Festa da Transfiguração

A festa da Transfiguração recorda a dedicação das Basílicas do Monte Tabor, celebrada desde o fim do século V.

Esta festa é posterior à da Exaltação da Cruz (14 de setembro), da qual depende a sua data, marcada para 6 de agosto, 40 dias antes da Exaltação da Cruz. A festa começou a ser celebrada, também no Ocidente, a partir do século IX, quando foi inserida no calendário romano pelo Papa Calisto III, em 1457: uma ocasião histórica pela feliz recordação da vitória contra os Turcos, ocorrida no ano anterior, que ameaçavam seriamente o Ocidente.

O ponto central da festa, naturalmente, é o mistério da Transfiguração: a visão do venerável “Ancião” no trono de fogo e a aparição do “Filho do Homem” (Cf. primeira leitura).

«Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as pode fazer assim tão brancas. Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus. Pedro tomou a palavra: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados. Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o”. E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles. Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do Homem houvesse ressurgido dos mortos. E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: “Ser ressuscitado dentre os mortos”» (Mc 9, 2-10).

Os três discípulos na montanha

Tiago, João e Pedro, os três discípulos escolhidos e mais próximos de Jesus, foram testemunhas da ressurreição da filha de Jairo (Cf. Mc 5,37-43), e, depois, também da oração de Jesus no Getsêmani, às vésperas da sua Paixão (Cf. Mc 14,32-42).

A montanha – recorda o profeta Isaías – é a casa do Senhor, que se eleva acima dos montes” (Is 2,2; Mq 4,1). Esta subida à montanha evoca outras “subidas” e outras experiências da manifestação de Deus: o monte Horeb/​​Sinai (Ex 3,1; 24,12-18), a subida e descida de Moisés (Cf. Ex 19,24), a experiência de Elias (cf. 1 Reis 19,8ss). Sobre o monte, Jesus revela aos seus três discípulos que a sua vida é muito mais profunda do que “veem” e “sabem”. Mas, o mais interessante, é a revelação que Jesus faz da sua paixão e morte, rumo às quais se dirige: não significam destruição ou fim de tudo, mas a plena realização da sua pessoa, porque é uma passagem para a glória.

Transfigurou-se em diálogo com Moisés e Elias

O evangelista é muito breve ao relatar isso. Sabemos, através de Lucas, que Jesus subiu para rezar: logo, a Transfiguração é um acontecimento de oração, onde Jesus mostra ser uma só coisa com o Pai (Cf. Jo 10,30). Naquele diálogo, onde “suas vestes eram resplandecentes de brancura”, Jesus revela ser a Luz do mundo (Cf. Jo 12,46).

Elias, pai dos profetas, e Moisés, custódio da lei, representam toda a história do Antigo Testamento. Moisés teve o dom de receber, várias vezes, as manifestações de Deus. Por esta sua intimidade e amizade com Deus, seu rosto brilhava (Cf. Ex 34,29-35). Ao lado de Moisés, Elias, pai dos profetas, que também subiu à montanha, ouviu a Deus como um “murmúrio de uma leve brisa, um vento sutil” (1 Reis 19,12). Ele é a síntese ideal de toda a multidão de profetas, que se concluiu com João Batista, o último dos profetas, o “novo Elias” (Cf. Mt 11,14).

Nesta narração, à qual o evangelista Lucas acrescenta “e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém” (Lc 9,31), Jesus se revela como autêntico intérprete da Lei e da Profecia, aquele que “começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Cf. Lc 24,27, Emaús). O evangelista Lucas faz coincidir com Moisés e Elias os “dois personagens” diante do túmulo vazio, no dia da Páscoa: “Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes” (Lc 24,4). Eles são os que interpretam as palavras ditas por Jesus na sua vida e proclamam que Jesus, o Crucificado, ressuscitou (Cf. Lc 24,4-7).

Três tendas

Pedro, certamente, manifestou sua alegria pelo que havia visto, mas, revela também o que ainda não entendia! Será que ele pensa na alegria de poder encontrar a Deus na “tenda“? (Cf. Ex 33,7-11) ou se refere à Festa das Tendas/Sukkot, esquecendo, porém, que só Deus poderia “construir a tenda” (Cf 2Sam 7; Is 66,1ss), como está escrito no prólogo de João: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (1,14).

Uma nuvem do céu

A experiência do Êxodo continua sendo o pano de fundo: a marcha cansativa do povo no deserto, guiado por uma nuvem (Ex 13,21ss); a nuvem sobre o Monte Sinai (Ex 19,16); a nuvem que acompanhava “o tabernáculo” (Ex 40,34-35), que guardava “a Lei” de Deus; enfim, a nuvem que desceu sobre Jesus, que disse: “Os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai, em espírito e verdade” (Jo 4,23); assim, nem montanhas e nem tabernáculos especiais serão mais necessários.

Uma voz

Na hora de Jesus ser batizado, somente ele ouviu a voz do céu (Cf. Mc 1,11); agora, porém, esta mesma voz foi ouvida também pelos discípulos. Ouvi-O: é o eco do Shemá, “Ouve, Israel” (Dt 6,4) e das palavras de Moisés: “O Senhor, teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que devereis ouvir” (Dt 18,15). A voz na montanha indica que, agora, somente Jesus deverá ser ouvido: Ele é a Palavra viva, a Palavra de vida e de verdade (Cf. Jo 14,6). Somente ele é a unidade de medida para ouvir Moisés e Elias: mudou o centro de gravidade. Isso cria um pouco de constrangimento entre os discípulos, porque Jesus não corresponde à imagem que tinham dele. No entanto, ele deve ser ouvido, sem se envergonhar dele e da sua Palavra (cf. Mc 8, 38).

Aliança e Vida

Nas realidades próprias da instituição familiar, as palavras “Aliança” e “Vida” são fundamentais. A primeira indica a condição de unidade para dar sentido à vida; a segunda, é realidade indispensável para que exista a prática da aliança. É aquilo que encontramos nas indicações contidas nos textos bíblicos, porque as duas fazem coro com a história da humanidade, começando pelos relatos do Gênesis. 

