Novembro: Por quem perdeu um filho

O Papa Francisco nos convida a rezar para que todos os pais que choram a morte de um filho ou filha encontrem apoio na comunidade e obtenham do Espírito consolador a paz de coração.

O que é que se pode dizer a pais que perderam um filho? Como consolá-los?
Não há palavras.
Reparem que um cônjuge que perde o outro é um viúvo ou uma viúva. Um filho que perde um pai é órfão ou órfã. Há uma palavra para dizer isso. Mas um pai que perde um filho, não há palavra. É tão grande a dor que não há uma palavra.
E viver mais tempo do que o seu filho não é natural. A dor provocada pela sua perda é especialmente intensa.
As palavras de ânimo, por vezes são banais ou sentimentais, não servem. Ditas com as melhores intenções, claro, podem acabar por aumentar a ferida.
Para oferecer conforto a estes pais que perderam um filho, devemos ouvi-los, estar próximos deles com amor, cuidando essa dor que sentem com responsabilidade, imitando a forma como Jesus Cristo consolava os que estavam aflitos.
E estes pais sustentados pela fé podem certamente encontrar conforto noutras famílias que, depois de terem sofrido uma tragédia tão terrível como esta, renasceram na esperança.
Rezemos para que todos os pais que choram a morte de um filho ou filha encontrem apoio na comunidade e obtenham do Espírito consolador a paz de coração.

 

Fonte: Opus Dei

Procissão das Crianças na Solenidade de Todos os Santos

Na Solenidade de Todos os Santos, celebrada neste domingo (03), os grupos e pastorais de nossa paróquia se dedicaram a um momento especial para homenagear todos os santos: a procissão das crianças, vestidas de santos.

A procissão representa mais do que apenas uma oportunidade para as crianças se vestirem de forma especial. É um momento de aprendizado. Antes da procissão, as crianças conhecem a vida do santo escolhido, suas virtudes, desafios e como ele ou ela dedicou a vida a Deus e aos irmãos, fortalecendo os laços com a fé e cria um vínculo profundo com a tradição e história da Igreja.

Dessa forma, as crianças, ao conhecem a história de cada santo, entendem que foram pessoas de carne e osso, que enfrentaram desafios e, ainda assim, conseguiram viver segundo os ensinamentos de Jesus. Isso é inspirador e ajuda a fortalecer a fé desde cedo”.

A procissão das crianças é também uma forma concreta de se vivenciar a doutrina da Comunhão dos Santos. Na tradição católica, a Comunhão dos Santos é a união espiritual entre os fiéis na Terra, as almas no purgatório e os santos no céu. Ao participar desse momento, as crianças entendem que a fé cristã é construída por uma história de pessoas que, ao longo dos séculos, viveram de maneira inspiradora e corajosa, contribuindo para a expansão do Evangelho.

Confira as fotos da procissão:

Pascom Luz

Pais: Como tirar o foco do Halloween através da Festa de Todos os Santos

Com escolas, aulas esportivas, recreações usando a temática Halloween em suas atividades, os pais precisam de sabedoria para formar seus filhos. Confira algumas dicas.

todos os santos

O dia 31 de outubro tem sido marcado em diversas regiões do Brasil por comemorações de Halloween. A difusão da chamada festa das bruxas deixa muitos pais em uma situação desconfortável. Escolas, aulas esportivas, recreações usam essa temática para suas atividades nesta época. Mas como tirar o foco das crianças deste tema? A resposta pode estar na celebração do dia seguinte, 1º de novembro, Festa de Todos os Santos.

É usando esta estratégia que muitos colégios católicos reforçam os valores cristãos, incentivando os pequenos a conhecerem a vida dos santos e a se fantasiarem, não de bruxas e monstros, mas de amigos de Deus.

A força do testemunho dos pais

O exemplo dos pais em casa tem uma força maior para formar as crianças do que a influencia dessas comemorações. A consagrada conta um episódio que testemunhou de um menino que, ao ver um homem vestido de múmia em um parque, apontou para o pai: “Pai, olha Lázaro!”.

“Claramente você reconhece uma criança criada em um meio cristão. As crianças não vão nem se interessar pela festa se os pais as formarem bem. Alguns podem dizer que as crianças veem colegas na escola, mas também veem os pais em casa. O testemunho que melhor formar é o que elas vão copiar”, explica.

Sugestões para você adotar na sua família

1 – Sorteie o nome de algum santo entre seus filhos e incentive que eles conheçam a sua história.

2 – Que tal criar uma festinha de todos os santos em família? Cada membro pode se vestir como um santo e apresentar a história dele ao restante da família.

3- Se as crianças já estão familiarizadas com a vida de alguns santos, você pode brincar com elas de “quem sou eu”. Apresente características e feitos desses amigos de Deus e elas precisam descobrir a quem você está se referindo.

Nossa maior sugestão é mudar o foco das crianças para o que realmente interessa, a vida em Deus. Ao mostrar que a santidade é para todas as pessoas, você pode ajudar a despertar nelas o desejo por também viver uma vida virtuosa, unida a Deus.

Fonte: Comunidade Shalom

Papa Francisco publica carta encíclica sobre “o amor humano e divino do Coração de Jesus Cristo”: Dilexit nos

O Papa Francisco oferece à Igreja uma nova carta encíclica, a quarta de seu pontificado. Desta vez sua reflexão é sobre o amor humano e divino do Coração de Jesus Cristo. Com o título “Dilexit nos” (Amou-nos), o pontífice pede para recuperarmos aquilo que é mais importante e necessário: o coração.

O texto reúne reflexões de textos do magistério e uma longa história que remonta às Sagradas Escrituras, para repropor hoje, a toda a Igreja, o culto ao Sagrado Coração de Jesus, repleto de beleza espiritual “a um mundo que parece ter perdido o coração”, como o próprio Papa anunciou em 5 de junho passado.

LEIA A ENCÍCLICA NA ÍNTEGRA AQUI. 

