Papa: Deus nos salvou ao abraçar a cruz, oferecendo-se como mestre e amigo

No Angelus, Leão XIV reflete sobre o significado da festa da Exaltação da Santa Cruz, que se celebra neste domingo, 14 de setembro, e sublinha que Jesus se tornou “nosso companheiro” e “médico” para nos redimir e se fez “para nós Pão partido na Eucaristia”, transformando um “instrumento de morte” em “instrumento de vida”. “A sua caridade é maior do que o nosso próprio pecado”.


“Deus, para redimir os homens, se fez homem e morreu na cruz.”

É por isso que a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz, neste domingo, 14 de setembro, dia em que, segundo a tradição, Santa Helena “encontra o madeiro da Cruz, em Jerusalém, no século IV”, explica Leão XIV no Angelus, na Praça de São Pedro.

A conversa de Jesus com Nicodemos

A festa litúrgica também lembra a devolução da relíquia da Cruz “à Cidade Santa, por obra do Imperador Heráclio”, acrescenta o Papa, que se detém, em seguida, no Evangelho dominical para aprofundar o significado do sacrifício extremo de Cristo. O protagonista é Nicodemos, “um dos chefes dos judeus, pessoa reta e de mente aberta”, que encontra Jesus à noite e “precisa de luz, de orientação: procura Deus e pede ajuda ao Mestre de Nazaré, porque reconhece n’Ele um profeta”, esclarece o Pontífice, e “o Senhor o acolhe, o escuta e, no final, revela-lhe que o Filho do homem deve ser elevado, ‘afim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna’”.

Cristo nos salvou através da cruz

Falando a Nicodemos, Jesus lembra o episódio do Antigo Testamento que narra os israelitas no deserto atacados por serpentes venenosas, que se salvaram “olhando para a serpente de bronze que Moisés, obedecendo à ordem de Deus, tinha feito e colocado sobre uma haste”, e especifica, então, que Deus “amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna”.

Deus salvou-nos revelando-se a nós, oferecendo-se como nosso companheiro, mestre, médico, amigo, até se tornar para nós Pão partido na Eucaristia. E para realizar esta obra, serviu-se de um dos instrumentos de morte mais cruéis que o homem já inventou: a cruz.

O amor de Deus é maior do que o pecado do homem

Celebrar a exaltação da cruz, então, significa fazer memória do “amor imenso com que Deus” abraçou a cruz “para nossa salvação – conclui o Pontífice –, transformando-a de instrumento de morte em instrumento de vida, ensinando-nos que nada pode nos separar d’Ele e que a sua caridade é maior do que o nosso próprio pecado”. Daí o convite a pedir, “por intercessão de Maria”, que “em nós se enraíze e cresça” o “amor” de Cristo “que salva, e que também nós saibamos nos doar uns aos outros, como Ele se doou totalmente a todos”.

Fonte: Vatican News

A cruz é sinal de nossa redenção!

Celebramos, precisamente no dia 14 de setembro, a Festa da Exaltação da Santa Cruz. No séc. II o imperador Adriano (117-138), para dissuadir o culto cristão em Jerusalém, soterrou o local onde Jesus tinha sido crucificado e sepultado. No local do Santo Sepulcro, colocou a estátua de Júpiter; no local da crucifixão de Jesus, erigiu uma estátua em honra de Vénus. Os cristãos, contudo, continuaram a frequentar esses lugares, aí evocando a morte e a ressurreição de Jesus.

Mais tarde, em 13 de setembro de 326, Santa Helena, mãe do imperador Constantino, por indicação de um habitante de Jerusalém, descobriu no local do Calvário o madeiro da cruz onde Jesus tinha sido crucificado. Demolidas as construções pagãs erigidas por Adriano, foi construída uma basílica cristã, cuja dedicação aconteceu em 13 de setembro de 335. No dia a seguir, 14 de setembro, a cruz lá encontrada foi exposta à adoração dos fiéis. É este fato que está na origem da chamada Festa da Exaltação da Santa Cruz. A cruz de Jesus – que a liturgia deste dia nos convida a contemplar – é a expressão suprema do amor de um Deus que veio ao nosso encontro, aceitou partilhar a nossa humanidade, quis fazer-se servo dos homens, deixou-se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. Ao entregar a sua vida na cruz, em dom de amor, Jesus indicou-nos o caminho para chegar à vida plena.

A primeira leitura – Nm 21,4-9 – traz-nos uma história do tempo em que os israelitas vagueavam pelo deserto. A busca por melhores condições de vida não é fácil. O povo israelita reclama contra Moisés por causa das dificuldades que enfrenta na caminhada para a Terra Prometida. A serpente, que era símbolo de morte, tornou-se símbolo de vida. Deus propõe-se corrigir a tendência de Israel para a murmuração e a ingratidão; mas, constatando que o “remédio” podia “matar o doente”, Deus engendra uma estratégia de salvação. A serpente de bronze levantada sobre um poste, através da qual Deus cura o seu Povo, sinaliza o amor e a bondade de Deus; e é, por outro lado, um símbolo dessa força salvífica que alguns séculos mais tarde brotará da cruz de Cristo, o homem levantado ao alto para dar vida a todo o mundo. Por isso, a cruz tornou-se símbolo de salvação.