Sem verdadeiro cuidado com o jeito pessoal de viver, a vida pode chegar a uma situação de cansaço e vazio existencial, afetando inclusive a expressão de fé e de esperança sobrenatural. Foi o que aconteceu na vida dos profetas do Antigo Testamento, tendo que ir em busca das experiências de Deus no passado, na origem de todo o processo de aliança, que Deus fez com Abraão. 

Entre os diversos profetas, aparece Elias, desolado e triste no confronto com Acab e Jezabel e os falsos profetas de Baal (cf. I Rs 19,3-9). Foi inclusive ameaçado de morte, mas escapou-se fugindo para o deserto, podendo assim continuar sua missão de profeta. A aliança travada com Deus faz a pessoa defender a vida e acreditar na possibilidade de construir um futuro promissor e feliz. 

Determinados comportamentos prejudicam muito a aliança, a unidade e a vida. Assim acontece nas situações das amarguras, irritações, cóleras, brigas, vinganças e todo tipo de maldade, porque levam a pessoa a perder as referências da paz, da harmonia e da convivência comunitária. A qualidade da aliança e da vida depende muito da palavra “amor”, que vem de coração desarmado. 

 Jesus, expressão máxima da aliança, se apresenta como “pão descido do céu” (cf. Jo 6,41). Seus contemporâneos tiveram muita dificuldade para reconhecê-lo como tal. Não entenderam que tipo de pão Jesus estava falando, porque não estavam imbuídos ainda da dimensão sobrenatural da fé. O povo pensava apenas no aspecto humano de Jesus, porque sabiam ser ele filho do carpinteiro. 

No contexto da aliança e da vida, Jesus é o revelador da figura do Pai do céu, daquele que fez uma Aliança de vida com o pai Abraão e com todo o povo de Deus na história. O Evangelho de João afirma que, “Quem nele crê tem a vida eterna” (Jo 3,15). Assim, ele é o pão da vida, o novo maná da história, para a preservação da vida. A Eucaristia sintetiza, em si, a aliança e a partilha do pão da vida. 

Fonte: CNBB

A oração nos livros sapienciais

O maior número de orações na bíblia encontramos nos livros sapienciais, de modo particular nos Salmos. Todavia, a característica própria dos textos sapienciais, não é de natureza litúrgica, mas existencial. Animado pela fé, o sábio medita sobre o sentido da Vida, o cultivo da necessária hierarquia de valores, a importância da qualidade das relações humanas, e abre-se para contemplação da inteligência e a sabedoria divina presentes nas criaturas vivas e em todo o universo!  

Ao final deste texto, ressaltamos alguns exemplos de oração presentes em alguns livros sapienciais. O conteúdo dessas orações evidenciam a beleza da fé entranhada na existência humana. Isso significa que a experiência da oração é um recurso que brota da Fé que está a serviço da Vida, da saúde e da paz do próprio homem.  

 A Oração e o sentido da Vida  

A abundância da oração na literatura sapiencial nos diz que, quanto mais o ser humano se dedicar à reflexão sobre o sentido da vida e sobre a origem do universo e beleza da sua constituição (cf. Sb 13,2-9; Sl 8), mais se sentirá provocado à oração, sobretudo, para manifestar o seu louvor e ação de graças a Deus. Por outro lado, a oração de súplica e penitencial é, consequência da tomada de consciência da ingratidão (indiferença) humana diante do amor divino. Por isso, muitas vezes, as orações de súplicas por ameaças e penitenciais, estão inseridas no contexto da vulnerabilidade humana, que provoca  sofrimento através de situações como doença, perseguição, injustiça, pecados etc.  

 Deus também silencia  

A oração não é uma corda mágica que, quando puxada, imediatamente Deus atende. Muito mais do que estratégia de consolo imediato que provoca a resolução dos problemas pessoais ou coletivos, a oração é uma experiência de terapia que vem da Esperança, da confiança em Deus, da liberdade de poder contar com alguém todopoderoso, superior ao ser humano!  

A oração é a rejeição do narcisismo, da prepotência, do orgulho humano, da ilusória autossuficiência; na oração o sábio crente confessa sua pequenez, vulnerabilidade e estado de permanente dependência do criador. A oração é uma atitude de reconhecimento da soberania divina. Não encontramos uma lógica do porque algumas orações são atendidas e outras não! Deus também silencia, pois também no diálogo, há espaço para o silêncio! Estamos diante de um mistério e sua resposta está no coração de Deus, aquele que a tudo transcende.  

Para muitos orantes, às vezes, Deus parece surdo, insensível, indiferente ao sofrimento humano, cego diante dos males e dos injustos… “Javé, por que ficas longe, e te escondes no tempo da angústia? A soberba do injusto persegue o infeliz” (Sl 10,1-2).  “Levanta-te, ó juiz da terra, devolve o merecido aos soberbos! Até quando os injustos, ó Javé, até quando os injustos irão triunfar? Eles transbordam em palavras insolentes, todos os malfeitores se gabam. Eles massacram o teu povo, Javé, eles humilham tua herança; matam a viúva e o estrangeiro e assassinam os órfãos” (Sl 94,2-6). “Javé, até quando me esquecerás? Para sempre? Até quando esconderás de mim a tua face? Até quando terei sofrimento dentro de mim, e tristeza no coração, dia e noite? Até quando meu inimigo vai triunfar?” (Sl 13,2). 

“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Apesar de meus gritos, minha prece não te alcança! De dia eu grito, meu Deus, e não me respondes. Grito de noite, e não fazes caso de mim!” (Sl 22,1-3). “Até quando, Javé, vou pedir socorro, sem que me escutes? Até quando clamarei a ti: «Violência!» sem que tu me tragas a salvação? Por que me fazes ver o crime e contemplar a injustiça? Opressão e violência estão à minha frente; surgem processos e levantam-se rixas. Por isso, a lei perde a força e o direito nunca aparece. O ímpio cerca o justo e o direito aparece distorcido” (Hab 1,1-4). 

“Javé, ouve a minha prece! Dá ouvido aos meus gritos! Não fiques surdo ao meu pranto: porque sou hóspede junto a ti, inquilino como os meus antepassados” (Sl 39,13). “Os meus opressores me insultam quebrando meus ossos perguntando todo dia: «Onde está o seu Deus?» (Sl 42,11). 

 Exemplos de orações  

Fora os Salmos, nos livros sapienciais há alguns ricos exemplos de orações. Vejamos alguns deles.  

