DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO

“Dedicar/consagrar” um lugar a Deus é um rito de todas as religiões: “reservar” a Deus um lugar, onde dar-lhe honra e glória.

Quando o imperador Constantino deu plena liberdade aos cristãos (ano 313), não pouparam esforços para construir templos ao Senhor. Por isso, muitas igrejas foram construídas naquela época.

O próprio imperador deu o exemplo, mandando construir uma magnífica Basílica no Monte Célio, em Roma, no lugar do antigo Palácio de Latrão, que o Papa Silvestre I havia dedicado ao Santíssimo Salvador (318 ou 324). Ali, foi construída uma Capela dedicada a São João Batista, que servia de batistério: no século IX, o Papa Sérgio III confirmou a dedicação a João Batista. Por fim, no século XII, Papa Lúcio II também a dedicou a São João Evangelista. Daí a denominação da Basílica Papal do Santíssimo Salvador e dos Santos João Batista e Evangelista de Latrão. A Basílica é considerada pelos cristãos como a principal, a mãe de todas as igrejas do mundo.

Ao longo dos séculos, a Basílica foi destruída, várias vezes, mas sempre reconstruída: sua última reconstrução deu-se sob o Pontificado de Bento XIII, que a reconsagrou em 1724. Desde então, a festa que hoje celebramos, foi estendida a toda a cristandade.

«Aproximava-se a Páscoa dos Judeus e Jesus subiu a Jerusalém. Lá, encontrou no Templo negociantes de bois, ovelhas e pombas, e mesas dos cambistas. Então, fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, com suas ovelhas e bois, espalhou no chão o dinheiro dos cambistas e derrubou as mesas. Aos que vendiam pombas, disse: “Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”. Os seus discípulos, então, lembraram do que está escrito: “O zelo da tua casa me consome” (Sl 68,10). Perguntaram-lhe os Judeus: “Que sinal tu apresentas, para agir assim?”. Respondeu-lhes Jesus: “Destruí vós este Templo e eu o reerguerei em três dias”. Os Judeus replicaram: “Este Templo foi edificado em quarenta e seis anos, e tu queres edificá-lo em três dias?”. Mas, Jesus se referia ao templo do seu Corpo. Depois da sua Ressurreição, seus discípulos se lembraram destas palavras e creram na Escritura e na Palavra de Jesus» (Jo 2,13-22).

Lugar de encontro

As leituras bíblicas, escolhidas para esta festa, referem-se ao tema do “templo”. No Antigo Testamento (primeira leitura, Ez 47), o profeta Ezequiel, do exílio na Babilônia – era por volta do ano 592 a.C -, tenta ajudar o povo a sair do desânimo, por não ter mais uma terra e tampouco um lugar para rezar. Surge, assim, a sua mensagem (primeira leitura), na qual o profeta anuncia o dia em que o povo iria adorar ao seu Deus no novo Templo: um lugar, onde o homem eleva a sua oração a Deus; onde Deus se aproxima do homem, ouvindo a sua oração e o socorrendo onde se encontra. Enfim, um lugar de encontro! Desta forma, o templo assume o papel de Casa de Deus e Casa do Povo de Deus. Desse templo, – diz o profeta, – vê jorrar água: “Vi que saía água pela soleira do templo”: uma água, como dádiva, que traz vida, bênção; um lugar, onde se pratica a justiça, a única capaz de curar o povo.

Saiam daqui

Por ocasião da Páscoa, todo judeu era obrigado a subir a Jerusalém, para oferecer um cordeiro em sacrifício; três semanas antes, começava a “venda” de animais apropriados para a oferta: as pombas eram oferecidas pelos pobres (Lv 5,7). Os cambistas tinham a tarefa de receber as “moedas romanas”, que seriam trocadas em moedas cunhadas em Tiro: não era tanto uma questão de ortodoxia religiosa, apesar de ser assim. No fundo, as moedas de Tiro também traziam uma imagem pagã, mas tinham mais prata, por isso valiam mais. Os supervisores deste “comércio” eram os sacerdotes do Templo, que, no câmbio, sempre ganhavam um tanto. Eis o contexto que Jesus encontrou no Templo, sobretudo, no Hieron, pátio externo do Templo, chamado Pátio dos Gentios. O Templo, propriamente dito, era o Naos ou Santuário, mencionado em Jo 2,19-21: “Ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo”: com o chicote, Jesus acaba com aquele “comércio” presente no Templo (Hieron); derruba as mesas dos cambistas e expulsa a todos (Cf. Ex 32: bezerro de ouro).
“Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”: palavras e ações, que se referem ao profeta Zacarias, quando anunciou o que aconteceria com a ida do Senhor à cidade de Jerusalém: “Naqueles dias, não haverá mais traficantes (cananeu=mercante) na casa do Senhor” (Zc 14,21).
“Que sinal tu apresentas, para agir assim?… Destruí vós este Templo e eu o reerguerei em três dias”. Os sacerdotes do Templo perguntam a Jesus com qual “autoridade” ele agia assim? Ele respondeu convidando-os a destruir o Templo (Naos) que ele o reconstruiria. A resposta de Jesus não se refere tanto ao Templo, como todo o edifício, mas ao verdadeiro e próprio “Santuário”, onde Deus está presente. “Jesus se referia ao templo do seu Corpo”. Com a Páscoa de Jesus – com o seu corpo destruído e ressuscitado – tinha início um novo culto, o culto do amor, no novo Templo (Naos), e o novo Templo é Ele mesmo. A ressurreição foi o acontecimento decisivo, que, finalmente, tornou os discípulos capazes de entender e, depois, o Espírito Santo (Jo 14,26) os fez lembrar as coisas de modo novo.

