CNBB SOBRE A TRAMITAÇÃO DA ADPF 442: “JAMAIS ACEITAREMOS QUAISQUER INICIATIVAS QUE PRETENDAM APOIAR E PROMOVER O ABORTO”

]A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota, nesta quinta-feira, 14 de setembro, sobre o pedido de inclusão em pauta da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 no Supremo Tribunal Federal (STF).

A ação pleiteia a possibilidade de descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. No texto, os bispos reafirmam o posicionamento contrário ao pedido feito na ADPF: “jamais aceitaremos quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto”.

“Jamais um direito pode ser exigido às custas de outro ser humano, mesmo estando apenas em formação. O fundamento dos direitos humanos é que o ser humano nunca seja tomado como meio, mas sempre como fim”, reforçam os bispos. Na nota, também recordam a posição “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, diz um trecho do documento.

Outro destaque é o entendimento que os pedidos da ADPF 442 “foram conduzidos como pauta antidemocrática pois, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal (STF) uma função que não lhe cabe, que é legislar diante de uma suposta e inexistente omissão do Congresso Nacional”.

A Presidência da CNBB salienta que “se até hoje o aborto não foi aprovado como querem os autores da ADPF não é por omissão do Parlamento, senão por absoluta ausência de interesse do Povo Brasileiro, de quem todo poder emana, conforme parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal”.

Confira a nota na íntegra:

NOTA DA CNBB
VIDA: DIREITO INVIOLÁVEL

“Propus a vida e a morte; escolhe, pois a vida” (Dt 30,19).

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Presidência, reafirma sua posição em favor da vida desde a concepção.

Diante do pedido de inclusão em pauta da ADPF 442 (2017), no Supremo Tribunal Federal (STF), que pleiteia a possibilidade de aborto legal até a 12ª semana de gestação, reafirmamos que “o aborto constitui a eliminação de uma vida humana, trata-se, pois, de uma ação intrinsecamente má e, portanto, não pode ser legitimada como um bem ou um direito” (Vida: Dom e Compromisso II: fé cristã e aborto, Edições CNBB, 2021, n.96).

Jamais um direito pode ser exigido às custas de outro ser humano, mesmo estando apenas em formação. O fundamento dos direitos humanos é que o ser humano nunca seja tomado como meio, mas sempre como fim. “Ninguém nunca poderá reivindicar o direito de escolher o que mais convém por meio de uma ação direta que elimine uma vida humana, pois nenhuma pessoa tem o direito de escolha sobre a vida dos outros” (Vida: Dom e Compromisso II, n. 97).

“A decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má, do ponto de vista moral, e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom” (Evangelium Vitae, n. 57).

Como já nos manifestamos em 2017, por meio de Nota “Pela vida, contra o aborto”, reiteramos nossa posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural. Entendemos que os pedidos da ADPF 442 foram conduzidos como pauta antidemocrática pois, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal (STF) uma função que não lhe cabe, que é legislar diante de uma suposta e inexistente omissão do Congresso Nacional, pois se até hoje o aborto não foi aprovado como querem os autores da ADPF não é por omissão do Parlamento, senão por absoluta ausência de interesse do Povo Brasileiro, de quem todo poder emana, conforme parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal.

De qualquer forma, jamais aceitaremos quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto.

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, ajude-nos na missão de escolher a vida, como dom de Deus e compromisso de toda humanidade.

Brasília- DF, 13 de setembro de 2023

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre – RS
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros da Silva
Arcebispo de Goiânia – GO
1º Vice- Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife – PE
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

Fonte: CNBB

O Papa aos Oblatos Beneditinos: sejam modelos de hospitalidade

Francisco recebeu, no Vaticano, os participantes do 5° Congresso Mundial dos Oblatos Beneditinos. “Seguindo o exemplo dos monges, a vida de quem segue São Bento é doada, plena, intensa. Assim como os monges, que recuperam os lugares onde vivem e marcam os dias com laboriosidade, também vocês são chamados a transformar, onde vivem, os contextos cotidianos, agindo como fermento na massa, com competência e responsabilidade, e ao mesmo tempo com mansidão e compaixão”, disse o Papa.


O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (15/09), na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes do 5° Congresso Mundial dos Oblatos Beneditinos.

O Pontífice recordou, no início de seu discurso, que São Bento convidava a ter um «coração dilatado pela soberania indescritível do amor». “Este coração dilatado caracteriza o espírito beneditino, que inervou a espiritualidade do mundo ocidental e que depois se espalhou por todos os continentes”, sublinhou o Papa, refletindo sobre três aspectos desta “dilatação do coração”: a busca de Deus, a paixão pelo Evangelho e a hospitalidade.

“A vida beneditina é marcada, antes de tudo, por uma busca constante de Deus, de sua vontade e das maravilhas que Ele realiza. Essa busca ocorre, em primeiro lugar, na Palavra, da qual vocês se nutrem todos os dias na lectio divina, mas também na contemplação da criação, deixando-se questionar pelos acontecimentos diários, vivendo seu trabalho como oração, a ponto de transformar os próprios meios de seu trabalho em instrumentos de bênção e, por fim, nas pessoas, nos irmãos e irmãs que a Providência faz vocês encontrar. Em tudo isso, vocês são chamados a ser buscadores de Deus”, disse ainda o Papa.

O segundo aspecto importante é a paixão pelo Evangelho.

Seguindo o exemplo dos monges, a vida de quem segue São Bento é doada, plena e intensa. Assim como os monges, que recuperam os lugares onde vivem e marcam os dias com laboriosidade, também vocês são chamados a transformar, onde vivem, os contextos cotidianos, agindo como fermento na massa, com competência e responsabilidade, e ao mesmo tempo com mansidão e compaixão.

Francisco convidou a pensar “no que a presença do monaquismo, com seu modelo de vida evangélica baseado no ora et labora, com a conversão pacífica e a integração de numerosas populações, constituiu na transição da queda do império romano ao nascimento da sociedade medieval”.