– JÓ 42,2-6: na oração pode haver engano por parte do orante.  “Eu reconheço que para ti nada é impossível e que nenhum dos teus planos pode ser impedido. Tu me perguntaste como me atrevi a pôr em dúvida a tua sabedoria, visto que sou tão ignorante. É que falei de coisas que eu não compreendia, coisas que eram maravilhosas demais para mim e que eu não podia entender. Tu me mandaste escutar o que estavas dizendo e responder às tuas perguntas. Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos. Por isso, estou envergonhado de tudo o que disse e me arrependo, sentado aqui no chão, num monte de cinzas.” 

– SABEDORIA 9,1-18: o reconhecimento da nossa pequenez nos estimula a suplicar a sabedoria.  «Deus dos pais e Senhor de misericórdia, tudo criaste com a tua palavra! Com a tua sabedoria formaste o homem para dominar as criaturas que fizeste, para governar o mundo com santidade e justiça, e exercer o julgamento com retidão de alma. Concede-me a sabedoria, que está entronizada ao teu lado, e não me excluas do número de teus filhos. Eu sou teu servo, filho de tua serva, homem fraco e de vida breve, incapaz de compreender a justiça e as leis. Mesmo que alguém fosse o mais perfeito dos homens, se lhe faltasse a sabedoria que provém de ti, ele de nada valeria… Contigo está a sabedoria, que conhece as tuas obras e que estava presente quando criaste o mundo. Ela sabe o que é agradável aos teus olhos e o que é conforme aos teus mandamentos. Manda a sabedoria desde o céu santo e a envia desde o teu trono glorioso, para que ela me acompanhe e participe dos meus trabalhos, e me ensine o que é agradável a ti. Porque ela tudo sabe e tudo compreende. Ela me guiará prudentemente em minhas ações e me protegerá com a glória dela…” 

– ECLESIÁSTICO 23,2-6: oração é também súplica pelas virtudes para a perseverança no bem; Deus é o Sumo Bem, a fonte de todos os dons e virtudes que fortalecem a vontade e a inteligência humana para que busquem a verdade e perseverem no bem.  “Senhor, pai e soberano da minha vida, não me abandones ao capricho deles, e por culpa deles não me deixes cair. Quem irá dar chicotadas em meus pensamentos e disciplinar a minha mente com a sabedoria, para que os meus erros não sejam poupados e as culpas deles não sejam toleradas? Dessa forma os meus erros não se multiplicarão, e os meus pecados não se avolumarão; não cairei diante dos meus adversários, e o meu inimigo não se alegrará às minhas custas. Senhor, pai e Deus da minha vida, não permitas que o meu olhar seja altivo. Afasta de mim os maus desejos. Que a sensualidade e a luxúria não me dominem. Não me entregues ao desejo vergonhoso”. 

– ECLESIÁSTICO 36,1-17: uma súplica coletiva, do povo oprimido; na esperança do auxílio divino está o sinal da bondade de Deus. “Tem compaixão e olha por nós, Senhor Deus do universo. Infunde o teu temor em todas as nações. Levanta a tua mão contra as nações estrangeiras, para que elas vejam o teu poder. Castigando-nos, tu mostraste às nações a tua santidade. Agora, mostra-nos a tua grandeza, castigando as nações. Desse modo elas reconhecerão, como também nós reconhecemos, que não existe um Deus além de ti, Senhor. Renova os sinais e realiza outros prodígios. Glorifica a tua mão e o teu braço direito… Senhor, tem piedade do povo que é chamado com o teu nome. Tem piedade de Israel, que trataste como primogênito. Tem compaixão de Jerusalém, tua cidade santa, e lugar do teu repouso…” 

– ECLESIÁSTICO 51,1-11: o orante é sempre capaz de ação de graças e louvor a Deus por seus benefícios. Na oração somos chamados também a manifestar o nosso reconhecimento de que Deus é o nosso protetor e libertador de todos os males. O socorro dos homens termina, mas Deus é misericórdia infinita! “Eu te agradeço, Senhor Rei, e te louvo, meu Deus Salvador, glorificando o teu nome, porque foste para mim um protetor e socorro, e libertaste meu corpo da perdição, do laço da língua caluniadora e dos lábios que produzem a mentira. Na presença dos meus adversários, tu foste meu apoio e me libertaste, conforme a grandeza da tua misericórdia e do teu Nome, das mordidas daqueles que estavam prestes a me devorar. Tu me livraste das mãos dos que procuravam tirar-me a vida e das numerosas provas que sofri. Tu me livraste do fogo que me rodeava, de um fogo que não acendi, das profundas entranhas do mundo dos mortos, da língua impura, da palavra mentirosa. Uma calúnia de uma língua injusta tinha chegado junto ao rei. Minha alma esteve perto da morte e minha vida chegou junto à porta do mundo dos mortos. Por todos os lados me rodeavam, e não havia quem me ajudasse. Procurei pelo socorro dos homens, mas foi inútil. Então me lembrei da tua misericórdia, Senhor, e das tuas obras feitas desde a eternidade, porque tu libertas os que esperam em ti e os salvas da mão dos inimigos. Fiz subir da terra a minha oração, e pedi para ser libertado da morte… Não me abandones no dia da provação, no tempo do abandono causado pelos orgulhosos. Mas eu vou louvar para sempre o teu Nome e cantar para ti hinos de agradecimento».  

PARA A REFLEXÃO PESSOAL: 

Por que a oração contribui para a renovação do sentido da vida? 

Qual dos exemplos de oração mais lhe chamou a atenção? 

Por que a oração está profundamente vinculada à situação existencial do orante?  

Fonte: CNBB

Hoje é dia de santo Afonso Maria de Ligório, fundador dos redentoristas

A Igreja celebra hoje (1º) a memória litúrgica de santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja por seus escritos sobre moral e fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, conhecidos como redentoristas.

Este santo italiano, natural de Nápoles, na Itália, escreveu “A Prática do Amor a Jesus Cristo”, “Preparação para a Morte”, “Glórias de Maria”, sendo “Teologia Moral” a obra que influenciou na formação do clero por muitos anos.

Santo Afonso pregava com simplicidade e ensinava seus missionários que “um sermão sem lógica é disperso e falta sabor. Um sermão pomposo não chega à massa. De minha parte, posso dizê-los que jamais preguei um sermão que a mulher mais simples não pudesse entender”.

