Vestir-se bem ou não: isso realmente importa?

Nosso corpo está ligado à nossa alma. Isso significa que a maneira como vestimos nossos corpos é importante porque nossas almas também são importantes

 

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Um dos muitos momentos de risada em O Código dos Woosters é quando Bertie Wooster opina ao seu mordomo: “Há momentos, Jeeves, em que alguém se pergunta: ‘As calças importam?’”

Sempre adorei assistir à essa séries de televisão. Em primeiro lugar porque ela é hilária, e também porque gosto de ver como estão todos vestidos. Por exemplo: ternos, gravatas-borboleta e chapéus criam um ar de gentileza e cultura em torno de Wooster enquanto ele avança pela vida. É ótimo ver que vestir-se bem não significa arrogância, mas sim parte de uma herança cultural.

É claro que, hoje em dia, um olhar para as pessoas no supermercado deixa bem claro que a nossa atual tendência social não é vestir-se bem. Jeeves ficaria extremamente desapontado conosco. Já se foi o tempo em que os homens usavam ternos e chapéus para uma tarde casual pela cidade. Já se foram os dias dos vestidos bem feitos e dos chapéus elegantes para mulheres. Hoje em dia vejo muitos moletons desalinhados, shorts folgados e até gente de pijama em locais públicos. O autor Tom Wolfe, que era conhecido por se vestir bem, lamentou esse tipo de pessoa que “aperta o casual até gritar por misericórdia”.

O direito de ser casual

Wolfe realmente coloca o dedo na questão quando usa a palavra “casual”. Há uma obsessão na modernidade com o nosso direito individual de ser casual. O argumento é que, se estou confortável, isso é tudo que importa. Outras pessoas não devem me dizer o que vestir. A formalidade de vestir-se bem é artificial e desnecessária, então vamos todos nos vestir como quisermos.

Antes de nos rendermos a tal opinião, penso que há algumas considerações a ter em mente.

A conexão entre corpo e alma

A primeira é a ligação da alma com o corpo. É um erro desconectar os dois, presumindo que a pessoa real é apenas a alma invisível enterrada em algum lugar em toda aquela carne desnecessária. Seria igualmente um erro presumir que um ser humano não tem alma e que somos apenas criaturas físicas. A verdade é que nossos corpos e almas estão inextricavelmente ligados. Isso significa que a maneira como vestimos nossos corpos é importante, pois nossas almas são importantes. O exterior reflete o interior.

Somos ícones de Cristo por dentro e por fora. São Gregório Narek faz esta conexão quando pede a Deus: “Limpe o templo do meu corpo / O vaso da minha alma”. Quando nos vestimos bem, fazemos isso porque adornamos a beleza harmoniosa e proporcional da figura humana de uma forma que traz dignidade à nossa humanidade, e também adornamos o templo corporal que abriga a alma.

Em Introdução ao Espírito da Liturgia, o Papa Bento XVI diz algo fascinante sobre o vestuário quando observa que São Paulo “não quer descartar o seu corpo, não quer ser incorpóreo…Ele não quer a fuga, mas a transformação. Ele espera pela ressurreição. Assim, a teologia do vestuário torna-se uma teologia do corpo. O corpo é mais do que uma vestimenta externa do homem – é parte do seu próprio ser, da sua constituição essencial.”

Esta é uma afirmação forte, para conectar a nossa crença na ressurreição corporal à maneira como vestimos esses mesmos corpos. Acho que é uma afirmação que vale a pena ponderar.

Para quem estou me vestindo?

A segunda consideração a ter em mente é perguntar-nos para quem estamos nos vestindo bem. É só para mim? GK Chesterton tem uma visão perspicaz. Em Ortodoxia, ele escreve: “As vestes de Becket são muito ricas e suas refeições muito pobres. Mas então o homem moderno foi realmente excepcional na história; nenhum homem jamais teve jantares tão elaborados com roupas tão feias”.

Após sua morte, um segredo foi descoberto sobre Thomas Becket enquanto seu corpo estava sendo preparado para o enterro: por baixo de todas as suas roupas elegantes, ele usava um cilício.

O cilício de Becket era uma forma de penitência, invisível para todos os demais, que coçava e lhe causava irritação constante. Chesterton diz: “Becket se beneficiou do cilício, enquanto as pessoas na rua se beneficiaram do carmesim e do dourado”.

Em outras palavras, as roupas bonitas eram por respeito a Deus e às outras pessoas. Becket se vestia bem, não para si, mas para os outros. As roupas eram um reflexo da glória de Deus. Acho que esse ainda é um bom princípio para nós hoje.

Vestimo-nos bem para mostrar respeito pelos que nos rodeiam e pelo nosso Criador. A roupa não tem a ver com o nosso conforto individual.

O resgate do vestir-se bem

Eu diria que, mesmo que haja controvérsias públicas em curso sobre como se vestir em certas instituições, a conveniência dos códigos de vestimenta e o sempre presente debate sobre a modéstia, noto um resgate voluntário entre os frequentadores das missas da minha paróquia ao vestir-se tão bem quanto possível.

Ao fazerem isso, eles não estão se exibindo ou demonstrando uma formalidade rígida – eles estão tentando mostrar a Deus o quanto o amam. Eles estão sinalizando através de suas roupas que este é um evento importante.

Há uma grande variedade de roupas que se enquadram na categoria das melhores roupas de domingo. Pode variar de um belo par de jeans com suas melhores botas de cowboy até um terno de algodão com gravata borboleta. Certos minimalistas ou religiosos que praticam o ascetismo podem possuir pouquíssimas roupas, e tudo bem! Mas lembre-se de que até São Francisco de Assis usava belas vestimentas quando era diácono na missa.

