A importância do Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos nos ensina que seguir Cristo é renunciarmos a nós mesmos


A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo, há poucos dias, tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia e estava maravilhado, pois tinha a certeza de que esse era o Messias anunciado pelos profetas, mas, esse mesmo povo tinha se enganado com tipo de Messias que Cristo era. Pensava que, fosse um Messias político, libertador social, que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

A importância do Domingo de Ramos-artigo

Foto ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, e sim, o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.

Os ramos lembram nosso batismo

Esses ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que essa é desvalorizada e espezinhada. Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Missa, lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.

O sentido da Procissão de Ramos

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente e nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo, mas sim, na eternidade; aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai.

Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus, Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos causados pelas mãos dos soldados na casa de Anás, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-O, crucifica-O”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, Seu diálogo com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.

Entrada “solene” de Jesus em Jerusalém

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora vira as costas a Ele e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade há nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse Domingo de Ramos!

O Mestre nos ensina, com fatos e exemplos, que o Reino d’Ele, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível: o pecado. E para isso é preciso imolar-se, aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la. A muitos o Senhor Jesus decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre.

Muitos pensam: “Que Messias é esse? Que libertador é esse? É um farsante! É um enganador que merece a Cruz por nos ter iludido”. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado. O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja e, consequentemente, a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei Sagrada de Deus, que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses, e segundo as suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, “a ditadura do relativismo”.

O Domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciarmos a nós mesmos, morrermos na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades e das facilidades, para nos colocar diante d’Aquele que veio ao mundo para salvá-lo.

Fonte: Canção Nova

O SERMÃO DAS DORES DE NOSSA SENHORA

Na Semana Santa, período sagrado para os cristãos em todo o mundo, um dos momentos mais comoventes e significativos desta semana é o Sermão das Dores de Nossa Senhora, que nos conduz pelo sofrimento angustiante da mãe de Jesus diante da crucificação de seu filho. 

O Sermão das Dores de Nossa Senhora é uma ocasião para os fiéis refletirem sobre a dor e o sofrimento que Maria suportou enquanto acompanhava seu amado filho até o Calvário. A Sagrada Escritura nos mostra o quanto essa dor foi profunda, como podemos ver no Evangelho de João, (Jo 19, 25-27): 

“Estavam, junto à cruz de Jesus, sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Ora, Jesus, ao ver sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.” 

Neste momento tocante, Jesus confia sua mãe aos cuidados do discípulo amado, João, indicando a preocupação de Jesus com o bem-estar de sua Mãe mesmo enquanto enfrentava sua própria agonia na Cruz. 

A presença de Maria ao pé da Cruz é um testemunho impressionante de sua profunda compaixão e devoção a seu Filho. Ela suportou o sofrimento indescritível de ver seu Filho inocente sendo crucificado diante de seus olhos, mas permaneceu firme em sua fé e amor por Ele. 

Ao meditarmos sobre o Sermão das Dores de Nossa Senhora, somos convidados a nos identificar com a dor de Maria e a refletir sobre o significado da maternidade espiritual de Maria para todos os cristãos. Assim como Jesus confiou sua Mãe aos cuidados de João, também somos chamados a acolher Maria como nossa Mãe espiritual e a nos voltarmos para Ela em tempos de necessidade e aflição. 

O Sermão das Dores de Nossa Senhora também nos desafia a refletir sobre o sofrimento dos outros ao nosso redor e a responder com compaixão e solidariedade. Assim como Maria permaneceu ao lado de Jesus em sua hora mais sombria, também somos chamados a estar presentes para aqueles que sofrem em nosso mundo, oferecendo-lhes amor, apoio e consolo em tempos de dificuldade. 

Neste período sagrado da Semana Santa, que o Sermão das Dores de Nossa Senhora nos inspire a renovar nossa devoção a Maria e a nos comprometermos a seguir seu exemplo de fé, amor e compaixão. Que possamos encontrar conforto e esperança na certeza de que Maria, nossa Mãe espiritual, está sempre ao nosso lado, intercedendo por nós diante de seu Filho, Jesus Cristo. 

Que a dor de Nossa Senhora nos lembre do sacrifício supremo de Jesus na Cruz e nos fortaleça para vivermos como verdadeiros discípulos de Cristo, testemunhando seu amor e sua misericórdia em nossas vidas e em nosso mundo. Amém. 

Fonte: CNBB

Nove dados que o católico deve saber sobre o Domingo de Ramos

No domingo (24), a Igreja dá início à Semana Santa, com o Domingo de Ramos, comemorando não um, mas dois acontecimentos muito significativos na vida de Cristo. A seguir, nove coisas que você precisa saber sobre essa data.

domingo de ramos

1. Este dia é chamado de “Domingo de Ramos” ou “Domingo da Paixão”

O primeiro nome vem do fato de se comemorar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, quando a multidão o recebeu com ramos de palmas (João 12, 13).

O segundo nome provém do relato da Paixão que é lido neste domingo, porque de outro modo não seria lido em um domingo, já que no próximo a leitura tratará da Ressurreição.

Segundo a carta circular do Vaticano sobre “A Preparação e Celebração das Festas Pascais” de 1988, o Domingo de Ramos “une num todo o triunfo real de Cristo e o anúncio da paixão. Na celebração e na catequese deste dia sejam postos em evidência estes dois aspectos do mistério pascal”.

2. Ocorre uma procissão antes da missa

A procissão pode ocorrer apenas uma vez, antes da missa. Pode ser tanto no sábado, como no domingo.

“Desde a antiguidade se comemora a entrada do Senhor em Jerusalém com a procissão solene, com a qual os cristãos celebram este evento, imitando as aclamações e os gestos das crianças hebreias, que foram ao encontro do Senhor com o canto do Hosana”, detalha a carta das celebrações da Páscoa.

3. Pode-se levar palmas ou outros tipos de plantas na procissão

Não é necessário usar folhas de palmeira na procissão, também podem utilizar outros tipos de plantas locais, como oliveiras, salgueiros, abetos ou outras árvores.

De acordo com o Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia: “Os fiéis gostam de conservar em suas casas, e às vezes no local de trabalho, os ramos de oliveira ou de outras árvores, que foram abençoados e levados na procissão”.

4. Os fiéis devem ser instruídos sobre a celebração

De acordo com o Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia, “os fiéis devem ser instruídos sobre o significado desta celebração para que possam compreender seu significado”.

“Deve ser lembrado, oportunamente, que o importante é a participação na procissão e não só a obtenção das folhas de palmeira ou de oliveira”, que também não devem ser conservadas “como amuletos, nem por razões terapêuticas ou mágicas para afastar os maus espíritos ou para evitar os danos que causam nos campos ou nas casas”, indica o texto.