A encíclica foi publicada durante as celebrações — de 27 de dezembro de 2023 a 27 de junho de 2025 — do 350º aniversário da primeira manifestação do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque, em 1673. Jesus apareceu à jovem freira para confiar-lhe a missão decisiva de difundir no mundo o amor de Jesus pelos homens, às portas do Iluminismo. Cristo pediu à irmã Margarida que a sexta-feira após a festa de Corpus Christi fosse dedicada à Festa do Sagrado Coração de Jesus. Em 1856, Pio IX decidiu que esta festa fosse estendida a toda a Igreja. No século XIX, a devoção se espalhou rapidamente com consagrações e surgimento de congregações masculinas e femininas.

O amor de Cristo representado em seu santo Coração

Em uma sociedade – escreve o Papa – que vê a multiplicação de “várias formas de religiosidade sem referência a uma relação pessoal com um Deus de amor” (87), enquanto o cristianismo muitas vezes esquece “a ternura da fé, a alegria do serviço, o fervor da missão pessoa-a-pessoa” (88), o Papa Francisco propõe um novo aprofundamento sobre o amor de Cristo representado em seu santo Coração e nos convida a renovar nossa autêntica devoção, lembrando que no Coração de Cristo “encontramos todo o Evangelho” (89): É em seu Coração que “finalmente nos reconhecemos e aprendemos a amar” (30).

O mundo parece ter perdido seu coração

Com informações de Vatican News
Fonte: CNBB

“Amou-nos”, a Encíclica do Papa sobre o Sagrado Coração de Jesus

“Dilexit nos”, a quarta Encíclica de Francisco, repercorre a tradição e a atualidade do pensamento “sobre o amor humano e divino do coração de Jesus Cristo”, convidando a renovar sua autêntica devoção para não esquecer a ternura da fé, a alegria de colocar-se a serviço e o fervor da missão: porque o Coração de Jesus nos impele a amar e nos envia aos irmãos.
“’Amou-nos’, diz São Paulo referindo-se a Cristo (Rm 8,37), para nos ajudar descobrir que nada ‘será capaz de separar-nos’ desse amor (Rm 8,39)”. Assim começa a quarta Encíclica do Papa Francisco, intitulada a partir do incipit “Dilexit nos” e dedicada ao amor humano e divino do Coração de Jesus: “O seu coração aberto precede-nos e espera-nos incondicionalmente, sem exigir qualquer pré-requisito para nos amar e oferecer a sua amizade: Ele amou-nos primeiro (cf. 1 Jo 4, 10). Graças a Jesus, ‘conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele’ (1 Jo 4, 16)” (1).

O amor de Cristo representado em seu santo Coração

Em uma sociedade – escreve o Papa – que vê a multiplicação de “várias formas de religiosidade sem referência a uma relação pessoal com um Deus de amor” (87), enquanto o cristianismo muitas vezes esquece “a ternura da fé, a alegria do serviço, o fervor da missão pessoa-a-pessoa” (88), o Papa Francisco propõe um novo aprofundamento sobre o amor de Cristo representado em seu santo Coração e nos convida a renovar nossa autêntica devoção, lembrando que no Coração de Cristo “encontramos todo o Evangelho” (89): É em seu Coração que “finalmente nos reconhecemos e aprendemos a amar” (30).

O mundo parece ter perdido seu coração

Francisco explica que, ao encontrar o amor de Cristo, “tornamo-nos capazes de tecer laços fraternos, de reconhecer a dignidade de cada ser humano e de cuidar juntos da nossa casa comum”, como ele nos convida a fazer em suas encíclicas sociais Laudato si’ e Fratelli tutti (217). E diante do Coração de Cristo, pede mais uma vez ao Senhor “que tenha compaixão desta terra ferida” e derrame sobre ela “os tesouros da sua luz e do seu amor”, para que o mundo, “que sobrevive entre guerras, desequilíbrios socioeconômicos, consumismo e o uso anti-humano da tecnologia, recupere o que é mais importante e necessário: o coração” (31). Ao anunciar a preparação do documento, no final da audiência geral de 5 de junho, o Pontífice deixou claro que este ajudaria a meditar sobre os aspectos “do amor do Senhor que podem iluminar o caminho da renovação eclesial; mas também que podem dizer algo significativo a um mundo que parece ter perdido seu coração”. E isso enquanto as celebrações estão em andamento pelos 350 anos da primeira manifestação do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque, em 1673, que se encerrarão em 27 de junho de 2025.

A importância de voltar ao coração

Aberta por uma breve introdução e dividida em cinco capítulos, a Encíclica sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus reúne, como anunciado em junho, “as preciosas reflexões de textos magisteriais precedentes e de uma longa história que remonta às Sagradas Escrituras, para repropor hoje, a toda a Igreja, esse culto carregado de beleza espiritual”.

O primeiro capítulo, “A importância do coração”, explica por que é necessário “voltar ao coração” em um mundo no qual somos tentados a “nos tornarmos consumistas insaciáveis e escravos na engrenagem de um mercado” (2). E faz isso analisando o que queremos dizer com “coração”: a Bíblia fala dele como um núcleo “que se esconde por detrás de todas as aparências” (4), um lugar onde “não conta o que mostramos exteriormente ou o que ocultamos, ali conta o que somos” (6). Ao coração conduzem as perguntas decisivas: que sentido quero dar à vida, às minhas escolhas e ações, quem sou diante de Deus (8). O Papa ressalta que a atual desvalorização do coração nasce do “racionalismo grego e pré-cristão, do idealismo pós-cristão e do materialismo”, de modo que, no grande pensamento filosófico, foram preferidos conceitos como “razão, vontade ou liberdade”. E não encontrando lugar para o coração, também “não se desenvolveu suficientemente a ideia de um centro pessoal” que pode unificar tudo, ou seja, o amor, (10). Ao invés, para o Pontífice, é preciso reconhecer que “eu sou o meu coração, porque é ele que me distingue, que me molda na minha identidade espiritual e que me põe em comunhão com as outras pessoas” (14).

