A abertura das Portas Santas no Jubileu

Dada a aproximação do início do Jubileu de 2025, levantou-se recentemente a questão de poder prever a configuração e abertura da Porta Santa nas Igrejas Catedrais, nos Santuários Internacionais e Nacionais, bem como noutros locais de culto particularmente significativos.

A este respeito, mesmo na mais sensível consideração das motivações de caráter pastoral e devocional que podem ter sugerido tal louvável aspiração, considera-se, no entanto, necessário recordar as precisas indicações estabelecidas pelo Santo Padre na Bula Spes non confundit, de Proclamação do Jubileu 2025, que indica como Porta Santa a da Basílica de São Pedro e das outras três Basílicas Papais, nomeadamente São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo fora-dos-muros (ver n° 6), exceção feita ao desejo expresso pelo Santo Padre de querer pessoalmente abrir uma Porta Santa em uma prisão “para oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade” (ver n° 10).

É também sabido que um sinal peculiar e identificador do Ano Jubilar, tal como foi passado desde o primeiro Jubileu do ano de 1300, é a indulgência que «pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece limites» (cf. n. 23), por meio do Sacramento da Penitência e dos sinais de caridade e de esperança (ver números 7-15).

Portanto, para viver em plenitude este momento de graça, exorta-se a fazer referência aos particulares lugares particulares e às diversas modalidades indicadas pelo Decreto da Penitenciária Apostólica de 13 de maio de 2024.

O que diz o n.6 da Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do Ano 2025

 

O Ano Santo de 2025 está em continuidade com os anteriores eventos de graça. No último Jubileu ordinário, atravessou-se o limiar dos dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo. Em seguida, no dia 13 de março de 2015, proclamei um Jubileu extraordinário com o objetivo de manifestar e permitir encontrar o «Rosto da misericórdia» de Deus, anúncio central do Evangelho para toda a pessoa e em cada época. Agora chegou o momento dum novo Jubileu, em que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus, que desperta no coração a esperança segura da salvação em Cristo. Ao mesmo tempo, este Ano Santo orientará o caminho rumo a outra data fundamental para todos os cristãos: de facto, em 2033, celebrar-se-ão os dois mil anos da Redenção, realizada por meio da paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Abre-se, assim, diante de nós um percurso marcado por grandes etapas, nas quais a graça de Deus precede e acompanha o povo que caminha zeloso na fé, diligente na caridade e perseverante na esperança (cf. 1 Ts 1, 3).

Sustentado por tão longa tradição e certo de que este Ano Jubilar poderá ser, para toda a Igreja, uma intensa experiência de graça e de esperança, estabeleço que a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, seja aberta a 24 de dezembro do corrente ano de 2024, iniciando-se assim o Jubileu Ordinário. No domingo seguinte, 29 de dezembro de 2024, abrirei a Porta Santa da minha catedral de São João de Latrão, que celebrará, no dia 9 de novembro deste ano, 1700 anos da sua dedicação. Posteriormente, no dia 1 de janeiro de 2025, Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, será aberta a Porta Santa da Basílica Papal de Santa Maria Maior. Por fim, no domingo 5 de janeiro de 2025, será aberta a Porta Santa da Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros. Estas últimas três Portas Santas serão fechadas no domingo 28 de dezembro do mesmo ano.

Estabeleço ainda que, no domingo 29 de dezembro de 2024, em todas as catedrais e concatedrais, os Bispos diocesanos celebrem a Santa Missa como abertura solene do Ano Jubilar, segundo o Ritual que será preparado para a ocasião. Quanto à celebração na igreja concatedral, o Bispo poderá ser substituído por um Delegado, propositadamente designado. A peregrinação, desde a igreja escolhida para a concentração até à catedral, seja o sinal do caminho de esperança que, iluminado pela Palavra de Deus, une os crentes. Durante o percurso, leiam-se algumas passagens deste Documento e anuncie-se ao povo a Indulgência Jubilar, que poderá ser obtida segundo as prescrições contidas no mesmo Ritual para a celebração do Jubileu nas Igrejas particulares. Durante o Ano Santo, que terminará nas Igrejas particulares no domingo 28 de dezembro de 2025, zele-se para que o Povo de Deus possa acolher, com plena participação, tanto o anúncio de esperança da graça de Deus, como os sinais que atestam a sua eficácia.

O Jubileu Ordinário terminará com o encerramento da Porta Santa da Basílica Papal de São Pedro, no Vaticano, na solenidade da Epifania do Senhor, dia 6 de janeiro de 2026. Que a luz da esperança cristã chegue a cada pessoa, como mensagem do amor de Deus dirigida a todos. E que a Igreja seja testemunha fiel deste anúncio em todas as partes do mundo.

Fonte: Vatican News

Confira a programação do Jubileu 2025

São 26 grandes eventos que serão promovidos a partir de janeiro do próximo ano.

A Santa Sé divulgou parte da programação dos 26 grandes eventos jubilares. No site do Jubileu 2025 é possível conferir as principais atividades relativas a cada evento e fazer a inscrição para participar delas. Ainda será disponibilizado um manual para download com indicações para os peregrinos.

De acordo com o Vatican News, o site do jubileu vai detalhar as atividades relativas a cada evento nos próximos meses.