Entre suas frases conhecidas está: “Não existem pessoas fracas e pessoas fortes espiritualmente, mas as pessoas que não rezam e as pessoas que sabem rezar”.

Bento XVI explicou aos fiéis em um dia como hoje, em 2012, que este santo “nos recorda que relação com Deus é essencial na nossa vida. Sem ela, falta-nos a relação fundamental”. Lembra também que “Deus criou-nos por amor, para nos poder doar a vida em plenitude”.

Santo Afonso fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, com a qual tinha o objetivo de evangelizar nas regiões de população abandonada. Seu trabalho refletia a sua forma de viver, marcado pela bondade, simplicidade e caridade.

O santo faleceu aos 90 anos, na noite de 31 de julho para 1º de agosto de 1787. Foi canonizado em 1839 e declarado doutor da Igreja em 1871.

Santo Afonso, cujo nome significa “pronto para o combate”, é representado com o crucifixo, os livros, o rosário ou a figura da Santíssima Virgem Maria, a quem tinha uma profunda devoção.

Sua congregação dos Redentoristas chegou ao Brasil em 1894. Hoje, há cerca de 600 missionários espalhados em 25 estados e no Distrito Federal. Desenvolve amplo trabalho evangelizador, fazendo-se presentes em diversas frentes missionárias, como: casas de formação, missões estrangeiras, área acadêmica, comunicações, missões itinerantes, paróquias e santuários, entre os quais, o de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), e o do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Fonte: ACI Digital

O Papa aos acólitos e coroinhas: com Jesus estar com os outros de uma maneira nova

Francisco encontrou-se com os acólitos e coroinhas, na Praça São Pedro, no âmbito da 13ª Peregrinação Internacional da Associação Internacional dos Ministrantes que este ano tem como tema “Contigo”. “O “contigo” de Jesus, graças ao seu amor, torna-se o meu, o teu, o nosso “contigo”, que cada um pode dar aos outros”, disse Francisco aos ministrantes.


O Papa Francisco encontrou-se, na tarde desta terça-feira (30/07), com cerca de 50 mil acólitos e coroinhas, na Praça São Pedro, no âmbito da 13ª Peregrinação Internacional da Associação Internacional dos Ministrantes, Coetus Internationalis Ministrantium (CIM), que este ano tem como tema “Contigo”.

“A Praça São Pedro é sempre bonita, mas convosco torna-se ainda mais bonita”, disse Francisco no início de seu discurso, dando as boas-vindas e agradecendo aos ministrantes por terem vindo a Roma, alguns até pela primeira vez.

Contigo, uma palavra que encerra o mistério do amor

“O tema de sua peregrinação chamou-me a atenção: “Contigo”. Sabeis porque é que me impressiona? Porque diz tudo numa palavra. Isto é belíssimo e abre espaço para procurar, para encontrar possíveis significados”, sublinhou o Papa.

Contigo. É uma palavra que encerra o mistério da nossa vida, o mistério do amor. Quando um ser humano é concebido no ventre materno, a mãe diz-lhe: “Não tenhas medo, eu estou contigo”. Mas, misteriosamente, a mãe também sente que aquela pequena criatura lhe diz: “Estou contigo”. E isto, de um modo diverso, aplica-se igualmente ao pai!

Jesus está, espiritual e fisicamente, “conosco”

“Pensando e, neste momento, olhando para vós, este “contigo” se enriquece com novos significados”, disse ainda o Papa, acrescentando que a experiência de serviço dos acólitos e coroinhas na Liturgia o fez pensar que “o primeiro sujeito, o protagonista deste “contigo” é Deus. Jesus disse: «onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles». E isto realiza-se plenamente na Missa, na Eucaristia: ali o “contigo” torna-se presença real e concreta de Deus no Corpo e no Sangue de Cristo”.

Todos os dias, o sacerdote vê este mistério acontecer nas suas mãos; e vós, quando servis ao altar, também o vedes. E ao recebermos a Sagrada Comunhão, podemos experimentar que Jesus está, espiritual e fisicamente, “conosco”. Ele te diz: “Eu estou contigo”, mas não o diz com palavras, mas naquele gesto, naquele ato de amor que é a Eucaristia. E, na Comunhão, também tu podes dizer ao Senhor Jesus: “Eu estou contigo”, não com palavras, mas com o teu coração e o teu corpo, com o teu amor. Precisamente porque Ele está conosco, também nós podemos estar verdadeiramente com Ele.

Graças a Jesus dizer ao teu próximo “estou contigo”

“Aqui está, queridos jovens, o ponto-chave! Espero conseguir fazer-me entender: o “contigo” de Jesus, graças ao seu amor, torna-se o meu, o teu, o nosso “contigo”, que cada um pode dar aos outros. Assim, podemos cumprir o seu mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei””, disse o Papa, acrescentando:

Se tu, acólito, como Maria, guardas no teu coração e na tua carne o mistério de Deus que está contigo, então és capaz de estar com os outros de uma maneira nova. Graças a Jesus, sempre e só graças a Ele, também tu podes dizer ao teu próximo “estou contigo”, não com palavras, mas com ações e gestos, com o coração e com uma proximidade concreta: chorar com quem chora, alegrar-se com quem se alegra, sem julgamentos nem preconceitos, sem fechamentos nem exclusões. Até contigo que não me és simpático; e contigo, que és diferente de mim; e contigo, que és um estrangeiro; e contigo, por quem não me sinto compreendido; e contigo, que nunca vens à igreja; e contigo, que dizes não acreditar em Deus.

“Queridos jovens, que grande mistério nesta simples palavra: contigo”, sublinhou Francisco, agradecendo “a quem a escolheu” e também aos acólitos e coroinhas que se fizeram “peregrinos, para partilhar a alegria de pertencer a Jesus, de ser servos do seu Amor, servos do seu Coração ferido que cura as nossas feridas, que nos salva da morte e nos dá a vida eterna”. “Obrigado, jovens amigos! E uma boa caminhada com Jesus”, concluiu.

Fonte: Vatican News

Ex-campeão de judô virou padre e é capelão nas Olimpíadas de Paris 2024

O padre francês Jason Nioka, ordenado há um mês, tem como primeira missão passar o verão em Paris encarregado da delegação de capelães católicos dos Jogos Olímpicos composto por 40 padres auxiliados por religiosos e leigos.