A questão não é quem tem o terno mais caro ou o vestido mais chamativo e, certamente, não é julgar uns aos outros com base na aparência exterior. A questão é que todos nós, à nossa maneira, somos chamados a dar o nosso melhor.

Adornamos o corpo para revelar a sua beleza, para reconhecer que somos, de fato, feitos à imagem de Cristo. Somos suas melhores criações.

 

Fonte: Aleteia

EM COLETIVA DE IMPRENSA FOI EXPRESSO UM APELO DO SÍNODO: “TRAFICANTES DE ARMAS REDESCUBRAM O SENTIDO DE HUMANIDADE”

A autoridade – que na Igreja é “serviço” que se “exerce descalço” – e a questão dos abusos foram alguns dos temas abordados nas intervenções da Décima Terceira (341 presentes) e da Décima Quarta (343 presentes) Congregação Geral, realizadas na tarde desta quinta (19) e na manhã desta sexta (20), sempre com a modalidade das intervenções dos Círculos Menores seguidas das intervenções livres.  O anúncio foi feito por Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação e presidente da Comissão de Informação, na coletiva de imprensa que contou com a apresentação da vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, Cristiane Murray.

Referindo-se aos discursos da tarde desta quinta (19) e da manhã desta sexta (20) sobre a seção B3 do Instrumentum laboris – cujo título é “Participação, responsabilidade e autoridade” – Ruffini explicou que o compromisso de “evitar o autoritarismo” foi reafirmado e que “autoridade não é dominação, mas serviço”. Referindo-se em particular a uma das expressões mais significativas usadas na Sala, o prefeito disse precisamente que a autoridade é “exercida com os pés descalços”. Aquele que “tem autoridade”, foi dito na Sala, “não deve controlar tudo, mas ter a capacidade de delegar”; e o bispo, foi dito, “tem a última palavra, mas não a única”.

Entre os tópicos discutidos estavam “o papel dos pastores no serviço aos pobres”, justamente no estilo da oração presidida na noite desta quinta (19) pelo Papa na Praça de São Pedro em favor dos migrantes e refugiados. Deve-se prestar atenção – foi observado nas intervenções – “ao grito daqueles que sofrem nas ruas”. Além disso, “os bispos devem pedir a conversão do coração para que os sentimentos de humanidade sejam reavivados naqueles que, com o tráfico de armas, contribuem para a ‘terceira guerra mundial’ que causa sofrimento a milhões de pessoas”.

A corresponsabilidade na Igreja

“Corresponsabilidade” é uma das palavras que mais se repete nos discursos, e é entendida “como o envolvimento e a coordenação dos carismas”, relatou Ruffini. Nesse sentido, a importância de valorizar as figuras, as competências e, em particular, o compromisso dos leigos foi enfatizada nos trabalhos.

Em seguida, o prefeito quis esclarecer a questão do número de participantes no Sínodo: são 365 com o Papa. Lembrando as diferentes formas de participação, Ruffini destacou que, no total, outras dezenas de pessoas estão envolvidas – o que eleva o número para 464 – mas é uma presença que obviamente não é contada nas comunicações oficiais. Ele também informou que a Secretaria Geral dá precedência ao uso da palavra àqueles que não falaram até o momento.

Sheila Pires, secretária da Comissão de Informação, continuou a coletiva anunciando que havia na Sala quem alertasse sobre o clericalismo, mesmo entre os leigos, porque “tem levado a abusos de poder, de consciência, econômicos e sexuais”. E os abusos, insistiu Pires, fizeram com que a Igreja “perdesse credibilidade”, tanto de se fazer necessário um “mecanismo de controle”. A sinodalidade, informou Pires, “pode ajudar a evitar abusos porque é um processo que tem a ver com a escuta e o diálogo”.

As reformas necessárias na Igreja

No que diz respeito às reformas, falou-se sobre as mudanças necessárias para alcançar maior transparência nas estruturas financeiras e econômicas; da revisão do direito canônico e também de alguns “títulos” que se tornaram anacrônicos. Voltando à sinodalidade, foi observada a urgência de reforçar as estruturas já existentes, como os conselhos pastorais, tomando cuidado para não ceder aos desvios parlamentaristas. Por fim, Pires relatou sobre a questão de estar presente ao lado dos jovens no ambiente digital, um verdadeiro lugar de missão para aproximar os que estão nas periferias. Na realidade, concluiu, trata-se de encontrar esses jovens onde eles já estão, ou seja, nas diversas redes sociais.

Confira a íntegra abaixo:

Fonte: CNBB

Papa: não se acostumem com as guerras, são gravíssimos horrores contra Deus e o homem

O post na rede social “X” do Papa Francisco, no dia seguinte ao seu apelo no Angelus contra os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio: “a guerra é sempre uma derrota, é uma destruição da fraternidade humana”. Amanhã, 24 de outubro, a publicação do livro “Non sei solo” (“Você não está sozinho”), a edição italiana do livro-entrevista com os jornalistas Ambrogetti e Rubín que já foi publicado na Argentina em fevereiro, no qual o Pontífice denuncia a guerra como “fruto de uma série de loucuras”.