Jesus, novo Templo

A festa da Dedicação da Basílica de Latrão, que celebramos hoje, nos permite recordar o caminho do Povo e o zelo constante e fiel de Deus. No entanto, recordamos que, hoje, cada um de nós é a “casa de Deus”, em Jesus ressuscitado, porque o Espírito mora em mim, em cada um de nós (1Cor 3,16). Por um lado, o simples fato de estarmos cientes disso, nos leva a louvar o Senhor e, por outro, a dizer, às vezes, de modo excessivo: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa…” (Mt 8,8), esquecendo que Ele já está em nós, nos acolhe e nos ama, não como gostaríamos de ser, mas como somos, aqui e agora. As distrações, presentes em nós, tornam desfocada a face do Senhor! Quando aprendermos a manter o nosso olhar fixo em Jesus, Autor e aperfeiçoador da nossa fé e da nossa amizade com Ele (Cf. Hb 12,1-4), então o nosso rosto brilhará com a luz, que brota de um coração “unificado”. O equilíbrio exigido não deve ser coisa passageira, mas todo um caminho de vida, um contínuo entrar, em nós mesmos, em vista da “morada do Rei” (Cf. Castelo Interior, Santa Teresa de Ávila).

 

Fonte: Vatican News

Hiperconectados

Primeiro ato ao acordar, último antes de dormir: estar conectado. Durante todo o dia – e até durante a noite – diversas são as motivações para buscar algum dispositivo eletrônico. Nem todas elas são boas como imaginamos.

Quase ninguém se dá conta do uso problemático das novas tecnologias. Redes sociais, streamings, celulares e tablets, relógios tech entre tantos outros fazem parte do dia a dia de boa parte da humanidade. É realmente difícil perceber entre tantas coisas boas, os malefícios que estamos acumulando diariamente.

O vício em tecnologia se desenrola de forma sutil e sem suspeita. Afinal, é socialmente aceito e também estimulado. Está na moda viver hiperconectado ao virtual, ainda que isso implique toda uma sorte de prejuízos concretos.

A tecnologia é um excelente instrumento, mas também é sedutora. Potencialmente capaz de nos arrastar para comportamentos destrutivos. Viciantes. Desumanos. De nos deixar em um estilo de vida de caça níqueis, num loop constante em busca de mais e mais moedas de dopamina. Um tesouro furado.

Sutilmente normalizamos o anormal. Acostumamos a viver anestesiados. Vulneráveis. Dopados. Descolados da realidade. Acelerados. Ansiosos. Depressivos. Infelizes. Sem sentido. Vazios. Superficiais. Desatentos. Distraídos. Despersonalizados. Solitários. Apáticos. Adictos. Compulsivos. Doentes.

Para muitos, a tecnologia é a droga escolhida. De fácil acesso, sem contra indicações. Sem interrupções. A cada clique uma nova sensação. A cada desconexão, um desespero. De quantos vazios temos nos preenchido?

Meu marido certa vez se impressionou sobre como eu pacientemente escuto os áudios de mais de 10 minutos dos meus amigos. São os “audiocasts”, eu costumo brincar. Simplesmente não consigo acelerar áudios. Acho estranho. É como se eu tivesse um controle remoto e pudesse acelerar gente. Como se eu não fosse capaz de parar e ouvir, por alguns minutos, uma pessoa que deseja falar comigo. Para onde vai tanta pressa?

Muitas pessoas se desculpam por enviarem áudios longos. Eu penso: “é como se desculpar por ser gente”. Mas, eles querem dizer: “desculpa por fazer você perder tempo”. Quem é que perde tempo ouvindo um amigo?

Eu entendo. Tem gente que não curte áudio. Às vezes o jeito de falar das pessoas é pouco objetivo, os assuntos são desinteressantes, o conteúdo impessoal. Bom, ler parece então mais fácil do que ouvir. Você pode ler uma mensagem de forma dinâmica e pular para a parte objetiva da coisa. Você não precisa se conectar com o outro. Ler é mais informal.

Ouvir requer uma disposição maior. É mais humano. Você se conecta. Não tem como conjugar produtividade e escuta se você acredita que ser produtivo é apenas fazer muitas coisas em pouco tempo. Então, ouvir áudios acelerados parece mesmo uma grande economia. Mas o que a gente perde com esse tempo que se ganha?

Qualidade. Presença. Vínculo. Humanidade. Ritmo saudável. Calma. Particularidade. Paciência. Detalhes. Aparentemente estamos constantemente correndo. Absorvendo ou impondo pressa. Pessoas anormais parecem lentas. As normais estão sendo medicadas ou morrendo de exaustão. O que é normal então?

Se você desligar seu celular por um tempo, perceberá que há calma. O ritmo dos dias desliza. Você verá que há coisas a serem feitas e, por incrível que pareça, que há tempo para fazê-las. Não com urgência, desespero ou comparação; mas com a naturalidade de uma vida que se movimenta.

Se você desligar seu celular por um tempo, perceberá que o tempo se multiplica. Sem correria, sem demandas infinitas, você vai conseguir fazer mais coisas e até redescobrir o valor das pausas, da contemplação e do tédio que nos faz criativos. Muitas coisas ficarão para depois, mas agora será diferente porque você se sentirá senhor do seu próprio tempo. Você perceberá o raciocínio fluir, a criatividade aflorar. Você dormirá melhor. Ficará mais sereno.

Se você desligar seu celular por um tempo, olhará mais nos olhos. Terá mais paciência para conversar. Perceberá o quanto se tornou agressivo e desumanizado por trás do aparelhinho hiperconectado. Notará uma certa dificuldade em se relacionar pessoalmente com outros seres humanos, mas logo se sairá bem. Você perceberá que muitas vezes é possível conviver com o diferente. E nem se lembrará de pegar o celular quando estiver com quem ama. Eu garanto, você vai adorar.

Se você desligar seu celular por um tempo, perceberá que a vida é menos apocalíptica do que muitas vezes supomos. Que há muita satisfação nos pequenos deveres cumpridos. Você se perceberá menos paranoico e histérico. Mais consciente e atento. Perceberá que a sua vida tem tanta coisa boa! Você se sentirá esperançoso e feliz.