Todo esse zelo nasceu de uma paixão pelo Evangelho, e essa também é uma questão muito atual para vocês. Hoje, de fato, num mundo globalizado, mas fragmentado, apressado e dedicado ao consumismo, em contextos em que as raízes familiares e sociais, por vezes, parecem quase dissolver-se, não há necessidade de cristãos que apontem o dedo, mas de testemunhas apaixonadas que irradiem o Evangelho “na vida através da vida”.

A terceira característica da tradição beneditina na qual o Papa se concentrou foi a da hospitalidade. Na Regra, São Bento dedica um capítulo inteiro à hospitalidade, que começa com as palavras: «Todos os hóspedes que chegarem ao mosteiro sejam recebidos como Cristo, pois um dia ele dirá: “Fui hóspede e vocês me acolheram”».

Ele continua “especificando algumas atitudes concretas a serem adotadas em relação ao hóspede por parte da comunidade: «Devem ir ao seu encontro, demonstrando-lhe de todas as maneiras o seu amor; […] rezar juntos e depois entrar em comunhão com Ele, trocando a paz”, ou seja, partilhando com Ele o que lhes é mais precioso». Depois, São Bento fala sobre quem são os hóspedes, dizendo: «Especialmente os pobres e os peregrinos sejam acolhidos com todo o respeito e cuidado possível, porque é neles que se recebe Cristo de uma forma muito particular».

Como Oblatos, seu grande mosteiro é o mundo, a cidade, o local de trabalho, e ali vocês são chamados a serem modelos de hospitalidade no respeito por quem bate à sua porta e na predileção pelos pobres. Acolher é isto: a tentação é fechar-se, e hoje, na nossa civilização, na nossa cultura, na cultura cristã, uma das formas de fechar-se é fofocando, “sujando” os outros. “Fecho-me porque este é um desgraçado, porque este é um etc, etc.” Como beneditinos a sua língua é para louvar a Deus, não para falar mal dos outros.

“Se vocês fizerem uma reforma de vida, de nunca falar mal dos outros, vocês terão aberto a porta para a sua causa de canonização”, disse ainda o Papa aos Oblatos Beneditinos, recordando que “às vezes parece que a nossa sociedade esteja se sufocando lentamente nos cofres fechados do egoísmo, do individualismo e da indiferença”.

Por fim, o Papa agradeceu a Deus “pela grande herança de santidade e sabedoria da qual são depositários” os Oblatos Beneditinos, e os convidou a “continuarem a dilatando o coração e a entregá-lo todos os dias ao amor de Deus, sem nunca deixar de buscá-lo, testemunhá-lo com paixão e acolhê-lo nos pobres que a vida lhes apresentar”.

Fonte: Vatican News

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

Em 13 de setembro de 335, foram consagradas, em Jerusalém, duas igrejas: a da Ressurreição e a do Martyrium. No dia seguinte, com uma cerimônia solene, houve a ostensão da Cruz, que a Imperatriz Helena havia encontrado, em 14 de setembro de 320. Em 614, Cosroes II, rei dos Persas, travou uma guerra contra os Romanos e, depois de derrotar Jerusalém, levou consigo, entre os diversos tesouros, também a Cruz de Jesus. Heráclio, imperador romano de Bizâncio, propôs um pacto de paz com Cosroes, que não aceitou. Diante da sua negação, entrou em guerra com ele e venceu, perto de Nínive, e pediu a restituição da Cruz, que a levou de volta a Jerusalém. Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, não se glorifica a crueldade da Cruz, mas o Amor que Deus manifestou aos homens ao aceitar de morrer na Cruz: “Mesmo sendo Deus, Cristo humilhou-se, fazendo-se servo. Eis a exaltação da Cruz de Jesus!” (Papa Francesco).

«Naquela ocasião, Jesus disse a Nicodemos: “Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também o Filho do Homem será levantado, a fim de que todo o que nele crer tenha a vida eterna”. De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3,13-17).

Chega de fecharmos em nós mesmos

“Na origem do ser cristão, – escreveu Bento XVI – não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento”. O Evangelho, que a liturgia nos propõe na festa da Exaltação da Santa Cruz, diz que Deus pretende construir uma relação de amor com cada um de nós; Ele se oferece na pessoa do seu Filho Jesus, pregado na Cruz.
O fato de levantarmos o olhar para Deus, nos propõe uma verdade importante: somos convidados a voltar a nos relacionarmos de novo com Ele. Chega de ficarmos fechados em nós mesmos, alimentando inúteis sentimentos de culpa e esquecendo que “se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração” (1 Jo 3,20). Elevemos nosso olhar para as estrelas (Cf. Abraão e a promessa de uma grande descendência), colocando todas as nossas preocupações em Deus.

Espanto e gratidão

O fato de elevar nosso olhar não nos deve causar medo, mas gratidão, porque tal elevação é a medida do amor com a qual Deus ama os seus filhos, no Filho. Com efeito, a misericórdia de Deus – como no caso de Nicodemos – ilumina as noites da nossa vida e nos permite continuar o nosso caminho.

Nenhuma indiferença diante da Cruz

Não podemos permanecer indiferentes diante da Cruz de Jesus: nem com ele e nem contra Ele. Trata-se de uma escolha, que deve ser feita antes de qualquer ação, porque a vida do cristão nada mais é que o testemunho de quanto “Deus nos amou, a ponto de dar seu Filho Jesus”.

 

Fonte: Vatican News

O que rezar quando fazemos o sinal da Cruz antes do Evangelho?

Durante a celebração da Santa Missa, ficamos diante da unidade das duas mesas: da Palavra de Deus e do Pão do Senhor.

Não podemos limitar a voz do Senhor quando Sua Palavra é proclamada na celebração, pois quando Deus fala, expressa o Seu amor, dá a salvação ao homem e o instrui para a um caminho de felicidade plena. E quando nós escutamos, não devemos ter uma postura passiva e descompromissada, mas precisamos deixar a Palavra fecundar em nós, compreendendo a Palavra por meio de uma resposta viva e concreta para nossas vidas.

“Quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala ao seu povo, e Cristo, presente em sua Palavra, anuncia o Evangelho. Por isso todos devem escutar com veneração as leituras da Palavra de Deus, elemento de máxima importância da Liturgia” (Instrução Geral ao Missal Romano, 9).

leitura do Evangelho tem destaque especial da Missa, pois é o Nosso Senhor que, com a sua vida, gestos e palavras, nos orienta o caminho da bem-aventurança, pois estamos diante do próprio Cristo. O Verbo se fez carne, estabeleceu o seu Reino, foi crucificado, morto, ressuscitou e subiu aos Céus.

Por isso, o Evangelho deve ser aclamado pelos fiéis antes de ser proclamado. A Assembleia aclama o próprio Cristo que irá falar por meio do sacerdote, que quando está celebrando, age “In Persona Christi”, que quer dizer, “na pessoa de Cristo”.

Quando o padre faz a saudação “O Senhor esteja convosco” e nós como assembleia respondemos “Ele está no meio de nós”, durante o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo e de qual evangelista escreveu, fazemos por três vezes o sinal da cruz: na testa, na boca e no coração. Estes gestos não são considerados como apenas um ritual, mas um forte convite que a Mãe Igreja faz, destacando a essencial importância dada ao Boa Nova de Jesus.

Fonte: A12

Papa a jovens do Brasil: sigam na missão com ousadia e esperança, como São José de Anchieta

Francisco enviou uma carta a dom Vilsom Basso, por ocasião dos 50 anos da Pastoral da Juventude, que foi lida aos mais de 4 mil jovens reunidos em Aparecida: mesmo diante dos desafios, “sigam em frente com a coragem, a ousadia e a criatividade que lhes são características, sem desanimar nem deixar que lhes roubem a esperança”, “sempre amparados pela intercessão do Apóstolo do Brasil”, escreveu o Pontífice. “Obrigado, Papa Francisco, pelo amor à juventude”, agradeceu dom Vilsom.


Os “50 anos do trabalho de evangelização da Pastoral da Juventude no Brasil” também foram festejados pelo Papa Francisco. Do Vaticano, o Pontífice enviou uma carta de felicitações endereçada a dom Vilsom Basso, presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB. A mensagem – escrita em português – foi lida em dois momentos no último sábado (9), no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, que reuniu aos mais de 5 mil jovens para a festa jubilar:

“Escrevo-lhe esta mensagem no dia em que celebramos São José de Anchieta, um jesuíta como eu que, quando era jovem como vocês, aos 19 anos, não teve temor algum de partir em missão para uma terra desconhecida, atravessando o oceano, movido por seu zelo apostólico de anunciar Jesus Cristo a todos.”

“Busquem sempre o auxílio deste poderoso intercessor e procurem o seu exemplo.”

De fato, a carta é datada de 9 de junho, Dia Nacional de São José de Anchieta, natural das Ilhas Canárias, mas que fez história e missão no Brasil, onde se dedicou aos povos indígenas e foi um dos fundadores da cidade de São Paulo. Em 1980 foi beatificado por João Paulo II e, em 2014, o próprio Papa Francisco assinou no Vaticano a canonização do Apóstolo do Brasil que se tornou oficialmente o terceiro santo brasileiro e confirmado em 2015 como padroeiro do país e também de todos os catequistas.

Um legado para servir de inspiração aos jovens brasileiros, recordou o Papa na carta, mesmo diante das dificuldades do dia a dia:

“São muitos obstáculos e desafios para poder levar a Boa Nova do Evangelho aos jovens da socidade hodierna. Entretanto, exorto-os a seguirem em frente com a coragem, a ousadia e a criatividade que lhes são características, sem desanimar nem deixar que lhes roubem a esperança. Saibam que estarão sempre amparados pela intercessão do Apóstolo do Brasil e pela proteção maternal da Virgem Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe.”

Milhares de jovens participaram da Romaria no Santuário de Aparecida

“Obrigado, Papa Francisco, pelo amor à juventude”

A mensagem do Papa Francisco foi recebida “com emoção” no Brasil e veio “coroar o grande evento realizado na casa da Mãe Aparecida”, a Romaria Jubilar dos 50 Anos da Pastoral da Juventude, comentou dom Vilsom Basso, bispo de Imperatriz (MA) ao Vatican News. A apresentação da carta enviada do Vaticano foi envolvida por uma explosão de palmas, choro, abraços e um uníssono grito “arrá, urrú, o Papa é Pejoteiro” – em referência à própria Pastoral da Juventude. É a segunda vez que Francisco escreve a um evento nacional da PJ, a primeira foi para o Encontro Nacional de 2015, em Manaus, no Amazonas.

“Vejo nas palavras do Papa aquilo que de fato era importante e decisivo e importante os jovens escutarem. O Papa ressalta três palavras: a coragem de seguir em frente, a ousadia e a criatividade, que são atitudes decisivas para esta Igreja jovem e grande parcela da população realizar a sua missão – dentro da Igreja e na sociedade – inspirados em Jesus e sem desanimar e sem deixar que roubem a esperança. Pois são tantas as dificuldades que a juventude enfrenta: pessoais, na família, a dificuldade de trabalho, de educação adequada e também de espaços dentro da Igreja e da sociedade. E o Papa Francisco exorta a seguir em frente, sem desanimar, e sem deixar que lhe roubem a esperança!”

“Que a juventude mantenha a alegria, a coragem e a esperança de seguir adiante: com coragem, ousadia e criatividade. Obrigado, Papa Francisco, pelo amor à juventude, pela bênção que nos enviou. Que possamos seguir adiante nessa missão!”

A programação no santuário recordou a história dos 50 anos da Pastoral da Juventude

Fonte: Vatican News

Por que a Igreja dedica um dia ao nome de Maria?