No Evangelho – Jo 3,13-17 – Jesus, em conversa com um fariseu chamado Nicodemos, desvela-lhe o sentido e o significado da Sua presença no meio dos homens: Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna”. Cristo elevado na cruz é o maior gesto de amor de Deus pela humanidade e causa de salvação para todos os que acreditam em Jesus. Ele é o Filho enviado por Deus para que todas as pessoas tenham vida, O amor de Deus tornar-se-á particularmente evidente quando, na cruz, Jesus entregar a sua vida por todos. Os que olharem para o Crucificado e acolherem a lição de amor que Ele oferece, encontrarão vida em abundância.

É necessário que o Filho do Homem seja levantado, entronizado, exaltado na cruz para a salvação do mundo e a concessão da vida aos fiéis em Jesus. Do fruto da “árvore da Cruz”, que é Jesus, “fruto maduro de humanidade”, todos podem se alimentar, recebendo novamente a condição de Filhos de Deus, recuperando a graça e a comunhão com o Pai.

Nós sabemos que “mundo” – Kosmós – no Evangelho de João, possui basicamente três significados: primeiro, no ambiente terreno natural, a Criação, onde a humanidade habita; segundo, os adversários – inimigos, resistentes à luz, à verdade e à vida, que são o próprio Jesus: e terceiro, aqueles que receberam na e pela fé a Pessoa de Jesus como a Vida Eterna, e como a Palavra portadora de salvação e vida. Assim, “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele”.

Na segunda leitura – Fl 2,6-11 –, Paulo apresenta aos batizados de Filipos a sua leitura da encarnação de Cristo. Jesus, o Filho de Deus, despojou-se da sua dignidade divina e veio ao encontro dos homens, revestido da nossa frágil natureza. Este hino litúrgico nos mostra o rebaixamento de Cristo à condição humana, morrendo na cruz, sinal de nossa salvação, e sendo exaltado pelo Pai. Ele escolheu o caminho da obediência ao Pai e do serviço aos homens, até ao dom da vida. A cruz é a expressão máxima desse caminho e dessa opção. Paulo pede aos filipenses – e aos “discípulos” de todas as épocas e lugares – que aceitem percorrer o mesmo caminho que Jesus percorreu. Reconhecer em Jesus o Salvador-Redentor é alcançar a vida.

Meus irmãos, a cruz, sinal do mais terrível entre os suplícios, é para o cristão a árvore da vida, o tálamo, o trono, o altar da nova aliança. De Cristo, novo Adão adormecido na cruz, jorrou o admirável sacramento de toda a Igreja. A cruz é o sinal do senhorio de Cristo sobre os que no Batismo são configurados a ele na morte e na glória (cf. Rm 6,5). Na tradição dos Padres da Igreja, a cruz é o sinal do Filho do Homem que comparecerá no fim dos tempos (cf. Mt 24,30).
Jesus, pela sua morte de cruz, foi solidário “com os pequenos e os pobres, os doentes e os pecadores, e se fez próximo dos aflitos e oprimidos” (Oração Eucarística para Diversas Circunstâncias IV); em consequência, houve prepotentes que se sentiram atingidos e arquitetaram a trama da cruz.

Num mundo marcado por tantas cruzes, somos chamados a descobrir na cruz de Jesus a denúncia das atitudes de falta de solidariedade e de indiferença, para retirar a cruz os crucificados. Na festa litúrgica de hoje, fazemos memória da cruz e dos sofrimentos provocados pelas cruzes do mundo, mas também entrevemos a força que brota da ressurreição. É dessa força que nos vem a luz e a inspiração para prosseguir a experimentar no cotidiano a vitória do amor do Crucificado-Ressuscitado. Afinal, só o amor faz agir assim! Olhemos agradecidos para a cruz, sinal da nossa libertação, e renovemos em nós a certeza do amor de Deus pela humanidade!

Fonte: CNBB

Qual a importância da confissão?

Saiba que Deus faz festa quando você se confessa!


O Papa Francisco, logo no início de seu pontificado, recordou uma verdade essencial da fé: “Deus jamais se cansa de nos perdoar, nós é que nos cansamos de pedir perdão”. A verdadeira razão do perdão não está em nós, mas em Deus, que nos acolhe, reconcilia e enche de misericórdia.

A Igreja, em sua missão, nunca deixa de oferecer o Sacramento da Reconciliação. O tempo da Quaresma é propício para buscar a confissão, mas não deve ser o único momento. Esse sacramento é fonte permanente do amor de Deus, que nos renova sempre que nos aproximamos dele com arrependimento sincero.

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Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o sacramento da Penitência vai além de apenas perdoar, mas também proporciona “este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O pecado abala ou rompe a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência repara-a ou restaura-a.” (CIC, 1469). Por isso, a confissão não é um ato isolado, é um caminho de cura espiritual que fortalece a vida cristã e nos devolve a paz interior.

O Pe. Pablo Vinícius, C.Ss.R. lembra uma verdade que toca profundamente: “A confissão é um Sacramento da Alegria, na verdade uma festa no céu e na terra”. Essa imagem revela a beleza da reconciliação: quando um pecador se aproxima de Deus com o coração aberto, o céu inteiro se alegra.

 

 

 

O próprio Evangelho confirma essa realidade. Em São Lucas (15,7) lemos: “Haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por 99 justos que não precisam de conversão”. Deus se alegra, faz festa, porque vê seus filhos voltarem ao lar!