5. Jesus reivindica o direito dos reis na entrada triunfal em Jerusalém

O Papa Emérito Bento XVI explica em seu livro “Jesus de Nazaré: Da entrada em Jerusalém até a Ressurreição” que Jesus Cristo reivindicou o direito régio, conhecido em toda a antiguidade, da requisição de meios de transporte particulares.

O uso de um animal (o burro) sobre o qual ninguém havia montado é mais um indicador do direito régio. Jesus queria que seu caminho e suas ações fossem compreendidos com base nas promessas do Antigo Testamento que nele se tornaram realidade.

“Ao mesmo tempo, esse atrelamento a Zacarias 9,9 exclui uma interpretação ‘zelota’ da sua realeza: Jesus não Se apoia na violência, não começa uma insurreição militar contra Roma. O seu poder é de caráter diferente; é na pobreza de Deus, na paz de Deus que Ele individualiza o único poder salvador”, detalha o livro.

6. Os peregrinos reconheceram Jesus como seu rei messiânico

Bento XVI também assinala que o fato de os peregrinos estenderem suas capas no chão para que Jesus caminhe também “pertence à tradição da realeza israelita (2 Reis 9, 13)”.

“A ação realizada pelos discípulos é um gesto de entronização na tradição da realeza davídica e, consequentemente, na esperança messiânica”, diz o texto.

Os peregrinos, continua, “cortam ramos das árvores e gritam palavras do Salmo 118 – palavras de oração da liturgia dos peregrinos de Israel – que nos seus lábios se tornam uma proclamação messiânica: ‘Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vem do nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!’ (Mc 11, 9-10; cf. Salmos 118, 26)”.

7. “Hosana” é um grito de alegria e uma oração profética

No tempo de Jesus essa palavra tinha significado messiânico. Na aclamação de Hosana se expressam as emoções dos peregrinos que acompanham Jesus e seus discípulos: o jubiloso louvor a Deus no momento da entrada processional, a esperança de que tivesse chegado a hora do Messias.

Ao mesmo tempo, era uma oração que indicava que o reino davídico e, portanto, o reino de Deus sobre Israel, seria restaurado.

8. A multidão que aplaudiu a chegada de Jesus não é a mesma que exigiu sua crucificação

Em seu livro, Bento XVI afirma que, os três Evangelhos sinóticos, assim como o de São João, mostram claramente que aqueles que aplaudiram Jesus na sua entrada em Jerusalém não eram seus habitantes, mas as multidões que acompanhavam Jesus e entraram na Cidade Santa com ele.

Este ponto é mais claro no relato de Mateus, na passagem depois do Hosana dirigido a Jesus: “E entrando em Jerusalém, a cidade inteira agitou-se e dizia: ‘Quem é este?’. A isso as multidões respondiam: ‘Este é o profeta Jesus, o de Nazaré de Galileia’” (Mt 21, 10-11).

As pessoas tinham escutado falar do profeta de Nazaré, mas isso não parecia importar para Jerusalém, e as pessoas de lá não o conheciam.

9. O relato da Paixão desfruta de uma solenidade especial na liturgia

A Carta das Celebrações das Festas Pascais diz o seguinte no número 33:

“É aconselhável que seja cantada ou lida segundo o modo tradicional, isto é, por três pessoas que representam a parte de Cristo, do cronista e do povo. A Passio é cantada ou lida pelos diáconos ou sacerdotes ou, na falta deles, pelos leitores; neste caso, a parte de Cristo deve ser reservada ao sacerdote”.

A proclamação da paixão é feita sem os portadores de castiçais, sem incenso, sem a saudação ao povo e sem o toque no livro; só os diáconos pedem a bênção do sacerdote.

“Para o bem espiritual dos fiéis, é oportuno que a história da Paixão seja lida integralmente sem omitir as leituras que a precedem”.

Fonte: ACI Digital

SERMÃO DO DEPÓSITO

A Semana Santa é um período de profundo significado para os cristãos em todo o mundo. É uma época em que recordamos e celebramos os eventos centrais da fé cristã, especialmente a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Cada dia da Semana Santa é marcado por eventos específicos que nos conduzem por meio dos últimos momentos da vida terrena de Jesus. 

No contexto da Semana Santa, o Sermão do Depósito ocupa um lugar de destaque. Este sermão, geralmente proferido na segunda-feira da Semana Santa, concentra-se na condenação e prisão de Jesus Cristo. É um momento de contemplação da escuridão que envolveu o mundo no momento em que Jesus foi preso, quando seus próprios discípulos o abandonaram por medo. 

A prisão de Jesus representa o início dos eventos que culminariam em sua crucificação. É um momento de profunda tristeza e angústia, tanto para Jesus quanto para seus seguidores. É também um lembrete do sofrimento e da injustiça que Jesus enfrentou em seu caminho para a Cruz. 

O Sermão do Depósito nos convida a refletir sobre a natureza da injustiça e da opressão, tanto nos tempos de Jesus quanto nos dias de hoje. Recordamos aqueles que são perseguidos por causa de sua fé, os injustiçados e marginalizados, e todos os que sofrem nas mãos da opressão e da violência. 

Além disso, o Sermão do Depósito nos desafia a examinar nossas próprias vidas e a considerar como podemos responder ao chamado de Jesus para defender os oprimidos e trabalhar pela justiça em nosso mundo. É um lembrete poderoso de que, assim como Jesus sofreu injustamente, também somos chamados a agir em solidariedade com os que sofrem e a trabalhar pela transformação de nossa sociedade. 

Ao participarmos do Sermão do Depósito, somos convidados a refletir não apenas sobre o sofrimento de Jesus, mas também sobre o significado mais amplo de sua vida e ensinamentos. É um momento para nos comprometermos novamente com os valores do Evangelho e para renovarmos nosso compromisso de seguir a Jesus em todas as áreas de nossas vidas. 

Portanto, durante a Semana Santa, ao participarmos do Sermão do Depósito, somos desafiados a enfrentar as trevas e a injustiça em nosso mundo com coragem e determinação, confiando na promessa da ressurreição e na vitória final do amor de Deus sobre o mal e a morte. 

Fonte: CNBB

Procissão do Encontro

Uma celebração litúrgica de muita piedade, que o povo católico muito aprecia durante a Semana Santa, é a Procissão do Encontro, um momento que marca o encontro da Virgem Maria com o Seu Filho Divino, carregando a Cruz no caminho do Calvário, pelas ruas de Jerusalém, depois de ser flagelado, coroado de espinhos e condenado à morte por Pilatos. É um momento em que meditamos o doloroso encontro da Virgem Maria com Jesus; é um momento de profunda reflexão sobre as dores da Mãe de Jesus, desde o Seu nascimento até a Sua morte na Cruz. Jesus sofreu a Paixão; a Virgem sofreu a compaixão por nós.