Confira a programação do Jubileu 2025

Janeiro

24 a 26 – Jubileu do Mundo das Comunicações

Fevereiro

8 a 9 – Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança

15 a 18 – Jubileu dos Artistas

2 a 23 – Jubileu dos Diáconos

Março

8 a 9 – Jubileu do Mundo do Voluntariado

28 – 24 horas para o Senhor

28 a 30 – Jubileu dos Missionários da Misericórdia

Abril

5 a 6 – Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde

25 a 27 – Jubileu dos Adolescentes

28 a 29 – Jubileu das Pessoas com Deficiência

Maio

1 a 4 – Jubileu dos Trabalhadores

4 a 5 – Jubileu dos Empresários

10 a 11 – Jubileu das Bandas Musicais

12 a 14 – Jubileu das Igrejas Orientais

16 a 18 – Jubileu das Irmandades

30 a 1 de junho – Jubileu das Famílias, Crianças, Avós e Idosos

Junho

7 a 8 – Jubileu dos Movimentos, Associações e Novas Comunidades

9 – Jubileu Santa Sé

14 a 15 – Jubileu do Desporto

20 a 22 – Jubileu dos Governantes

23 a 24 – Jubileu dos Seminaristas

25 – Jubileu dos Bispos

25 a 27 – Jubileu dos Sacerdotes

Julho

28 a 3 de agosto – Jubileu dos Jovens

Setembro

15 – Jubileu da Consolação

20 – Jubileu dos Operadores de Justiça

26 a 28 – Jubileu dos Catequistas

Outubro

4 a 5 – Jubileu do Mundo Missionário

4 a 5 – Jubileu dos Migrantes

8 a 9 – Jubileu da Vida Consagrada

11 a 12 – Jubileu da Espiritualidade Mariana

31 a 2 de novembro – Jubileu do Mundo Educativo

Novembro

18 – Jubileu dos Pobre

22 a 23 – Jubileu dos Coros

Dezembro

14 – Jubileu dos Reclusos

Fonte: Comunidade Shalom

Humildade e serviço: valores centrais da vida cristã!

Neste 25º Domingo do Tempo Comum, as leituras nos convidam a uma profunda reflexão sobre a humildade e o serviço, valores centrais da vida cristã e que nos conectam ao coração da missão de Jesus. 

Na primeira leitura, do Livro da Sabedoria (Sb 2,12.17-20), vemos a oposição entre os justos e os ímpios. O texto nos revela a inveja dos ímpios em relação ao justo que confia em Deus. Este tema da perseguição não é algo distante; ele ecoa nas realidades de nossas vidas. Muitas vezes, ao decidirmos viver de acordo com a vontade de Deus, enfrentamos incompreensões, críticas e até mesmo hostilidade. O versículo “Vamos pôr à prova o justo” (Sb 2,12) ressoa como um alerta sobre como a sociedade pode rechaçar aqueles que escolhem o caminho da fé e da justiça. O justo, mesmo enfrentando sofrimentos e provações, mantém sua fidelidade, com a certeza de que Deus recompensa aqueles que O seguem.  

Seguindo para o Evangelho de Marcos (Mc 9,30-37), encontramos Jesus que, após anunciar a sua Paixão e Morte, começa a ensinar seus discípulos sobre a verdadeira natureza da grandeza. “Se alguém quer ser o primeiro, que seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9,35). Aqui, Jesus nos oferece uma lição poderosa: a verdadeira liderança no Reino de Deus é caracterizada pelo serviço, não pela busca de poder ou status. Essa inversão de valores é radical e contrária ao que muitas vezes aprendemos no mundo. Jesus nos chama a uma nova forma de olhar para as relações humanas, onde a verdadeira grandeza é medida pela disposição de servir. 

Jesus utiliza a figura de uma criança para ilustrar seu ponto. Ele coloca uma criança no meio deles e diz: “Quem receber uma destas crianças em meu nome, é a Mim que recebe” (Mc 9,37). No contexto da sociedade da época, as crianças eram vistas como seres sem valor, marginalizados e vulneráveis. Ao identificar-se com elas, Jesus nos ensina que a verdadeira grandeza está em acolher os que são considerados os menores e os mais desprezados. Essa atitude deve ser um desafio constante em nossas comunidades. Como estamos tratando os que estão à margem, os necessitados, os vulneráveis? Nossa fé se manifesta nas ações de amor e cuidado com os que mais precisam. 

A carta de Tiago (Tg 3,16-4,3) complementa essa reflexão, destacando as consequências da sabedoria do mundo, que gera ciúmes e disputas. “Onde há inveja e ambição egoísta, aí há desordem e toda espécie de males” (Tg 3,16). Tiago nos adverte sobre o perigo de deixar que essas paixões dominem nossas vidas. Ele nos convida a buscar a “sabedoria de Deus”, que é caracterizada pela pureza, paz, compreensão e misericórdia (Tg 3,17). Aqui, ele nos propõe um caminho de transformação pessoal e comunitária. 

Neste contexto, é crucial perguntarmos: como estamos vivendo a nossa vocação cristã? Estamos servindo aos outros ou buscando nosso próprio benefício? O chamado de Jesus à humildade e ao serviço não é apenas um convite individual, mas um desafio para toda a comunidade. Como Igreja, devemos ser um lugar onde o amor e o serviço prevalecem, onde todos são acolhidos, especialmente os mais vulneráveis. 

Quando olhamos para a Cruz de Cristo, somos lembrados de que a verdadeira grandeza vem do sacrifício e do amor. Jesus não veio para ser servido, mas para servir (Mc 10,45). Este é o padrão que devemos seguir. Servir aos outros nos aproxima de Deus e nos ajuda a viver a essência do cristianismo. 