O Concílio Vaticano II também reforça que o Sacramento da Confissão restaura a comunhão dos fiéis com Deus e com a Igreja, permitindo “uma participação mais plena na Eucaristia” (Presbyterorum Ordinis, 5). Dessa forma, a confissão reabre o nosso coração para viver a vida cristã em plenitude.

Na figura do sacerdote que acolhe e escuta, está o próprio Cristo. Ele é o amigo que se inclina para ouvir, perdoar e levantar aquele que estava distante. O Pe. Pablo recorda: “Na pessoa do sacerdote que ouve nossa confissão está o próprio Jesus, nosso companheiro, nosso amigo que nos escuta e nos perdoa sempre”.

:: Por que precisamos nos confessar com um sacerdote?

A confissão, portanto, é muito mais do que uma obrigação. É um encontro com a misericórdia divina que transforma a vida, devolve a esperança e nos faz experimentar a alegria de Deus que, como um Pai amoroso, recebe seus filhos de braços abertos.

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Os santos Frassati e Acutis convidam a não desperdiçar a vida, mas a fazer dela uma obra-prima

O Papa Leão XIV presidiu, no domingo, 7 de setembro, a sua primeira missa com o rito de canonização. Foram elevados aos altares os jovens Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, agora oficialmente santos para a Igreja.

O Santo Padre surpreendeu a todos saudando os cerca de 80 mil fiéis presentes na Praça São Pedro antes do início da cerimônia: “Irmãos e irmãs, hoje é uma belíssima festa para toda a Itália, para toda a Igreja e para todo o mundo. E antes de começar, gostaria de saudá-los e dizer uma palavra, porque, se de um lado a celebração é muito solene, de outro é um dia de muita alegria”. O Papa ficou impressionado com a quantidade de jovens. “É realmente uma bênção”, afirmou.

“Nós nos preparamos para esta celebração com a oração, com o coração aberto desejosos de receber esta graça do Senhor, e sentimos todos no coração a mesma coisa que Pier Giorgio e Carlo viveram: este amor por Jesus Cristo, sobretudo na Eucaristia, mas também nos pobres, nos irmãos e irmãs. Todos vocês, todos nós, somos chamados a ser santos.”

Papa saúda os fiéis antes do início da missa
Papa saúda os fiéis antes do início da missa (Foto: Vatican Media)

 

 

A solene celebração eucarística com o rito de canonização teve início com a “Petitio” (Petição), em que o prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, acompanhado dos postuladores, pediu ao Santo Padre que inscrevesse os dois beatos no Álbum dos Santos. Na sequência, o cardeal apresentou brevemente as duas biografias e foi entoada a Ladainha dos Santos. Depois, o Pontífice leu a fórmula de canonização, estabelecendo que “em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos”. Neste momento, foi oferecido o incenso para a veneração das relíquias.

 

As relíquias dos dois santos
As relíquias dos dois santos (Foto: Vatican Media)

 

A Santa Missa prosseguiu com a Liturgia da Palavra. Na homilia, o Papa Leão comentou as leituras do dia, cuja mensagem principal é uma advertência a não desperdiçar a vida fora do projeto de Deus, um convite a aderir sem hesitação à aventura que o Senhor nos propõe, despojando-nos de nós mesmos, das coisas e ideias às quais estamos apegados, para nos colocarmos à escuta da sua palavra.

“Muitos jovens, ao longo dos séculos, tiveram de enfrentar esta encruzilhada na vida”, comentou o Pontífice, citando São Francisco de Assis. E como ele, muitos outros. “Às vezes, nós os retratamos como grandes personagens, esquecendo que tudo começou para eles quando, ainda jovens, responderam ‘sim’ a Deus e se entregaram totalmente a Ele, sem guardar nada para si mesmos.”

Jovens apaixonados por Jesus

O Papa convidou a olhar para São Pier Giorgio Frassati, um jovem do início do século XX, e São Carlo Acutis, um adolescente dos nossos dias, “ambos apaixonados por Jesus e prontos a dar tudo por Ele”. E discorreu brevemente sobre cada um:

“Pier Giorgio encontrou o Senhor através da escola e dos grupos eclesiais e testemunhou-O com a sua alegria de viver e de ser cristão na oração, na amizade, na caridade. Ainda hoje, a vida de Pier Giorgio representa uma luz para a espiritualidade leiga. Para ele, a fé não era uma devoção privada: impulsionado pela força do Evangelho e pela pertença a associações eclesiais, comprometeu-se generosamente na sociedade, deu o seu contributo à vida política, dedicou-se com ardor ao serviço dos pobres.”

 

“Carlo, por sua vez, encontrou Jesus na família, graças aos seus pais, Andrea e Antonia – presentes aqui hoje com os dois irmãos, Francesca e Michele –, depois também na escola, e sobretudo nos sacramentos, celebrados na comunidade paroquial. Assim, cresceu integrando naturalmente nas suas jornadas de criança e adolescente a oração, o desporto, o estudo e a caridade.”

Leão XIV lê a fórmula de canonização
Leão XIV lê a fórmula de canonização (Foto: Vatican Media)

Façamos da nossa vida uma obra-prima!

Ambos, Pier Giorgio e Carlo, cultivaram o amor a Deus e aos irmãos através de meios simples, ao alcance de todos: a Santa Missa diária, a oração, especialmente a Adoração Eucarística. Essencial para eles era a Confissão frequente. Ambos, finalmente, tinham uma grande devoção pelos santos e pela Virgem Maria, e praticavam generosamente a caridade. Quando a doença os atingiu e ceifou as suas jovens vidas, nem mesmo isso os impediu de amar, de se oferecerem a Deus, de bendizê-Lo e de orar por si próprios e por todos.