Horrores, “gravíssimos horrores”, contra Deus e contra o homem. Assim são as guerras para o Papa, que volta a condenar os conflitos que estão ocorrendo no mundo e que ontem, depois do Angelus na Praça São Pedro, reiterou como já havia definido: “são uma derrota”. Hoje o Papa faz isso no X, por meio de sua conta @Pontifex em nove idiomas, onde lê-se:

“Não devemos habituar-nos à guerra, a nenhuma guerra. Não devemos permitir que nosso coração e nossa mente fiquem anestesiados face à repetição destes gravíssimos horrores contra Deus e o homem.”

Um novo apelo

Um novo enésimo apelo, portanto, este do Papa que se junta às denúncias expressas desde o início do pontificado e reiteradas com maior vigor nos meses da agressão russa na Ucrânia e, agora, com as tensões no Oriente Médio, junto ao agravamento de ataques e violência. Um incômodo que o Pontífice também compartilhou no telefonema que fez ontem ao presidente dos EUA, Joe Biden, recentemente em visita a Israel, no qual foi reiterada a “necessidade de individuar caminhos de paz”.

Guerra, “fruto de loucuras”

E, à luz da turbulência que o mundo está testemunhando, as palavras do Papa contra a guerra no também no livro “Non sei solo” (“Você não está sozinho”). Desafios, respostas, esperanças, o livro-entrevista é assinado pelos jornalistas Francesca Ambrogetti, ex-diretora da Ansa na Argentina, e Sergio Rubin, do jornal El Clarin. O livro já havia sido publicado em fevereiro na Argentina com o título El Pastor (O Pastor); amanhã a edição italiana estará nas livrarias com a editora Salani.

“No início do meu pontificado, afirmei que estávamos vivendo uma Terceira Guerra Mundial em pequenos pedaços, depois afirmei que esses pedaços tinham aumentado gradualmente e agora acho que é tudo um grande pedaço”, disse o Papa em um trecho da entrevista, divulgada pela Agência Ansa. “Eu ainda acredito que é uma enorme tragédia ter perdido a memória da Segunda Guerra Mundial. Certa vez, observando os governantes dos países que participaram do conflito durante uma comemoração dos desembarques na Normandia, achei que eles deveriam chorar. Só ali morreram quase 30.000 pessoas. A guerra é o resultado de uma série de loucuras”.

Fonte: Vatican News

As estatísticas da Igreja Católica em 2023

Por ocasião do 97º Dia Mundial das Missões, que será celebrado no domingo, 22 de outubro, a Agência Fides apresenta algumas estatísticas para oferecer uma visão geral da Igreja no mundo.

O rito do batismo de algumas crianças na Capela Sistina (Vatican Media)

As informações foram extraídas do último “Anuário Estatístico da Igreja” publicado (e atualizado até o dia 31 de dezembro de 2021) e dizem respeito aos membros da Igreja, às estruturas pastorais, às atividades no campo da saúde, do bem-estar e da educação.

A porcentagem mundial de católicos

Em 31 de dezembro de 2021, a população mundial era de 7.785.769.000, um aumento de 118.633.000 em relação ao ano anterior. O aumento global também afetou todos os continentes, exceto a Europa. Na mesma data o número de católicos era de 1.375.852.000, um aumento global de 16.240.000 em relação ao ano anterior. O aumento afeta todos os continentes, exceto a Europa (-244.000). Como no passado, é mais acentuado na África (+8.312.000) e na América (+6.629.000), seguido pela Ásia (+1.488.000) e Oceania (+55.000). A porcentagem mundial de católicos diminuiu ligeiramente (-0,06) em relação ao ano anterior, e é de 17,67%. Com relação aos continentes, as variações são mínimas.

Os dados sobre os bispos, sacerdotes, diáconos permanentes e seminaristas

O número total de bispos em todo o mundo diminuiu em 23, chegando a 5.340. O número de bispos diocesanos (-1) e de bispos religiosos (-22) diminuiu. Atualmente, há 4.155 bispos diocesanos e 1.185 bispos religiosos.

Já o número de sacerdotes diminuiu para 407.872 (-2.347). Mais uma vez, a Europa (-3.632) e a América (-963) registraram uma redução consistente. Aumentos foram registrados na África (+1.518), Ásia (+719) e Oceania (+11). Os padres diocesanos em todo o mundo diminuíram em 911, totalizando 279.610. Os sacerdotes religiosos diminuíram em um total de 1.436, registrando 128.262.

Os diáconos permanentes em todo o mundo continuam a crescer, 541 foram ordenados, atingindo o total de 49.176. Os aumentos ocorreram em todos os continentes: África (+59), América (+147), Ásia (+58), Europa (+268) e Oceania (+9).

O número de seminaristas maiores, diocesanos e religiosos, diminuiu em 1.960 este ano, para 109.895. Houve aumentos apenas na África (+187) e diminuições na América (-744), Ásia (-514), Europa (-888) e Oceania (-1). O total de seminaristas menores, diocesanos e religiosos, aumentou em 316, chegando a 95.714. As reduções foram registradas na América (-372), Ásia (-1.216), Europa (-144) e Oceania (-5), enquanto o único aumento consistente foi na África (+2.053).

Os percentuais de religiosos e religiosas no mundo

A contagem de religiosos que não são sacerdotes diminuiu em 795, chegando a 49.774. As reduções foram registradas na América (-311), Europa (-599) e Oceania (-115). Houve aumento na África (+205) e na Ásia (+25).

A tendência de longa data, de uma diminuição global no número de religiosas foi confirmada, dessa vez atingindo um número de 10.588 em comparação com a pesquisa anual anterior. O número total de religiosas é de 608.958. Os aumentos são novamente registrados na África (+2.275) e na Ásia (+366), e as diminuições na Europa (-7.804), América (-5.185) e Oceania (-240).