Neste domingo, somos convidados a refletir sobre a importância da humildade em nossas vidas. Ser humilde não é se menosprezar ou se diminuir, mas reconhecer que somos todos filhos e filhas de Deus, chamados a servir uns aos outros. A humildade nos permite abrir mão de nossos egos e buscar o bem-estar do próximo. 

Ao nos reunirmos na mesa do Senhor, vamos pedir a graça de viver com humildade e generosidade, transformando nossos corações e nossas comunidades. Que possamos nos inspirar no exemplo de Jesus, que se fez servo, e buscar sempre o bem dos outros. Ao acolhermos os mais humildes e servirmos com amor, nos tornamos verdadeiros discípulos de Cristo. 

Assim, ao celebrarmos a Santa Missa, bem como dela participamos piedosamente, que nossa vida seja uma ação de graças, um testemunho da alegria de servir, e que possamos levar essa mensagem de amor e humildade a todos ao nosso redor. 

Fonte: CNBB

O que Santa Teresinha nos ensina sobre o amor

Confira abaixo 20 frases de Santa Teresinha do Menino Jesus para você crescer no amor

Como uma jovem freira que faleceu aos 24 anos e viveu reclusa em um convento desde os 15 tem muito a nos ensinar? Simples: Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face era mestra no amor.

A seguir, confira em 20 frases o que Santa Teresinha tem a nos ensinar sobre a missão de todo cristão: ser o amor!

1 – “Compreendi que o amor de Nosso Senhor se revela tão bem na mais simples alma, que não resiste em nada à Sua graça, quanto na mais sublime.”

2 – “Ele quer que eu O ame, porque me perdoou não muito, mas tudo.”

3 – “Compreendi que, se era amada na Terra, o era também lá no Céu.”

4 – “Porque eu era pequena e fraca, Ele se abaixava para mim e me instruía em segredo sobre as coisas de Seu amor.”

5 – “Com o amor não somente avanço, mas voo.”

6 – “Compreendi que, sem o amor, todas as obras são nada, mesmo as mais brilhantes, como ressuscitar os mortos ou converter os povos.”

7 – “O Bom Deus dá o cêntuplo já nesta vida às almas que, por Seu amor, deixaram tudo.”

8 – “Para Vos amar como Vós me amais, preciso tomar emprestado Vosso próprio, então somente encontro repouso.”

9 – “Àqueles que mais amam, mais cruz Ele dá; àqueles que menos amam, menos Ele dá.”

10 – “Seu barco está em pleno mar, talvez já perto do porto. O vento da dor que o impele é o vento de amor, e esse vento é mais rápido do que o relâmpago.”

11 – “No Seu amor, Ele escolheu para Suas esposas o mesmo caminho que escolheu para Si.”

12 – “Saibamos reter prisioneiro esse Deus, que se tornou mendigo do nosso amor.”

13 – “No Céu, desejarei a mesma coisa que na Terra: amar Jesus e fazê-lo amado!”

14 – “Que o divino Menino Jesus encontre em sua alma uma morada toda perfumada de rosas de amor.”

15 – “Viver de amor é banir todo temor,
Toda lembrança das faltas do passado.”

16 – “Viver de amor é te guardar,
Sem reclamar do salário aqui na Terra.”

17 – “Ligeiramente corro… não tenho mais nada,
Senão minha única riqueza: viver de amor!”

18 – “E eu não me arrependo de ter me entregado ao amor.”

19 – “Ele nos mostra que as menores ações feitas por amor são as que encantam Seu coração.”

20 – “Amanhã, com a ajuda de Vossa graça, recomeçarei uma nova vida, da qual cada instante será um ato de amor e de renúncia.”

Fonte: Comunidade Shalom

CNBB lança letra e música do hino da Campanha da Fraternidade 2025; conheça os autores

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta nesta terça-feira, 17 de setembro, a letra e a música do hino da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

O processo de escolha da música e da letra da CF 2025 foi feito a partir de um concurso nacional, lançado em abril desse ano. Todos os inscritos participaram de uma formação on-line promovida pelo Setor de Música Litúrgica da CNBB em três etapas. A primeira etapa foi sobre o sentido da Campanha da Fraternidade em geral e especificamente sobre a próxima Campanha de 2025, com o padre Jean Poul, assessor do Setor de Campanhas da CNBB.

A segunda etapa foi sobre composição de letra, com Eurivaldo Ferreira, e a terceira etapa sobre composição de música, com Adenor Terra e frei Wanderson de Freitas, ambos pertencentes à Equipe de Reflexão de Música da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB.

Formação em música

Padre Jair Costa, assessor do Setor Música Litúrgica, salientou que “a formação foi uma experiência ímpar: na mesma sala de formação on-line estavam presentes compositores experientes, autores de hinos de outras CFs, intérpretes consagrados da música católica e compositores iniciantes, tendo acesso às mesmas ferramentas de composição. Foi uma riqueza encontrar tantas pessoas e partilhar das experiências e expectativas”. disse.

O assessor do Setor Música Litúrgica explicou as etapas do concurso. “Aqueles que compõem em conjunto letra e música, enviaram na primeira etapa suas letras. Depois, puderam enviar suas melodias para a letra escolhida “, disse.