“Queridos, os santos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis são um convite dirigido a todos nós – especialmente aos jovens – a não desperdiçar a vida, mas a orientá-la para cima e a fazer dela uma obra-prima. Eles encorajam-nos com as suas palavras: «Não eu, mas Deus», dizia Carlo. E Pier Giorgio: «Se tiveres Deus no centro de todas as tuas ações, então chegarás até ao fim». Esta é a fórmula simples, mas vencedora, da sua santidade. E é também o testemunho que somos chamados a seguir, para saborear a vida até ao fim e ir ao encontro do Senhor na festa do Céu”, concluiu o Pontífice.

Fonte: CNBB

“Entre no Clima”: campanha convida fiéis a participarem da climatização da Catedral da Luz

Com o objetivo de proporcionar mais conforto aos fiéis e preservar o patrimônio histórico e espiritual, a Catedral de Nossa Senhora da Luz lançou a campanha “Entre no Clima”, que visa arrecadar recursos para a instalação de um moderno sistema de climatização da Igreja Mãe da Diocese de Guarabira.

A iniciativa surgiu a partir da escuta atenta da comunidade e da necessidade de oferecer um ambiente mais acolhedor para as celebrações litúrgicas, especialmente em dias de forte calor, cada vez mais frequentes. Além do conforto térmico, a climatização também contribuirá para a conservação dos elementos artísticos e arquitetônicos da Catedral, que é um dos mais importantes marcos religiosos e culturais da cidade.

A campanha está aberta a doações de qualquer valor. Os fiéis podem contribuir de forma presencial, diretamente na secretaria paroquial, ou por meio de transferência PIX. Toda a arrecadação será destinada exclusivamente à instalação dos equipamentos de climatização e às adaptações necessárias para garantir eficiência e sustentabilidade no uso do sistema.

Além das doações financeiras, a Catedral também incentiva a divulgação da campanha nas redes sociais, entre amigos, familiares e grupos da Igreja. Segundo os organizadores, a força da comunhão pode transformar o projeto em realidade.

Campanha “Entre no Clima” – Climatização da Catedral da Luz
📍 Catedral de Nossa Senhora da Luz
📞 Informações: (83) 3271-4828
💳 Doações via PIX: 08.298.416/0002-20 (CNPJ)
🔗 Redes sociais: @catedraldaluz

 

Tem diferença entre ser cristão e ser católico?

Ser cristão não é apenas dizer que acredita em Jesus, ou que acha interessante o que Ele fez e falou. A fé em Jesus deve levar a um testemunho dele, numa comunidade que também acredita nele, como disse Jesus: “onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles” (Mt 18, 20). Sendo assim, ser cristão é seguir Jesus e identificar-se com Ele.

Então, o que realmente é ser cristão?

Em Atos dos Apóstolos 11, 26, vemos que foi na cidade de Antioquia que os discípulos de Jesus foram, pela primeira vez, chamados de cristãos. Então percebemos que ser cristão não é um título, mas sim uma forma de viver, uma conduta pautada na pessoa de Jesus Cristo.

Ser cristão é estar comprometido com a Verdade que é Cristo. A fé em Jesus deve gerar comprometimento com a causa do Reino de Deus. Ser cristão é querer ser continuador de sua missão e do seu jeito de amar no mundo. A pessoa se torna cristã no dia do seu batismo, quando passa a deixar o Espirito Santo de Deus conduzir sua vida.

Todo católico é cristão, mas nem todo cristão é católico

Isto porque alguns seguidores de Jesus não pertencem à Igreja Católica. Muitos seguidores de Jesus se identificam como cristãos, mas não como católicos, como é o caso dos protestantes e ortodoxos.

O cristão católico aceita a plenitude da fé revelada por Cristo e contida na Sagrada Escritura, no Magistério da Igreja e na Tradição. O Católico participa dos Sacramentos e reconhece a autoridade do Papa (sucessor de Pedro) e dos Bispos (sucessores dos apóstolos).

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Igreja constituída pelos cristãos católicos é Una, Santa, Católica e Apostólica. Essas quatro características são tomadas da Profissão de Fé dos concílios de Nicéia e Constantinopla, e mostram os 4 aspectos fundamentais da Igreja Católica: sua unidade, sua santidade, sua universalidade e sua base apostólica (com base nos discípulos que viram e tocaram Cristo).

A Igreja se chama Católica porque acolhe, em seu interior, todos os seguidores de Cristo, de todos os tempos e lugares. “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a todos os povos” (Mc 16,15).

Então, muito mais do que falar de diferenças, devemos olhar nossa semelhança, que está na fé em Jesus Cristo e no desejo de continuar levando seu Evangelho a todas as pessoas.

Que Cristãos e Católicos, em todos os tempos e lugares, possam realmente dar testemunho de pertença a Cristo e de sinceridade em fazer a vontade do Pai, vivendo sempre o mandamento do amor e do respeito ao próximo, pois Jesus disse que nossa maior identidade de discípulos está na vivência do amor: “Nisto reconhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).

.:: Quer se aprofundar mais sobre o assunto? Assista ao vídeo abaixo!

:: Mudei de religião, mas quero voltar para a Igreja Católica. O que fazer?