A atuação da Igreja nas áreas da educação e assistência social

No campo da educação e da formação, a Igreja administra 74.368 jardins de infância em todo o mundo, frequentados por 7.565.095 alunos; 100.939 escolas primárias para 34.699.835 alunos; 49.868 escolas secundárias para 19.485.023 alunos. Além disso, acompanha 2.483.406 alunos de ensino médio e 3.925.325 estudantes universitários.

As instituições de saúde, caridade e assistência administradas pela Igreja Católica no mundo incluem: 5.405 hospitais, 14.205 ambulatórios, 567 hospitais de hanseníase, 15.276 lares para idosos, doentes crônicos e deficientes, 9.703 orfanatos, 10.567 creches, 10.604 centros de aconselhamento matrimonial, 3.287 centros de educação ou reeducação social e totalizam 35.529 outros tipos de institutos sociais.

 

Fonte: Vatican News

XVI ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DOS BISPOS COMEÇA A REFLETIR SOBRE A “PARTICIPAÇÃO, RESPONSABILIDADE A AUTORIDADE”

A XVI Assembleia Geral Ordinária dos Bispos que trata sobre o tema da “Sinodalidade” iniciou nesta quarta-feira, 18 de outubro, o Módulo B3, previsto no Instrumento de Trabalho, no qual refletirá sobre “Participação, responsabilidade e autoridade” na Igreja. Logo depois o relator geral do Sínodo, o cardeal Jean-Claude Hollerich, descreveu o trabalho do módulo anterior como belo, emocionante e exigente.

O arcebispo de Luxemburgo alertou para duas tarefas a serem realizadas após o término da atual sessão da Assembleia: devolver às Igrejas locais os frutos do trabalho, reunidos no Relatório Síntese, e reunir os elementos para concluir o discernimento no próximo ano, carregado de uma consciência mais clara do Povo de Deus sobre o que significa ser uma Igreja sinodal e os passos a serem dados para sê-lo.

Processos  para uma Igreja sinodal missionária

A pergunta inicial do quarto módulo leva a uma reflexão sobre os processos, as estruturas e as instituições necessárias para avançar rumo à uma Igreja sinodal missionária. Esse módulo tratará de questões de mudanças na vida do discipulado missionário e da corresponsabilidade. Tudo isso em uma Igreja que, nas palavras de Hollerich, “não é muito sinodal” e onde muitos “sentem que sua opinião não conta e que alguns ou apenas uma pessoa decide tudo”.

O relator geral do sínodo analisou as cinco planilhas do Módulo que serão trabalhadas pelos Círculos Menores: a renovação do serviço da autoridade, afirmando que “onde reina o clericalismo há uma Igreja que não se move, uma Igreja sem missão”, algo que também pode afetar os leigos; a prática do discernimento em comum, perguntando como introduzi-lo nos processos de tomada de decisão da Igreja, em diferentes níveis, buscando um consenso que supere a polarização; a criação de estruturas e instituições que favoreçam a participação e o crescimento; a promoção de estruturas continentais, Assembleias Eclesiais, redes entre Igrejas locais, garantindo a unidade com Roma; a relação dinâmica entre sinodalidade, colegialidade episcopal e primazia petrina.

Questões delicadas

Hollerich reconheceu que “essas são questões delicadas, que exigem um discernimento cuidadoso”, às quais serão dedicados os trabalhos deste Módulo e no ano que antecede a segunda sessão da Assembleia Sinodal. Questões delicadas “porque tocam a vida concreta da Igreja e o dinamismo do crescimento da tradição”, afirmando que “um discernimento errado poderia cortá-la ou congelá-la. Em ambos os casos, ele a mataria”.

De acordo com o relator geral do Sínodo,  é através da participação que podemos trazer a visão inspiradora para a terra e dar continuidade no tempo ao impulso da missão. Ele alertou que “a concretude também implica o risco de dispersão em detalhes, anedotas, casos particulares”. A partir daí, ele pediu para “fazer um esforço especial para manter o foco no objetivo que se está buscando”, algo que está incluído nas perguntas para discernimento de cada parte.

Convergências e divergências

Sobre o trabalho dos grupos de discernimento comunitário, o cardeal pediu “para expressar convergências, divergências, questões a serem exploradas e propostas concretas para avançar”, solicitando aos facilitadores, a quem agradeceu pelo trabalho, que “não tenham medo de nos pressionar, mesmo que de forma um pouco decisiva, quando precisarmos deles para nos ajudar a não perder o foco”.

Por fim, o cardeal desejou “um trabalho frutífero neste Módulo, que beneficiará toda a Igreja”. Ele enfatizou que “o discipulado missionário ou a corresponsabilidade não são apenas frases feitas, mas um chamado que só podemos realizar juntos, com o apoio de processos, estruturas e instituições concretas que realmente funcionem no espírito da sinodalidade”.

Fonte: CNBB

O Papa: sofrimento dos migrantes grita aos olhos de Deus

Em sua reflexão para o momento de oração pelos migrantes e refugiados, Francisco citou a Parábola do Bom Samaritano. Segundo ele, esta parábola “é a chave para passar de um mundo fechado a um mundo aberto, de um mundo em guerra a um mundo em paz”. No gesto do Bom Samaritano encontramos “o sentido dos quatro verbos que resumem a nossa ação com os migrantes: acolher, proteger, promover e integrar”.