Se você desligar seu celular por um tempo, você perceberá que é capaz. Capaz de viver sem tantas informações, sem curiosidade sobre a vida das pessoas, sem comprar tantas coisas, sem gastar seu tempo inutilmente rolando uma tela. Capaz de tomar decisões sozinho, de sonhar, de viver. Então depois que você perceber que é capaz de tudo isso, você poderá ligar o seu celular e aproveitar o que ele te traz de bom. Mas eu acho que você nem vai querer mais ligá-lo tanto assim…

 

Fonte: Rayhanne Simon Dardengo Zago

O Papa: muitas guerras e sofrimentos, que Deus traga a paz justa

Após a catequese da Audiência Geral, Francisco renovou a exortação a rezar pelos povos que sofrem com os vários conflitos, lembrando em particular a martirizada Ucrânia e entre israelenses e palestinos. Diante da dor sofrida pelas crianças, pelos idosos, pelos doentes e pelos jovens, ele fez um novo apelo: “A guerra é sempre uma derrota: não nos esqueçamos”.


O Papa Francisco pediu, mais uma vez, na Audiência Geral desta quarta-feira (08/11), para rezar pelos povos que sofrem com a guerra.

Não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia e pensemos nos povos palestino e israelense. Que o Senhor nos conduza a uma paz justa. Há muito sofrimento.

A guerra é sempre uma derrota

Em sua saudação aos peregrinos de língua italiana presentes na Praça São Pedro para a Audiência Geral, o Pontífice invocou insistentemente a paz:

As crianças sofrem, os doentes sofrem, os idosos sofrem e muitos jovens morrem. Não nos esqueçamos de que a guerra é sempre uma derrota.

Olhando ao conflito no Oriente Médio, o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários afirma que cerca de 15 mil pessoas fugiram da Cidade de Gaza na última terça-feira (07/11), em relação às 5 mil da última segunda-feira e 2 mil no domingo. Um número que é considerado um “aumento acentuado”. Enquanto isso, o Exército israelense matou, durante a noite, em um ataque aéreo direcionado, Mohsen Abu Zina, chefe da produção de armas do Hamas, especialista no desenvolvimento de armas estratégicas e foguetes.  Na frente de guerra na Ucrânia, os ministros das Relações Exteriores do G7 se declararam “unidos” em sua determinação de continuar fornecendo “forte apoio” ao país invadido pela Rússia.

Livrar a terra do mal

Em sua bênção aos fiéis de língua árabe, o Papa também invocou proteção “contra todo o mal” e pediu ao Senhor Jesus, em particular, um dom:

A coragem de agir com todos aqueles que trabalham na terra para libertá-la do mal e restaurá-la à sua bondade original.

Secularização, não reclamar, mas testemunhar com fraternidade

Após a catequese, dedicada à figura de Madeleine Delbrêl, Francisco saudou outros grupos de peregrinos dentre os quais os peregrinos de língua francesa, em particular os membros da União Nacional das Associações Familiares Católicas. Em seguida, fez um convite:

Diante de nosso mundo secularizado, não nos queixemos, mas vejamos nele um chamado para provar nossa fé e um convite a comunicar a alegria do Evangelho a todos aqueles que têm sede de Deus. Peçamos ao Senhor a graça de testemunhar nossa fé diariamente por meio da fraternidade e da amizade vivida com cada um.

Convidando os fiéis a se tornarem “pedras vivas a serviço do Senhor”, o Papa recordou a celebração, na quinta-feira, 9 de novembro, da festa litúrgica da Dedicação da Basílica de São João de Latrão: um aniversário, especificou o Bispo de Roma, que deveria provocar este ardor.

Polônia, aniversário da independência: agradecer a Deus

Por fim, o Sucessor de Pedro mencionou, na sua saudação aos peregrinos poloneses, o iminente aniversário da reconquista da independência da Polônia, que se celebra em 11 de novembro. “Este aniversário os encoraja a ser gratos a Deus”, afirmou o Papa, que exortou: “Transmitam sua história às novas gerações”.

Fonte: Vatican News

PAPA FRANCISCO NOMEIA BISPO AUXILIAR PARA A ARQUIDIOCESE DA PARAÍBA

O Papa Francisco acolheu, nesta quarta-feira, 8 de novembro, a solicitação do arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, de poder contar com a colaboração de um auxiliar. Assim, nomeou o padre Alcivan Tadeus Gomes de Araújo, do clero da diocese de Caicó (RN), como bispo titular de “Fata” e auxiliar da arquidiocese da Paraíba. Padre Alcivan tem 51 anos e atualmente é pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Jardim do Seridó (RN). A Presidência da CNBB enviou saudação ao novo eleito para o episcopado.

Saudação ao Monsenhor Alcivan Tadeus Gomes de Araújo

Estimado Monsenhor Alcivan Tadeus Gomes de Araújo,

Com alegria, o acolhemos como novo membro desta Conferência, e celebramos junto com nosso irmão Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz a possibilidade de contar com seu apoio no pastoreio do Povo de Deus que caminha na Arquidiocese da Paraíba rumo ao Reino definitivo.

Sejam iluminadoras para seu ministério as reflexões apresentadas pelo Santo Padre, o Papa Francisco, em sua carta apostólica Totum Amoris est:

“Tal é a tarefa essencial que nos espera também nesta nossa mudança de época: uma Igreja não autorreferencial, liberta de toda a mundanidade mas capaz de habitar no seio do mundo, partilhar a vida das pessoas, caminhar juntos, escutar e acolher. Foi o que Francisco de Sales pôs em prática, interpretando a sua época com a ajuda da graça. Por isso convida-nos a sair da preocupação excessiva conosco, com as estruturas, a imagem social, perguntando-nos antes quais sejam as necessidades concretas e as expetativas espirituais de nosso povo”.

Nossa Senhora das Neves, padroeira da Arquidiocese da Paraíba, seja guia e intercessora nessa nova etapa de seu ministério ordenado.

