lhe ajudar a lembrar-se de Cristo durante o dia. Você vai se lembrar dEle sempre que tiver que se controlar pra não comer, para não ver seu programa favorito ou quando sentir aquela dorzinha chata. E essas são ocasiões para introduzir um segundo esforço de Quaresma (que nem chamo de penitência): uma nova rotina de oração.

Aproveite esses momentos de lembrança de Cristo para rezar. Assim, você sairá da quaresma rezando de uma maneira nova. Criando um hábito novo de oração. E, aliás, porque não abrir mais espaço no seu dia para uma nova devoção, para a oração do terço, para a Liturgia da Horas, para ir diariamente à Missa? É uma outra forma de renunciar ao mundo e crescer espiritualmente.

Essas duas práticas – mortificação e oração – vão lhe ajudar a chegar na sua meta. A primeira coloca seus desejos carnais em ordem, a segunda direciona o seu espírito e o coloca no rumo certo.

Mesmo que a Quaresma já tenha começado, não perca a chance! Você passa o ano inteiro preocupado em melhorar seu currículo. Agora é hora de fazer um upgrade na sua alma.

Fonte: O Catequista

Caridade: amar com o amor de Cristo!

“É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação”. (2Cor 6,1-2) 

O período quaresmal é o tempo favorável para nos indagarmos: como cumpro os mandamentos de Deus? Para onde a minha vivência pessoal e comunitária está me levando? Rever os próprios passos, examinar atitudes pessoais e comunitárias é essencial para chegarmos à Páscoa  renovados na fé e nas atitudes. Na Quaresma nos é dada a oportunidade de vivermos um verdadeiro retiro espiritual, onde, sob a unção do Espírito Santo, possamos nascer de novo para uma vida mais santa. Entre o saber o que devemos fazer e a pratica dessas atitudes há que se dar um passo corajoso para mudança de hábitos. Jesus nos ensina a prática da caridade e faz dela, a caridade, um novo mandamento de amor! Ele, o Filho de Deus, nos manifesta, caridosamente, o Amor do Pai que Ele recebeu! E, nos diz: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12). A caridade é fruto do Espírito Santo e da plenitude da lei. “A caridade é paciente, prestativa e não é invejosa, não se ostenta nem se incha de orgulho. A caridade não procura seus próprios interesses e não guarda rancor. A caridade tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,4-7).

A prática da Caridade implica em fazer ao outro o que gostaríamos que fizessem conosco. Não é apenas dar algo ao outro, mas é dar-se ao outro! É olhar para o próximo, entender quais são suas necessidades:  materiais ou espirituais? É muito fácil dar algo: um dinheiro, uma comida ou roupas, porém, o mais difícil é dar nosso tempo, nossa palavra e um pouco de aconchego. Caridade é olhar nos olhos do mais necessitado e, com amor, dar-lhe um pouco de nossa essência. Ao olharmos para Jesus na Cruz, vemos que Ele se deu por inteiro a todos, Ele não selecionou alguns para serem beneficiados pela sua morte! Porque então, nós deveríamos escolher a quem ajudar? Quaresma é tempo de renovação, de autoavaliação e discernimento. O que eu aprendi de jesus, eu coloco em prática? Ou simplesmente doo o que me sobra para aliviar minha consciência? Aprender e exercitar a prática da caridade neste tempo quaresmal, nos fará chegarmos à Pascoa definitiva, à vida eterna, com as mãos carregadas daquilo que ofertamos aqui, aos nossos irmãos. A oração, o jejum, a penitência e a caridade são meios de crescimento espiritual e conversão. Olhemos para a Quaresma como uma excelente oportunidade de purificação interior, para que façamos escolhas que favoreçam a obra que Deus quer realizar em nós e através de nós. “Para onde irei, longe do vosso Espírito? Para onde fugir, apartado de vosso olhar? ”  (Sal 138, 7). Caminhamos para onde dirigimos nossos passos. Que a Virgem Maria, Mãe de Lourdes e  Senhora da Quaresma interceda por nossa conversão. 

Fonte: CNBB