O Papa Francisco conduziu o momento de oração pelos migrantes e refugiados, na tarde desta quinta-feira (19/10), junto ao monumento aos migrantes “Angel Unawares”, criado pelo artista canadense Timothy P. Schmalz, situado na Praça São Pedro.

Em sua reflexão, o Pontífice citou a Parábola do Bom Samaritano que está no centro da Encíclica Fratelli tutti. Segundo o Papa, ela “é a chave, para passar de um mundo fechado a um mundo aberto, de um mundo em guerra a um mundo em paz”. Francisco convidou os participantes do momento de oração a ouvirem a Parábola do Bom Samaritano pensando nos migrantes, “representados nesta grande escultura, com homens e mulheres das mais variadas idades e proveniência”.

O Papa durante a oração pelos migrantes e refugiados

A compaixão é o distintivo de Deus no nosso coração

Segundo o Papa, “a estrada, que levava de Jerusalém a Jericó, não era segura, assim como não são hoje as numerosas rotas migratórias que atravessam desertos, florestas, rios e mares”. “Quantos irmãos e irmãs estão, hoje, na mesma condição daquele viandante da parábola! Quantos são roubados, espoliados e espancados no caminho! Partem enganados por traficantes sem escrúpulos; depois são vendidos como mercadoria de intercâmbio”, disse Francisco, acrescentando:

“Acabam sequestrados, prisioneiros, explorados e reduzidos à escravidão. São humilhados, torturados e violentados. Muitos morrem, sem nunca chegar à meta. As rotas migratórias do nosso tempo estão cheias de homens e mulheres feridos e abandonados semimortos, cheias de irmãos e irmãs cujo sofrimento grita aos olhos de Deus. Com frequência, trata-se de pessoas que fogem da guerra e do terrorismo, como infelizmente temos visto nestes dias.”

Francisco disse ainda que “também hoje, como então, há quem veja e passe além, criando-se com certeza uma boa justificativa, mas na realidade o faz por egoísmo, indiferença e medo”. A conduta do samaritano foi diferente. Ele teve compaixão daquele homem ferido. “A compaixão é o distintivo de Deus no nosso coração; é a chave. Aqui está o ponto de virada. Na verdade, a partir daquele momento, a vida daquele ferido começa a melhorar, graças àquele estrangeiro que se comportou como irmão. Assim, o fruto não é apenas uma boa ação de assistência; o fruto é a fraternidade”, sublinhou o Pontífice.

Acolher, proteger, promover e integrar

Como o bom samaritano, somos chamados a fazer-nos próximo de todos os viandantes de hoje, para salvar a sua vida, cuidar das suas feridas, aliviar o seu sofrimento. Para muitos, infelizmente, é já demasiado tarde e só nos resta chorar sobre o seu túmulo, se é que tiveram um; mas o Senhor, que conhece o rosto de cada um, não o esquece.

Oração pelos migrantes e refugiados

De acordo com o Papa, no gesto do bom samaritano encontramos “o sentido dos quatro verbos que resumem a nossa ação com os migrantes: acolher, proteger, promover e integrar. Trata-se de uma responsabilidade a longo prazo. É importante nos preparar adequadamente para os desafios das migrações de hoje, cientes naturalmente das questões críticas que levantam, mas também das oportunidades que oferecem para o crescimento de sociedades mais inclusivas, mais graciosas, mais pacíficas”.

Dobrar os esforços para combater as redes criminosas

A seguir, o Papa convidou a todos a se comprometerem “em tornar mais segura a estrada, para que os viandantes de hoje não caiam vítima dos assaltantes”.

“É necessário dobrar os esforços para combater as redes criminosas, que especulam sobre os sonhos dos migrantes; mas ocorre igualmente indicar-lhes estradas mais seguras. Há necessidade, pois, de maior empenho para se ampliar os canais migratórios regulares.”

No cenário mundial atual, é evidente a necessidade de fazer dialogar as políticas demográficas e econômicas com as políticas migratórias, em benefício de todas as pessoas envolvidas, sem nunca nos esquecermos de colocar no centro as mais vulneráveis.

Segundo Francisco, “é preciso também promover uma abordagem comum e corresponsável da governação dos fluxos migratórios, que parecem destinados a aumentar nos próximos anos”.

Por fim, o Papa convidou a fazer um breve momento de silêncio, para recordar os que perderam a vida ao longo das várias rotas migratórias.

Fonte: Vatican News

São Pedro de Alcântara, padroeiro do Brasil

Origens 

São Pedro de Alcântara nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499, descendente de uma nobre família. Era um menino simples, orante e de bom comportamento. Estudou na universidade ainda novo, mas soube igualmente destacar-se no cultivo das virtudes cristãs. Ao obedecer ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele o Direito.

Vida Sacerdotal 

São Pedro de Alcântara foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, que administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento, e, mais tarde, eleito provincial da Ordem.

Provincial Franciscano

Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo.

São Pedro de Alcântara: diretor espiritual de Santa Teresa d’Ávila

Conselheiro de Carlos V e João III

Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III; além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila. Esta atestou sobre ele depois da morte do santo: “Pedro viveu e morreu como um santo, e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus”. Foi São Pedro quem obteve a autorização para que Santa Teresa fundasse, em Ávila, seu primeiro convento de carmelitas.

Páscoa

Considerado um dos grandes místicos espanhóis do século XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para um lindo encontro com Cristo. São Pedro de Alcântara soube vencer o corpo do pecado por meio de muita oração e muitas mortificações.