A “espada de Simeão”, que não saíra da mente de Jesus durante 30 anos de Sua vida, apresentava-se cada vez mais ameaçadora diante de Maria. Não é difícil imaginar o quanto Nossa Senhora sofreu ao ver Seu Filho ser perseguido, odiado, jurado de morte pelos anciãos e doutores da lei que o invejavam. Quantas ciladas Lhe armavam! Quantas disputas Ele teve de travar com os mestres da lei.

O encontro da dor de Nossa Senhora com o sofrimento da Paixão

E eis que a Paixão do Senhor se torna presente. Todo ano, Ela ia à Jerusalém para a festa da Páscoa judaica, e também, naquele ano da morte do Seu Amado, Ela ali estava.

Podemos imaginar a dor do coração de Maria ao saber da traição de Judas, do abandono dos discípulos no Horto das Oliveiras, a negação de Pedro e, depois, Sua prisão e maus tratos nas mãos dos soldados do sumo-sacerdote. Certamente, naquela noite santa e terrível, em que Ele, “tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1), Maria foi informada dos discípulos que abandonaram o Mestre e fugiram na noite.

Fico pensando na dor de Maria ao saber da tríplice negação de Pedro, o escolhido do Senhor, e de tudo o mais que Seu Filho divino estaria passando nas mãos dos soldados naquela noite. Ela sabia que o sumo- sacerdote e os doutores da lei estavam ansiosos para pôr as mãos n’Ele. São Lucas narra com riqueza de detalhes os fatos:

“Entretanto, os homens que guardavam Jesus escarneciam-se d’Ele e davam-Lhe bofetadas. Cobriam-Lhe o rosto e diziam: ‘Adivinha quem te bateu!’” (Lc 22,63-64).

Que Mãe suportaria ver Seu Filho sofrer tanto assim?

Na manhã do dia seguinte, sabia que Seu Filho seria colocado diante de Pilatos, que o mandou flagelar até o sangue escorrer de Suas chagas, e ainda coroado com uma coroa de espinho, dolorosa e humilhante. Que Mãe suportaria ver Seu Filho sofrer tanto assim? Que dor Maria não sentiu ao saber, ou quem sabe até ao ouvir, o povo insuflado pelos doutores da lei gritando a Pilatos: “Crucifica-o! crucifica-o!”? Como deve ter sofrido ao ouvir o povo gritar!

“Todo o povo gritou a uma voz: ‘À morte com este, e solta-nos Barrabás’. Pilatos, porém, querendo soltar Jesus, falou-lhes de novo, mas eles vociferavam: ‘Crucifica-o! Crucifica-o!’. Pilatos pronunciou então a sentença que lhes satisfazia o desejo” (Lc 23,18-24).

Pilatos tinha sentimento humano para com Jesus; tivesse ele vencido sua covardia, talvez o teria salvo do furor da multidão. Maria aceitou tudo aquilo, não se revoltou naquela hora tremenda, que decide a vida ou a morte de Seu Filho. Ela sabe que o Filho podia por si, sem auxílio alheio, livrar-se de Seus inimigos, mas se deixou como um cordeiro levar ao suplício, é porque o fez espontaneamente, cumprindo a vontade de Deus.

Maria foi ao encontro de Jesus que, carregado do peso da Cruz, encaminha-se para o Calvário. Ela o vê todo desfigurado e entregue, coberto de mil feridas e horrivelmente ensanguentado. Seus olhares se cruzam. Nenhuma queixa sai de sua boca, porque as maiores dores Deus lhe reservou para a salvação do mundo. Aquelas duas almas, heroicamente generosas, continuam juntas no seu caminho do sofrimento, até o lugar do suplício.

Caminho do Calvário

Maria O acompanhou no caminho do Calvário e se lembrou da espada de Simeão e das palavras de Isaías:

“Era desprezado, a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. Em verdade, Ele tomou sobre si nossas enfermidades e carregou os nossos sofrimentos; e nós o reputamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas iniquidades. O castigo que nos salva pesou sobre Ele; fomos curados graças às Suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho. O Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo? Foi-lhe dada sepultura ao lado de facínoras e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira. Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada. Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniquidades. Eis por que lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados” (Is 53,3-12).

Maria compreende a dor da alma

Não há dor semelhante a essa de Nossa Senhora, desde quando se encontrou com Seu divino Filho no caminho do Calvário, carregando a pesada Cruz e insultado como se fosse um criminoso. A aceitação da vontade do Altíssimo sempre foi a Sua força em horas tão cruéis como essa.

Ao encontrar Sua Mãe, os olhos de Jesus a fitaram, e ela, certamente, compreendeu a dor de Sua alma. Não pôde lhe dizer palavra nenhuma, mas a fez compreender que era necessário que unisse a sua dor à d’Ele. A união da grande dor de Jesus e de Maria, nesse encontro, tem sido a força de tantos mártires e de tantas mães aflitas.

Esse fato ficou tão marcado na vida do povo católico, que tanto ama sua Mãe e seu Filho, que não deixa de celebrar a procissão do encontro na Semana Santa. Mãe e Filho se encontram nas ruas das cidades ou em alguma praça onde o povo pode reviver esse santo encontro.

Nós, que temos medo do sacrifício, devemos aprender, nesse encontro, a submeter-nos à vontade de Deus, como Jesus e Maria se submeteram. Aprendamos a calar nos nossos sofrimentos, e os olhares de Jesus e de Maria consolarão a nossa pobre alma sofredora.

Maria viveu os tormentos da Paixão de seu armadíssimo Filho. Encontra-O no caminho do Calvário, flagelado, coroado de espinhos, esbofeteado, destruído. Que mãe poderia aguentar tamanha dor? Seu Filho Santo, Deus, carregando nas costas a Cruz de Seu suplício!

O que vivemos na procissão do encontro

As nossas almas vão sentir a eficácia dessa riqueza na hora em que, abatidos pela dor, formos até nossa Mãe, fazendo a meditação desse encontro dolorosíssimo. Esse silêncio se converterá em força para as almas aflitas, quando, nas horas difíceis, souberem recorrer à meditação desta Mãe que sofre.

É precioso o silêncio nas horas de sofrimentos; muitos não sabem sofrer uma dor física, uma tortura da alma em silêncio; desejam logo contá-la para que todos o lastimem! Nossa Senhora e Jesus nos ensinam a vencer a aflição suportando tudo, em silêncio, por amor a Deus.