O anjo enviado por Deus disse a Nossa Senhora: “Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus”

liturgia celebra, no dia 12 de setembro, o Nome Santíssimo da Virgem Maria (Miryam, em hebraico). O objetivo dessa festa é que os fiéis possam recomendar a Deus, de modo especial pela intercessão de Sua Santíssima Mãe, as necessidades da Igreja e as próprias necessidades, além de agradecer ao Senhor as graças recebidas por intermédio da intercessão da Virgem Maria.

Essa festa teve início na Espanha, em 1513, e espalhou-se por todo o país. Em 1683, o Papa Inocêncio XI a estendeu para toda a Igreja do Ocidente como um ato de ação de graças pelo levantamento do cerco de Viena e a derrota dos turcos por João Sobieski, rei da Polônia. Na época, a data dessa celebração foi definida para ser no domingo, dentro da oitava da Natividade de Nossa Senhora.

O nome de uma pessoa é muito importante na Bíblia, pois representa a própria pessoa. Certamente, São Joaquim e Santa Ana foram inspirados pelo céu ao escolherem esse nome para a Virgem que seria, um dia, a Mãe do Redentor e nossa Mãe.

Por que a Igreja dedica um dia ao nome de Maria?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

O nome de Maria é poderoso

São Lucas registra: “O nome da Virgem era Maria”. O anjo enviado por Deus diz a ela: “Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus”. Segundo os mariólogos, o nome “Miryam” pode ter origens diversas. Alguns estudiosos afirmam que ele é derivado da raiz “mery”, que em egípcio significa “muito amada”. Também são atribuídos a ela o significado de “Estrela do Mar”, entre outros.

Mais importante do que o significado exato desse nome é saber que ele é poderoso, pois é o nome da Mãe de Deus e deve ser invocado sempre.

O nome de Maria é como um bálsamo que corre agradavelmente sobre os membros dos enfermos e os penetra com eficácia, os reanima e suaviza, lhes dá força e saúde. Mais do que o nome de todos os santos, Maria pede a Deus que Ele cure os nossos males, ilumine nossa cegueira e nos encoraje em nossos desânimos.

O nome de Maria abre o coração de Deus

Ricardo de São Vítor disse: “O nome de Maria cura os males do pecador com mais eficácia que os unguentos mais procurados. Não há doença, por desastrosa que seja, que não ceda imediatamente à voz desse bendito nome”.

Alguém disse que o nome de Maria desarma o coração de Deus. Não há pecador, por mais criminoso que seja, que o pronuncie em vão. Por ela, o perdão desce sobre as almas pecadoras, não porque tenha ela o direito de o conceder, mas porque é onipotente para o implorar a Deus. O nome de Maria abre o coração de Deus e põe todos os tesouros d’Ele à disposição da alma que o invoca. São Bernardo a chamou de “onipotência suplicante”.

Um santo disse que Jesus Cristo entrega tudo o que tem àqueles que Lhe estendem a mão em nome de Sua Mãe. Deus Pai, fonte de toda riqueza, concede toda graça àqueles que pedem algo a Ele invocando o nome de Sua Filha bem-amada.

O nome da Santíssima Virgem Maria nos salva dos perigos de pecar, das tentações e de todas as dificuldades. Ele dissipa a tristeza na alma que o pronuncia. Quem tem temor de Deus e de Seus julgamentos deve pensar sempre em Maria e invocar o nome dela. Assim, sua confiança em Deus renascerá. Diante de qualquer dificuldade humana, diante dos adversários e dos perigos, pense em Nossa Senhora e invoque o seu santo nome, porque dele os demônios fogem.

 

Fonte: Canção Nova

Família Ulma, uma beatificação sem precedentes

familia ulma
Wiktoria Ulma com os filhos no outono de 1943. A partir da esquerda Władzio, Stasia (que segura Marysia), Franuś (nos ombros), Basia i Antoś

Exterminada por esconder oito judeus, no dia 10 de setembro de 2023, a família Ulma será elevada às honras dos altares. Trata-se de uma novidade, do ponto de vista do processo canônico atual: toda uma família será beatificada, pais e filhos, inclusive o nascituro que a mãe trazia em seu ventre. Cardeal Semeraro: “Penso que este caso é semelhante ao dos Santos inocentes”.

A família Ulma foi uma centelha de luz nos anos sombrios da Segunda Guerra Mundial, mas era uma família como qualquer outra: o pai, Josef, trabalhava no campo e a mãe, Wiktoria, fazia os serviços de casa, além de cuidar de seis filhos e daquele que estava para nascer.

Evangelho nas pequenas coisas

Vivendo a quotidianidade na simplicidade, a família vivia e tornava vivo o Evangelho. A educação à fé, a oração comum em família, a leitura da Bíblia, faziam da família Ulma o que João Paulo II chamava de “Igreja doméstica”, aberta também aos mais necessitados. Naqueles anos, “os mais necessitados” eram, sobretudo, os judeus. A oito deles, a família abriu suas portas, ofereceu abrigo, comida e amizade, embora estivesse ciente do imenso risco que corria.

Um encontro inesperado

Para sabermos um pouco mais sobre a história da família Ulma, temos que voltar aos nossos dias, através das palavras de Manuela Tulli, jornalista da agência ANSA e autora, junto com o Padre Paweł Rytel-Andrianik, historiador e responsável do Programa Polonês de Vatican News – Rádio Vaticano, do livro: “Mataram até as Crianças: a família Ulma mártir que ajudou os judeus” (Edições Ares). Enviada à Ucrânia, para acompanhar as notícias da tragédia no coração da Europa, Manuela Tulli fez uma escala no sudeste da Polônia:

“Conheci a família Ulma por acaso. Trata-se de uma história que eu não escolhi, mas uma história que me escolheu. Muitas vezes nós, jornalistas, vamos à caça de histórias. Desta vez, porém, posso dizer que aconteceu o contrário. Na Polônia, vi em todos os lugares imagens, desenhos e fotos desta família numerosa, que viveu há mais de 80 anos. Sinceramente, eu nem sabia quem era, embora os poloneses quase que o presumiam. Porém, se sentiam felizes só em vê-los… estes dois pais tão jovens, já com tantos filhos pequenos. Enquanto estava lá, pensei na guerra de hoje e na guerra de ontem: pensei na amizade de hoje, pois, também hoje, os poloneses abriram as portas de suas casas para 2 milhões de refugiados. Não foram apenas os institutos e os conventos que deram hospitalidade; pensei na amizade de ontem, no fato de como esta família abriu as portas da sua pobre casa, de apenas dois quartos, a oito judeus.