Em uma entrevista a Catherine Hadro no EWTN News in Depth, Nioka, disse que é “um presente muito maravilhoso de Deus fazer parte desta aventura”.

Os atletas olímpicos são convidados a se reunir no Centro Multirreligioso na Vila Olímpica, em uma área para atletas cristãos – católicos, ortodoxos e protestantes – onde podem ler a Bíblia juntos, participar da lectio divina e prestar culto, disse Nioka.

Também se celebra missa diária em uma igreja católica próxima, em diferentes idiomas, como francês, espanhol, italiano e português.

O ex-campeão de judô que se tornou padre se sente especialmente qualificado para a tarefa por causa de sua experiência como atleta.

“Acho que para mim é um grande desafio porque conheço o esporte”, disse ele. “Os atletas não precisam ouvir algo especial. A primeira missão do capelão é apenas ouvir”.

“Primeiro, convidamos o Espírito Santo a estar no comando”, disse ele. “Alguns terão sucesso. Sabemos que alguns também terão alguma dificuldade, mas se lhes dermos a palavra de esperança e força, talvez isso os ajude a dar o melhor de si e a ser o melhor atleta durante as Olimpíadas”.

Nioka disse que, em primeiro lugar, seu trabalho “é rezar por eles e cuidar deles também” e que considera o papel “uma graça”.

 

Fonte: ACI Digital

 

Angelus: Aprendemos a reconhecer a graça de Deus e os milagres diários em nossa vida

Os três gestos da Eucaristia: “oferecer”, “dar graças” e “partilhar”.


“Oferecer, dar graças e partilhar”, três gestos realizados pelos protagonistas da multiplicação dos pães e dos peixes – conforme descrito no Evangelho de João (Jo 6, 1-15), e que Jesus repetirá durante a Última Ceia.

Na Praça São Pedro, sob um calor de 36°C, O Papa Francisco dirigiu-se às milhares de pessoas explicando o significado de cada um dos três gestos, a começar por “oferecer”, que “é o gesto com o qual reconhecemos ter algo de bom para dar e dizemos o nosso “sim”, mesmo que o que temos seja pouco em relação às necessidades”. 

 “Na Missa, quando o sacerdote oferece sobre o altar o pão e o vinho, e cada um oferece a si mesmo, a própria vida. É um gesto que pode parecer pouca coisa, se pensarmos nas imensas necessidades da humanidade, precisamente como os cinco pães e os dois peixes diante de uma multidão de milhares de pessoas; mas Deus faz disso a matéria para o milagre, o maior milagre que existe: aquele em que Ele mesmo, Ele mesmo, se torna presente entre nós, para a salvação do mundo.”Papa FranciscoOferecer nosso pequeno amor ao Senhor, que o acolhe, é o primeiro gesto, que nos prepara para o segundo gesto, que “É dar graças”, o qual envolve expressar ao Senhor, com humildade e alegria, nosso agradecimento.

“Tudo o que tenho é dom teu Senhor, e para te agradecer só posso devolver-te o que por primeiro me deste, junto com teu Filho Jesus Cristo, acrescentando a isso o que posso, cada um de nós pode acrescentar alguma coisa. O que posso dar ao Senhor? O que o pequeno pode dar ao Senhor? Dar…dizer ao Senhor: “Te amo”. Mas nós, pobrezinhos, o nosso amor é tão pequeno, mas dá-lo ao Senhor, o Senhor o recebe”. Papa Francisco. 

Viver cada expressão de amor como uma dádiva de graça Por último, o terceiro gesto, o de “partilhar”. ” Durante a Missa, esclareceu o Papa “É a Comunhão, quando juntos nos aproximamos do altar para receber o Corpo e o Sangue de Cristo: fruto do dom de todos, transformado pelo Senhor em alimento para todos”.  

A Comunhão é um momento sublime que nos ensina a experimentar cada ato de amor como um verdadeiro presente de graça, beneficiando tanto quem oferece quanto quem recebe.

Assim, o Papa nos convida a refletir sobre:

 “Acredito realmente, pela graça de Deus, de ter algo único para dar aos meus irmãos, ou sinto-me anonimamente “um entre tantos”? Sou protagonista de um bem a ser doado? Sou agradecido ao Senhor pelos dons com os quais Ele continuamente manifesta a mim o seu amor? Vivo a partilha com os outros como um momento de encontro e de enriquecimento recíproco?”Papa FranciscoQue possamos reconhecer os milagres diários e a Santíssima Virgem Maria nos ajude a participar de cada Celebração Eucarística com fé e a perceber e aproveitar todos os dias os milagres da graça Divina de Deus. 

.:Confira o Angelus do Papa Francisco desse domingo (28) na íntegra!

Fonte: A12

UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA E DE AMOR PARA AS PESSOAS IDOSAS, AVÓS E AVÔS

O Papa Francisco enviou para toda a Igreja e para o mundo uma mensagem muito bonita para as pessoas idosas, avós e avôs, comemorado em todo o universo no dia vinte e oito de Julho, tendo como lema: “Na velhice, não me abandones” (cf. Sl 71,9)1. Ele realçou a importância de vida das pessoas idosas, a benção que elas são para as gerações e a graça de Deus para as famílias, a comunidade e ao Reino de Deus.  

O Senhor é o amparo das pessoas. 

O Papa colocou a proteção divina diante das pessoas mesmo quando a idade está avançada, os cabelos ficam brancos, a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva, correndo o risco de tudo se tornar inútil. Na escolha dos filhos de Jessé, no caso de Davi para ser rei de Israel, o Senhor disse que não olha as aparências (cf. 1 Sm 16,7) nem descarta nenhuma pedra porque as mais “velhas” são a base segura sobre a qual se podem apoiar as pedras “novas” para, todas, juntas, serem construídas o edifício espiritual (cf. 1 Pd 2,5) 

A misericórdia divina. 