Certamente, a dor nos humilha, mas é nessa santa humilhação que Deus nos edifica, corrige, cura e santifica. São Francisco de Sales dizia que ninguém se torna humilde e santo se não passar pela cadinho da humilhação. Jesus e Maria nos ensinam a aprender a sofrer em silêncio, como Eles sofreram no doloroso encontro no caminho do Calvário.

Fonte: Canção Nova 

São José, sinônimo de virtude

Procuremos descobrir hoje e sempre a presença de São José em nossas famílias, de modo particular no mistério de nossa fé.

sao jose

Textos bíblicos falam de José, o pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma leitura atenta nos conduz a dois aspectos importantes: São José era conhecido em Nazaré por seu ofício e, sobretudo, por seu caráter. Assim sendo, temos a imagem de São José como Esposo fiel de Maria, pai adotivo de Jesus e honrado operário.

A figura de São José adquire em nossos dias uma grande popularidade. Em 1870, Pio IX através do decreto “Quemadmodum Deus” o declarou patrono da Igreja Universal, instituiu a festa de São José Operário. João XXIII pede sua proteção especial para o Concílio Ecumênico Vaticano II e acrescentou seu nome ao cânon da Santa Missa. São José é ainda conhecido popularmente como o patrono dos pais de família, dos tesoureiros, dos procuradores e dos trabalhadores em geral. Fiel e prudente a serviço da Sagrada Família, é modelo na família cristã, principalmente com relação a suas virtudes no lar.

Sua vida foi toda um contínuo serviço a Jesus e a Maria. Nós cremos que foram realmente proféticas as palavras dirigidas por um sábio oriental ao dizer que São José era “o mais feliz dos mortais”.  Sim, ele foi. Que outro paraíso podia dar-lhe Deus, se já viveu o céu na terra?

Nós falamos de São José, mas, precisamos falar com ele. Na verdade, ele nos disse muitas coisas com o seu silêncio eloquente e santificador, com a sua prontidão em executar os desejos de Deus. Jesus, que sempre nos ensina a dignificar o próprio trabalho, recebeu seu carinho e proteção.

São José é o protetor da Igreja, que peregrina em todo o orbe. Devemos ter uma profunda devoção por ele, afinal, protegeu Maria e Jesus e é modelo de todas as virtudes. Se confiamos aos seus cuidados à unidade da Igreja, as ordens e os movimentos religiosos, as famílias, ele as guardará; e ainda muitos outros como os jovens e as crianças para que não sejam arrastados pela maldade do mundo, mas caminhem segundo os planos de Deus.

Procuremos descobrir hoje e sempre a presença de São José em nossas famílias, de modo particular no mistério de nossa fé. E ele continuará sendo, como sempre foi, o nosso protetor, o nosso modelo de virtude. Que ele rogue a Deus por nós e por este mundo tão afastado do amor que precisa tanto seguir o exemplo deste santo, escolhido e amado por Deus, por Maria e por nós.

São José, rogai por nós!

Fonte: Comunidade Shalom

SÃO JOSÉ: O HUMILDE E PODEROSO PROTETOR DA SAGRADA FAMÍLIA E DA IGREJA CATÓLICA

No dia 19 de março, a Igreja Católica celebra São José, o humilde carpinteiro que desempenhou um papel crucial na história da salvação. São José é um exemplo inspirador de fidelidade, humildade e confiança na vontade de Deus. Sua relevância para a vida da Igreja Católica vai além de sua função como o pai adotivo de Jesus; ele é venerado como um poderoso intercessor e protetor da Igreja. 

Os relatos bíblicos sobre São José são limitados, mas suas ações falam volumes sobre sua grandeza espiritual. Ele é apresentado nos Evangelhos de Mateus e Lucas como um homem justo e temente a Deus, escolhido por Ele para ser o guardião e protetor da Sagrada Família. Apesar das circunstâncias desafiadoras em que se encontrava, José aceitou com humildade e confiança o plano divino para sua vida. 

São José desempenhou um papel essencial na vida de Jesus e Maria. Ele foi o protetor da Sagrada Família, cuidando e provendo para eles em todas as situações. Como tal, São José é visto como um modelo de paternidade, esposo dedicado e exemplo de virtude familiar. 

É também reconhecido como o padroeiro da Igreja Universal. Sua intercessão é invocada por fiéis em todo o mundo, buscando sua proteção e orientação em tempos de dificuldade. Sua humildade e disposição para servir inspiram os cristãos a seguirem o exemplo de vida simples e virtuosa. 

Em várias passagens bíblicas, São José é retratado como alguém que confiou plenamente na vontade de Deus, mesmo diante de circunstâncias desconcertantes. Sua obediência aos planos divinos, como visto em sua aceitação do casamento com Maria e sua fuga para o Egito, é um exemplo de fé inabalável e submissão à vontade de Deus. 

Além de ser o protetor da Sagrada Família e da Igreja, São José também é venerado como o padroeiro dos trabalhadores e dos moribundos. Sua vida como um carpinteiro representa a dignidade do trabalho humano, enquanto sua morte tranquila com Jesus e Maria ao seu lado o torna um modelo de uma boa morte. 

São José é uma figura central na fé católica, cuja vida e virtudes continuam a inspirar milhões de fiéis em todo o mundo. Sua humildade, obediência e confiança em Deus o tornam um exemplo atemporal de santidade e fidelidade. No dia de sua festa, os católicos são convidados a honrar São José e a pedir sua intercessão, confiantes de que ele é um poderoso protetor e amigo nos caminhos da vida e da fé. Neste dia do homem justo rezemos por nossos pais e avós para que a exemplo de São José deem testemunho da justiça e da honorabilidade do trabalho que dignifica e sustenta o homem e a família. Que São José, o justo, continue a interceder por nós e a guiar-nos no caminho da santidade e da salvação. Suplicamos a sua proteção para as nossas famílias! São José, rogai por nós! Amém. 

Fonte: CNBB

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ

Celebramos no próximo dia 19 de março de 2024 a Solenidade de São José, patrono universal da Igreja, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus. Lembramos de São José como o chefe de família, e um pai cuidadoso e zeloso e fiel cumpridor das leis judaicas. No dia 1º de maio lembraremos de São José como o operário e trabalhador que sustentava através do suor de seu trabalho Maria e Jesus. Nesse dia também agradeceremos os 11 anos que o Papa Francisco deu início ao seu ministério petrino. Que São José interceda pela sua missão. 