Em Cristo,

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros da Silva
Arcebispo de Goiânia (GO)
1º Vice- Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife (PE)
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília (DF)
Secretário-Geral da CNBB

Informações biográficas

Padre Alcivan Tadeus Gomes de Araújo nasceu no dia 21 de maio de 1972, em Cerro Corá (RN), filho de Valdenor Florêncio de Araújo (in memoriam) e Francisca Alcioneide Gomes de Araújo.

Ingressou no curso propedêutico do Seminário Diocesano Santo Cura d’Ars, em Caicó, no ano de 1990. No ano seguinte, transferiu-se para o Seminário Arquidiocesano de São José do Rio de Janeiro para cursar filosofia na Faculdade Eclesiástica de Filosofia João Paulo II e Teologia no Instituto Superior de Teologia da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, entre 1993 e 1996. A ordenação presbiteral foi no dia 1º de fevereiro de 1997.

Padre Alcivan é mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, tendo cursado a formação entre 2009 e 2012.

Na diocese de Caicó, desempenhou diversas funções, como pároco, vigário episcopal para os Ministérios e Vocações, ecônomo, vigário judicial da diocese e vigário judicial adjunto e vice-presidente do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Natal (RN). Também foi diretor espiritual da Casa de Formação Inicial São João Paulo II e do Seminário Diocesano Santo Cura d’Ars; e diretor assistente das Rádios 95.9 FM e 102.7 Rural FM de Caicó. Fez parte como membro: do Colégio dos Consultores e do Conselho Presbiteral; da Comissão Diocesana de Arquitetura e Artes Sacras; e do Conselho Diretor da Fundação Educacional Sant’Ana.

Em sua atuação pastoral, desempenhou as funções de vigário paroquial das Paróquias de Sant’Ana e Imaculada Conceição em Currais Novos (1997); reitor do Seminário Diocesano Santo Cura d’Ars (1998); administrador da Área Pastoral Autônoma de Nossa Senhora do Patrocínio em São Fernando (RN) (1998); pároco da Paróquia de São Francisco de Assis em Lagoa Nava (RN) (1999-2002); presidente do Departamento Diocesano de Ação Social/DDAS (2004-2007); pároco da Paróquia de São Sebastião de Parelhas (RN) (2003-2009); administrador paroquial da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios de Cruzeta (RN) (2012); pároco da Paróquia de Sant’Ana de Caicó (2015-2022) e Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Jardim do Seridó (RN) (2023).

Fonte: CNBB

Como as indulgências ajudam as almas do Purgatório?

As indulgências pro defunctis são como “uma mesa enorme, coberta de pilhas de prata, ouro, rubis, pérolas e diamantes”, à disposição de todos os fiéis, para aplicarem às almas de seus entes queridos que partiram na amizade de Deus.


Falemos agora das indulgências aplicáveis aos defuntos. Aqui, a divina misericórdia revela-se em sua liberalidade. Sabemos já que a indulgência consiste na remissão, fora do sacramento da Penitência, da pena temporal devida ao pecado, por força do poder das chaves. Em virtude desse poder, recebido diretamente de Jesus Cristo, a Igreja é capaz de livrar os fiéis de todos os obstáculos à sua entrada na glória celeste. A Igreja exerce tal poder no sacramento da Penitência, no qual somos absolvidos dos nossos pecados; mas ela também o exerce fora desse sacramento, ao nos perdoar a dívida temporal que permanece mesmo depois da absolvição sacramental. E é pelas indulgências que a Igreja atua neste segundo caso.

A remissão da pena temporal por meio das indulgências está ao alcance dos fiéis apenas nesta vida. No entanto, a Igreja pode permitir aos fiéis, enquanto ainda vivem neste mundo, que transfiram a algum de seus entes queridos a remissão que, por este meio, poderiam angariar para si. É isto que faz uma indulgência aplicável às almas do Purgatório.

Aplicar uma indulgência aos defuntos é o mesmo que oferecê-la a Deus, em nome da Igreja, para que Ele se digne empregá-la em benefício das almas padecentes. Ora, as satisfações oferecidas à divina justiça em nome de Jesus Cristo são sempre aceitas, e Deus as pode aplicar a uma alma em particular, ou a certas almas que Ele mesmo deseja beneficiar, ou ainda a todas em geral.

As indulgências, além disso, podem ser ou plenárias ou parciais. É plenária a indulgência pela qual se redime toda a pena temporal devida diante de Deus. Suponhamos, por exemplo, que para satisfazermos tamanha dívida tivéssemos que fazer penitência durante cem anos ou sofrer por muito tempo no Purgatório. Em virtude de uma indulgência plenária adequadamente lucrada, toda essa pena é perdoada, de maneira que a alma já não ostenta, aos olhos de Deus, nem sequer uma sombra de pecado, que é justamente o que a impede de contemplar-lhe o rosto no céu.

A indulgência parcial, por outro lado, consiste na remissão de certo número de dias ou anos. Esses dias e anos, porém, não representam de forma alguma dias e anos de sofrimento no Purgatório. Eles devem ser entendidos, na verdade, como dias e anos de penitência canônica e pública, que consistem sobretudo em jejuns, como os que eram impostos outrora aos pecadores, conforme a antiga disciplina da Igreja. Nesse sentido, uma indulgência de “quarenta dias” ou de “sete anos” nada mais é do que a remissão que mereceríamos diante de Deus após quarenta dias ou sete anos de penitência canônica. Mas que proporção existe, afinal, entre esses dias de penitência e o período que duram as penas do Purgatório? Trata-se de um segredo que a Deus não aprouve revelar-nos.

Seja como for, as indulgências são um tesouro espiritual que a Igreja franqueia a todos os fiéis. Todos, com efeito, têm permissão para extrair daí quanto for necessário à plena satisfação de suas dívidas ou das de outros. De fato, foi com essa imagem ou comparação que Deus revelou um dia a Santa Mariana de Jesús de Paredes o que eram as indulgências [1]. Um dia, arrebatada em êxtase, ela viu no centro de um amplo espaço uma mesa enorme, coberta de pilhas de prata, ouro, rubis, pérolas e diamantes. Ao mesmo tempo, ela escutou uma voz que lhe dizia: “Essas riquezas são propriedade pública: que cada um se aproxime e tome o que quiser”. E Deus lhe deu a entender que aquela visão era um símbolo das indulgências.