O Papa Francisco afirmou a partir da Sagrada Escritura que Deus continua sempre a mostrar-nos a sua infinita misericórdia. Os Salmos dizem que Deus cuida de nós, apesar de nossa insignificância (cf. Sl 144,3-4); Deus nos teceu desde seio materno (cf. Sl 139,13) e Ele jamais abandonará a nossa vida mesmo na morada dos mortos (cf. Sl 16,10). Uma certeza está presente em nossas vidas de que Deus estará ao nosso lado também na idade avançada, na velhice que como o Bíblia fala, é sinal de benção, poder envelhecer (cf. Sl 92,15; Sl 91,16) 

A proximidade de Deus. 

A Bíblia também dá a certeza da proximidade de Deus não somente em um momento, mas em todas fases, estações da vida e ao mesmo tempo Ele dá a força no temor do abandono na velhice e nos períodos de dor e de sofrimento4. Tudo isso não é sinal de contradição, mas da evidência de uma realidade bem certa, a idade avançada, idosa. A modesta companheira da vida dos idosos, dos avós e das avôs, é com freqüência, a solidão 

Causas da solidão.  

O Papa Francisco enumera algumas causas da solidão na velhice porque sobretudo, nos países mais pobres, os filhos foram obrigados a emigrar. Os idosos ficam em suas terras sozinhos, porque os homens, jovens e adultos, tiveram que ir no combate e as mulheres, sobretudo as mães com crianças pequenas, deixaram o país em vista da segurança aos seus filhos e filhas6. Nas cidades e aldeias devastadas pela guerra, permanecem sozinhos muitas pessoas idosas e anciãs, únicos sinais de vida em meio a um abandono da morte. Outra causa que persiste muitas vezes entre as pessoas, a acusação lançada contra os idosos de “eles roubarem o futuro aos jovens”, aparecendo nas sociedades mais avançadas e modernas. Esta idéia deve ser combatida. Ou ainda disse o Papa Francisco está espalhada a convicção de que os idosos fazem pesar sobre os jovens os custos da assistência de que eles, os jovens necessitariam7. Tudo deve ser combatido pela palavra do evangelho do Senhor que quer dar a vida sobre a morte.  

O significado do lema: “Na velhice, não me abandones” (cf. Sl 71,9). 

Ele menciona uma conjuntura, uma idéia que cresce contra a vida dos idosos. O Papa afirmou que a solidão e o descarte dos idosos não são casuais, nem inevitáveis, mas são fruto de opções políticas, econômicas, sociais e pessoais que não reconhecem a dignidade infinita de cada pessoa para além de toda a circunstância, estado ou situação que se encontre8. A pessoa idosa é vista mais como uma despesa, demasiada elevada para se pagar. O pior disso, segundo o Papa é o fato de que os próprios idosos, avós e avôs consideram-se um fardo, sendo os primeiros a buscarem o desaparecimento9. As coisas que ocorram é o gosto da fraternidade em relação às pessoas idosas.

Os sentimentos de resignação.  

O Papa cita também os sentimentos de resignação, de aceitação da própria idade, no caso a velhice e de vivê-la bem. Ele teve presente Rute, a mulher que ficou junto da idosa Noemi, sendo uma antepassada do Messias, de Jesus, o Emanuel cujo significado é “Deus conosco” (cf. Mt 1,5), Aquele que aconchega e aproxima o Senhor Deus para todos os seres humanos, de todas as condições e de todas as idades 

A solidariedade e o cuidado. 

É muito importante o exemplo de Rute que cuidou da idosa Noemi, de modo que a solidariedade e o cuidado dos familiares ou parentes ou conhecidos em relação às pessoas idosas, tornaram-se um imperativo, uma ajuda necessária para a vida das pessoas idosas. Assim como Rute teve um casamento feliz, uma descendência, uma terra, isto é válido para todos, segundo o Papa Francisco mantendo-se junto aos idosos, reconhecendo o papel fundamental  que eles tem na família, na sociedade e na Igreja, de modo a receber deles e delas, dos idosos e das idosas, muitos dons, graças e inúmeras bênçãos 

No IV Dia Mundial dos avós e das pessoas idosas, o Papa convida as pessoas a mostrar ternura para com eles e elas, uma visita para as pessoas desanimadas e mostrar-lhes a coragem de dizer “não te abandonarei” e de seguir um caminho diferente, de paz e amor para com as pessoas idosas. O Papa concede a benção a todas as pessoas idosas e avós, as suas orações e pede que as pessoas rezem por ele 

Fonte: CNBB

Memória de Santa Ana e São Joaquim, Dia dos Avós: o olhar terno do Papa Francisco

Nesta sexta-feira, 26 de julho, a Igreja celebra os santos Joaquim e Ana, avós de Jesus. Ao longo de seus 11 anos de pontificado, Francisco tem sublinhado a importância dos idosos na sociedade e a necessidade de valorizar sua sabedoria e experiência, além de combater a cultura do descarte.

A memória dos santos Joaquim e Ana, pais da Virgem Maria e avós de Jesus, que a Igreja celebra neste dia 26 de julho, representa um forte testemunho e um chamado a refletir sobre a importância dos avós nos dias de hoje. Este tema tem sido frequentemente abordado pelo Papa Francisco, especialmente no que se refere ao diálogo entre as gerações, ao combate à cultura do descarte e à valorização e escuta dos idosos.

papa

Logo no início de seu pontificado, em julho de 2013, Francisco, da varanda do Arcebispado do Rio de Janeiro, durante a oração do Angelus, dirigida aos milhares de jovens de todo o mundo que haviam ido ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, aproveitou a oportunidade para refletir sobre um assunto que, desde então, se tornaria um dos mais recorrentes em seus discursos como Papa. Retomando o Documento de Aparecida, no qual ele havia trabalhado como cardeal, destacou: “As crianças e os idosos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas.”

Cultura da vida

Através de gestos, discursos, audiências e encontros inesperados, especialmente em viagens, o Santo Padre sempre faz questão de oferecer sua atenção aos anciãos, com respeito e afeto para os que vivem esta fase da vida. No discurso aos idosos durante o encontro de 15 de outubro de 2016, assim os definia:

“São como as árvores que continuam a dar fruto: mesmo carregados com o peso dos anos, podem dar a sua contribuição original para uma sociedade rica de valores e para a afirmação da cultura da vida.”