O mundo pode mudar a partir do coração

É o coração “que une os fragmentos” e torna possível “qualquer vínculo autêntico, porque uma relação que não é construída com o coração não pode ultrapassar a fragmentação do individualismo” (17). A espiritualidade de santos como Inácio de Loyola (aceitar a amizade do Senhor é uma questão de coração) e São John Henry Newman (o Senhor nos salva falando ao nosso coração a partir do seu sagrado Coração) nos ensina, escreve o Papa Francisco, que “perante o Coração de Jesus vivo e atual, o nosso intelecto, iluminado pelo Espírito, compreende as palavras de Jesus” (27). E isso tem consequências sociais, porque o mundo pode mudar “a partir do coração” (28).

“Gestos e palavras de amor”

O segundo capítulo é dedicado aos gestos e palavras de amor de Cristo. Os gestos com os quais nos trata como amigos e mostra que Deus “é proximidade, compaixão e ternura” são vistos em seus encontros com a Samaritana, com Nicodemos, com a prostituta, com a mulher adúltera e com o cego no caminho (35). Seu olhar, que “perscruta as profundezas do seu ser” (39), mostra que Jesus “está atento às pessoas, às suas preocupações, ao seu sofrimento” (40). De tal forma “que admira as coisas boas que encontra em nós”, como no centurião, mesmo que os outros as ignorem (41). Sua palavra de amor mais eloquente é ser “pregado numa cruz” (46), depois de chorar por seu amigo Lázaro e sofrer no Jardim das Oliveiras, ciente de sua própria morte violenta “nas mãos daqueles que tanto amava” (45).

O mistério de um coração que amou tanto

No terceiro capítulo, “Este é o coração que tanto amou”, o Pontífice recorda como a Igreja reflete e refletiu no passado “sobre o santo mistério do Coração do Senhor”. Ele faz isso fazendo referência à Encíclica Haurietis aquas, de Pio XII, sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus (1956). Ele deixa claro que “a devoção ao Coração de Cristo não é o culto a um órgão separado da Pessoa de Jesus”, porque adoramos a “Jesus Cristo por inteiro, o Filho de Deus feito homem, representado numa imagem sua em que se destaca o seu coração” (48). A imagem do coração de carne, ressalta o Papa, nos ajuda a contemplar, na devoção, que “o amor do coração de Jesus não compreende somente a caridade divina, mas se estende aos sentimentos do afeto humano” (61). Seu Coração, prossegue Francisco citando Bento XVI, contém um “tríplice amor”: o amor sensível do seu coração físico “e o seu duplo amor espiritual, o humano e o divino” (66), no qual encontramos “o infinito no finito” (64).

O Sagrado Coração de Jesus é um compêndio do Evangelho

As visões de alguns santos, particularmente devotos do Coração de Cristo, ressalta Francisco, “são belos estímulos que podem motivar e fazer muito bem”, mas “não são algo em que os crentes sejam obrigados a acreditar como se fossem a Palavra de Deus”. Em seguida, o Papa lembra com Pio XII que não se pode dizer que este culto “deve a sua origem a revelações privadas”. Aliás, “a devoção ao Coração de Cristo é essencial para a nossa vida cristã, na medida em que significa a nossa abertura, cheia de fé e de adoração, ao mistério do amor divino e humano do Senhor, até ao ponto de podermos voltar a afirmar que o Sagrado Coração é um compêndio do Evangelho” (83). O Pontífice nos convida, então, a renovar a devoção ao Coração de Cristo também para combater as “novas manifestações de uma ‘espiritualidade sem carne’” que estão se multiplicando na sociedade (87). É necessário retornar à “síntese encarnada do Evangelho” (90) diante de “comunidades e pastores concentrados apenas em atividades exteriores, em reformas estruturais desprovidas de Evangelho, em organizações obsessivas, em projetos mundanos, em reflexões secularizadas, em várias propostas apresentadas como requisitos que, por vezes, se pretendem impor a todos” (88).

A experiência de um amor “que dá de beber”

Nos dois últimos capítulos, o Papa Francisco destaca os dois aspectos que “a devoção ao Sagrado Coração deve reunir hoje para continuar a alimentar-nos e a aproximar-nos do Evangelho: a experiência espiritual pessoal e o compromisso comunitário e missionário” (91). No quarto, “O amor que dá de beber”, relê as Sagradas Escrituras e, com os primeiros cristãos, reconhece Cristo e seu lado aberto em “aquele a quem trespassaram”, a quem Deus se refere na profecia do livro de Zacarias. Uma fonte aberta para o povo, para saciar a sede do amor de Deus, “para a purificação do pecado e da impureza” (95). Vários Padres da Igreja mencionaram “a chaga no lado de Jesus como a origem da água do Espírito”, sobretudo Santo Agostinho, que “abriu o caminho para a devoção ao Sagrado Coração como lugar de encontro pessoal com o Senhor” (103).  Esse lado trespassado, recorda o Papa, “assumiu gradualmente a forma do coração” (109), e enumera várias santas mulheres que “relataram experiências de encontro com Cristo, caracterizado pelo repouso no Coração do Senhor” (110). Entre os devotos dos tempos modernos, a Encíclica fala, em primeiro lugar, de São Francisco de Sales, que representa a sua proposta de vida espiritual com um “coração trespassado por duas flechas, encerrado numa coroa de espinhos” (118)

As aparições a Santa Margarida Maria Alacoque

Sob a influência dessa espiritualidade, Santa Margarida Maria Alacoque relata as aparições de Jesus em Paray-le-Monial, entre o fim de dezembro de 1673 e junho de 1675. O núcleo da mensagem que nos é transmitida pode ser resumido nas palavras que Santa Margarida ouviu: “Eis aqui este Coração que tanto tem amado os homens, que a nada se tem poupado até se esgotar e consumir para lhes testemunhar o seu amor” (121).