Eis por que é grande a nossa culpa se, diante de tanta abundância de bens, permanecemos pobres, privando-nos a nós mesmos e recusando-nos a ajudar a outros. Não! As almas do Purgatório padecem extrema necessidade, elas nos suplicam com lágrimas no meio de seus tormentos. E se temos meios para satisfazer, com indulgências, as dívidas que contraíram, por que nos esforçamos tão pouco para pagá-las?

Abrir esse tesouro por acaso é custoso ou exige dolorosíssimos esforços, como jejuns e privações insuportáveis à natureza? Ora, “ainda que fosse assim”, diz com razão o eloquente Pe. Segneri, “deveríamos estar dispostos a suportá-lo. De fato, não vemos como os homens, por amor ao ouro perecível, a fim de preservar uma obra de arte, para salvar parte de sua fortuna ou propriedade, se expõem às chamas e ao fogo? Não devíamos nós, portanto, esforçar-nos igualmente para salvar do fogo expiatório aquelas almas resgatadas pelo Sangue de Jesus Cristo?

A bondade divina não nos pede nada extremamente doloroso: o único que exige de nós são obras tão ordinárias e simples como um Terço, uma comunhão, uma visita ao SS. Sacramento, uma esmola ou uma aula de catequese sobre os rudimentos da fé aos órfãos. E no entanto descuidamos de lucrar bens tão preciosos, e por meios tão fáceis, que poderíamos facilmente aplicar, quem sabe, a um pobre parente falecido que geme hoje nas chamas do Purgatório!…

Notas

  1. Referida no original inglês simplesmente como Blessed Mary of Quito, Santa Mariana de Jesús de Paredes é a primeira equatoriana canonizada pela Igreja e sua festa litúrgica se celebra no dia 26 de maio (Nota da Equipe CNP).

Fonte: padrepauloricardo.org

Bombardeio sobre o Vaticano durante a Segunda Guerra Mundial faz 80 anos

Papa Pio XII nas ruas de Roma. Crédito: Vatican Media

 

Há 80 anos, a Cidade do Vaticano sofreu um bombardeio aéreo no contexto da Segunda Guerra Mundial. Em 5 de novembro de 1943, às 20h05, um avião não identificado jogou cinco bombas de tamanho médio que atingiram os Jardins do Vaticano, ao lado dos muros em frente à colina Gianicolo. As bombas aéreas explodiram na estação de trem do Vaticano, no laboratório de mosaicos, ao lado da Basílica de São Pedro e em uma parte do Palácio Governatorato que era então destinado a fins residenciais. A quinta bomba não explodiu.

Os danos foram consideráveis ​​e causaram importantes perdas patrimoniais, especialmente no laboratório de mosaicos, onde alguns mosaicos valiosos estavam sendo restaurados.

Um artigo publicado por Vatican News recolhe as declarações do pesquisador Augusto Ferrara, que em seu livro “1943, Bombas sobre o Vaticano” assegura que o objetivo era interromper a transmissão da Rádio Vaticana.

Este ataque não foi o único sofrido pela cidade de Roma durante a Segunda Guerra Mundial. Em 19 de julho de 1943, a capital italiana foi alvo de um ataque aéreo no qual centenas de aviões aliados participaram e que causou cerca de três mil mortos e milhares de feridos.

O papa Pio XII, junto com dom Giovanni Battista Montini – futuro papa Paulo VI – não quis permanecer alheio ao sofrimento do povo romano e, quando as bombas continuaram explodindo, foi às ruas da Cidade Eterna para consolar e ajudar os vizinhos.

Pio XII repetiu o mesmo gesto durante um segundo bombardeio contra Roma em 13 de agosto de 1943, quando, precisamente, estava prevista uma Missa pelos falecidos no ataque anterior.

Fonte: ACI DIGITAL

Papa: somente o diálogo constrói a paz, não à violência e à guerra

O Papa recebeu na manhã desta segunda-feira (06/11) a delegação da Conferência dos Rabinos Europeus. Francisco fez novamente um apelo pela situação na Terra Santa, “contrariada pela baixeza do ódio e pelo barulho mortal das armas”.


A Terra Santa, assolada pelo ódio e pelo som das armas, mas também a preocupação com os atos antissemitas, a importância do diálogo e a relação judaico-cristã, estiveram no centro do discurso que o Papa entregou à Conferência dos Rabinos Europeus.

Ao receber a delegação, Francisco deu-lhes as boas-vindas e, afirmou: “acontece que não estou bem de saúde, e por isso prefiro não ler o discurso, mas entregá-lo a vocês e que vocês o façam”.

Não à violência e à guerra

No discurso preparado para a ocasião, o Papa afirma que o seu primeiro pensamento e sua primeira oração “são, acima de tudo, sobre o que aconteceu nas últimas semanas”. Novamente, recorda o Pontífice, “a violência e a guerra explodiram na Terra que, abençoada pelo Altíssimo, parece estar sendo continuamente contrariada pela baixeza do ódio e pelo barulho mortal das armas”, e ressaltou: “é preocupante a disseminação de manifestações antissemitas, que eu condeno firmemente”.

Francisco sublinha aos Rabinos que neste tempo de destruição, somos chamados, por todos e antes de todos, a construir a fraternidade e a abrir caminhos de reconciliação, em nome do Todo-Poderoso que, como diz outro profeta, tem “planos de paz e não de desgraça” (Jr 29:11). Não as armas, nem o terrorismo, nem a guerra, mas a compaixão, a justiça e o diálogo são os meios adequados para construir a paz.