Fonte: A12

Onde está a riqueza

É uma questão emblemática, porque pode ser entendida por diversos âmbitos da vida humana. A riqueza não se limita a bens materiais, porque o pano de fundo é o bem da pessoa, que atinge também a ordem sobrenatural, a plenitude da vida em Deus, hoje e na eternidade. Normalmente, fruto de esforços efetivos e diários, não imediatos e comprometidos com a construção daquilo que conta. 

Não podemos entender o acúmulo desnecessário de bens materiais como riqueza. Aliás, acumulado através de ações injustas e sem função social, é verdadeira pobreza.  Para muitos, aí está o sucesso de bens e status, que provoca sofrimento daqueles que estão na realidade inversa, quase sempre impossibilitados de vida digna. Para Jesus, a verdadeira riqueza é a da partilha, com generosidade. 

A Sagrada Escritura usa a expressão “Vaidade das vaidades” (Ecl 1,2) para destacar o nível de transitoriedade e de vazio numa vida centrada no supérfluo da acumulação. Não está aí a verdadeira riqueza da pessoa. Todo esforço que não leva em conta os valores espirituais e eternos, acaba provocando vazio e angústia existencial, porque o coração das pessoas não se satisfaz sem Deus. 

A verdadeira riqueza da vida humana se consolida quando a pessoa coloca Jesus Cristo no centro de sua história. Às vezes nem necessita de bens materiais. Na visão do apóstolo Paulo, o mais importante é aspirar as “coisas do alto” (cf. Cl 3,1), evitando ficar preso aos bens terrenos, porque são todos passageiros. Não significa desprezá-los, mas usá-los como caminho que conduz a Deus. 

Não é fácil identificar com precisão onde está a riqueza, principalmente quando não se tem conhecimento, formação e nem assentimento aos indicativos do Evangelho e da vida em Deus. O mundo passa, a matéria fica, a vida acaba na sepultura, sem levar nada a não ser os frutos da fé, da esperança e da caridade praticada a favor do próximo na construção do bem comum na sociedade. 

 Infelizmente, muitas famílias são divididas por causa de herança. Há aqueles que não se conformam com o tipo de partilha e não se abrem para um diálogo frutuoso, preferindo ficar mergulhados numa insensibilidade e sofrimento egoísta. Isto revela juntar tesouro na terra sem ser rico diante de Deus. Importa busca a riqueza da generosidade, do amor e da comunhão com Deus e com o irmão. 

Fonte: CNBB

CNBB realiza coletiva dia 1º de julho sobre documento a ser entregue ao Papa com posição da Igreja sobre a COP30

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida para uma coletiva a ser realizada às 10h30, do dia 1º de julho, em sua sede – Setor de Embaixadas Sul Quadra 801 Conjunto B – Asa Sul, em Brasília (DF), na qual apresentará o documento “Um chamado por justiça climática e a Casa Comum: conversão ecológica, transformação e resistência às falsas soluções”.

O documento, que expressa uma visão da Igreja Católica do Sul Global sobre a COP30, contém os principais pontos de incidência política, propostas e denúncias da Igreja com respeito à crise climática e às pautas em debate no contexto da Conferência das Organizações Nações Unida (ONU) sobre o Clima que acontecerá no Brasil, em novembro.

O texto será entregue ao Papa Leão XIV, em Roma, também no próximo dia 1ª de julho pelo presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), o cardeal Jaime Spengler, pelo representante das Conferências Episcopais da África, o cardeal Fridolin Ambongo Besungu, e pelo representante das Conferências Episcopais da Ásia, cardeal Felipe Neri.

Etapa preparatória à COP30

O documento foi utilizado pela Igreja Católica como instrumento de diálogos bilaterais na Conferência de Bonn (Alemanha, 16 a 26 de junho), etapa preparatória à COP30. Será entregue à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ainda dia 1º de julho, e apresentando em audiência pública na Câmara dos Deputados, no próximo dia 3 de julho.

Participam da coletiva, o primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros, e o presidente da Comissão para Ecologia Integral e Mineração da CNBB, dom Vicente de Paula Ferreira. O presidente da CNBB, cardeal Spengler, enviará um vídeo, de Roma, contando sobre como foi a entrega e a recepção do documento pelo Santo Padre, Leão XIV.

A ação faz parte ainda das celebração do Junho Verde, campanha em defesa da Casa Comum e por mais sustetanbilidade. Pede-se as jornalistas a  gentileza de confirmar presença, pelo e-mail imprensa@cnbb.org.br ou pelo telefone (61) 2103-8300.

Fonte: CNBB

Domingo de Pentecostes

Hoje celebramos Pentecostes, o dia em que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, transformando-os de homens temerosos em mensageiros ousados do Evangelho. Os textos litúrgicos de hoje nos mostram a ação poderosa do Espírito, que não apenas dá vida à Igreja, mas também nos convida a participar dessa missão de unidade e testemunho. 

Na 1.⁠ª (Atos 2,1-11), vemos o Espírito descer como um vento impetuoso e línguas de fogo, capacitando os discípulos a falar em diversas línguas. Povos de diferentes nações ouvem a mensagem do Evangelho em sua própria língua. Esse milagre não é apenas linguístico, mas um sinal da universalidade da Igreja. O Espírito Santo derruba as barreiras da divisão, como as da Torre de Babel, e cria uma nova unidade na diversidade. Ele nos ensina que a verdadeira comunhão não elimina as diferenças, mas as harmoniza em torno de Cristo. 