Depois, antes de continuar minha viagem, o postulador da beatificação da família Ulma, ao me explicar o que os poloneses faziam pelos ucranianos, ofereceu-me um livro, pedindo-me para dedicar um pouco de tempo à sua leitura, a fim de conhecer melhor a família. Coloquei o livro na mala e parti para a Ucrânia. Quando regressei para a Itália, soube que o Papa havia decidido beatificar a família Ulma. Assim, procurei entender melhor a sua história”.

Os samaritanos de Markowa

Retomando o fio da meada sobre a família Ulma, na cidade de Markowa, entre as paredes de sua casa, encontramos a Bíblia da família – ainda conservada – na qual estava sublinhada a palavra “samaritano” e, à margem, uma anotação com a escrita “sim”. Tratava-se de uma escolha consciente, uma vocação abraçada na simplicidade de uma vida, que permaneceu atuante e harmônica, apesar do período histórico do tempo, onde a violência, o ódio e a divisão tentavam impor sua desordem. Testemunho desta vida eram também as inúmeras fotos tiradas pelo chefe da família, Josef, fotógrafo amador, homem de talento e ativo na comunidade de Markowa.

O massacre

Depois, a denúncia, a traição e os nazistas, que invadiram a pequena casa da família Ulma, dando tiros em direção ao sótão, onde os amigos judeus estavam escondidos. Foi um massacre. Josef e Wiktoria foram arrastados para fora e fuzilados na presença de seus filhos. A mãe estava no sétimo mês de gravidez. Depois do pai e da mãe, foi a vez de seus filhos, que também foram “executados”. A casa deles foi incendiada. Era o dia 24 de março de 1944.

Um martírio judaico-cristão

Padre Paweł Rytel-Andrianik, historiador e autor do livro, junto com Manuela Tulli, recorda que o assassinato da família Ulma consiste em um martírio não apenas cristão:

“O Padre François-Marie Léthel, consultor do Dicastério das Causas dos Santos, escreveu no jornal L’Osservatore Romano, que este foi um martírio judaico-cristão. Com a sua declaração, ele quis destacar a evidência dos fatos, pois foram assassinadas pessoas inocentes: a família Ulma e oito judeus, cujos nomes são: Shaul Goldmann, com os seus quatro filhos, Lea Didner, com a sua filha Reshla, de cinco anos, e Golda Grünfeld.

Esta história é muito comovente: quando os alemães nazistas chegaram à casa da família Ulma, começaram a atirar em direção ao teto, onde se encontrava o sótão, de onde o sangue das vítimas começou a escorrer. Em baixo, no lugar para onde correu o sangue, havia uma mesa sobre a qual foi colocada – não se sabe o motivo – uma foto das duas mulheres judias. No braço de uma delas estava desenhada a estrela de Davi. Esta foto foi conservada até hoje como “relíquia” do martírio também judaico.

Nesta história, conclui o Padre Rytel-Adrianik, “podemos notar os horrores do Holocausto, mas também a luz do Evangelho, que provém dos que o quiseram incarnar na concretude da vida de cada dia”.

Justos entre as Nações e Beatos

O mal da guerra não conseguiu apagar a luz deste acontecimento. Os membros da família Ulma, Justos entre as Nações pelo Estado de Israel e Beatos pela Igreja Católica, foram reconhecidos pela Igreja católica como mártires, até mesmo o sétimo filho, ainda vivo no ventre de Wiktoria.

Beatificação sem precedentes

O Prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, Cardeal Marcello Semeraro, em uma entrevista para a publicação do livro “Mataram até as Crianças”, disse que, a petição para a beatificação, apresentada ao Santo Padre, incluiu também a criatura que estava no ventre da mãe. Provavelmente, ela havia iniciado a dar à luz, por medo, durante a sua execução pelos nazistas. De fato, afirmou o cardeal, “este é um caso muito singular, referindo-se a um episódio evangélico, que pode ser chamado Batismo de sangue, como o caso semelhante ao dos Santos inocentes. Este nascituro, encontrado na fossa comum após o massacre (a cabeça e parte do seu corpo já estavam saindo do ventre de Wiktoria, ndr), foi considerado digno do martírio”.

Missa presidida por Dom Aldemiro, na Catedral da Luz, terá transmissão AO VIVO pela TV Evangelizar

No próximo dia 12 de setembro de 2023, terça-feira, às 19h, a TV Evangelizar irá transmitir uma missa AO VIVO presidida pelo bispo diocesano, Dom Aldemiro Sena dos Santos, diretamente da Catedral Nossa Senhora da Luz, em Guarabira-PB.

Esse é um projeto da própria TV Evangelizar, cuja proposta é realizar a transmissão ao vivo de uma celebração eucarística, com duração de 1h20, em cada (arqui)diocese do Brasil, presidida pelo (arce)bispo da referida Igreja Particular.

Clero, religiosos(as), consagrados(as) e fiéis em geral, todos são convidados a participar ou acompanhar a transmissão pela SKY (Canal 586), Canal no Youtube, Aplicativo Associação Evangelizar (Google Play | App Store) ou pelo site: tvevangelizar.com.br.