A Sagrada Escritura não traz muitos detalhes sobre a vida de São José e nem como era o convívio diário da Sagrada Família. Sabemos que São José era justo e fiel aos preceitos judaicos, tanto era justo que resolve abandonar Maria em segredo ao saber que ela estava grávida, pois ele não sabia ainda que era por obra do Espírito Santo e nem havia compreendido. Se ele abandonasse Nossa Senhora corria o risco de ela ser apedrejada, pois na época as mulheres adulteras sofriam o apedrejamento. Depois ele compreende e acolhe Maria consigo e posteriormente Jesus.  

Por isso, o que a Sagrada Escritura traz sobre São José são esses momentos antes de Jesus nascer e após o seu nascimento, e narra para nós o cuidado que ele tinha com Maria e Jesus, sobretudo quando procura um lugar para que Jesus nascesse, e depois a fuga para o Egito e após a morte de Herodes a volta para Nazaré da Galileia. 

Por mais que não esteja tão presente na Sagrada Escritura, sabemos que São José deve ter ensinado a Jesus os preceitos da religião judaica e ainda o ofício de artesão. São José toma Maria e o menino Jesus e os apresenta no templo, e depois quando participam da “festa das tendas”, e no retorno Jesus fica no templo e debate com os doutores da Lei.  

São José tem tamanha importância para Igreja que a celebração de seu dia tem grau de solenidade e é celebrado na cor branca. A data da solenidade como dissemos cai no dia 19 de março, esse ano será uma terça-feira, sempre ocorre em meio ao tempo quaresmal, a Igreja faz uma pausa no período quaresmal para com alegria celebrar o padroeiro da Igreja universal. Nessa missa da solenidade de São José abre-se uma exceção e entoa-se o hino de louvor (Glória).  

Se o dia de São José tem grau de solenidade, significa que é uma oportunidade de participar da Santa Missa e todas as paróquias podem colocar missa nesse dia antes ou após o trabalho para dar oportunidade aos fiéis de participar desta pedindo a intercessão de São José. É importante irmos à Missa e rezar por todas as famílias, pelas vocações sacerdotais e religiosas, pela paz no mundo e pelas necessidades da Igreja.  

São José foi declarado patrono universal da Igreja em 1870, através do Papa Pio IX, com o decreto “Quemadmodum Deus”. Leão XIII por meio da Encíclica “Quanquam Pluries, propôs que São José fosse o advogado dos lares cristãos. Pio XII o declarou como “exemplo para todos os trabalhadores” e fixou o dia 1º de maio como a festa de São José trabalhador. Por isso, primeiro celebramos a fé de São de José e protetor das famílias depois São José como trabalhador e protetor de todos os trabalhadores.  

São José tem um papel fundamental na continuidade da história da salvação, pois ele dá continuidade a descendência Davídica, e dessa forma a vontade de Deus se cumpriu. Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho e aclamado como rei, da mesma forma que Davi prevê que aconteceria no Antigo Testamento. Quando o anjo aparece a José diz: Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21). 

A vida de São José deve ser um exemplo para todos nós, e todos os pais devem se inspirar em São José, sendo bons maridos em casa e bons chefes de famílias. Os pais hoje devem conquistar os seus filhos, ser companheiros de seus filhos, e educá-los na fé e no amor. Não existe família perfeita, mas as famílias devem fazer de tudo para viver bem.  

Façamos o esforço de participar da missa em louvor a São José com a família reunida, pedindo a intercessão de São José para que a nossa família seja o exemplo da Sagrada Família de Nazaré. É claro, que toda a família tem seus problemas diários, mas que esses problemas sejam superados com amor. A família é a Igreja doméstica e a família que reza unida permanece unida. Por isso, tenhamos momentos de oração juntos como família pedindo a intercessão de Deus.  

Queremos lembrar nesse momento de todos que trazem no nome José, sejam homens ou mulheres (muitas mulheres chamam-se Maria José), que o santo padroeiro abençoe a todos. Que essas pessoas se espelhem no santo e façam das suas vidas uma imitação do que foi de São José.  

Peçamos a São José a intercessão para que nossas colheitas sejam produtivas e tenhamos fartura de alimento ao longo de todo o ano. Que por intercessão de São José as chuvas sejam fartas ao longo de todo o ano e não enfrentemos a falta d’água. 

Aqui no Brasil o Dia dos Pais é celebrado somente no segundo Domingo de Agosto, mas em alguns países é celebrado no dia de São José, que é um exemplo de Pai para todos nós. Peçamos a intercessão de São José por todos os pais, reze por aqueles que já faleceram e se seu Pai ainda é vivo faça uma ligação ou visite-o nesse dia.  

Celebremos com alegria esse dia de São José, e peçamos que ele interceda por nós junto a Deus pai, e que todas as famílias sigam o exemplo desse grande santo. Sejamos fiéis a Palavra de Deus e anunciemos com alegria a mensagem de fé e de esperança. Se possível participe da celebração Eucarística nesse dia, confiando todas as famílias a paternal intercessão de São José.  

Fonte: CNBB

A Fonte e Origem de Toda Bênção

Bênção sobre Bênção, uma diversidade de Bênçãos, favorecendo aos batizados os Sacramentos e os Sacramentais, como auxiliares necessários à Salvação, na principal Vocação de todos os batizados, a Santidade


A Realidade da Bênção é uma realidade tão Antiga e, ao mesmo tempo, sempre Nova, com o ‘sabor’ de Eternidade. Esta tremenda, tão simples e silenciosa Realidade Revelada, com a magnitude de um Deus Único e Verdadeiro se mostra com o viço e o perfume, o odor da Vida Plena: “Da cepa brotou a rama / Da rama brotou a flor / Da flor nasceu Maria / De Maria, o Salvador; O Espírito de Deus sobre Ele pousará / De saber, de entendimento, este Espírito será / De Conselho e Fortaleza, de Ciência e de Temor / Achará sua Alegria no Temor do seu Senhor” (Reginaldo Veloso). A partir da Revelação de Deus, em Cristo Jesus, todo o Serviço de Louvor (dos clérigos e leigos), na Santa Igreja D’Ele é uma Bênção de Deus, para Deus, “Fonte e origem de toda Bênção, ‘bendito acima de tudo'” (cf. Romanos 9,5).