Na 2.⁠ª (1 Coríntios 12,3b-7.12-13), São Paulo nos lembra que o Espírito Santo concede dons variados, mas todos para o bem comum. Assim como o corpo humano é uno, mas composto por muitos membros, a Igreja é uma na sua diversidade. Cada um de nós recebe dons do Espírito – sejam talentos, carismas ou vocações – para edificar a comunidade. O Espírito nos une como um só corpo, independentemente de nossas origens ou condições, porque todos fomos “batizados num só Espírito”. 

No Evangelho (João 20,19-23), Jesus aparece aos discípulos, ainda tomados pelo medo, e sopra sobre eles o Espírito Santo, dizendo: “Recebei o Espírito Santo”. Esse sopro recorda o momento da criação, quando Deus insuflou o sopro da vida em Adão. Agora, Jesus, o novo Adão, dá o Espírito para uma nova criação: a Igreja, enviada ao mundo para perdoar pecados e levar a paz. O Espírito Santo é o dom da vida nova, que nos liberta do medo e nos capacita para a missão. 

Santo Agostinho, em um de seus sermões, reflete sobre o Espírito Santo como o vínculo de amor entre o Pai e o Filho, dizendo: “O Espírito Santo é a caridade que une e santifica. Ele é o dom de Deus que nos faz viver em comunhão com Ele e com os irmãos”. Para Agostinho, o Espírito é a alma da Igreja, que a vivifica e a move para a missão. Sem o Espírito, nossa fé seria apenas palavras; com Ele, torna-se vida e testemunho. 

Pentecostes, portanto, é a festa da Igreja missionária, unida e renovada pelo Espírito. É um convite para que cada um de nós se abra à ação do Espírito Santo, permitindo que Ele transforme nossos medos em coragem, nossas divisões em unidade, e nossos dons em serviço. 

Ideias Práticas para Viver a Solenidade de Pentecostes  

Oração ao Espírito Santo: Reserve um momento diário para invocar o Espírito Santo, pedindo sua luz e força para suas decisões e desafios.  

Vida comunitária: Participe ativamente de sua comunidade paroquial, valorizando a diversidade de dons e contribuindo com os seus.  

Reconciliação: O grande dom do Espírito Santo inclui a reconciliação da humanidade com Deus e entre si. Busque o sacramento da confissão sempre que necessário, recordando que o Espírito Santo é dado para perdoar pecados e renovar a vida.  

Testemunho: Compartilhe sua fé com gestos concretos de amor e serviço, especialmente com aqueles que estão distantes ou desanimados.  

Abertura aos dons do Espírito: Reflita sobre os dons que Deus lhe deu (sabedoria, fortaleza, piedade, etc.) e coloque-os a serviço dos outros.  

Que o Espírito Santo, derramado em Pentecostes, continue a nos guiar, unir e enviar em missão. Amém. 

Fonte: CNBB

Igreja: comunidade em oração e missão!

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! A Ascensão do Senhor Jesus ao céu marca a sua volta para a casa do Pai e incide diretamente na vida dos discípulos. O mundo é o mesmo de antes da sua encarnação, morte e ressurreição, mas passa a ser visto com olhos renovados a partir da luz da fé. As alegrias e as dores, as desilusões e as esperanças adquirem um novo significado. A luz do ressuscitado abre aos homens e mulheres de fé novos horizontes, que lhes oferecem a possibilidade de encontrar um novo sentido em tudo aquilo que acontece ao longo da vida, mesmo vivendo num mundo assolado por guerras e injustiças que ferem e destroem o sagrado dom da vida de tantas pessoas inocentes.

A Igreja tem como missão anunciar o Reino de Deus ao mundo. Podemos dizer que é uma missão sublime, mas ao mesmo tempo árdua, em que os discípulos devem empenhar as próprias forças sem desprezarem a graça de Deus. “Não tenhas medo, porque eu estarei contigo e ninguém procurará fazer-te mal” (At 18,9-10). A promessa de Jesus ressuscitado, feita aos discípulos que iniciam o anúncio e a missão junto às primeiras comunidades, não pode ser esquecida pela comunidade cristã: “Eis, que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 1,22,23).

Não podemos esquecer que a Igreja, mesmo sendo uma comunidade ferida e frágil é, ao mesmo tempo, portadora de uma mensagem de esperança para todos os seus filhos. Todos os fiéis podem encontrar na Igreja um espaço de crescimento espiritual, porque essa não é constituída por uma elite de puros, mas uma comunidade de santos e pecadores, que acolhem e caminham para a santidade na casa do Pai.

Não queremos negar a fragilidade da Igreja, mas queremos também fazer conhecer a sua missão e a sua dignidade. E a primeira e fundamental dignidade da Igreja é ser comunidade convocada por Jesus Cristo. A Igreja é, portanto, uma comunidade frágil, mas que foi beneficiada por Jesus através da sua revelação, no seu corpo glorioso da ressurreição. A Igreja é, então, uma realidade histórica e teológica, comunidade de santos e pecadores, investida de uma dignidade altíssima, sujeita às misérias dos homens e, por isso, testemunha da misericórdia do Pai, da qual é a primeira beneficiada, e, portanto, pode e deve anunciá-la ao mundo na sua ação missionária e evangelizadora.