Teresa de Lisieux, Inácio de Loyola e Faustina Kowalska

De Santa Teresa de Lisieux, o documento recorda o fato de chamar Jesus de “Aquele cujo coração batia em uníssono com o meu” (134) e suas cartas à Irmã Maria, que ajudam a não concentrar a devoção ao Sagrado Coração “no âmbito da dor”, como o daqueles que entendiam a reparação como uma espécie de “primado dos sacrifícios”, mas na confiança “como a melhor oferta, agradável ao Coração de Cristo” (138). O Pontífice jesuíta também dedica algumas passagens da Encíclica ao lugar do Sagrado Coração na história da Companhia de Jesus, enfatizando que, em seus Exercícios Espirituais, Santo Inácio de Loyola propõe ao exercitante “entrar no Coração de Cristo” em um diálogo de coração para coração. Em dezembro de 1871, o Padre Beckx consagrou a Companhia ao Sagrado Coração de Jesus e o Padre Arrupe voltou a fazê-lo em 1972 (146). As experiências de Santa Faustina Kowalska, recorda-se, repropõem a devoção “colocando uma forte ênfase na vida gloriosa do Ressuscitado e na misericórdia divina” e, motivado por elas, São João Paulo II também “relacionou intimamente a sua reflexão sobre a misericórdia com a devoção ao Coração de Cristo” (149). Falando da “devoção da consolação”, a Encíclica explica que, diante dos sinais da Paixão conservados pelo coração do Ressuscitado, é inevitável “que o fiel queira responder” também “à dor que Cristo aceitou suportar por causa de tanto amor” (151). E pede “que ninguém ridicularize as expressões de fervor devoto do santo povo fiel de Deus, que na sua piedade popular procura consolar Cristo” (160). Pois que, então, “desejando consolá-lo, saímos consolados” e assim “também nós possamos consolar aqueles que estão em qualquer tribulação” (162).

A devoção ao Coração de Cristo nos envia aos irmãos

O quinto e último capítulo, “Amor por amor”, aprofunda a dimensão comunitária, social e missionária de toda autêntica devoção ao Coração de Cristo, que, ao mesmo tempo que “nos conduz ao Pai, envia-nos aos irmãos” (163). De fato, o amor aos irmãos é o “maior gesto que possamos oferecer-lhe para retribuir amor por amor” (167). Olhando para a história da espiritualidade, o Pontífice recorda que o empenho missionário de São Charles de Foucauld fez dele um “irmão universal”: “deixando-se plasmar pelo Coração de Cristo, quis abraçar no seu coração fraterno toda a humanidade sofredora” (179). Francisco fala então de “reparação”, como explicava São João Paulo II: “entregando-nos em conjunto ao Coração de Cristo, ‘sobre as ruínas acumuladas pelo ódio e pela violência, poderá ser construída a civilização do amor tão desejada, o Reino do Coração de Cristo’” (182).

A missão de fazer o mundo se apaixonar

A Encíclica recorda novamente com São João Paulo II que “a consagração ao Coração de Cristo ‘deve ser aproximada à ação missionária da própria Igreja, porque responde ao desejo do Coração de Jesus de propagar no mundo, através dos membros do seu Corpo, a sua total dedicação ao Reino’. Por conseguinte, através dos cristãos, ‘o amor difundir-se-á no coração dos homens, para que se construa o Corpo de Cristo que é a Igreja e se edifique uma sociedade de justiça, de paz e de fraternidade’” (206). Para evitar o grande risco, sublinhado por São Paulo VI, de que na missão “se digam e façam muitas coisas, mas não se consiga promover o encontro feliz com o amor de Cristo” (208), precisamos de “missionários apaixonados, que se deixem cativar por Cristo” (209).

A oração de Francisco

O texto se conclui com a seguinte oração de Francisco: “Peço ao Senhor Jesus Cristo que, para todos nós, do seu Coração santo brotem rios de água viva para curar as feridas que nos infligimos, para reforçar a nossa capacidade de amar e servir, para nos impulsionar a fim de aprendermos a caminhar juntos em direção a um mundo justo, solidário e fraterno. Isto até que, com alegria, celebremos unidos o banquete do Reino celeste. Aí estará Cristo ressuscitado, harmonizando todas as nossas diferenças com a luz que brota incessantemente do seu Coração aberto. Bendito seja!” (220).

Fonte: Vatican News

Hoje a Igreja celebra são João Paulo II, o papa da família e peregrino

“Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo”, disse são João Paulo II ao iniciar o seu pontificado. Aquela data marcou a história do papa polonês, tanto que a Igreja determinou este mesmo dia, 22 de outubro, como data da memória litúrgica do santo.

Karol Wojtyla nasceu em 18 de maio de 1920, na cidade de Wadowice, na Polônia, onde viveu até 1938, quando se mudou para Cracóvia. Teve uma juventude muito dura pelo ambiente de ódio e destruição da Segunda Guerra Mundial com a invasão nazista. No outono de 1940, trabalhou como operário nas minas de pedra e depois numa fábrica química.

Mantendo-se firme na fé, em outubro de 1942, entrou no seminário clandestino de Cracóvia e foi ordenado sacerdote em 1º de novembro de 1946.

Em 1958, foi ordenado bispo, adotando como lema episcopal a expressão mariana Totus tuus (todo teu) de são Luís Maria Grignion de Montfort. Inicialmente, foi bispo auxiliar e, a partir de 1964, arcebispo de Cracóvia.

Participou em todas as sessões do Concílio Vaticano II, tendo deixado importantes contribuições nas constituições dogmáticas ‘Gaudium et Spes’ e ‘Lumen Gentium’. Em 26 de junho de 1967, foi criado cardeal papa são Paulo VI.

Quando, de maneira repentina, João Paulo I faleceu, em 1978, Karol Wojtyla foi eleito papa, na tarde de 16 de outubro, depois de oito escrutínios. Primeiro pontífice eslavo da história e primeiro não italiano depois de quase meio milênio.

De personalidade carismática, afirmou-se imediatamente pela grande capacidade comunicativa e pelo estilo pastoral fora dos esquemas. Com grande vigor, realizou muitas viagens: foram 104 internacionais e 146 na Itália; 129 países visitados nos cinco continentes. Estes dados lhe renderam o apelido de papa peregrino.