Em se tratando de Bênção Antiga e sempre Nova, Nosso Senhor Jesus Cristo concedeu a Grande Bênção à Sua Santa Igreja, o Concílio Vaticano II, que em sua Constituição Dogmática Lumen Gentium (LG), cujo Objeto é a Igreja como Sacramento: Bênção sobre Bênção, uma diversidade de Bênçãos, favorecendo aos batizados os Sacramentos e os Sacramentais, como auxiliares necessários à Salvação, na principal Vocação de todos os batizados, a Santidade e, por isso, o Combate, contra toda sorte de malefícios e contra toda espécie de pecados, mesmo aqueles pecados com aparência de “bondade”, de “amor”, de “liberdade”, (cf. 1 Pedro 10). A LG, em seu artigo 48 nos orienta sobre “a Igreja, à qual todos somos chamados e na qual por Graça de Deus (Bênção Suprema) alcançamos a Santidade, só na Glória Celeste alcançará a sua realização acabada, quando vier o tempo da restauração de todas as coisas (cf. Atos dos Apóstolos 3,21) e, quando, juntamente com o gênero humano, também o universo inteiro, que ao homem está intimamente ligado e por ele atinge o seu fim, for perfeitamente restaurado em Cristo”. Enquanto isso, todo batizado, sem mérito algum de sua parte, é convidado por Deus a contribuir na recondução de toda criatura, de todo universo, no uso contínuo dos Sacramentos e Sacramentais.

Vale ressaltar que, Deus quer precisar do ser humano, para que aconteça o Seu Plano de Amor e Salvação: começou concedendo “aos homens, particularmente Patriarcas, Reis, Sacerdotes, Levitas, Pais, que bendissessem Seu Nome com louvores e em Seu Nome cumulassem de Bênçãos Divinas os outros homens e as coisas criadas”; contudo, “na plenitude dos tempos” (cf. 1 Coríntios 10,11), com Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho do Eterno Pai, “feito Carne”, na Ação do Espírito Santo escolhe os Doze Apóstolos (miseráveis pecadores, que se deixaram transformar, à exceção de Judas Iscariotes). Portanto, os Sacramentos, os Sacramentais nos chegam pela Sucessão Apostólica, querida pelo Autor e Originário de Toda Bênção, para a nossa santificação. Desta maneira, já constatamos que tanto as Bênçãos que emanam dos Sacramentos, quanto dos Sacramentais visíveis, só podem ser transmitidas por Ministros Ordenados, Bispos – Sacerdotes e Diáconos (participantes da Sucessão Apostólica), de todos os batizados, cada qual conforme a disposição do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Ainda no número 49, da LG temos: “Deste modo, enquanto o Senhor não vier na Sua Majestade e todos os Seus Anjos com Ele (cf. Mateus. 25,31) e, vencida a morte, tudo Lhe for submetido (cf. 1 Coríntios 15, 26-27), dos Seus discípulos uns peregrinam sobre a terra, outros, passada esta vida, são purificados (purgatório), outros, finalmente, são glorificados e contemplam «claramente Deus trino e uno (os Santos), como Ele é»(146); todos, porém, comungamos, embora em modo e grau diversos, no mesmo Amor de Deus e do próximo, e todos entoamos ao nosso Deus o mesmo hino de louvor. Com efeito, todos os que são de Cristo e têm o Seu Espírito Santo, estão unidos numa só Igreja e ligados uns aos outros n’Ele (cf. Efésios 4,16). […] a constante Fé da Igreja, é reforçada pela comunicação dos bens espirituais” (147).

Vamos nos deter apenas aos Sacramentos da Eucaristia e aos da Missão (Sacramento do Matrimônio e o Sacramento da Ordem), naquilo que expressam o essencial das Bênçãos que lhes são próprias e que a partir delas, são geradas bênçãos específicas. A Sagrada Eucaristia é a  “Fonte e Ápice da Vida da Igreja” (CIC 1324) de Jesus Cristo, pois Ele mesmo, no exercício de Sua Plena Liberdade, quis e quer permanecer conosco “todos os dias, até a Consumação dos Séculos” (Mateus 28, 20); presença física Real, Corpo, Sangue, Alma e Divindade, que vem a nós, em um Único Sacrifício Redentor a cada Santa Missa, sobretudo, a Santa Missa Dominical, desejada ardentemente por Ele.

A não participação na Santa Missa Dominical é uma afronta grave e só podendo recebê-Lo fisicamente após Confessar tal insulto. Deus é Deus ciumento e quer a atenção exclusiva no Dia dedicado a Ele, Dia do Senhor (Domingo). Isto não significa que, o impedimento de receber fisicamente a Sagrada Eucaristia, não impede a Comunhão Espiritual. Ao contrário, até que seja possível a plena Reconciliação; a vida eucarística, através da Comunhão Espiritual, fortalece os laços de intimidade com o Senhor até que, a confissão dos pecados ao Sacerdote (Padre) aconteça. Somos transformados em BÊNÇÃO para nós mesmos e para os outros.  É da Família, constituída com a Bênção do Sacramento do Matrimônio, com a eficácia própria, que emana a Força Divina, que lhe cabe; é um Sacramento realizado pelos noivos (homem e mulher – Leigos Batizados), o Ministro Ordenado ou Testemunha Qualificada apenas o assistem, é deste Sacramento que emanam as Sagradas Bênçãos dos Leigos, específicas e insubstituíveis do pai e da mãe sobre os filhos e se estendem, com às Bênçãos dos tios, avós, bisavós, tataravós; todas as Bênçãos na família, entre si e extensivas à humanidade.

O Sacramento da Ordem,  é o referencial da Sucessão Apostólica, responsável pelos Sacramentos e Sacramentais, Sinais visíveis; têm por base, o primeiro Grau, o Diaconato (Serviço intimamente ligado a Instituição da Sagrada Eucaristia, no lava-pés) o Diácono (transitório ou permanente) é um servidor ao modo desejado por Jesus Cristo, podem exercer todo tipo de Bênçãos próprias a este estado; o Diácono ao Ser Ordenado Padre (2° Grau do Sacramento da Ordem), é ungido para exercer três Grandes Bênçãos específicas, onde age, na Pessoa de Cristo in persona Christiatualização do Único e Eterno Sacrifício (Santa Missa – Paixão Morte e Ressurreição de Jesus Cristo) e nos Sacramentos de Cura e libertação do pecado e da morte: – Perdoar pecados, em nome de Deus e da Santa Igreja de Jesus Cristo (Sacramento da Reconciliação ou Confissão); e, – Cura física e/ou libertação do pecado e da morte, para Deus (Unção dos Enfermos). O sacerdote, ao ser ordenado Padre, não deixa de ser Diácono, auxiliando também o Bispo (legítimo Sucessor dos Apóstolos), o Papa Francisco, no início do seu pontificado exclamou: “bom seria se todos os Padres nunca se esquecessem que são Diáconos” (Servidores). O Bispo, participante da Unção específica do 3° Grau do Sacramento da Ordem, é o único que pode gerar novos Diáconos, novos Padres e novos Bispos, em conformidade com a Sé Apostólica, em Comunhão com o Santo Padre, legítimo Sucessor de Pedro.