Quantas alegrias e dores acompanharam a vida daqueles que deixaram tudo para responder ao convite do Senhor: “vem e segue-me”. Eles aprenderam a conhecer o Mestre, percorrendo com ele o caminho do amor serviço pela causa do Reino; aprenderam a ser discípulos, esvaziando-se das ambições temporais, das seguranças do mundo, para serem peregrinos do Evangelho, entregando a vida e confiando nas palavras de Jesus, na sua proximidade, na ressurreição e na vida eterna.

Essa confiança na proximidade do Senhor, que partiu para o céu mas continua presente no mundo, alimentando a nossa caminhada de discípulos e discípulas, com o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia, é fundamental na vida do cristão e das comunidades que se reúnem para celebrar a fé no Senhor Jesus.

Fonte: CNBB

Leão XIV: sem pressa e como o Bom Samaritano, ter compaixão e parar para ajudar o próximo

O Pontífice continuou o ciclo de catequeses sobre as parábolas do Evangelho e nesta quarta-feira (28/05), dia de Audiência Geral, refletiu sobre aquela do Bom Samaritano para nos lembrar das experiências diárias em que nós encontramos a fragilidade do outro e podemos decidir “crescer em humanidade” cuidando das feridas ou passar longe: “quando seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão?”, pois “aquele homem ferido na estrada representa cada um de nós” que Jesus sempre tem cuidado.


Mais um dia de sol e calor em Roma para colaborar com a participação dos peregrinos na Audiência Geral na Praça São Pedro. Nesta quarta-feira (28/05), cerca de 40 mil fiéis ouviram o Papa Leão XVI meditar mais uma vez sobre as parábolas do Evangelho, uma forma para “nos abrirmos à esperança. A falta de esperança, por vezes, deve-se ao fato de estarmos fixados numa certa forma rígida e fechada de ver as coisas, e as parábolas nos ajudam a vê-las de outro ponto de vista”, disse o Pontífice logo no início da sua reflexão.

Cerca de 40 mil pessoas estiveram na Praça São Pedro para a Audiência Geral   (@Vatican Media)

O Bom Samaritano

A parábola usada desta vez por Leão XVI foi uma das mais famosas de Jesus, aquela do Bom Samaritano (ver Lc 10,25-37), quando um doutor da Lei que, centrado em si mesmo e sem se preocupar com os outros, interroga Jesus sobre quem é o “próximo” a quem deve amar. O Senhor procura mudar a ótica contando a parábola que “é uma viagem para transformar a questão”: não se deve perguntar quem é o próximo, mas fazer-se próximo de todos os que necessitam.

O cenário da parábola é “o caminho percorrido por um homem que desce de Jerusalém, a cidade sobre o monte, para Jericó, a cidade abaixo do nível do mar”, um caminho “difícil e intransitável, como a vida”, comentou o Pontífice. Durante o percurso, aquele homem “é atacado, espancado, roubado e deixado meio morto”. Uma experiência vivida diariamente, quando nos encontramos com o outro, com a sua fragilidade, e podemos decidir cuidar das suas feridas ou passar longe:

“A vida é feita de encontros, e nesses encontros nos revelamos quem somos. Encontramo-nos perante o outro, perante a sua fragilidade e a sua fraqueza e podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou fingir que nada acontece.”

A compaixão é uma questão de humanidade

Um sacerdote e um levita, que “vivem no espaço sagrado”, passam pelo mesmo caminho. No entanto, “a prática do culto não leva automaticamente à compaixão”, recordou Leão XVI, porque “antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade! Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos”.

Muitas vezes a pressa, “tão presente nas nossas vidas”, também pode nos impedir de experimentar a compaixão, que deve ser expressa em gestos concretos. “Aquele que pensa que a sua própria viagem deve ter prioridade não está disposto a parar por um outro”, alertou o Pontífice, diversamente do samaritano que se fez próximo daquele que estava ferido.

“Este samaritano para simplesmente porque é um homem perante um outro homem que precisa de ajuda. A compaixão é expressa através de gestos concretos. O evangelista Lucas detém-se nas ações do samaritano, a quem chamamos ‘bom’, mas que no texto é simplesmente uma pessoa: o samaritano se aproxima, porque se se quer ajudar alguém não se consegue pensar em manter a distância, é preciso envolver-se, sujar-se, talvez contaminar.”

O Bom Samaritano toma conta dele, “porque realmente se ajuda quem está disposto a sentir o peso da dor do outro”, ressaltou Leão XIV, porque “o outro não é um pacote para ser entregue, mas alguém para cuidar”. Como Jesus faz conosco, assim devemos fazer com nossos irmãos necessitados de auxílio:

“Queridos irmãos e irmãs, quando é que nós também seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão? Quando compreendermos que aquele homem ferido na estrada representa cada um de nós. E então a recordação de todas as vezes que Jesus parou para cuidar de nós, vai nos tornar mais capazes de sentir compaixão. Rezemos, então, para que possamos crescer em humanidade, para que as nossas relações sejam mais verdadeiras e ricas em compaixão.”