Papa: a correção fraterna sugere ajudar o irmão no erro, com gentileza e não fofoca

Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (10), Francisco refletiu sobre a “correção fraterna” proposta no Evangelho do dia e indicou três passos para alcançar aquela que é “uma das expressões mais elevadas do amor e também uma das mais exigentes, porque não é fácil corrigir os outros”. Quando um irmão na fé comete uma falta, “você aponta o dedo ou abre os braços?”, questionou o Pontífice.


O Papa está de volta ao Angelus na Praça São Pedro, já que há exatamente uma semana cumpria agenda na Ásia durante viagem apostólica à Mongólia. Neste domingo (10), ao reencontrar os peregrinos no Vaticano, Francisco refletiu sobre o trecho do Evangelho do dia (cf. Mt 18,15-20) que fala de “correção fraterna”, descrevendo-a como “uma das expressões mais elevadas do amor e também uma das mais exigentes, porque não é fácil corrigir os outros… Quando um irmão na fé comete uma falta contra você, você, sem rancor, o ajuda, o corrije”. Mas nem sempre é assim, recorda o Pontífice:

“Infelizmente, por outro lado, a primeira coisa que geralmente se cria em torno de quem erra é a fofoca, em que todos ficam sabendo do erro, com todos os detalhes, exceto a pessoa em questão! Isso não é correto, irmãos e irmãs, isso não agrada a Deus. Não me canso de repetir que a fofoca é uma praga na vida das pessoas e das comunidades porque leva à divisão, leva ao sofrimento, leva ao escândalo, e nunca ajuda a melhorar, nunca ajuda a crescer.”

O Pontífice, então, recorreu a São Bernardo de Claraval (1090-1153), “um grande mestre espiritual”, educador de gerações de santos que deixou documentos fundamentais e tinha a humanidade de Cristo como o centro de tudo. Ele “dizia que a curiosidade estéril e as palavras superficiais são os primeiros degraus da escada da soberba, que não leva para cima, mas para baixo, precipitando o homem para a perdição e a ruína (cf. Os Graus da Humildade e da Soberba)”.

Os passos para a correção fraterna

O melhor comportamento é ensinado pelo próprio Jesus em três etapas, recorda Francisco. A primeira sugere que, para corrigir o irmão que cometeu o erro, se “converse com ele ‘cara a cara’, converse de forma justa, para ajudá-lo a ver onde está errando”. Uma atitude “para o bem dele”, “que não é aquela de falar mal, mas dizer as coisas na cara dele com mansidão e gentileza”.

Se isso não for suficiente, Jesus aconselha buscar ajuda junto a algumas pessoas que realmente tenham boa intenção. “Mas cuidado: não aquele grupo de tagarelas!”, alerta o Pontífice. Se mesmo assim não entender, “então, diz Jesus, envolva a comunidade”.

“Mas, também aqui, vamos esclarecer: não significa ridicularizar a pessoa, envergonhá-la publicamente, não, mas sim unir os esforços de todos para ajudá-la a mudar. Apontar o dedo contra as pessoas não é bom; na verdade, muitas vezes torna mais difícil para quem errou reconhecer o próprio erro. Em vez disso, a comunidade deve fazer com que ele ou ela sinta que, ao mesmo tempo em que condena o erro, está próxima com a oração e com o carinho à pessoa, sempre pronta a oferecer o perdão, a compreensão e a começar de novo.”

Se não ouvir nem mesmo a comunidade, Jesus diz que o irmão deve se tornar “como se fosse um pagão ou um pecador público” (v. 17). O Papa Francisco conclui a reflexão do Evangelho pedindo a intercessão de Maria “que continuou a amar mesmo quando ouvia as pessoas condenarem seu Filho”. E para buscar o caminho do bem, Francisco assim nos convida a analisar, perguntando-nos:

“Como eu me comporto com quem erra contra mim? Será que guardo isso pra mim e acumulo ressentimentos? ‘Você vai pagar por isso’: essa palavra, que vem com tanta frequência… ‘Você vai pagar por isso’. Será que faço disso um motivo para falar pelas costas? ‘Você sabe o que aquele ali fez?’ Blá blá blá… aquele papo…. Ou sou corajoso, corajosa e tento conversar? Rezo por ele ou por ela, peço ajuda para fazer o bem? E as nossas comunidades cuidam daqueles que caem, para que possam se levantar e começar uma nova vida? Apontam o dedo ou abrem os braços? O que você faz? Você aponta o dedo ou abre os braços? Pensa.”

Fonte: Vatican News


Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus

 

Origens 

A Natividade da Virgem Maria é uma das festas marianas mais antigas. Imagina-se que a sua origem esteja ligada à festa da dedicação de uma igreja a Maria. Segundo a tradição, era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana. É localizada em Jerusalém, construída no século IV: a basílica de Santa Ana, é onde nasceu a Virgem. Em Roma, esta festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (†8 de setembro de 701).

A Natividade

A Igreja católica não costuma celebrar o dia de nascimento dos santos, mas de sua morte. Há, contudo, três celebrações de nascimento: de Jesus Cristo (Natal); de São João Batista (ainda no ventre de Isabel, manifestou-se diante da proximidade de Maria, que esperava Jesus e fora visitar sua parente); e o da própria Virgem Santíssima.

A Tradição

Nos Evangelhos não encontramos citações sobre esta festa, tampouco os nomes dos pais de Maria. Só há referências a Virgem Maria quando se trata de ressaltar algum fato que diga respeito ao Salvador. A Palavra de Deus nos mostra, mesmo que de forma discreta, a presença de Maria Santíssima nos momentos centrais da História da Salvação, como na encarnação, a inauguração do ministério de Cristo, a crucifixão, o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo e outros eventos.

Contudo, os Evangelhos não nos dão informações a respeito da família de Maria, de sua infância, de sua formação, de seu temperamento, de seu aspecto físico entre outras características.  Mas a tradição faz menção no Protoevangelho de Tiago, apócrifo escrito no século II. Entretanto, o acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.