O Brasil recebeu a graça de sua visita em três ocasiões. A primeira, em 1980, foi também a primeira vez que um pontífice pisava em solo brasileiro. Na ocasião, presidiu beatificação do jesuíta espanhol José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo (SP), que foi canonizado em 2014 pelo papa Francisco. A segunda foi em 1991, quando visitou Santa Dulce dos Pobres, em Salvador (BA). A terceira e última aconteceu em 1997, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, no Rio de Janeiro (RJ).

Este encontro com as famílias, aliás, foi idealizado por são João Paulo II. Tal iniciativa, junto a outras ações em favor da vida e da família (entre elas a exortação apostólica ‘Familiaris Consortio’ e a carta encíclica ‘Evangelium Vitae’), fizeram com que ficasse conhecido como o papa da família.

Também foi uma iniciativa sua as Jornadas Mundiais da Juventude, nas quais se reuniu com milhões de jovens de todo o mundo.

Entre os números de seu pontificado, podem ser mencionadas as frequentes cerimônias de beatificação e canonização, durante as quais foram proclamados 1.338 beatos e 482 santos.

São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005 às 21h37, na noite prévia ao Domingo da Divina Misericórdia, data que ele mesmo instituiu.

Após 26 dias do seu falecimento, Bento XVI concedeu a dispensa dos cinco anos de expectativa prescritos permitindo o início da causa de canonização. Em 1º de maio de 2011, Bento XVI o proclamou beato e, em 27 de abril de 2014, papa Francisco o canonizou.

Fonte: ACI Digital

Papa na Missa com canonizações: “Vence não quem domina, mas quem serve por amor”

Em Missa presidida pelo Papa Francisco na Praça São Pedro neste 20 de outubro, foram elevados à honra dos altares os franciscanos Manuel Ruiz López e sete companheiros e os leigos Francisco, Mooti e Raffaele Massabkis, conhecidos como “Mártires de Damasco”; Pe. José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata; Ir. Elena Guerra, conhecida como “Apóstola do Espírito Santo” e a canadense Ir. Marie-Léonie Paradis, fundadora das Pequenas Irmãs da Sagrada Família de Sherbrooke.


Santa Missa e Canonização
HOMILIA DO SANTO PADRE
Praça de São Pedro
XXIX Domingo do Tempo Comum, 20 de outubro de 2024

Jesus pergunta a Tiago e a João: «Que quereis que vos faça?» (Mc 10, 36). E logo a seguir, desafia-os: «Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o batismo com que Eu sou batizado?» (Mc 10, 38). Jesus faz perguntas e, deste modo, ajuda-nos a discernir, porque as perguntas fazem-nos descobrir o que está dentro de nós, iluminam o que trazemos no coração. e que tantas vezes não sabemos.

Deixemo-nos interpelar pela Palavra do Senhor. Imaginemos que ele nos pergunta a cada um de nós: «O que queres que faça por ti?»; e a segunda pergunta «podes beber o meu cálice?»

Com estas perguntas, Jesus traz ao de cima o vínculo e as expectativas que os discípulos nutrem para com ele, com as luzes e sombras próprias de qualquer relação. Com efeito, Tiago e João estão ligados a Jesus, mas têm pretensões. Manifestam o desejo de estar perto dele, mas apenas para ocupar um lugar de honra, para desempenhar um papel importante, para “na sua glória, se sentarem um à sua direita e outro à sua esquerda” (cf. Mc 10, 37). Torna-se evidente que pensam em Jesus como Messias, um Messias vitorioso, glorioso e esperam que Ele partilhe a sua glória com eles. Veem em Jesus o Messias, mas pensam nele segundo a lógica do poder.

Jesus não se detém nas palavras dos discípulos, mas vai mais fundo, escuta e lê o coração de cada um deles e também de cada um de nós. E durante o diálogo, por meio de duas perguntas, procura trazer à tona o desejo que existe dentro daqueles pedidos.

Primeiro, pergunta: «Que quereis que vos faça?»; e esta interrogação revela os pensamentos dos seus corações, traz à luz as expectativas escondidas e os sonhos de glória que os discípulos cultivam secretamente. É como se Jesus perguntasse: “Quem queres que eu seja para ti?” E, assim, desmascara o que eles realmente desejam: um Messias poderoso e , um Messias vitorioso que lhes dê um lugar de honra. E tantas vezes na Igreja ocorre esse pensamento: a honra, o poder…

Depois, com a segunda pergunta, Jesus desmente esta imagem de Messias e ajuda-os, deste modo, a mudar de olhar, isto é, a converterem-se: «Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o batismo com que Eu sou batizado?». Revela-lhes, desta maneira, que não é o Messias que eles pensam que é; é o Deus de amor, que se abaixa para chegar aos que estão em baixo; que se faz fraco para levantar os fracos; que trabalha pela paz e não pela guerra; que veio para servir e não para ser servido. O cálice que o Senhor vai beber é a oferta da sua vida, e a sua vida que nos foi dada por amor, até à morte e morte de cruz.

E, portanto, à sua direita e à sua esquerda estarão dois ladrões, suspensos na cruz como Ele e não instalados confortavelmente em lugares de poder; dois ladrões pregados com Cristo na dor e não sentados na glória. O rei crucificado, o justo condenado torna-se escravo de todos: este é verdadeiramente o Filho de Deus! (cf. Mc 15, 39). Vence não quem domina, mas quem serve por amor. Repitamos: vence não quem domina, mas quem serve por amor. É o que nos recorda também a Carta aos Hebreus: «não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós» (Heb 4, 15).

Neste momento, Jesus pode ajudar os discípulos a converterem-se, a mudarem de mentalidade: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder» (Mc 10, 42). Mas não deve ser assim para aqueles que seguem um Deus que se fez servo a fim de chegar a todos com o seu amor. Quem segue Cristo, se quiser ser grande deve servir, aprendendo d’Ele.