Enfim, “chamam-se sacramentais os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cuja finalidade é preparar os homens para receberem os frutos dos Sacramentos e santificarem as diferentes circunstâncias da vida” (CIC 1677). Dentre os Sacramentais visíveis, a Água Benta merece destaque, São Tomás de Aquino, em sua Summa Teológica nos orienta: “A Água Benta  não leva ao efeito dos Sacramentos, que é a obtenção da Graça Santificante ou do resgate e atualização da mesma, mas dispõe para os Sacramentos; a Água Benta pode remover o que impede a obtenção da Graça, agindo contra as insídias do demônio e, contra os pecados veniais, porque desperta um movimento de respeito em relação a Deus e às coisas Divinas”. A Água Benta causa em nós um fervor interior, um zelo, fazendo crescer a Firmeza de Caráter, a determinação, quanto às realidades  Divinas e Eternas; ouso afirmar que, a Água Benta é o único Sacramental que não pode ser profanado.

Convertei-nos Senhor e seremos verdadeiramente convertidos!

Fonte: Vatican News

Papa: o ser humano é feito para o bem, à imagem de Deus

Francisco, após oito catequeses dedicadas aos vícios, iniciou nesta quarta-feira (13) uma série de reflexões sobre as virtudes. Ao introduzir o tema, o Papa afirma que este “bem, que vem de um lento amadurecimento da pessoa até se tornar sua característica interior”, é sustentado pela graça de Deus, e para que cresça e seja cultivado, são necessárias sabedoria e boa vontade. “Em um mundo deformado, devemos nos lembrar da imagem de Deus impressa em nós para sempre”.


Sorrisos, saudações, acenos e muitas felicitações pelos 11 anos de Pontificado do Papa Francisco. Este foi o clima inicial da Audiência Geral desta quarta-feira, 13 de março, mesma data que marca a eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglio no Conclave de 2013. A bordo do papamóvel, o Santo Padre retribui o afeto dos fiéis expressando um dos seus traços mais fortes: a ternura.

Ao iniciar a Catequese, o Papa explicou aos fiéis que, devido a um resfriado, ainda não pode ler a catequese e convidou os presentes a escutarem com atenção o conteúdo proposto:

“Dou-lhes as boas-vindas, ainda estou um pouco resfriado, por isso pedi ao monsenhor para ler a catequese. Estejamos atentos, acredito que nos fará muito bem!”

Audiência Geral com o Papa Francisco

O capítulo das virtudes

O texto, proferido pelo padre Pierluigi Giroli, introduz o novo percurso de reflexões afirmando que, após a visão geral dos vícios, é chegado o momento de voltar o olhar para o quadro simétrico que se opõe à experiência do mal: as virtudes.

Segundo Francisco, o termo de origem latina, virtus, destaca sobretudo que a pessoa virtuosa é forte, corajosa, capaz de disciplina e ascetismo; portanto, o exercício das virtudes é fruto de uma longa germinação, que exige esforço e até sofrimento. Já a palavra grega, aretè, indica algo que se destaca, algo que emerge, que desperta admiração.

“A pessoa virtuosa é, portanto, aquela que não se distorce pela deformação, mas é fiel à sua vocação e realiza-se plenamente.”

Vocação de todos

“Estaríamos errados se pensássemos que os santos são exceções à humanidade: uma espécie de círculo estreito de campeões que vivem além dos limites da nossa espécie”, enfatiza o texto do Pontífice, afirmando que nesta perspetiva que acabamos de introduzir sobre as virtudes, os santos são antes aqueles que se tornam plenamente eles mesmos, que realizam a vocação própria de cada homem:

“Que mundo feliz seria aquele em que a justiça, o respeito, a benevolência mútua, a abertura de espírito e a esperança fossem a normalidade partilhada e não uma anomalia rara! É por isso que o capítulo sobre o agir virtuoso, nestes nossos tempos dramáticos em que frequentemente lidamos com o pior do humano, deve ser redescoberto e praticado por todos. Num mundo deformado devemos lembrar a forma com que fomos moldados, a imagem de Deus que está impressa em nós para sempre.”

Audiência Geral com o Papa Francisco

Conceito de virtude

O Santo Padre então recorda que o Catecismo da Igreja Católica oferece-nos uma definição precisa e concisa: “A virtude é uma disposição habitual e firme para praticar o bem” (n. 1803).

Não se trata, portanto, de um ato improvisado e um tanto aleatório, que cai dos céus de forma episódica, sublinha Francisco ao destacar que virtude é um habitus da liberdade. “Se somos livres em todos os atos, e sempre somos chamados a escolher entre o bem e o mal, a virtude é o que nos permite ter o costume de fazer a escolha certa.”

Uma vida virtuosa

Padre Giroli continua a leitura da reflexão com uma pergunta: Se a virtude é um dom tão belo, como é possível adquiri-la? A resposta a esta pergunta não é simples, é complexa:

“Para o cristão, o primeiro socorro é a graça de Deus!”

“O Espírito Santo atua em nós, batizados, trabalhando na nossa alma para conduzi-la a uma vida virtuosa. Quantos cristãos alcançaram a santidade através das lágrimas, percebendo que não conseguiam superar algumas das suas fraquezas! Mas eles experimentaram que Deus completou aquela boa obra que para eles era apenas um esboço. A graça sempre precede o nosso compromisso moral.”

Audiência Geral com o Papa Francisco

Sabedoria e liberdade

Na conclusão do texto o Santo Padre destaca que nunca devemos esquecer a riquíssima lição que nos foi transmitida pela sabedoria dos antigos, que nos diz que a virtude cresce e pode ser cultivada. E para que isso aconteça, o primeiro dom do Espírito a ser pedido é precisamente a sabedoria:

“O ser humano não é um território livre para a conquista de prazeres, de emoções, de instintos, de paixões, sem poder fazer nada contra essas forças, por vezes caóticas, que o habitam. Um dom inestimável que possuímos é a abertura da mente, é a sabedoria que sabe aprender com os erros para dirigir bem a vida. Depois precisamos da boa vontade: a capacidade de escolher o bem, de nos moldarmos com o exercício ascético, evitando os excessos.”

“Queridos irmãos e irmãs, é assim que iniciamos o nosso caminho através das virtudes, neste universo sereno que se apresenta desafiador, mas decisivo para a nossa felicidade”, conclui a reflexão do Pontífice.

Fonte: Vatican News

 

Auto da Paixão: 15 Anos de Emoção e Reflexão

 

ejc

Em uma tradição que já se estende por 15 anos, os jovens do Encontro de Jovens com Cristo (EJC), da nossa paróquia prepararam-se mais uma vez para emocionar e refletir sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O Auto da Paixão já se tornou um marco na Catedral, sendo realizado anualmente na Sexta-feira Santa, esse ano acontecerá no dia 29/03, às 20h, no adro Dom Marcelo, com o tema “Ele está entre nós”.