Padre Jair revelou que, entre os 246 inscritos, foram apresentadas 68 propostas de letra e 42 propostas de melodia. O processo de seleção da letra considerou a quantidade de sílabas em cada verso, a construção regular dos versos, e a possibilidade de se colocar uma música fácil para o povo cantar. Do ponto de vista teológico e pastoral, foi avaliada a sintonia com o tema da CF 2025, a capacidade de levantar esperança e provocar a conversão comunitária. E o processo de seleção da música buscou uma melodia que possa ser cantada por todos os grupos que vão refletir a CF: crianças, jovens e adultos; considerou também uma harmonia que possa ser executada com facilidade pelos instrumentistas das comunidades.

O autor da letra

A letra escolhida é de composição de Ismael Oliveira do Nascimento, natural de Iguatú (CE), pertencente à arquidiocese de Belo Horizonte (MG).

Por meio de um vídeo, Ismael relata que recebeu com muito entusiasmo e alegria a notícia de que sua letra foi escolhida para animar o hino da Campanha da Fraternidade de 2025. “Podemos dizer que o pano de fundo em toda a letra proposta é o magistério do Papa Francisco, que tem insistido bastante nesse diálogo com as mudanças climáticas”, disse.

Ismael Oliveira do Nascimento, autor da letra da CF 2025

“Nós que estamos percebendo hoje essas mudanças na pele, no ar, na respiração. O Brasil está praticamente tomado por incêndios florestais, muitas vezes incêndios propositais, porque como o Papa mesmo diz, há uma inclinação do ser humano, parece ser até uma sina de destruir, de impedir que a criação floresça, que a criação desabroche, mas aí vem Deus com a sua misericórdia e não cansa de criar, a gente diz que Deus não cansa de perdoar, mas também não cansa de criar, talvez isso esteja em todas as entrelinhas do hino, que está muito baseado no magistério da Igreja, naquilo que propõe o Papa Francisco, as discussões atuais sobre a Casa Comum, com a nossa morada, então fica a animação para que na Quaresma do ano que vem a gente celebre com alegria, com entusiasmo e penitência esse tempo tão importante para nós”.

Saiba mais:

Fonte: CNBB

Corpo de santa Teresa de Jesus permanece incorrupto depois de cinco séculos

O corpo de santa Teresa de Jesus, também conhecida como santa Teresa D’Ávila permanece incorrupto quase cinco séculos depois de sua morte, em 4 de outubro de 1582, segundo informou ontem (28) a diocese de Ávila, Espanha.

“Hoje foi aberto o túmulo de santa Teresa e verificamos que se encontra nas mesmas condições da última abertura em 1914”, disse o postulador geral da ordem dos Carmelitas Descalços, o padre Marco Chiesa, do mosteiro carmelita de Alba de Tormes, onde repousam os restos mortais da santa espanhola.

O padre Miguel Ángel González, prior carmelita de Alba de Tormes e Salamanca, deu detalhes de como procederam: “A comunidade das Madres Carmelitas Descalças junto com o Postulador Geral da Ordem, os membros do tribunal eclesiástico e um pequeno grupo de religiosos transferimos os relicários com austeridade e solenidade para o local designado para estudo. Fizemos isso cantando o Te Deum com o coração cheio de emoção”.

A diocese diz que esse processo ocorre no âmbito do reconhecimento canônico dos restos mortais de santa Teresa D’Ávila, solicitado em 1º de julho à Santa Sé pelo bispo de Salamanca, Espanha, dom Luis Retana, autorização concedida pelo papa Francisco através do Dicastério para as Causas dos Santos.

O processo de estudo do corpo, do coração, de um braço e de uma mão, essa última preservada na localidade espanhola de Ronda e que foi levada para Alba de Tormes para investigação, acontece entre hoje (29) e sábado (31).

A diocese especifica que, para chegar ao corpo de santa Teresa, primeiro foi retirada a laje de mármore do túmulo. Depois – na sala destinada aos estudos e apenas com a presença da equipe médico-científica e dos membros da corte eclesiástica – foi aberto o túmulo de prata.

O tribunal é composto pelo provincial carmelita da Província Ibérica de Santa Teresa de Jesus, na Espanha, padre Francisco Sánchez Oreja; pelo prior carmelita de Alba de Tormes e Salamanca, padre Miguel Ángel González; e pela superiora das Filhas da Caridade de Alba de Tormes, irmã Remigia Blázquez Martín.

Os ourives Ignacio Manzano Martín e Constantino Martín Jaén ajudaram a abrir o túmulo de prata e também estarão presentes no último dia dos trabalhos.

Dez chaves para abrir o túmulo de Santa Teresa de Jesus

A diocese de Ávila também especifica que foram utilizadas dez chaves para abrir o túmulo:

“As três que estão guardadas em Alba de Tormes, as três que o Duque de Alba lhes emprestou e as três que o padre geral [carmelita descalço] guarda em Roma, além da chave do rei. Três dessas chaves servem para abrir a grade externa, três servem para abrir a tumba de mármore e as outras quatro servem para abrir a urna de prata”.

Primeiros resultados do processo de reconhecimento

O padre Chiesa diz que em seus últimos anos, santa Teresa de Jesus teve problemas para andar, devido às “dores que ela mesma descreve”. “Às vezes, olhando para um corpo, você descobre mais do que a pessoa tinha”.

O padre diz ter visto “a presença de espinhos calcários que tornam quase impossível caminhar”. “Mas ela caminhou. Chegou a Alba de Tormes e, depois, a morte, mas o seu desejo era continuar e seguir em frente, apesar dos seus defeitos físicos”, acrescenta o postulador geral da Ordem dos Carmelitas Descalços.