A arte de dialogar

O ponto principal do texto de Francisco, entregue aos Rabinos Europeus, é sobre a importância do diálogo: “O ser humano, que tem uma natureza social e se encontra em contato com os outros, é realizado na rede de relações sociais. Nesse sentido, ele não só é capaz de dialogar, como também é o próprio diálogo. Suspenso entre o céu e a terra, somente em diálogo com o Além que o transcende e com o Outro que acompanha seus passos, ele pode compreender a si mesmo e amadurecer”, destaca o Santo Padre.

Francisco então explica que a palavra “diálogo” etimologicamente significa “por meio da palavra”. A Palavra do Altíssimo é a lâmpada que ilumina os caminhos da vida (cf. Sl 119,105): ela orienta nossos passos precisamente para a busca do próximo, para a acolhida, para a paciência; certamente não para a súbita corrida da vingança e a loucura do ódio bélico.

“Para nos tornarmos construtores da paz, somos chamados a ser construtores do diálogo. Não apenas com nossas próprias forças e habilidades, mas com a ajuda do Todo-Poderoso. Pois, “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os construtores” (Sl 127, 1).”

Proximidade entre judeus e cristãos

Segundo o Papa, o diálogo com o judaísmo é de particular importância para os cristãos, “porque temos raízes judaicas. Jesus nasceu e viveu como judeu; Ele mesmo é o primeiro garantidor da herança judaica dentro do cristianismo e nós, que somos de Cristo, precisamos de vocês, queridos irmãos, precisamos do judaísmo para nos entendermos melhor”.

“Nossas tradições religiosas estão intimamente conectadas: elas não são dois credos não relacionados que se desenvolveram independentemente em espaços separados e sem influenciar um ao outro. O Papa João Paulo II, durante sua visita à Sinagoga de Roma, observou que a religião judaica não é extrínseca, ‘mas, de certa forma, é ‘intrínseca’ à nossa religião’. Ele os chamou de ‘nossos amados irmãos’, ‘nossos irmãos mais velhos’, recordou o Pontífice.

“Portanto, pode-se dizer que o nosso diálogo, mais do que um diálogo inter-religioso, é um diálogo familiar. De fato, quando fui à Sinagoga de Roma, disse que ‘pertencemos a uma só família, a família de Deus, que nos acompanha e nos protege como seu povo’.”

O discurso de Francisco conclui com a afirmação de que judeus e cristãos estão ligados uns aos outros diante do único Deus: “juntos, somos chamados a dar testemunho, com nosso diálogo, de sua palavra e, com nossa conduta, de sua paz”.

Fonte: Vatican News

PRESIDENTES DA CNBB, DA CÁRITAS E DA REPAM-BRASIL PEDEM ÀS DIOCESES QUE APOIEM AS VÍTIMAS DA SECA NA AMAZÔNIA

Continua a mobilização de toda a Igreja no Brasil para socorrer os irmãos e irmãs da Amazônia que sofrem com as consequências da estiagem na região. Os presidentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),  dom Jaime Spengler; da Cáritas Brasileira, dom Mário Antônio da Silva; e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil), dom Evaristo Paschoal Spengler, assinaram a carta intitulada “Clamamos por uma Amazônia viva!”. No texto, conclamam toda as dioceses, paróquias e comunidades a unirem forças em oração e doação pelos que mais precisam, por meio da campanha “SOS Amazônia – defenda a vida, apoie agora”

Por conta da redução do nível dos rios, são mais de 500 mil pessoas afetadas pelos efeitos da estiagem e mais de 50 municípios do Amazonas em alerta de emergência, alguns deles isolados. Comunidades indígenas e ribeirinhas estão sem acesso à alimentação e água potável.

“A Amazônia clama pela nossa ajuda, nesse momento de sofrimento. A severa estiagem que atinge a região, está provocando uma série de dificuldades na vida das comunidades que dependem diretamente das águas dos rios para o seu sustento, navegação e sobrevivência”, afirmam os bispos.

20.10.23 Governador Wilson Lima leva ajuda humanitária  a Tefé
Foto: Alex Pazuello/Secom Governo do Amazonas

 

A campanha SOS Amazônia tem o objetivo de arrecadar recursos para a aquisição de produtos alimentares, água e outras necessidades que possam apoiar as famílias amazônidas afetadas pelos efeitos da estiagem.

“Conclamamos o auxílio das dioceses, paróquias e toda comunidade cristã para unir forças em oração e doação, pelos nossos irmãos e irmãs que mais precisam”, pedem na carta.

Confira a carta na íntegra.

As doações podem ser realizadas através das seguintes contas:

Banco do Brasil
Agência – 0452-9
Conta Corrente: n° 52.755-6
Pix: 33.654.419.0001-16 (CNPJ)

Caixa Econômica Federal
Agência – 1041
Operação – 003
Conta Corrente: 3573-5

Fonte: CNBB

O Papa: os cristãos são chamados a ser humildes trabalhadores, a servir

Em sua homilia, o Papa destacou que Bento XVI “nos recordou que a fé não é, primariamente, uma ideia a ser compreendida nem uma moral a ser abraçada, mas o encontro com uma Pessoa: Jesus Cristo”. Francisco recordou que os cristãos são chamados “a servir, não a serem servidos”.


Nesta sexta-feira (03/11), o Papa Francisco presidiu, na Basílica de São Pedro, a missa em sufrágio do Papa Bento XVI e dos Cardeais e Bispos falecidos no último ano.

Francisco compartilhou com os fiéis duas palavras sugeridas pelo Evangelho: compaixão e humildade.

Compaixão. Jesus está prestes a entrar em Naim e vê uma multidão saindo para sepultar o filho único de uma mãe que ficara viúva. O Evangelho diz: «Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela». Jesus a vê e se enche de compaixão.

A fé é o encontro com uma Pessoa: Jesus Cristo

Bento XVI, que hoje recordamos juntamente com os Cardeais e Bispos falecidos durante o ano transcorrido, escreveu em sua primeira Encíclica que o programa de Jesus é «um coração que vê». Quantas vezes nos recordou que a fé não é, primariamente, uma ideia a ser compreendida nem uma moral a ser abraçada, mas o encontro com uma Pessoa: Jesus Cristo. O coração d’Ele bate forte por nós, o seu olhar condói-se à vista do nosso sofrimento.