O evento é uma tradição aguardada, unindo nossa paróquia em um momento de reflexão durante a Semana Santa, no decorrer dos anos, o Auto da Paixão tem atraído não apenas os fiéis de nossa Igreja, mas também visitantes de toda a região. Venha participar conosco e assistir a esse espetáculo que representa de forma vívida e emocionante a Paixão e Ressureição de Jesus.

Pascom Luz

DEUS, RICO EM MISERICÓRDIA

João Batista apresentou Jesus como o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Todos os dias, na Celebração Eucarística, a Igreja o mostra em sua face de Salvador imolado, morto e ressuscitado, que tira o pecado do mundo, e nós, mesmo dizendo não ser dignos de que ele entre em nossa casa, ousamos aproximar-nos para comungar, não tanto por méritos próprios, mas porque dele precisamos e sabemos ser necessário ir às fontes de água pura! E a Quaresma se apresenta, mais uma vez, como esta temporada rica de apelos à misericórdia e ao perdão de Deus, com a oferta generosa, da parte da Igreja, dos muitos meios para alcançar todas as graças que renovam em nós a fé batismal, com a qual penetramos confiantemente na vida da Santíssima Trindade. 

No Quarto Domingo da Quaresma, as cores litúrgicas rosáceas nos indicam que algo de novo e diferente está para acontecer. E a Liturgia da Palavra nos faz recordar os feitos compassivos com os quais o Senhor age no meio de seu povo. De fato, o Senhor enviou aviso sobre aviso, por meio de seus mensageiros, pois tinha compaixão desse mesmo povo (Cf. 2Cr 36,14-16.19-23). O Apóstolo São Paulo proclama que Deus é rico em misericórdia, pelo amor que tem por nós, vindo ao encontro de nossa situação de pecadores (Cf. Ef 2, 4-10). E no diálogo com Nicodemos (Cf. Jo 3,14-21), Jesus anuncia que será elevado, para que todos os que nele crerem tenha a vida eterna, por causa do amor eterno de Deus pelo mundo, que enviou seu Filho para a salvação de todos. É hora de voltar os olhos da fé para o mistério de Jesus na Cruz, certos de que nascem dali torrentes de água viva. Celebramos uma Liturgia altamente consoladora e ao mesmo tempo comprometedora, a esta altura do caminho para a Páscoa. 

Brota espontaneamente em nós o reconhecimento de nossa condição de pecadores, necessitados da misericórdia de Deus. Às vésperas deste Domingo Quaresmal, por todo o mundo celebra-se o evento das “Vinte e quatro horas para o Senhor”, com Adoração Eucarística e a oferta de oportunidades para celebrar o Sacramento da Penitência, com a disponibilidade dos sacerdotes para o atendimento do povo de Deus. Busca o Sacramento da Reconciliação a pessoa que toma consciência de ser pecadora. E pecado significa ferir a amizade de aliança estabelecida com Deus, por sua gratuita iniciativa, como a Igreja nos faz proclamar num dos hinos quaresmais: “Ferimos por nossas culpas o vosso infinito amor. A vossa misericórdia do alto infundi, Senhor”. Contemplamos o plano infinito de amor salvação que nos é oferecido, no espelho inconfundível da espada da Palavra de Deus. Um bom exame de consciência leva a perguntar-nos não tanto sobre o que fizemos de errado, mas o que Deus pensa de nossa vida. De verdade, “feliz o homem a quem Deus corrige! Não rejeites, pois, a repreensão do Poderoso, porque ele fere, mas trata da ferida; golpeia, mas suas próprias mãos curam”. (Jó 5,17-18). Passando por esta primeira atitude, podemos dizer com o salmista: “Reconheço a minha iniquidade e meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, só contra ti eu pequei, eu fiz o que é mal a teus olhos; por isso és justo quando falas, reto no teu julgamento” (Sl 50,5). De fato, “sacrifício para Deus é um espírito contrito. Deus não despreza um coração contrito e humilhado” (Cf. Sl 50,19). 

Quem se abre à misericórdia sente muito mais vergonha dos erros cometidos do que o natural acanhamento de abrir o coração ao Confessor, o Sacerdote que recebeu a missão de espalhar misericórdia, no Tribunal da Penitência, cuja sentença, dada a todo pecador sinceramente arrependido, é a absolvição. Muito diferente dos tribunais organizados ou aqueles da opinião pública, ou, quem sabe, os mais tecnológicos, como nas redes sociais! 

O resultado de uma experiência sacramental da Penitência a que somos chamados a viver nesta Quaresma é a alegria da vida nova, com a recomendação alegre e exigente de Jesus: “Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor!” Jesus, então, lhe disse: “Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais” (Jo 8,11). Tocamos continuamente na realidade da vida eterna, uma qualidade de vida que significa conhecer Jesus e o Pai, já nesta terra, caminhando para a plenitude que será a vida com Deus após a nossa Páscoa pessoal definitiva. 

Com toda a confiança, nasce da experiência do perdão e da misericórdia o apostolado da misericórdia. Como o Bom Pastor que corre pelas colinas da vida à procura da ovelha perdida, a missão que recebemos é justamente aquela de praticar o perdão e a misericórdia. Nesta Quaresma, desejamos ir ao encontro de todas as pessoas feridas por nossa culpa pessoal, ou culpas dos outros, da sociedade em que vivemos ou do mundo. Não importa o tamanho das feridas físicas, emocionais, psicológicas ou espirituais, mas importa o compromisso de buscar as pessoas e situações. Um de nós poderá ser a voz da Igreja que conduz uma pessoa pecadora à Reconciliação Sacramental. Alguém poderá ser instrumento de comunhão para pessoas deprimidas e solitárias, e são muitas bem perto de nós, para levar consolação verdadeira, aquela que vem de Cristo. Todos poderemos perdoar-nos mutuamente! 

Muitos poderão rever suas casas, gavetas e armários, tomando consciência do supérfluo tantas vezes acumulado, e que pode ser doado a outras pessoas ou instituições. Todos nós poderemos preparar-nos para o grande gesto da Coleta da Solidariedade, na Campanha da Fraternidade (“Todos vós sois irmãos e irmãs!), no Domingo de Ramos, dando testemunho concreto de que desejamos construir um ambiente mais desarmado, com a amizade social que a Igreja propõe como resultado de nossas reflexões quaresmais. A caridade, que cobre uma multidão de pecados, será a expressão mais concreta da misericórdia que recebemos e desejamos compartilhar. Este é um tempo forte e especial da graça. A nenhum de nós é lícito ignorá-lo! 

Fonte: CNBB