Via de Santificação

Foi beatificado por Gregório XV em 1622; em 1669, canonizado por Clemente IX. No ano 1826, foi declarado Padroeiro do Brasil por solicitação de Dom Pedro I, que tinha o santo como devoção particular de sua família.

Minha oração

“Ao nosso querido padroeiro, escolhido pela corte real, assim como elevado à corte celeste, sede o auxílio e proteção do povo brasileiro. Inspirai os políticos e representantes para que sigam os valores do evangelho e instalem o Reino de Cristo. Olhai para os mais excluídos dando a eles o necessário para encontrar Jesus. Amém.”

São Pedro de Alcântara, rogai por nós!

 

Fonte: Canção Nova

São Lucas é espelho para o amor filial a Maria

É celebrado hoje, 18 de outubro, a memória litúrgica do Padroeiro dos Médicos


São Lucas, autor do terceiro Evangelho e dos Atos dos Apóstolos, era membro da primeira comunidade cristã e esteve muito próximo de todos os acontecimentos salvíficos, apesar de não os ter vivido diretamente.

Ele foi discípulo de São Paulo e, por isso, escreve o seu Evangelho bebendo profundamente de toda a teologia paulina, o que também ficara claramente explícito nos Atos dos Apóstolos, primeiro livro sobre a história da Igreja.

São Lucas, cujo nome significa “portador de luz”, foi introduzido na fé por volta do ano 40. Foi educado na literatura e na medicina. Ele foi médico e, por isso, se tornou também padroeiro destes profissionais. A Igreja celebra a memória litúrgica de São Lucas Evangelista no dia 18 de outubro.

Adam Jan Figel/ Shutterstock
Adam Jan Figel/ Shutterstock

 

Ele não conheceu pessoalmente a Jesus. Porém, por meio da partilha de amigos e principalmente da Virgem Maria, chegou a conhecê-Lo, especialmente porque deixou que Ele vivesse dentro da sua existência, segundo o conselho de São Paulo“Não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”.São Lucas é espelho para o amor filial a Maria

Um detalhe é que foi a Maria que Lucas dedicou o início do seu Evangelho, por meio da passagem do anúncio do AnjoSão Lucas traça a biografia da Virgem e fala da infância de Jesus. Ele traz os segredos da Anunciação, da Visitação e do Natal, dando a entender que tenha conhecido Maria pessoalmente.

Papa Bento XVI, na Audiência Geral de 14 de março de 2012, disse algumas palavras sobre São Lucas, especialmente ressaltando a importância da oração:

“Nestes dois livros, um dos elementos recorrentes é precisamente a oração, de Jesus e de Maria, dos discípulos, das mulheres e da comunidade cristã. O caminho inicial da Igreja é ritmado, antes de tudo, pela obra do Espírito Santo, que transforma os Apóstolos em testemunhas do Ressuscitado até a efusão do Sangue, e pela rápida difusão da Palavra de Deus rumo ao Oriente e ao Ocidente. Todavia, antes que o anúncio do Evangelho se propague, Lucas cita o episódio da Ascensão do Ressuscitado”.

Renata Sedmakova/ Shutterstock
Renata Sedmakova/ Shutterstock

 

A tradição diz que ele morreu como um mártir, pendurado em uma árvore na Acaia. É representado com um livro ou como um touro alado, pois inicia o Evangelho falando do templo onde eram imolados os bois, e começa com o sacrifício do sacerdote Zacarias.

Para terminar, penso que, por meio da vida e obras de São Lucas, podemos nos espelhar principalmente no amor filial a Maria, e como podemos aprender com Ela a abertura à ação do Espírito Santo, para sermos homens e mulheres de oração.

Como nos diz o Papa Bento XVI, na mesma Audiência mencionada anteriormente:

“Se não há Igreja sem Pentecostes, também não há Pentecostes sem a Mãe de Jesus, porque Ela viveu de modo único aquilo que a Igreja experimenta todos os dias, sob a ação do Espírito Santo”.

Fonte: A12

Francisco: a guerra não resolve nenhum problema, apenas semeia morte e destruição

O Papa afirmou, ao final da Audiência Geral, que seus pensamentos estão voltados para a Palestina e Israel: “Peço aos fiéis que assumam apenas um lado nesse conflito: o da paz”. Diante deste cenário o Pontífice convoca um dia de jejum e oração pela paz: “na sexta-feira, 27 de outubro, convido os irmãos e irmãs das várias denominações cristãs, aqueles que pertencem a outras religiões e todos os que prezam a causa da paz no mundo a participarem”.


“Hoje também, queridos irmãos e irmãs, meus pensamentos estão voltados para a Palestina e Israel. As vítimas estão aumentando e a situação em Gaza é desesperadora. Por favor, façam todo o possível para evitar uma catástrofe humanitária”, com estas palavras, com um tom de consternação na voz, o Papa fez seu apelo, ao final da Audiência Geral, para que se estabeleça a paz em todo o mundo.

“É preocupante a possível ampliação do conflito enquanto tantas frentes de guerra já estão abertas no mundo. Silenciem as armas, ouçam o grito de paz dos pobres, das pessoas, das crianças.”

A guerra apaga o futuro

Francisco, ao exortar toda a comunidade internacional, ressaltou que “a guerra não resolve nenhum problema: apenas semeia morte e destruição, aumenta o ódio, multiplica a vingança”. O Pontífice, ao afirmar que “a guerra apaga o futuro”, pediu aos fiéis que “assumam apenas um lado nesse conflito: o da paz”, não apenas com palavras, mas com a oração e atitudes concretas.