Como mostra o Evangelho, Jesus se detém diante da angústia por aquela morte. Sente “compaixão por uma mãe viúva que, ao ficar sem o único filho, perdeu a razão de viver. Assim é o nosso Deus, cuja divindade resplandece no contato com as nossas misérias, porque o seu coração é compassivo”.

A compaixão de Jesus é concreta

“A compaixão de Jesus tem uma caraterística: é concreta. Diz o Evangelho que Ele se aproxima e toca no caixão. Tocar no caixão de um morto era inútil; além disso, naquele tempo, era considerado um gesto impuro, que contaminava quem o fazia. Mas Jesus não presta atenção a isso, a sua compaixão elimina distâncias e o leva a aproximar-se. É o estilo de Deus, feito de proximidade, compaixão e ternura; e de poucas palavras”, disse ainda o Papa.

A compaixão do Senhor “chega ao ponto de reanimar aquele filho jovem. E Jesus o faz de um modo diferente dos outros milagres, ou seja, sem pedir sequer à mãe que tenha fé”. “Por que um prodígio assim extraordinário e tão raro?”, perguntou o Papa. “Porque aqui estão envolvidos o órfão e a viúva, que a Bíblia indica, junto com o estrangeiro, como as pessoas mais sós e abandonadas, que não podem confiar em mais ninguém senão em Deus. Por isso, são as pessoas mais íntimas e queridas do Senhor. Não podemos ser íntimos e queridos de Deus, ignorando aqueles que gozam da sua proteção e predileção e que hão de nos acolher no Céu”, sublinhou.

Crer-se necessitado de Deus e dar-lhe espaço

A seguir, o Papa refletiu sobre a segunda palavra: humildade. “O órfão e a viúva são realmente os humildes por excelência, aqueles que, colocando toda a esperança no Senhor e não em si mesmos, transferiram o centro da sua vida para Deus: contam, não sobre as suas próprias forças, mas sobre o Senhor que cuida deles. Irmãos e irmãs, esta é a humildade cristã. Não se trata de uma virtude entre outras, mas da predisposição basilar da vida: crer-se necessitado de Deus e dar-lhe espaço, depositando n’Ele toda a confiança”, disse o Pontífice.

De acordo com Francisco, “Deus ama a humildade, porque lhe permite interagir conosco. Mais, Deus ama a humildade, porque Ele mesmo é humilde. Desce até nós, abaixa-se; não se impõe, deixa espaço. Deus não só é humilde, mas é humildade. «Vós sois humildade»: rezava São Francisco de Assis. Pensemos no Pai, cujo nome é inteiramente uma referência ao Filho e não a si mesmo; e ao Filho, cujo nome é inteiramente relativo ao Pai. Deus ama aqueles que se descentralizam, isto é, os humildes: estes assemelham-se a Ele mais do que todos os outros. Por isso mesmo, como diz Jesus, «o que se humilha será exaltado»”.

Renunciar a si mesmo pela Igreja de Jesus

Gosto de recordar as palavras com que se apresentou, no início, o Papa Bento XVI: «humilde trabalhador na vinha do Senhor». Sim, os cristãos, sobretudo o Papa, os Cardeais, os Bispos, são chamados a ser humildes trabalhadores: a servir, não a ser servidos; a pensar menos nos próprios frutos e mais nos frutos da vinha do Senhor. E como é maravilhoso renunciar a si mesmo pela Igreja de Jesus!

O Papa convidou a todos a pedirem “a Deus um olhar compassivo e um coração humilde. Não nos cansemos de o pedir, porque é pela senda da compaixão e da humildade que o Senhor nos dá a sua vida, que vence a morte”. “Rezemos pelos nossos queridos irmãos defuntos. O seu coração foi pastoral, compassivo e humilde, porque o sentido da sua vida foi o Senhor. N’Ele, encontrem a paz eterna! Rejubilem com Maria, que o Senhor exaltou olhando para a sua humildade”, concluiu Francisco.

Fonte: Vatican News

Dia de Todos os Santos

Celebramos três momentos de santidade: o momento passado, o momento presente e o momento futuro.


«Fomos criados à imagem do Santo, isto é, de Deus. Sendo assim nosso modo de ser e de pensar é afinado com o modo de pensar e de agir de Deus. O contrário é aberração, é antinatural. A natureza humana foi feita para receber a divina.

Quando falamos de santos, estamos tendo como referencial o Santo, Deus. É santa aquela pessoa que amou, que fez o bem, que foi feliz. Exatamente por isso soube perdoar, interessou-se pelos demais. Podemos ter como ideário dos santos as Bem-Aventuranças. Viveram seu agir especialmente a partir dos valores apontados nesse discurso de Jesus.

Celebramos três momentos de santidade: o momento passado, o momento presente e o momento futuro.

A Santidade do tempo presente é medida pela vivência das Bem-Aventuranças. Por isso hoje é nosso dia também, dia daqueles que tem em cada uma das bem-aventuranças de Jesus os mandamentos de seu dia a dia.

Quando homenageamos alguém e o intitulamos santo, queremos reconhecer nele a ação da Graça Divina que se concretizou na configuração da imagem do Criador nessa criatura.

E nossa devoção vai muito além do que colocar flores e acender velas. Nossa devoção será imitar suas virtudes, seu testemunho de seguir Jesus Cristo.

Pouco importa a época em que tenham vivido e qual a vocação que Deus lhes tenha dado. Importa como viveram, como responderam aos chamados, como enfrentaram as dificuldades, como superaram seus próprios limites, como vivenciaram a fé, a esperança e o amor.

Fomos feitos à imagem do Santo, para sermos santos: “Sede santos porque eu sou Santo!”» (Lev 11, 44).