O padre carmelita destaca ainda que as imagens preservadas do reconhecimento de 1914 são em preto e branco, por isso “é difícil fazer uma comparação”, embora “as partes descobertas, que são o rosto e o pé, sejam iguais as que foram em 1914”.
“Não tem cor, não tem cor de pele, porque a pele fica mumificada, mas dá para ver, principalmente no meio do rosto. Você pode ver isso bem. Os médicos especialistas veem quase claramente o rosto de Teresa”, diz o padre.
Três etapas do processo com os restos mortais de santa Teresa

A primeira etapa, abertura e reconhecimento, acontece até sábado (31). Nesta fase, uma equipe liderada pelo Dr. José Antonio Ruiz de Alegría, de Madri, fará fotos e radiografias, e vai limpar adequadamente os relicários.

A segunda etapa será em laboratórios na Itália por alguns meses, para depois escrever as conclusões científicas. Por fim, e numa terceira fase, serão propostas algumas intervenções para melhor preservar os vestígios.

Antes do encerramento definitivo, será concedido tempo adequado para que as relíquias de santa Teresa possam ser veneradas.

A abertura de 1914

A última abertura do túmulo de santa Teresa de Jesus ocorreu de 16 a 23 de agosto de 1914. Naquela época foi indicado que, segundo a diocese de Ávila, o corpo se mantinha “com completa incorrupção”, como ocorreu na abertura de 1750.

Segundo o padre carmelita Daniel de Pablo Maroto, o túmulo foi aberto porque o padre Clemente de los Santos, superior geral dos Carmelitas Descalços, quis aproveitar a sua visita à Espanha para ver o corpo dos santos fundadores: são João da Cruz, em Segóvia, e santa Teresa, em Alba de Tormes.

O estudo agora iniciado com os restos mortais de santa Teresa D’Ávila será semelhante ao feito em 1991 com os de são João da Cruz, em Segóvia, por ocasião dos 400 anos de sua morte.

Quem foi santa Teresa de Jesus?

site da cúria geral dos Carmelitas Descalços diz que reconhecem como mãe e fundadora santa Teresa de Jesus, ou D’Ávila, primeira mulher a se tornar doutora da Igreja, que quis “preservar a continuidade do Carmelo”, com o desejo de que “nasça um novo estilo de vida religiosa”, sempre “na fidelidade à Igreja”.

Santa Teresa de Jesus, nascida na Espanha em 1515, também foi mística e escritora de ascendência judaica, reconhecida tanto por sua contribuição à espiritualidade católica quanto às letras espanholas.

A ela pertencem as falas: “Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, Deus não muda, a paciência tudo alcança; quem a Deus tem, nada lhe falta: só Deus basta”.

Fonte: ACI Digital

Na caminhada do ano litúrgico

“O ano litúrgico se apresenta como um verdadeiro “sacramento”, como um instrumento no qual e pelo qual Deus se faz presente, como na humanidade de Cristo, a sua vida divina mediante o Espírito Santo. O ano litúrgico não celebra o mistério de Cristo de forma genérica, mas celebra-o nos seus diversos momentos e episódios a que chamamos “mistérios”; por meio deles Cristo realizou nossa salvação, em sua morte e Ressurreição”.


“Na liturgia, brilha o mistério pascal, pelo qual o próprio Cristo nos atrai a Si e chama à comunhão. (Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis, de Bento XVI)”

O Ano Litúrgico é a articulação do calendário anual da liturgia da Igreja Católica. No Rito Romano inicia no primeiro domingo do Advento, no final de novembro/início de dezembro e termina na última semana do Tempo Comum. Consiste em um calendário de celebrações estruturado em torno do mistério pascal de Cristo, com o ciclo maior da Páscoa e o ciclo menor do Natal; um ciclo de leituras bíblicas para a celebração da Eucaristia todos os dias do ano e um ciclo de leituras bíblicas e patrísticas, bem como de outros textos, para a Liturgia das Horas.

No programa passado, Pe. Gerson Schmidt* nos trouxe a reflexão “Deus se manifesta no tempo da história do homem”. No programa de hoje, o tema é “Na caminhada do ano litúrgico”:

“Diz assim o subsídio para o Ano Jubilar: “O Tempo litúrgico da Páscoa, impregnado da presença do Ressuscitado, envolve o tempo do homem, o nosso tempo, com impulso protetor, a fim de que a confiança não esmoreça, a esperança não se abale e a caridade não se renda. “Homo viator spe erectus”, diz um provérbio antigo medieval: o homem pode caminhar pelas estradas da vida graças a esperança que lhe permite manter uma postura ereta, de ressuscitado, e olhar para o futuro com confiança. Para caminhar como viajantes rumo a um destino, é importante sentir-se amparado pela esperança. E a esperança para nós, cristãos, tem um nome: chama-se Jesus. O tempo Pascal é o tempo que a Igreja nos leva a confiar no Ressuscitado e nos entregar a Ele, para experimentar como indivíduos e como comunidade cristã a sua presença viva e ativa que sussurra no coração de cada um a sua saudação pascal: “A Paz esteja convosco!”[1].

É precisamente no espaço de um ano, isto é, no espaço de uma volta completa da terra em torno do sol, que hoje a liturgia, enquanto o lugar privilegiado do encontro com Deus, nos torna participantes de todo o mistério de Cristo, fazendo-nos percorrer sacramentalmente, e não apenas como simples lembrança, as etapas de sua existência terrena, tornando-nos assim já hoje, de algum modo, partícipes de sua vida divina. O ano litúrgico se apresenta como um verdadeiro “sacramento”, como um instrumento no qual e pelo qual Deus se faz presente, como na humanidade de Cristo, a sua vida divina mediante o Espírito Santo. O ano litúrgico não celebra o mistério de Cristo de forma genérica, mas celebra-o nos seus diversos momentos e episódios a que chamamos “mistérios”; por meio deles Cristo realizou nossa salvação, em sua morte e Ressurreição[2].