Dia de oração e penitência pela Paz

“Decidi convocar um dia de jejum e oração na sexta-feira, 27 de outubro, um dia de penitência para o qual convido os irmãos e irmãs das várias denominações cristãs, aqueles que pertencem a outras religiões e todos os que prezam a causa da paz no mundo, a participarem como acharem adequado.”

O convite do Papa se estende a todas as Igrejas particulares, para que unidas à sua iniciativa, “preparem momentos semelhantes que envolvam todo o povo de Deus na súplica pela Paz”. “Também neste dia, 27/10, às 18h (horário de Roma), na Praça São Pedro”, afirmou Francisco, “viveremos em espírito de penitência, uma hora de oração para implorar a paz neste mundo”.

Os ataques continuam

Enquanto o apelo de Francisco ecoa ao mundo, a dura realidade dos conflitos entre Israel e Palestina continua. Um bombardeio no hospital batista Al-Ahli Arabi, na Cidade de Gaza, causou centenas de vítimas na tarde de 17 de outubro. Fala-se em um verdadeiro massacre. Um chefe da defesa civil de Gaza disse à televisão Al-Jazeera que mais de 300 pessoas foram mortas no complexo de saúde.

Os dados das agências internacionais informam que desde o dia 7 de outubro, quando os militantes do Hamas invadiram as cidades israelenses matando mais de 1.300 soldados e civis, pelo menos 3.000 pessoas foram mortas na Palestina devido ao intenso bombardeio israelense, que já dura 11 dias.

Fonte: Vatican News

Santo Inácio de Antioquia e a hierarquia dos amores

santo inacio

Hoje celebramos a Memória de Santo Inácio de Antioquia. Santo Inácio foi bispo de Antioquia, na Síria, que é a cidade onde os cristãos foram chamados de cristãos pela primeira vez; era uma cidade ligada a São Paulo (quando São Paulo recebeu a imposição das mãos e foi enviado) e a São Pedro, porque tradicionalmente Antioquia é uma das cátedras que foi diocese — digamos assim — de São Pedro.

Santo Inácio foi aprisionado e levado para ser executado em Roma. Estamos aqui mais ou menos no início do segundo século. Ele foi levado para Roma, debaixo do Imperador Trajano, e provavelmente foi executado nos circos que os romanos faziam nos seus jogos, entregando os cristãos às feras. Porém, antes de ser executado, ele escreveu sete cartas, que são testemunhos extraordinários de amor a Cristo.

Nelas, Santo Inácio nos apresenta aquilo que é o centro da fé cristã; e não somente: mostra a organização da Igreja, mostra como a Igreja não “ficou” Católica com Constantino, como dizem alguns protestantes; mas, muito pelo contrário, que a Igreja sempre foi Católica.

Nós estamos aí diante de um bispo que conheceu os Apóstolos: é sucessor direto dos Apóstolos. Ele mostra a organização da Igreja com bispos, presbíteros, diáconos; e não somente: fala da Igreja de Roma que “preside na caridade”, ou seja, já então, na época sub-apostólica, nós vemos Roma como o lugar do Apóstolo Pedro, o lugar que preside à Igreja na caridade.

Pois bem, na sua Carta aos Romanos, Inácio escreve para a comunidade que irá recebê-lo. Ele, que está prisioneiro, indo em direção ao martírio, pede aos cristãos de Roma que sejam bondosos para com ele e deixem-no verdadeiramente morrer por amor a Deus.

É interessante aqui ver a lição de Santo Inácio, que nos ensina onde está o verdadeiro amor. Se você ama uma pessoa com verdadeira caridade, o que você quer acima de tudo é que ela esteja unida a Cristo. Às vezes, amamos pessoas da nossa família, mas o que nós queremos antes de tudo é que elas estejam conosco ou que elas não sofram, e procuramos bens que não são o bem maior.

Na vida existem conflitos de bens. Nem sempre podemos ter todas as coisas que queremos; aliás, na maior parte das vezes nós não temos todas as coisas que queremos, e precisamos escolher. Nessa escolha tem de haver uma hierarquia de bens. Às vezes temos de escolher entre descansar e trabalhar; às vezes, entre rezar e estar com um amigo; às vezes, até mesmo ao tomar um medicamento ou remédio, eu tenho de escolher se o custo benefício que aquele remédio vai me dar vale a pena comparado aos efeitos colaterais do próprio remédio.

Pois bem, são escolhas da vida; mas existe uma escolha fundamental, que deveria brilhar acima de todas: é a nossa salvação eterna. Ou seja, se você ama uma pessoa, saiba que ela não pode ter tudo, mas tem uma coisa que é inegociável: é a salvação dela. Então queira, antes de tudo, que ela seja salva. Santo Inácio nos ensina isso de forma luminosa.

Ele diz aos romanos: “Deixem de ter para comigo um amor inoportuno. Vocês querem salvar a minha carne; mas eu sou bispo, já estou velho, estou sendo entregue às feras para ser um sacrifício, não somente um sacrifício de amor a Deus, mas de amor também pela salvação das almas. Não sejam inoportunos, querendo fazer artimanhas e articulações para me salvar. Deixem-me ir para Cristo”. Aqui ele nos ensina e nos ilumina como devemos querer bem às pessoas.

Fica o nosso exame de consciência: o amor que temos pelas pessoas a quem amamos (a nossa família etc.), é um amor que realmente busca “primeiro o Reino de Deus, e tudo o mais vai ser acrescentado”? Ou será que nós preferimos o bem-estar terreno e, com isso, colocamos em risco a salvação das almas daqueles a quem mais amamos?