Irmãos e irmãs, Jesus revela os pensamentos,  Jesus revela os pensamentos, revela os desejos e as projeções no nosso coração, desmascarando por vezes as nossas expectativas de glória, domínio, de poder, de vaidade. Ele ajuda-nos a pensar já não segundo os critérios do mundo, mas segundo o estilo de Deus, que se faz último para que os últimos sejam erguidos e se tornem os primeiros. Faz-se último para que os últimos sejam reerguidos e se tornem os primeiros. Muitas vezes, estas perguntas de Jesus, com o seu ensinamento sobre o serviço, são tão incompreensíveis, incompreensíveis para nós como o eram para os discípulos. Porém, seguindo-O, percorrendo os Seus passos e acolhendo o dom do Seu amor que transforma a nossa maneira de pensar, também nós podemos aprender o estilo de Deus o estilo de Deus: o serviço. Não esqueçamos as três palavras que mostram o estilo de Deus para servir: proximidade, compaixão e ternura. Deus se faz próximo para servir; se faz compassivo para servir; se faz terno para servir. Proximidade, compaixão e ternura…

É a isto que devemos aspirar: não ao poder, mas ao serviço. O serviço é o estilo de vida cristão. Não se trata de uma lista de coisas a fazer, como se, uma vez realizadas, pudéssemos considerar terminado o nosso turno. Quem serve com amor não diz: “agora toca a outro”. Este é um pensamento de empregados, não de testemunhas. O serviço nasce do amor e o amor não conhece fronteiras, não faz cálculos, mas gasta-se e dá-se. O amor não se limita a produzir para ter resultados, nem é uma prestação ocasional; é sim algo que nasce do coração, um coração renovado pelo amor e no amor.

Quando aprendemos a servir, cada gesto de atenção e cuidado, cada expressão de ternura, cada obra de misericórdia torna-se um reflexo do amor de Deus. E assim todos nós – e cada um de nós – continuamos a obra de Jesus no mundo.

Nesta luz podemos recordar os discípulos do Evangelho, que hoje são canonizados. Ao longo da história conturbada da humanidade, foram servos fiéis, homens e mulheres que serviram no martírio e na alegria, como o Irmão Manuel Ruiz Lopez e seus companheiros. Trata-se de sacerdotes e consagradas fervorosos, e fervorosos de paixão, da paixão missionária, como o Padre Giuseppe Allamano, a Irmã Paradis Marie Leonie e a Irmã Elena Guerra. Estes novos santos viveram o estilo de Jesus: o serviço. A fé e o apostolado que realizaram não alimentaram neles desejos mundanos e avidez de poder; pelo contrário, eles fizeram-se servidores dos seus irmãos, criativos em fazer o bem, firmes nas dificuldades, generosos até ao fim.

Supliquemos com confiança a sua intercessão, para que também nós possamos seguir Cristo, segui-lo no serviço, e tornarmo-nos testemunhas de esperança para o mundo.

Fonte: Vatican News

Confira como solicitar a bênção apostólica do Papa Francisco

Você pode pedir uma bênção papal em várias ocasiões, como: Batismo, Primeira Comunhão, Crisma, Casamento, ou aniversário de casamento.

Antes, o documento com a bênção apostólica do Santa Padre só podia ser solicitado presencialmente no Vaticano. Agora, com advento da internet, esse procedimento pode ser realizado de forma online. Entretanto, vale destacar que bênção papal só pode ser solicitada em algumas ocasiões. A seguir, confira a lista e também informações para solicitar o documento.

A solicitação de forma presencial ainda é possível. Para isso, é preciso ir até a Esmolaria Apostólica, que tem um escritório dentro do Vaticano. Já a solicitação on-line pode ser feita a partir de um site exclusivo para esse procedimento. Nele, estão todas as informações necessárias para realizá-lo. Também é possível solicitar diretamente a Nunciatura Apostólica no Brasil, que é a Representação do Papa no Brasil e a única instituição no País autorizada a emitir as Bênçãos Pontifícias.

Assim como a Esmolaria Apostólica – Departamento da Santa Sé -, a Nunciatura Apostólica também destina as ofertas ao Papa Francisco para as obras de caridade do Santo Padre.

Como solicitar a bênção apostólica

O primeiro passo é acessar o site da Esmolaria Apostólica ou Nunciatura Apostólica e ler atentamente as condições. A seguir, apresentamos algumas delas para você!

  1. Escolha a ocasião para a qual se busca a Bênção Apostólica;
  2. Escolha o modelo de pergaminho (de acordo com as várias ocasiões);
  3. Insira os dados necessários para a preparação do pergaminho (pode-se solicitar um ou mais pergaminhos desta forma).

Informações necessárias para solicitar pergaminhos:

  1. O nome e sobrenome da(s) pessoa(s) para quem a Bênção está sendo solicitada;
  2. O motivo ou a ocasião que motivou o pedido;
  3. A data, o nome da igreja e o lugar onde se realiza a ocasião e para o qual se pede a Bênção (todos necessários no caso de sacramento, profissão religiosa ou aniversário; a data da ocasião pode não estar a mais de seis meses, ou a menos de quatro meses a partir do dia do pedido);
  4. O endereço (junto com o endereço de e-mail e número de telefone com prefixo internacional), onde o pergaminho deve ser postado.

Para solicitar cada tipo de Benção é necessário anexar no formulário uma carta de apresentação do Pároco ou do Bispo local, dependendo do tipo do pedido.

As circunstâncias em que você pode solicitar a bênção são:

  1. Batismo, Primeira Comunhão e Confirmação;
  2. Matrimônio;
  3. Ordenação Presbiteral;
  4. Profissão Religiosa;
  5. Consagração Secular;
  6. Ordenação de Diácono Permanente;
  7. Aniversário (10°, 25°, 30º, 35º, 40°, 45º, 50°, 55º, 60°, 65°, 70°, 75°, 80°) de Matrimónio, Ordenação Presbiteral, Profissão Religiosa;
  8. Aniversário natalício (18º, 50º, 55º, 60º, 65º, 70º, 75º, 80º, 85º, 90º, 95º,  100º, 101º a 110º).