A sabedoria dos idosos

Durante uma meditação matutina na Capela da Casa Santa Marta, o Papa recordou uma experiência vivenciada por ele quando era bispo auxiliar de Buenos Aires:

“Era o ano de 1992 e o então bispo auxiliar de Buenos Aires, Bergoglio, estava para celebrar uma crisma quando se aproximou uma senhora idosa, de oitenta anos, com os olhos que viam além, com olhos cheios de esperança. E eu disse-lhe: ‘Avó, a senhora vem para se confessar? Mas não tem pecados!’. À resposta da senhora — ‘Padre, todos temos!’ — Bergoglio retorquiu: ‘Mas talvez o Senhor não os perdoe?’. E a senhora, forte na sua esperança disse: ‘Deus perdoa tudo, porque se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria!’”.

A presença da avó Rosa

Durante a Audiência Geral de 11 de março de 2015, ao meditar sobre os avós, considerando o valor e a importância do seu papel na família, o Papa enfatizou que “as palavras dos avós têm algo de especial, para os jovens”, e completou: “as palavras que a minha avó me entregou por escrito no dia da minha ordenação sacerdotal as levo ainda comigo, sempre, no breviário e as leio e me faz bem”:

“Que estes meus netos, a quem dei o melhor de meu coração, tenham uma vida longa e feliz, mas se em algum dia de dor, a doença ou a perda de uma pessoa amada os encha de desconsolo, que recordem que um suspiro no Tabernáculo, onde está o maior e mais augusto mártir, e um olhar a Maria ao pé da Cruz, podem fazer cair uma gota do bálsamo sobre as feridas mais profundas e dolorosas.”

Para o Papa Francisco, a avó Rosa, italiana que emigrou para a Argentina com sua família, tem grande importância em sua vocação. Quando era Arcebispo de Buenos Aires, o então cardeal Jorge Bergoglio disse em uma entrevista: “uma vez, quando estava no seminário, minha avó me disse: ‘Não esqueças nunca que estás por converter-te em sacerdote e a coisa mais importante para um sacerdote é celebrar a Missa. Celebra a Missa, cada Missa, como se fosse a primeira e a última’”. O Santo Padre também assinalou em outra ocasião: “quem me ensinou a rezar foi a minha avó. Ela me ensinou muito na fé e me contava as histórias dos santos”.

Guardar e construir a história

Em 2022, também no dia dedicado a São Joaquim e Santa Ana, o Pontífice em sua homilia no estádio Edmonton falou dos avós, destacando dois aspectos: “somos filhos de uma história que devemos guardar” e “somos artesãos de uma história a construir”, enfatizou:

“Os nossos avós e os nossos idosos desejaram ver um mundo mais justo, mais fraterno e mais solidário, e lutaram para nos dar um futuro. Agora, a nós, cabe não os decepcionar. Sustentados por eles, que são as nossas raízes, toca-nos a nós dar fruto. Somos nós os ramos que devem florescer e introduzir sementes novas na história”.

Catequeses sobre a velhice

Em 2022, o Santo Padre propôs aos fiéis um itinerário de catequese sobre o significado e o valor da velhice, marcado pelo exemplo de figuras bíblicas, incluindo Moisés, Eleazar e Judite, que traçam um perfil da pessoa idosa diferente daquele muitas vezes proposto pela cultura atual. Ele destacou que a velhice não apenas torna a pessoa frágil, mas também um testemunho insubstituível capaz de transmitir sabedoria, valores e fé para as novas gerações, como ensina uma das figuras idosas mais relevantes dos Evangelhos, Nicodemos:

“A velhice é a condição, concedida a muitos de nós, na qual o milagre deste nascimento do alto pode ser intimamente assimilado e tornado credível para a comunidade humana: não comunica nostalgia do nascimento no tempo, mas amor pelo destino final. Observai como um avô ou avó olha para os netos, como acaricia os netos: aquela ternura, livre de todas as provas humanas, que superou as provações humanas e capaz de oferecer gratuitamente o amor, a proximidade amorosa de uns aos outros. Esta ternura abre a porta para compreender a ternura de Deus.”

IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos 2024

Neste ano, em sua mensagem para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, celebrado no quarto domingo de julho (28/07), e próximo à memória litúrgica dos Santos Joaquim e Ana, avós de Jesus, o Pontífice ofereceu uma reflexão proposta do Salmo 71, “Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9), voltando a tratar da rejeição na melhor idade, quando as pessoas enfrentam contextos de solidão e sentimentos de descarte:

“Neste IV Dia Mundial a eles dedicado, não deixemos de mostrar a nossa ternura aos avós e aos idosos das nossas famílias, visitemos aqueles que estão desanimados e já não esperam que seja possível um futuro diferente. À atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer ‘não te abandonarei!’ e de seguir um caminho diferente.”

Indulgência plenária

Também por ocasião do IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a Penitenciaria Apostólica concederá indulgência plenária aos avós, idosos e fiéis que participarem das celebrações, conforme as condições habituais: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Papa. Esta indulgência também pode ser aplicada como sufrágio pelas almas do purgatório e os idosos doentes e todos os que, “impossibilitados de sair de casa por grave motivo, unirem-se espiritualmente às funções sagradas do Dia Mundial, oferecendo a Deus Misericordioso as suas orações, dores e sofrimentos da própria vida, principalmente quando as várias celebrações forem transmitidas pelos meios de comunicação social”.

Fonte: Vatican News

Quarto Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, indulgência plenária para quem o celebrar

No dia da celebração, 28 de julho, a Penitenciaria Apostólica concede o benefício aos representantes da terceira idade e aos fiéis “que, motivados por um autêntico espírito de penitência e caridade”, participarão dos vários serviços, em todo o mundo, e também aos doentes, aos que cuidam deles e àqueles que, impossibilitados de deixar suas casas, “unirem-se espiritualmente às funções sagradas”, desapegados de pecados e com a intenção de cumprir as consuetas condições assim que possível.

Indulgência Plenária para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a ser celebrado em 28 de julho (Vatican Media)

Por ocasião do Quarto Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, instituído pelo Papa Francisco no quarto domingo de julho, e que terá como tema “Na velhice não me abandones”, a Penitenciaria Apostólica concede “indulgência plenária nas consuetas condições (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice) aos avós, aos idosos e a todos os fiéis que, motivados por um autêntico espírito de penitência e caridade, participarem no dia 28 de julho de 2024”, “nos vários serviços que se realizam em todo o mundo”. É o que estabelece um decreto assinado pelo penitencieiro-mor, cardeal Angelo De Donatis.