 

Fonte: Padre Paulo Ricardo

A oração do Papa Francisco a Santa Teresinha que todos deveriam rezar

A prece encerra a exortação apostólica de Francisco por ocasião dos 150 anos do nascimento de Santa Teresinha

theresinha e papa francisco

A Santa Sé publicou neste domingo, 15 de outubro de 2023, a Exortação Apostólica C’est la Confiance do Papa Francisco. O documento em homenagem aos 150 anos do nascimento de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face trata do amor misericordioso de Deus, tendo como base a história de vida da carmelita francesa.

“Só a confiança e nada mais do que a confiança tem de conduzir-nos ao Amor” é a frase de Santa Teresinha que abre o documento papal. A partir daí, o Santo Padre elenca 53 tópicos que revelam como a confiança a conduziu no caminho da santidade e a fez se tornar Doutora da Igreja.

O Papa dá destaque à atualidade da mensagem de Santa Teresinha:

“Num tempo que nos convida a fechar-nos nos próprios interesses, Teresinha mostra a beleza de fazer da vida um dom.

Num período em que prevalecem as necessidades mais superficiais, ela é testemunha da radicalidade evangélica.

Numa época de individualismo, ela faz-nos descobrir o valor do amor que se torna intercessão.

Num momento em que o ser humano vive obcecado pela grandeza e por novas formas de poder, ela aponta a via da pequenez.

Num tempo em que se descartam tantos seres humanos, ela ensina-nos a beleza do cuidado, do ocupar-se do outro.

Num momento de complexidade, ela pode ajudar-nos a redescobrir a simplicidade, o primado absoluto do amor, da confiança e do abandono, superando uma lógica legalista e moralista que enche a vida cristã de obrigações e preceitos e congela a alegria do Evangelho.

Num tempo de entrincheiramento e reclusão, Teresinha convida-nos à saída missionária, conquistados pela atração de Jesus Cristo e do Evangelho.”

Oração

E, no fim da exortação apostólica, Francisco apresenta uma oração à Santa Teresinha, pedindo para que sua intercessão “nos sustente no percurso da vida”.

Reze com o Papa:

“Amada Santa Teresinha,
A Igreja precisa de fazer resplandecer
A cor, o perfume, a alegria do Evangelho.
Enviai-nos as vossas rosas!
Ajudai-nos a ter sempre confiança,
Como fizestes vós,
No grande amor que Deus tem por nós,
Para podermos imitar cada dia
O vosso caminhito de santidade.
Amém.”

A devoção do Papa Francisco a Santa Teresinha

O Papa Francisco já demonstrou ser um grande devoto de Santa Teresinha do Menino Jesus. Em 2025, durante uma viagem apostólica às Filipinas, o Pontífice argentino declarou que, quando tem uma preocupação, geralmente pede uma rosa à Santa Teresinha. Essa rosa, como sabemos, é sinônimo de graça.

Naquela ocasião, Francisco compartilhou com os jornalistas:

“Quando não sei como as coisas vão se resolver, tenho o hábito de pedir a Santa Teresinha do Menino Jesus, que carrega o problema em suas mãos, que me envie uma rosa”.

Fonte: Aleteia

CONFLITOS EM ISRAEL E NA PALESTINA: CNBB PEDE ORAÇÃO PELA PAZ

 

“Com a guerra todos perdem”, afirmou a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em nota divulgada nesta quarta-feira, 11 de outubro. Os bispos pedem união em prece pela paz no Oriente Médio e que nas dioceses, paróquias, comunidades e famílias “intensifiquemos nossas orações em sufrágio pelos falecidos e por todas as vítimas da violência e do ódio”.

A Presidência da CNBB observa que israelenses e palestinos sofrem “as consequências trágicas de um conflito armado e dos descasos históricos dos acordos assumidos”.

“Com a guerra todos perdem! Os chefes das Nações se empenhem na salvaguarda da paz e da justiça”, pedem os bispos.

Confira o texto na íntegra abaixo [baixe o arquivo aqui]:

REZEMOS PELA PAZ!

 

“Busquemos tudo o que contribui para a paz e a edificação de
uns pelos outros” (Rm 14,19)

Queridos irmãos e irmãs,

Neste momento unamo-nos em prece pela paz. Israelenses e palestinos estão sofrendo as consequências trágicas de um conflito armado e dos descasos históricos dos acordos assumidos. Abriram-se os caminhos para a violência, que gera morte e destruição.

Com a guerra todos perdem! Os chefes das Nações se empenhem na salvaguarda da paz e da justiça.

Inspire-nos a oração do Papa Francisco pela paz no Oriente Médio: “Senhor, Deus de Abraão e dos Profetas, Deus Amor que nos criastes e chamais a viver como irmãos, dai-nos a força para sermos cada dia artesãos da paz; dai- nos a capacidade de olhar com benevolência todos os irmãos que encontramos no nosso caminho” (2014).

Em nossas Dioceses, Paróquias, comunidades e famílias intensifiquemos nossas orações em sufrágio pelos falecidos e por todas as vítimas da violência e do ódio.

Que a Mãe Aparecida interceda em favor dos que padecem as consequências deste conflito, especialmente as crianças, idosos e as pessoas com deficiência. Que a Rainha da Paz, interceda junto ao seu Filho, para que esta paz tão desejada seja estabelecida.

Dom Jaime Spengler
Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre – RS
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros da Silva
Arcebispo de Goiânia – GO
1º Vice- Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife – PE
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

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Fonte: CNBB