Fonte: Comunidade Shalom

Ide e convidai para o banquete do Reino a todas as criaturas!

A mensagem do Papa Francisco para o 98º Dia Mundial das Missões reflete sobre a Parábola do Banquete em (Mt 22,9). De fato ela sintetiza a ação missionária em três atitudes fundamentais. Primeiro : Ir ao encontro e convidar, que expressam uma Igreja em saída motivada e inspirada pelo amor e esperança gerados pela confiança de um Pai misericordioso que nos impulsiona e nos faz transbordar na Força do seu Espírito. 

A segunda o conteúdo fascinante da missão: o banquete da plenitude e da comunhão com Deus, dimensão escatológica e já presente na eucaristia que celebramos. Utopia de alcançar a herança da filiação divina e da fraternidade em Cristo com todas as pessoas e criaturas.

A terceira atitude nos recorda a universalidade e abrangência total da missão, todos e absolutamente todos estão convidados e certamente questiona os reducionismos e preconceitos que não raro excluem pessoas, as estigmatizam e as fazem sentir-se inferiores ou não merecedoras do amor de Deus. Esta mensagem nos convida também a nós que queremos apesar de nossas falhas e limitações tornarmo-nos em missionários do seu amor e ternura.

Que o Senhor e fonte de toda missão e envio nos liberte e desperte de toda apatia, indiferença ou acomodação, rompendo e furando bolhas, muros e amarras que nos impedem de anunciar com alegria a Jesus e tornar nos Evangelizadores no Espírito. Como missionários e peregrinos da esperança que não decepciona, como cuidadores e guardiões da Criação, construtores da paz e promotores do diálogo, descubramos sempre a alegria de evangelizar e partilhar com todos/as a perola de infinito valor, Jesus Cristo, caminho verdade e vida, a beleza e o sentido pleno de nossa existência. Louvado seja Deus! 

Fonte: CNBB

Jesus e a verdade

Na Vigésima oitava semana do Tempo comum do Evangelho de Marcos, um Jovem se aproximou de Jesus e perguntou: Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna? (Mc 10,17). 

Uma pergunta que ecoou pelos séculos. Todos nos aproximamos de Jesus com ela. Seguimos pelo mundo sustentados por esta única esperança, de um dia sermos acolhidos na eternidade. 

Entretanto, entre o desejo e a concretização do desejo residem muitas coisas. 

É possível iludir-se com uma vida perfeita, e nada é mais danoso e prejudicial para a dinâmica do Evangelho e do Reino que esta extasia de si mesmo. A autocontemplação é sempre fruto de um egoísmo arraigado no recôndito mais sombrio da alma. 

Ao ser perguntado por Jesus o que já havia feito para alcançar a vida eterna, o jovem respondeu o que sabia, pois seguia os mandamentos desde a sua juventude. 

Estes mandamentos, com os quais havia se acostumado, e em certo sentido lhe eram relativamente fáceis de serem observados, porque era rico, nunca haviam lhe questionado a partir de dentro. 

O seu aproximar-se de Jesus não foi sincero. Ele esperava ter a sua conduta validada e voltar para casa feliz! Esperava ser elogiado, mas se decepcionou quando Jesus lhe disse que não era suficiente apenas viver os mandamentos, era preciso mais. 

 Jesus não transige quanto aos princípios. Ele mesmo já havia dito aquilo que foi o maior escândalo para os judeus ao afirmar: “ouvistes o que está escrito, mas eu vos digo” (Mt 5). 

O que estava escrito era uma referência direta a Moisés e as leis. Um famoso rabino estadunidense, Jacob Neusner, falecido em 2016, em seu livro, Um Rabino conversa com Jesus, expõe a essa fissura recorrente entre o judaísmo e o cristianismo. 

Em seu diálogo imaginário com Jesus, Neusner concorda com quase tudo que o Mestre lhe diz. Concorda com os ensinamentos sobre o amor ao próximo e evolui num diálogo bastante promissor, envolvendo inclusive o modo cristão de rezar e a veneração à Virgem Maria. 

Neusner, contudo, reconhece que têm um ponto de inflexão quando Jesus afirma, “ouvistes o que está escrito, mas eu vos digo”!  A este ponto, o Rabino, melancolicamente, despede-se de Jesus, desejando-lhe boa sorte e afirmando que Jesus não era maior que Moisés. Exatamente aqui reside o mistério do discipulado que, tanto aquele Jovem, quanto Neusner, não foram capazes de colher, e é o principal para nós: Jesus é maior que Moisés. Ele nunca escondeu isso, e nós nunca duvidamos. 

Há muitas implicações práticas sobre a afirmação de Jesus, pois não se trata somente de uma disputa figurativa semelhante àqueles que discutiam pelo caminho para saber quem era o maior. É bem mais que isso! É o desvelar teológico de uma esperança há muito sucumbida no coração de Israel, e que pode sucumbir também no nosso. 

Assim, poderíamos enumerar que a lei, os profetas, o culto, os sacrifícios, fizeram parte da esperança do Povo de Deus, mas Jesus não pertence a nenhum deles. Jesus é aquele que de quem os profetas falaram, é o sacrifício perfeito para a nossa salvação e é a Lei vivente. 

Ele tem autoridade sobre tudo e todos. Se Ele diz que a lei não vale mais, então ela não vale. Se Ele diz que a riqueza não é mais sinal das graças de Deus, então elas não é. Se Ele diz que não é pela força, violência e esperteza que se entra no Reino, então é assim mesmo. 

O jovem desiludido não estava disposto e não podia compreender a seriedade do discipulado, por isso deu meia volta e foi embora. 