Relevância da Festividade

A maravilha deste nascimento não está no que os apócrifos narram com grande detalhe e engenhosidade. Está no significativo passo em frente que Deus leva na realização do seu eterno desígnio de amor. Por isso, a festa de hoje foi celebrada com magníficos louvores por muitos Santos Padres, que se basearam em seu conhecimento da Bíblia e em sua sensibilidade poética e ardor

O Exemplo é Maria

Maria é uma mulher que deve ser imitada pela sua confiança, mormente nos momentos mais obscuros da vida do seu Filho Jesus. Isso e muitas outras coisas explicam o fato do Povo de Deus recorrer a Ela para encontrar refúgio, conforto, ajuda e proteção.

A Igreja considera Maria como a Mãe de Deus, mas também como a discípula. Maria foi exemplo e modelo de vida cristã: pela sua fé, obediência ao seu Filho, caridade com a prima Isabel e nas Bodas de Caná.

A Celebração

A Natividade de Nossa Senhora é celebrada nove meses depois da celebração da solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro). É toda a Igreja que faz o convite:

 “Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!” 

(S. João Damasceno – século VIII)

Protetora e Padroeira 

Nossa Senhora da Natividade é padroeira e protetora das costureiras. Além dos cozinheiros, dos destiladores, dos fabricantes de alfinetes e panos e da hospedaria.

Minha oração

“No dia do teu aniversário, quero louvar a Deus e celebrar a grande graça que é ter te recebido como Mãe. Obrigado, por tanto carinho e proteção, obrigado por todas as graças que recebo de ti diariamente. Seja hoje  e sempre nossa Senhora!”

Nossa Senhora da Natividade, rogai por nós!

 

Fonte: Canção Nova

Papa: distante dos holofotes estão os sinais da presença de Deus

“Tive a graça de encontrar na Mongólia uma Igreja humilde e feliz, que está no coração de Deus, e posso testemunhar-vos a sua alegria por se encontrarem por alguns dias também no centro da Igreja”, disse o Papa durante a catequese ao recordar os principais momentos de sua 43ª viagem apostólica.


Passados os dias de calor intenso causado pelo verão, a Praça São Pedro voltou a receber milhares de fiéis e peregrinos para a tradicional Audiência Geral.

Durante a catequese desta quarta-feira (06 de setembro), o Papa Francisco relembrou a sua recente viagem à Mongólia, realizada nos dias 31 de agosto a 4 de setembro. O Pontífice começou expressando a sua gratidão a todos aqueles que acompanharam suas atividades no país asiático com orações. E reforçou os seus agradecimentos às autoridades que o acolheram solenemente, em particular ao Presidente Khürelsükh e também ao ex-presidente Enkhbayar, que fez o convite oficial para a visita ao país.

Uma igreja humilde e feliz

Francisco disse recordar com alegria a Igreja local e o povo mongol: um povo nobre e sábio, que me mostrou tanta cordialidade e carinho, “hoje gostaria de levá-los ao coração desta viagem”, destacou.

E alguém poderia se perguntar, observou Francisco:

“Mas por que o Papa vai tão longe para visitar um pequeno rebanho de fiéis? Porque é precisamente ali, distante dos holofotes, que muitas vezes se encontram os sinais da presença de Deus, que não olha para as aparências, mas para o coração. O Senhor não procura o centro do palco, mas o coração simples de quem O deseja e O ama sem aparecer, sem querer destacar-se dos outros. E tive a graça de encontrar na Mongólia uma Igreja humilde e feliz, que está no coração de Deus, e posso testemunhar-vos a sua alegria por se encontrarem por alguns dias também no centro da Igreja.”

Missionários apaixonados pelo evangelho

O Pontífice destacou a emocionante história daquela pequena comunidade cristã, que surgiu, por graça de Deus, e através do zelo apostólico de alguns missionários que, apaixonados pelo Evangelho, foram enviados para aquele país desconhecido.

Ao evidenciar o trabalho árduo e incansável realizado ao longo dos anos pela Igreja, o Papa explicou que a palavra “católica”, significa “universal”, e acrescentou: “não se trata de uma universalidade que homogeneíza, mas de uma universalidade que se incultura. Isto é a catolicidade: uma universalidade encarnada, que percebe o bem ali onde vive e serve as pessoas com quem vive.”

“Assim vive a Igreja: testemunhando o amor de Jesus com mansidão, com a vida antes que com as palavras, feliz pelas suas verdadeiras riquezas: o serviço ao Senhor e aos irmãos.”

O Pontífice fez então memoria da “Casa de Misericórdia”, inaugurada por ele no último dia da viagem, sendo a primeira obra de caridade na Mongólia.

“Aquele espaço expressa todos os componentes da Igreja local: um lugar aberto e acolhedor, onde as misérias de todos podem entrar em contato sem vergonha com a misericórdia de Deus que eleva e cura. Eis o testemunho da Igreja mongol, com missionários de vários países que se sentem um com o povo, felizes em servi-lo e descobrir as belezas que já existem ali”.

“Os missionários não foram lá para fazer proselitismo, isso não é evangélico, eles foram lá para viver como o povo mongol, para falar a língua deles, para assumir os valores daquele povo e pregar o Evangelho no estilo daquela cultura”, completou Francisco.

Há sempre alguma riqueza a descobrir

O Papa sublinhou a beleza do encontro com todo o povo mongol, e disse que ao ouvir as suas histórias, pôde admirar ainda mais a busca religiosa ali vivenciada.

Ao recordar o encontro inter-religioso e ecumênico, Francisco ressaltou que a Mongólia tem uma grande tradição budista, com tantas pessoas que no silêncio vivem a sua religiosidade de forma sincera e radical, por meio do altruísmo e da luta contra as próprias paixões.

“Pensemos em quantas sementes do bem, no escondimento, fazem germinar o jardim do mundo, enquanto habitualmente ouvimos falar somente do som das árvores que caem!”