E o Catecismo da Igreja Católica, no número 1168, sobre o compasso do ano litúrgico na Igreja, aponta assim: “Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade. Progressivamente, dum lado e doutro desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. Ele é realmente “o ano da graça do Senhor” (Lc 4,19). A economia da salvação realiza-se no quadro do tempo, mas a partir do seu cumprimento na Páscoa de Jesus e da efusão do Espírito Santo, o fim da história é antecipado, pregustado, e o Reino de Deus entra no nosso tempo”. Entenda-se a palavra “economia de salvação” não no sentido usual de ajuste financeiro, mas como o modo de proceder pedagógico de Deus, que se manifesta gradativamente ao ser humano, culminando com a revelação em Cristo Jesus.

E no número 1171 do Catecismo descreve assim: “O ano litúrgico é o desenrolar dos diferentes aspectos do único mistério pascal. Isto vale particularmente para o ciclo das festas em torno do mistério da Encarnação (Anunciação, Natal, Epifania), que comemoram o princípio da nossa salvação e nos comunicam as primícias do mistério da Páscoa”. A Páscoa, portanto, sempre estará por detrás de qualquer celebração, qualquer ato litúrgico, qualquer ação da Igreja, mesmo no Tempo Comum das ações cotidianas vivenciadas por Cristo, que sempre estarão em vista de sua entrega total.

A homilia Pascal do bispo São Basílio de Selêucia recupera a tônica pascal que perpassa todo o ano litúrgico: “Realmente na cruz obteve o triunfo sobre os nossos pecados, mergulhou na mística água do Batismo as vestes de nossa injustiça, e atirou para o fundo do mar todas as nossas faltas. Pensa na fonte do santo Batismo e apregoa a graça. Pois o Batismo é a síntese de todos os bens, a purificação do mundo, a restauração da natureza, o perdão total, o remédio que nada custa, a esponja que limpa a consciência, a veste que não envelhece com o tempo, o útero que concebe virginalmente, o sepulcro que dá vida aos que foram enterrados, o abismo em que somem os pecados, o túmulo de Satanás, o sinete e baluarte dos que foram assinalados, a fonte que extingue a geena, o anfitrião da ceia do Senhor, a graça dos antigos e novos mistérios, já prenunciada em Moisés, e a glória pelos séculos dos séculos. Amém”[3].

Tal importância do sacramento primordial, que nos faz pertencer à comunidade de fé e à filiação divina. O ciclo litúrgico não se repete em nós e na comunidade, mas se atualiza com um vigor ainda maior e mais intenso, a cada etapa do ano que celebramos. O nosso batismo se renova pela caminhada de fé celebrada em cada mistério, inseridos na Igreja particular e universal.”

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[1] BARBA, Maurizio. Cadernos do Concilio de número 13 – Os tempos Fortes do Ano litúrgico, Edições CNBB, p.33.
[2] Idem, p. 52.
[3] São Basílio de Selêucia. Hom. in Sanctum Pascha: SCh 187,275-277, Vincentium Riccardo interprete.

Fonte: Vatican News

Exaltação da Santa Cruz: sinal de vida, redenção e esperança

A festa em honra à Santa Cruz é celebrada neste sábado (14/09) para meditar sobre o símbolo da nossa fé. O bispo diocesano de Juína – MT, dom Neri José Tondello, assina artigo com reflexão sobre a esperança que nasce da cruz de Jesus: o sinal feito pela manhã pede proteção pelo novo dia; à noite, é de gratidão pela jornada. “Ao fazer o Sinal da Santa Cruz, o cristão sente-se protegido por uma bênção traçada sobre seu corpo em forma orante: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.”


A Igreja exalta a Santa Cruz, como “sinal do mais terrível entre os suplícios, é para o cristão a árvore da vida, o tálamo, o trono, o altar na nova aliança. De Cristo, novo Adão adormecido na cruz, jorrou o admirável sacramento de toda a Igreja. A cruz é o sinal do senhorio de Cristo sobre os que, no Batismo, são configurados a ele na morte e na glória (cf. Rm 6,5). Na tradição dos Padres, a cruz é o sinal do Filho do Homem que comparecerá no fim dos tempos (cf. Mt 24,30). A festa da Exaltação da Cruz, que no Oriente é comparada Àquela da Páscoa, relaciona-se com a dedicação das basílicas constantinianas construídas no Gólgota e sobre o sepulcro de Cristo” (Missal Romano, Festa da Exaltação da Santa Cruz, 800p)

Na vida cristã, automaticamente ao levantarmos pela manhã, o nosso dia começa com o Sinal da Santa Cruz. Assim, pedimos que a Cruz de Jesus nos proteja durante todo o novo dia e em todas as nossas atividades. Ao dormir, da mesma forma, o cristão conclui a jornada de vida e labor com a bênção do Sinal da Cruz como sinal de gratidão a Deus Trindade. Ao fazer o Sinal da Santa Cruz, o cristão sente-se protegido por uma bênção traçada sobre seu corpo em forma orante: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Se, a cruz é libertadora e redentora, também a cruz representa os tantos crucificados que, como Jesus, esperam que os tiremos da cruz do abandono, da indiferença, do descaso e da morte certa. “É preciso tirar os crucificados da cruz”, diz também Jhon Sobrino.