Fonte: Vatican News

Domingo da Ascensão do Senhor

A Solenidade da Ascensão do Senhor é um momento de contemplação e ação. Celebramos a glorificação de Jesus, que, após cumprir sua missão terrena, retorna ao Pai, levando consigo a nossa humanidade redimida. Este mistério não é somente o fim da presença visível de Cristo, mas o início de uma nova forma de sua presença entre nós, através do Espírito Santo e da Igreja. Como nos recorda o Evangelho de Lucas, Jesus envia seus discípulos como testemunhas, prometendo a força do Espírito para guiá-los (Lucas 24,46-53). A Ascensão nos desafia a não ficarmos “olhando para o céu” (Atos 1,11), mas a sairmos em missão, anunciando o Evangelho com coragem e alegria. Hoje, também somos chamados a refletir sobre nossa responsabilidade de comunicar a fé, especialmente no contexto do 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais. 

O livro dos Atos (Atos 1,1-11), escrito por São Lucas, começa com a narrativa da Ascensão, conectando a vida de Jesus à missão da Igreja. Jesus, após sua ressurreição, passa quarenta dias preparando os discípulos, falando do Reino de Deus e prometendo o Espírito Santo. A pergunta dos apóstolos — “Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?” — revela uma visão ainda limitada, focada em expectativas políticas. Jesus, porém, redireciona o foco para a missão universal: “Sereis minhas testemunhas… até os confins da terra” (Atos 1,8). A Ascensão, simbolizada pela nuvem que o oculta, é um ato divino que aponta para a glória de Cristo e o início do tempo da Igreja, guiada pelo Espírito. Somos desafiados a deixar de lado nossas visões estreitas e a abraçar a missão de levar o Evangelho a todos. 

São Paulo, em sua carta aos Efésios (Efésios 1,17-23), nos convida a pedir a Deus um “espírito de sabedoria e revelação” para compreender a esperança à qual fomos chamados. Ele destaca a supremacia de Cristo, elevado acima de todo poder e colocado como cabeça da Igreja, a qual é seu corpo. A Ascensão não é apenas um evento celestial, mas a garantia de que Cristo governa a história e a Igreja, enchendo-a com sua presença. Esta leitura nos lembra que nossa missão como Igreja está fundamentada na certeza de que Cristo está vivo e atua em nós, capacitando-nos a sermos seus instrumentos no mundo. 

No Evangelho de Lucas (Lucas 24,46-53), Jesus resume sua missão: sofrer, ressuscitar e enviar os discípulos a pregar o arrependimento e o perdão dos pecados em seu nome. Ele promete o Espírito Santo, que os revestirá de força, e os abençoa antes de ser elevado ao céu. Os discípulos, longe de ficarem tristes, retornam a Jerusalém “com grande alegria”, louvando a Deus no templo. Este trecho nos ensina que a Ascensão não é uma despedida melancólica, mas uma fonte de alegria e missão. Jesus não nos abandona; Ele nos confia a tarefa de continuar sua obra, sustentados pela promessa do Espírito Santo. 

A mensagem do então Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, intitulada Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (1 Pedro 3,15-16), nos convida a comunicar o Evangelho com autenticidade, humildade e respeito. O Papa destacava que a comunicação cristã deve ser marcada pela mansidão, refletindo a esperança que brota da fé em Cristo ressuscitado. Em um mundo marcado por polarizações e conflitos, somos chamados a ser pontes, anunciando a Boa Nova com palavras e ações que promovam a paz e o diálogo. Esta mensagem ecoa o chamado da Ascensão: assim como os discípulos foram enviados a proclamar o Evangelho, nós também somos chamados a usar os meios de comunicação — sejam eles tradicionais ou digitais — para partilhar a esperança que vem de Cristo, sempre com caridade e verdade. 

Santo Agostinho, em seu Tratado sobre o Evangelho de João, oferece uma reflexão profunda sobre a Ascensão:  

Se Ele não se afastasse corporalmente, veríamos sempre seu Corpo através de olhos carnais e não chegaríamos a crer espiritualmente; e esta fé é necessária para que, justificados e beatificados por ela e tendo o coração limpo, mereçamos contemplar esse mesmo Verbo de Deus em Deus” (In Ioannis Evangelium, Tractatus XCIV, n.5).  

Agostinho nos ensina que a Ascensão de Jesus não é uma perda, mas uma graça. Ao subir ao céu, Cristo nos liberta da visão meramente física e nos convida a uma fé mais profunda, que enxerga sua presença espiritual na Igreja, nos sacramentos e na missão. Essa reflexão nos desafia a viver a Ascensão como um chamado à maturidade espiritual, confiando na promessa de Jesus: “Eu estarei sempre convosco até o fim dos tempos” (Mateus 28,20). 

Irmãos e irmãs, a Ascensão nos convida a sermos uma Igreja missionária. Não podemos ficar parados, “olhando para o céu”, mas devemos descer às realidades do mundo, levando a mensagem de esperança e salvação. Como comunicadores da fé, somos chamados a usar nossas palavras, ações e até mesmo as redes sociais para partilhar a alegria do Evangelho com mansidão. Que o Espírito Santo, prometido por Jesus, nos ilumine e fortaleça para sermos testemunhas fiéis de Cristo em nossa família, trabalho e comunidade. 

Nesta Solenidade da Ascensão, celebramos a vitória de Cristo e nossa vocação de sermos seus missionários. Que a reflexão de Santo Agostinho nos inspire a viver uma fé espiritual e madura, e que a mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais nos motive a comunicar a esperança com mansidão. Peçamos ao Espírito Santo que nos guie, para que, como os discípulos, possamos voltar de cada Eucaristia com “grande alegria”, louvando a Deus e anunciando sua Boa Nova. Amém. 

 Fonte: CNBB