Para Francisco é crucial saber perceber e reconhecer o bem: “muitas vezes, porém, apreciamos os outros apenas na medida em que correspondem às nossas ideias. Pelo contrário, Deus pede-nos para ter um olhar aberto e benevolente, porque, sem cair em nocivos sincretismos e em fáceis irenismos, há sempre alguma riqueza a descobrir: nas pessoas como nas culturas, nas religiões como nas nações.”

“Por isso é importante, como faz o povo mongol, orientar o olhar para o alto, para a luz do bem. Só assim, a partir do reconhecimento do bem, se constrói o futuro comum; somente valorizando o outro podemos ajudá-lo a melhorar. E isso acontece com as pessoas e também com as populações. Por outro lado, Deus age assim conosco: olha-nos com benevolência, com confiança, com o olhar do coração.”

Um dos momentos da audiência geral desta quarta-feira, 06 de setembro

Ao concluir a catequese, o Santo Padre disse que lhe fez bem estar no coração da Ásia. E destacou como foi importante entrar em diálogo com aquele grande continente, captar suas mensagens, conhecer sua sabedoria, sua maneira de ver as coisas, de abraçar o tempo e o espaço.

“Fez-me bem encontrar o povo mongol, que preserva as suas raízes e tradições, respeita os idosos e vive em harmonia com o meio ambiente: é um povo que perscruta o céu e sente a respiração da criação. Pensando nas extensões ilimitadas e silenciosas da Mongólia, deixemo-nos estimular pela necessidade de alargar os limites do nosso olhar, para que veja o bem que há nos outros e seja capaz de expandir os próprios horizontes.”

O Papa Francisco finalizou exortando a todos: “por favor: ampliem os limites, e não se deixem aprisionar pela pequenez, permitam-se alargar o coração, para estarmos próximos de todas as pessoas e de todas as civilizações”.

Fonte: Vatican News

A redenção como símbolo na Bíblia: do Êxodo aos primeiros cristãos

Tomada em seu valor simbólico, esta experiência humana torna-se um indicador que aponta para um significado transcendente


Novo Testamento expressa o mistério da salvação por meio de numerosos símbolos e conceitos: salvação, libertação, justificação, sacrifício, oferta, expiação, perdão, reconciliação, vivificação, filiação adotiva, deificação, etc. A redenção é um deles.

A palavra “redenção” significa, antes de tudo, “libertação de um escravo”. Tomada em seu valor simbólico, esta experiência humana torna-se um indicador que aponta para um significado transcendente: a libertação de toda servidão e limitação que impede o acesso do ser humano à plenitude com Deus. Logo, as lutas humanas por emancipação se apresentam como lugares de revelação de Deus que salva.

A redenção está no cerne da experiência mais fundamental do Antigo Testamento: o Êxodo.

Pela mão de Moisés, Deus redimiu a Israel: Ele fez de um grupo de homens e mulheres escravos, um povo livre. A identidade de Deus é revelada por meio desta redenção histórica: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirou do Egito, casa da escravidão” (cf. Dt 5,6).

:: Jornada Bíblica: O Senhor passa e liberta Seu povo

Jesus nos comunicou que o poder de Deus não é como o de poderosos deste mundo, que subjugam os povos. Deus em Cristo se revela como um poder não-violento que se coloca a serviço do homem, especialmente dos pobres (cf. Mc 10, 42-45; Jo 13,1-17).

Sua vida entregue na cruz redime a humanidade dos poderes que a oprimem. O amor incomensurável de Deus, expresso na Páscoa de Cristo e na efusão do Espírito Santo, põe em movimento uma dinâmica de liberdade que aponta para uma nova criação.

Os primeiros cristãos se consideravam pessoas redimidas. Cristo os libertou da “escravidão aos elementos do mundo” (Gl 4,3), isto é, da submissão desesperada das relações de dominação nas diferentes áreas da vida (econômica, política e familiar). Ele até lhes deu liberdade sobre a lei religiosa (cf. Rm 3, 21-24). Comunidades onde “não há judeu nem grego, nem nem escravo nem livre, nem homem nem mulher” (cf. Gl 3, 28) tornaram-se sinais de redenção realizada que atraiu novos convertidos.

A luta pela redenção, lugar de revelação

A salvação completa não pode ser menos do que plena comunhão com Deus, porque o destino último do ser humano é o encontro face a face com seu criador. Mas, nas experiências históricas de libertação, podemos gradualmente descobrir esse rosto de Deus.

Acompanhar quem luta pela liberdade em situações concretas de opressão nos coloca naquele lugar privilegiado onde Deus se revela. Um espírito contemplativo nos permite discernir Deus agindo onde homens e mulheres lutam para não se resignar ao desespero.

Redentoristas e Redenção

Os Redentoristas são cooperadores, parceiros e servidores de Jesus Cristo na grande obra da redenção (cf. Const. 2). Pela profissão dos votos se consagram ao mistério de Cristo Redentor, que se submeteu à vontade do Pai para a obra da redenção (Const. 48; 52; 71).

A contemplação dos mistérios da redenção (cf. Const. 31) os mantém vigilantes para descobrir como o Redentor continua a atuar na história. Eles consideram a Virgem Maria como seu modelo e socorro, já que ela cooperou e continua a cooperar no mistério da redenção (cf.Const. 32).

Leituras bíblicas sobre o tema da Redenção

Leia algumas dessas passagens bíblicas e reflita sobre a experiência de redenção que elas apresentam:

– Êxodo 3, 1-12;

– Isaías 43, 1-7;

– Marcos 10, 32-45;

– Romanos 3, 21-24;

– Gálatas 4, 1-7.

Reflexão:

– Que realidades a redenção apresenta nessas passagens?

– Que imagem de Deus elas revelam?

– O que elas dizem a você neste momento da sua vida?

– Como elas desafiam para sua comunidade?

Fonte: Dicionário de Espiritualidade Redentorista, texto de padre Alberto de Mingo Kaminouchi com adaptações, A12.