A indulgência plenária, concedida, atendendo ao pedido do cardeal Kevin Joseph Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, a fim de “aumentar a devoção entre os fiéis e para a salvação das almas”, pode também “ser aplicada como sufrágio pelas almas do Purgatório” e é também concedida aos fiéis que no dia 28 de julho “dedicarem tempo adequado para visitar irmãos idosos necessitados ou em dificuldade (como os doentes, as pessoas solitárias, as pessoas com deficiência…)”. O decreto também especifica que poderão igualmente lucrar a Indulgência Plenária, “pressupostos o desapego a qualquer pecado e a intenção de cumprir assim que possível as três consuetas condições, os idosos doentes e todos os que, impossibilitados de sair de casa por grave motivo, unirem-se espiritualmente às funções sagradas do Dia Mundial, oferecendo a Deus Misericordioso as sua orações, dores e sofrimentos da própria vida, principalmente quando as várias celebrações forem transmitidas pelos meios de comunicação social”.

Para que “a oportunidade de alcançar a graça divina” possa ser mais facilmente concretizada “através da caridade pastoral”, a Penitenciaria Apostólica pede firmemente “aos sacerdotes, munidos das oportunas faculdades para ouvir as confissões, que se mostrem disponíveis, com espírito pronto e generoso, para a celebração da Penitência”.

Fonte: Vatican News

Hoje é celebrada santa Brígida, padroeira da Europa

Hoje (23) recorda-se santa Brígida, padroeira da Suécia, fundadora da Ordem do Santíssimo Salvador, mãe de santa Catarina da Suécia e proclamada por são João Paulo II como padroeira da Europa.

A esta santa mística, o Senhor revelou algumas orações com grandes promessas para a conversão e salvação das almas.

O papa emérito Bento XVI assinalou em 2010, ao falar desta santa, que sua vida mostra o papel e a dignidade da mulher na Igreja e que se caracterizava sempre por sua “atitude de respeito e de fidelidade integral ao magistério da Igreja, de modo particular ao sucessor do apóstolo Pedro”.

Santa Brígida nasceu na Suécia em 1302 e faleceu em Roma (Itália), aos 70 anos, em 23 de julho de 1373, sendo canonizada 18 anos após sua morte.

Esposa e mãe de oito filhos, ao ficar viúva decidiu renunciar a um segundo matrimônio e dedicar-se à oração, à penitência e às obras de caridade. Vendeu o que tinha e ingressou sem a consagração religiosa no mosteiro cisterciense de Alvastra, em seu país natal.

Em suas experiências místicas, recebeu da Santíssima Virgem Maria a devoção diária às Sete Dores, que consiste em rezar sete Ave Marias diariamente meditando as lágrimas e as dores da Mãe de Deus, com a promessa de que quem as fizer, a Virgem concederá paz, dará o que pedem, sempre e quando não for contrário à vontade de Deus, defenderá as almas no combate espiritual, entre outras promessas.

Por sua parte, o Senhor lhe revelou quinze orações que se rezam por um ano acompanhadas também de grandes promessas, assim como as orações por doze anos. Na igreja de São Paulo, em Roma, encontra-se acima do sacrário, na Capela do Santíssimo Sacramento, o Crucifixo Milagroso esculpido por Pierre Cavallini, diante do qual a santa recebeu as orações ajoelhada.

Fonte: ACI Digital

ACOLHA O SENHOR QUE TE PROCURA

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na vida todos nós temos compromissos, projetos, amigos e sonhos que gostaríamos de ver realizados. Mas a vida também é feita de um dia após o outro, e é nessa pequena fração do dia, que se renova a cada manhã, que a vida vai acontecendo com todas as conquistas, dissabores e glórias. Mas nenhuma vida será completa sem a presença dos outros, porque é no encontro com os outros, que nós aprendemos a valorizar o que temos de bom e a corrigir aquilo que nos prejudica no relacionamento com Deus e com os irmãos. 

Como cristãos, devemos renovar a nossa adesão ao Evangelho, no seguimento do Mestre, a cada manhã, a cada momento, como os primeiros discípulos às margens do mar da Galileia. Precisamos compreender, a cada dia, que seguir o Mestre é descobrir ou encontrar nos outros a imagem do amor de Deus, tendo presente que, se na vida não buscarmos o Deus de Jesus Cristo, será impossível anunciarmos um Deus misericordioso e fiel a todas as pessoas que encontrarmos.  

Viver o discipulado é ser um peregrino que está sempre em busca da estrada que leva ao encontro do Mestre. E quando o encontra, não deixa de caminhar com ele, porque sabe que Ele é o caminho, a verdade e a vida que conduz ao Pai. Por isso, é importante esse começar a cada dia, contando com a graça de Deus. Quando fecho o meu coração, numa vida de autossuficiência, como cristão perfeito, que não precisa mais ouvir a palavra de Deus nem participar dos sacramentos ou da vida da comunidade, é um sinal de que não sou mais discípulo, e preciso colocar-me novamente a caminho, para encontrar e acolher Jesus como Senhor da minha vida. 

No tempo e na história, o Senhor Jesus continua visitando a humanidade, passando pelos nossos caminhos, visitando cada pessoa, pedindo hospitalidade no seu coração, na sua vida, na sua família. Talvez você ande tão ocupado, com tantos afazeres, que não tenha tempo para acolher o Senhor, para escutar o que Ele tem a dizer, no silêncio do seu coração, ou não tenha tempo para falar com Ele.  

O Senhor Jesus se faz presente na vida de cada um de nós, mas é preciso que tenhamos a capacidade de discernir esse momento e de reconhecer a sua presença. Ele passa pela nossa vida e bate com insistência à porta do nosso coração pedindo hospitalidade, mas, talvez com o passar do tempo, as tantas ocupações do mundo acabaram apagando do nosso coração a sensibilidade de discernir a voz do Senhor, que pede para ser acolhido. Quando é acolhido, o Senhor enche de vida nova o nosso ser, e a sua luz ilumina o nosso caminho no silêncio, assim como a terra silenciosa acolhe a semente, dá força, nutre e dá estabilidade interior às plantas. 

 Fonte: CNBB