Crucificados pelo pecado do mundo, pecado da injustiça, falta de educação de qualidade para todos. Muitos não têm acesso à saúde. Muitos morrem antes de chegar ao primeiro socorro. Muita cruz, também pesa sobre os ameaçados pela ação de despejo da terra. A cruz sobre aqueles que sofrem por não saberem onde vão dormir amanhã. “Onde vão dormir os pobres” crucificados sem casa e sem trabalho? A Cruz de Jesus não pode esquecer as vítimas do racismo e as vítimas da violência doméstica. Tamanha é a cruz dos dependentes químicos. Mas, a cruz dos sem fé e sem religião pode ser ainda maior. A cruz dos sem Cruz. A cruz pesada que carrega o Pantanal e a Amazônia pelas chamas criminosas da destruição. A Casa de todos, Casa Comum, está queimando. Os rios estão morrendo. A cruz do planeta todo sofre o pecado do descaso. A natureza perdeu o caráter sagrado. A Tecnologia a domesticou e a tem subordinado à mão humana a ação violenta contra a natureza, tirando a sua espiritualidade para esgotar todo poder econômico possível. Aquilo que era, no princípio, um Jardim para todos, está ladeira abaixo aumentando as temperaturas, ameaçando cidades, desequilibrando a biodiversidade, pondo em risco todo o tecido da vida no planeta.

Contudo, e apesar de tudo, a esperança, nasce da Cruz de Jesus, porque morreu nela para que fosse Cruz salvadora, não mais a Cruz do sinal opróbrio da morte. Isto é, morreu nela, para dar-nos toda a vida em nova árvore verdejante, oxigênio imprescindível – porque, “somos filhos das folhas”. Os povos originários ainda conservam em muito a espiritualidade na sua relação de amizade e cuidado com a natureza. Sabem-se e sentem-se natureza. Por outra parte, o divórcio de profanação da natureza permitiu uma união adúltera sem escrúpulo. O Sinal da Santa Cruz, por si e em si, é semáforo dos limites que se deve impor às forças ocultas e visíveis do mal, do ódio e da raiva, contra Deus, contra o mundo e contra a pessoa humana. Toda vez que avistamos uma cruz, damo-nos conta de que o mal e a morte foram vencidos por Jesus, que diz: “Eu venci o mundo”, que quer dizer: vencer as forças malignas da destruição violenta e todas as causas e formas que levam à morte, ou seja, impõe limites ao mal.

“Pusestes, no lenho da cruz, a salvação do gênero humano para que, onde a morte teve origem, aí a vida ressurgisse; e o que venceu na árvore do paraíso, na árvore da cruz fosse vencido, por Cristo, Senhor nosso” (Prefácio à Vitória da Cruz Gloriosa).

Fonte: Vatican News

Que nossa boca e nosso ouvido proclamem a Palavra de Deus!

Vivenciando este mês de setembro, mês da Palavra de Deus, que a Bíblia seja Palavra de Deus que ilumina os nossos passos e nos ajude a caminhar com o coração preenchido de esperança.

A primeira leitura – Is 35,4-7a – traz uma mensagem de esperança do profeta Isaías, que se dirige ao povo abatido pela sua dura realidade anunciando os tempos messiânicos e salvíficos, nos quais coisas extraordinárias acontecerão. É a presença mesma de Deus que transforma e restaura a vida e as condições das pessoas.  Isaías apresenta a esperança daquilo que, mais tarde, Jesus chamará de Reino de Deus.  É o retorno à obra criada por Deus, o qual “viu que tudo era bom” e harmonioso. O profeta busca animar a comunidade exilada no contexto difícil em que está vivendo. Finalmente, o povo vislumbra uma luz, que aparece no final do túnel escuro do exílio. A humanidade e a natureza são restauradas, pois Deus intervém para salvar.

A segunda leitura – Tg 2,1-5 – ensina que a fé em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas. São Tiago convida a comunidade a superar toda atitude de discriminação de pessoas, principalmente dos pobres. Cumpre-nos seguir o exemplo de Deus, que não se deixa comprar, mas tem predileção pelos pobres.

O Evangelho – Mc 7,31-37 – é a realização da profecia de Isaías. Jesus diz: “Efatá!”, e a cura do homem surdo acontece. O Senhor lhe restaura os sentidos e lhe devolve a dignidade de vida. Jesus insiste que não contassem nada a ninguém, para evitar que seu ministério profético fosse confundido com falsas promessas e esperanças messiânicas. Mas maravilhados anunciavam o que Jesus fizera, tornando-se assim, mensageiros do Evangelho, talvez sem saber. Jesus faz bem todas as coisas. O Evangelho ressalta dois gestos de Jesus: ele toca os ouvidos e a língua do surdo-mudo. O primeiro passo para a cura dá-se com a comunicação por meio do contacto. Em seguida, Jesus olha para o alto, invocando o Pai e determina: “Efatá” – “abre-te!”. O Mestre procura restaurar a integridade física da pessoa e afirmar sua dignidade, segundo o plano divino da criação. Tornar-se discípulo de Jesus é deixar-se tocar por ele, abrir os ouvidos à escuta de sua Palavra e se enganar no seu projeto. O projeto da criação visa à integridade do ser humano, dotado da capacidade de ouvir – com atenção aos sinais dos tempos – e da liberdade de falar, a fim de proclamar a Boa-nova do Reino e denunciar as injustiças.