Fonte: Vatican News

DIA DE FINADOS

No Dia de Finados nos reunimos para lembrar e orar pelas almas daqueles que partiram deste mundo e para refletir sobre a vida eterna à luz das Escrituras Sagradas. 

É natural que, em uma ocasião como esta, nossos corações se encham de saudades e nossos olhos de lágrimas. A perda de entes queridos é uma experiência profundamente emocional e desafiadora, mas a fé nos oferece consolo e esperança. 

Nas palavras de Jesus, em João (11,25-26), Ele nos diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês isto?” Essas palavras nos lembram que, para aqueles que creem em Cristo, a morte não é o fim, mas sim uma transição para a vida eterna. 

Além disso, encontramos conforto nas palavras do Salmo (23,4): “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” O Senhor está sempre ao nosso lado, mesmo nos momentos mais sombrios, e Sua presença nos conforta. 

No Dia de Finados, lembramos não apenas aqueles que já partiram, mas também do nosso próprio destino. Como está escrito em Hebreus (9,27): “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo.” A morte é inevitável para todos nós e é uma chamada à reflexão sobre a maneira como vivemos nossas vidas. 

É um momento para lembrar que nossas ações e relacionamentos têm um impacto eterno. Como cristãos, somos chamados a viver uma vida de amor, compaixão e justiça, seguindo o exemplo de Jesus. Conforme Mateus (25,40), Jesus nos diz: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Nossas boas ações em favor dos outros perduram na eternidade. 

Neste Dia de Finados, recordamos aqueles que partiram com carinho e respeito. Mas também lembramos que, ao enfrentarmos nossa própria mortalidade, podemos nos preparar espiritualmente para a vida eterna. Este é o momento de renovar nossa fé em Cristo e comprometer nossas vidas a seguir Seus ensinamentos, sabendo que Ele é a ressurreição e a vida, e que Nele encontramos esperança e consolo. 

Que neste dia, possamos encontrar paz e conforto nas promessas da Escritura Sagrada e renovar nossa fé em Jesus Cristo, que venceu a morte para nos dar a esperança da vida eterna. Amém. 

Fonte: CNBB

O Papa: a teologia deve ser capaz de interpretar o Evangelho no mundo de hoje

Com o Motu Proprio “Ad theologiam promovendam”, Francisco atualiza os Estatutos da Pontifícia Academia de Teologia, chamando-a a “uma corajosa revolução cultural” para ser profética e dialogante à luz da Revelação.


“Uma Igreja sinodal, missionária e ‘em saída’ só pode corresponder a uma teologia ‘em saída'” que possa “interpretar profeticamente o presente” prevendo “novos itinerários para o futuro, à luz da Revelação”. Nessa perspectiva, o Papa Francisco, com a Carta Apostólica na forma de Motu Proprio Ad theologiam promovendam, datada de 1º de novembro de 2023, decidiu atualizar os estatutos da Pontifícia Academia de Teologia. Instituída canonicamente por Clemente XI em 23 de abril de 1718, com o breve Inscrutabili, para “colocar a teologia a serviço da Igreja e do mundo”, a Academia evoluiu ao longo dos anos como um “grupo de estudiosos chamados a investigar e aprofundar temas teológicos de particular relevância”.

Agora, para o Pontífice, é hora de revisar as normas que regulam suas atividades “para torná-las mais adequadas à missão que nosso tempo impõe à teologia”. Abrindo-se ao mundo e ao homem, “com seus problemas, suas feridas, seus desafios, suas potencialidades”, a reflexão teológica deve abrir espaço para “um repensar epistemológico e metodológico”, sendo, portanto, chamada a “uma corajosa revolução cultural”. O que é necessário é “uma teologia fundamentalmente contextual”, escreve o Papa, “capaz de ler e interpretar o Evangelho nas condições em que os homens e as mulheres vivem diariamente, nos diferentes ambientes geográficos, sociais e culturais”.

Diálogo com diferentes tradições e disciplinas

A teologia deve “desenvolver-se em uma cultura do diálogo e do encontro entre as diversas tradições e os diversos saberes, entre as diversas confissões cristãs e as diversas religiões”, especifica a Carta Apostólica, deve confrontar-se “abertamente com todos, crentes e não crentes”. “É a abordagem da transdisciplinaridade”, especifica Francisco, que deve ser pensada – esclarece a Constituição Apostólica Veritatis gaudium – “como a colocação e a fermentação de todo conhecimento no espaço de Luz e Vida oferecido pela Sabedoria que emana da Revelação de Deus”. Por essa razão, a teologia deve “fazer uso de novas categorias desenvolvidas por outras formas de conhecimento, a fim de penetrar e comunicar as verdades da fé e transmitir o ensinamento de Jesus nas linguagens de hoje, com originalidade e consciência crítica”.

O “selo pastoral”

Depois, há a contribuição que a teologia pode dar “ao debate atual de ‘repensar o pensamento’, mostrando-se ser um verdadeiro saber crítico na medida em que é um conhecimento sapiencial”, um saber que não deve ser “abstrato e ideológico, mas espiritual”, enfatiza Francisco, “elaborado de joelhos, grávido de adoração e oração; um saber transcendente e, ao mesmo tempo, atento à voz do povo”. É uma “teologia popular” que o Papa pede, “misericordiosamente dirigida às feridas abertas da humanidade e da criação e dentro das dobras da história humana, para a qual profetiza a esperança de uma realização final”. Na prática, para Francisco, a teologia, como um todo, deve assumir um “selo pastoral” e, portanto, a reflexão teológica deve partir “dos diferentes contextos e situações concretas em que os povos estão inseridos”, colocando-se “a serviço da evangelização”.

Dom Staglianò: uma nova missão que envolve todo o povo de Deus

É uma nova missão, diz o presidente da Pontifícia Academia de Teologia, dom Antonio Staglianò, “promover, em todas as esferas do saber, o confronto e o diálogo para alcançar e envolver todo o povo de Deus na pesquisa teológica, de modo que a vida do povo possa se tornar vida teologal”.

Fonte: Vatican News