Com Jesus não podemos mais olhar para o futuro. Ele é o futuro! Nele a história se firmou e se consumou. É isso que muitos teimam em contestar. Ao olhar novamente para lei ou para os sacrifícios humanos como busca de uma graça que Cristo já nos conquistou, comete-se um reducionismo no cerne da própria fé, como já alertou São Paulo: Depois de terem sido libertados pela Graça, desejais novamente voltar a escravidão? 

Para concluir, e encontrar uma saída plausível para ser e fazer discípulo neste tempo, vale o raciocínio de Dostoievsky, em seu livro os Demônios, quando afirma: “Se alguém me provasse que Cristo está fora da verdade, e se realmente ficasse estabelecido que a verdade está fora de Cristo, eu preferiria Cristo à verdade”. Assim somos nós, pois ou Cristo é a verdade ou a verdade não existe. 

Fonte: CNBB

Peregrinos da fé e da esperança!

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na realidade deste mundo, somos povo de Deus a caminho, vivendo a peregrinação da vida com a esperança de um dia podermos participar do banquete da vida eterna, na glória do Pai. 

No mês de outubro, Mês Missionário e do Rosário, o nosso querido povo de Deus, participa intensamente das novenas, das procissões e romarias, promovidas pelas Paróquias, nas comunidades, ou pelos Santuários, principalmente os Santuários Marianos, onde Maria, a mãe de Jesus, é carinhosamente invocada sob vários títulos, entre eles o de Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.  

Os peregrinos que se colocam a caminho para visitar um lugar sagrado simbolizam aqueles que estão em busca da pátria celeste. Com o coração aflito pelos acontecimentos da vida, vão até os Santuários em busca da proteção materna de Maria. E lá chegando, com os pedidos guardados no coração, erguem as mãos para expressar gratidão pelas graças alcançadas. Mas também, no silêncio, movidos pela fé, entreabrem os lábios para fazer uma prece e um pedido, que somente os ouvidos e a sensibilidade, cheia de ternura e de amor de um Pai, e um coração de Mãe, podem entender. Maria é a mãe que acolhe sem distinção o que cada filho ou filha carrega no seu coração, muitas vezes ferido, cheio de dor e de lágrimas, pela falta de amor e de esperança. Esperança de ter saúde e paz na vida e na família; esperança de ter a vida respeitada na sua dignidade e integridade. 

Nesse peregrinar para a casa do Pai, muitos peregrinos buscam fortalecer o espírito de fé, na casa de Maria. Ali, no meio de muitos, eles não passam despercebidos pelo olhar do amor maternal de Maria. Há o peregrino com os pés feridos, pelo longo caminho percorrido, o peregrino que chega até o santuário, ajudado pela caridade e solidariedade dos irmãos, e o peregrino que vem pela primeira vez, movido mais pela curiosidade do que pela vontade interior de fazer um encontro com o Senhor Jesus, o filho de Deus. Há o peregrino de muitas romarias, que leva nos pés os calos e no coração a leveza da alma, de quem encontrou a paz do Senhor, no olhar de ternura de Maria, mãe de Jesus, da Igreja e nossa.  

A Sagrada Escritura nos diz que em família peregrinaram também Jesus, Maria e José, a sagrada família de Nazaré. Peregrinar é sair do nosso lugar, do nosso comodismo, de nós mesmos, para ir ao encontro do Senhor. Peregrinar é caminhar na fé, junto com Maria, seguindo Jesus, caminho, verdade e vida que nos conduz ao Pai. 

Fonte: CNBB

São Francisco de Assis não hesitou diante da Voz de Deus

Antes de ouvir o “Vai e reconstrói a minha Igreja”, Francisco viveu uma forte experiência com Deus que mudou sua vida por completo.

Sexta-feira é um ótimo dia para partir em missão. Talvez, São Francisco de Assis, que celebramos neste dia 4 de outubro, tenha encontrado aquela igrejinha, que o Senhor pediu para que ele reconstruísse, em uma sexta. Bom, não sabemos ao certo. O que sabemos é que o Irmão de Assis não hesitou diante da Voz de Deus. Ele correu para correspondê-la.

Mas, antes de ouvir o “Vai e reconstrói a minha Igreja”, Francisco viveu uma forte experiência com Deus que mudou sua vida por completo. Ele era daqueles jovens populares que tinha muitos amigos e aproveitava as noitadas nas tabernas. Inclusive, se Francisco fosse do nosso tempo, com certeza, teria um feed no Instagram recheado de fotos de lugares, de amigos e até mesmo de namoradas… Enfim, Francisco era também revolucionário, lutava pela liberdade e tinha um imenso desejo de guerrear.

Contudo, depois de experimentar o amor de Deus de forma especial, o Irmão de Assis apaixonou-se pela pobreza, despojando-se de todos os seus bens. Francisco ofertou a sua vida por amor aos mais necessitados. Neles, Francisco via Jesus. Sua família não concordou com tal postura. Mas, firme em seu propósito, Francisco assumiu as consequências de suas escolhas até o fim. Por isso, o testemunho do Pobre de Assis alcança pessoas no mundo inteiro até hoje.

São Francisco e suas lições

Há várias lições que podemos tirar da vida de Francisco. Entre elas, estão a oração íntima com o Senhor, o louvor sincero e também a reta obediência à Santa Igreja. Diante do Crucifixo, o Irmão de Assis gastava tempo contemplando a Paixão de Jesus. O desejo de partir para a guerra passou a ser um ardente anseio de amar o Amor com toda a sua vida. Para isso, ele utilizava o louvor. Louvava a Deus por tudo, pela irmã terra, pelo irmão sol, pela irmã lua, por todas as criaturas… Francisco também escolheu obedecer inteiramente suas autoridades eclesiais.

“O homem vale o que é diante de Deus, e nada mais.”

O desapego aos bens materiais é mais uma das lições de Francisco. A partilha de vida, de bens e de dons foram vivenciadas pelo Irmão desde a sua experiência com Deus. Entretanto, vale destacar que na Vocação há uma forma própria para se vivê-la. Contudo, Francisco ensinou que a posse pesa e impede que os filhos de Deus alcem altos voos.

Fonte: Comunidade Shalom