Jesus continua “fazendo bem todas as coisas!” Com o Batismo, passamos a fazer parte da família de Deus. Nossa missão é propagar a mensagem do Evangelho de Jesus: defender a vida, começar nos lugares onde ela está mais ameaçada. Em clima de sinodalidade eclesial, somos convocados a contribuir para a nova criação, opondo-nos à lógica da competição excludente e da indiferença aos “surdos-mudos” que carecem de vida e de respeito à sua dignidade.

Que nossos ouvidos e nossa boca sejam abertos para anunciar a vida e a vida plena! Que nossa boca e nosso ouvido proclamem a Palavra de Deus!
Fonte: CNBB

A hierarquia necessária na vida ordenada

Infelizmente, estamos passando por tempos bastante turbulentos. Tempos em que as coisas mais óbvias e naturais precisam ser explicadas e defendidas. Parece que o tão almejado senso crítico das pessoas não está realmente aguçado, ao contrário, funciona com efeito rebanho – para ser crítico basta se opor ao que é tradicional, construído ao longo dos séculos. Qualquer movimento diferente que venha com um discurso que se opõe a tradições e tenha um vocabulário aprazível conquista o coração das pessoas que sequer pensam o básico: o que se ganha, o que se perde, o que está por traz desse discurso que me é apresentado? Muitos simplesmente entram na onda.

Isso é senso crítico ou pura limitação do poder de análise? Eu convido a refletir sobre isso comigo.

Dias atras, eu me deparei com um artigo com o seguinte título: “Dia das Crianças: é hora de enxergar e tratar nossos filhos sem hierarquia. – Pedagoga defende ‘Educação Positiva’ para uma infância com menos traumas e mais autonomia.”. Eu li e reli esse título e não consegui me conformar: realmente é possível acreditarmos que é um bem não termos uma relação hierárquica entre pais e filhos? Mais do que isso: educar usando a sabedoria e conhecimento já adquiridos traumatiza e tira a autonomia da criança? Creio que quase ninguém use verdadeiramente seu poder de análise para considerar com seriedade essas ideias, pois senão não teríamos hoje essa imensa crise em que estamos metidos – pais perdidos, crianças desorientadas, famílias caóticas, suicídios em alta e jovens profissionais incompetentes – levando pais a entrevistas de trabalho, não dando conta dos desafios e exigências naturais da vida profissional enfim…. tudo o que estamos vendo com bastante tristeza.

A Hierarquia é o princípio sobre o qual se constrói qualquer possibilidade de ordem. Para podermos ordenar o tempo, os espaços e a vida, é absolutamente necessário identificarmos uma ordem de importância, uma hierarquia.

Em uma relação entre pais e filhos, se considerarmos saudável suprimir a hierarquia, significa dizer que ambos têm a mesma condição de opinião, de expressão e de decisão. E o que mais me surpreende é que se possa considerar isso, em primeiro lugar possível e, em segundo lugar, um bem para as crianças.

As crianças, ao nascerem, vivem um verdadeiro caos: não têm nenhuma condição de se manterem vivas sozinhas, precisam de um adulto competente para poderem sobreviver. Tal adulto vai, aos poucos, criando rotina e ordenando a vida da criança para que se torne viável e gradativamente vá conquistando habilidades, competências e por fim autonomia. Quando o adulto abdica dessa posição hierárquica, a criança somente perde: perde segurança, perde cuidados básicos, perde orientações necessárias para a vida, perde a tranquilidade de se sentir cuidada e conduzida até que aprenda os critérios necessários para começar os exercícios de autonomia – que serão guiados até a maioridade. Acreditar que formar o caráter do filho, ensinar critérios e valores morais que o conduzam pela vida é tirar autonomia ou traumatizar é um verdadeiro absurdo, é negar aos filhos um serviço ao qual eles têm direito.

O que mais encontro, no entanto, são pais que são levados por essa mentalidade às vezes, sem nem mesmo perceberem. Chegam até a achar absurdo que alguém pregue abertamente acabar com a hierarquia, no entanto, estão tão contaminados com essas ideias que, nas situações cotidianas, agem colocando as crianças em pé de igualdade com eles. Os desastres têm sido inúmeros.

Pais, abram os olhos: a missão de vocês exige mais conhecimento, mais capacidade e discernimento. Maior sabedoria e coragem para orientar e servir aos filhos. Isso os coloca necessariamente em uma posição hierárquica superior para o benefício das crianças. Não neguem a eles esse direito.

Fonte: O São Paulo

Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus

Origens 

A Natividade da Virgem Maria é uma das festas marianas mais antigas. Imagina-se que a sua origem esteja ligada à festa da dedicação de uma igreja a Maria. Segundo a tradição, era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana. É localizada em Jerusalém, construída no século IV: a basílica de Santa Ana, é onde nasceu a Virgem. Em Roma, esta festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (†8 de setembro de 701).

A Natividade

A Igreja católica não costuma celebrar o dia de nascimento dos santos, mas de sua morte. Há, contudo, três celebrações de nascimento: de Jesus Cristo (Natal); de São João Batista (ainda no ventre de Isabel, manifestou-se diante da proximidade de Maria, que esperava Jesus e fora visitar sua parente); e o da própria Virgem Santíssima.

A Tradição

Nos Evangelhos não encontramos citações sobre esta festa, tampouco os nomes dos pais de Maria. Só há referências a Virgem Maria quando se trata de ressaltar algum fato que diga respeito ao Salvador. A Palavra de Deus nos mostra, mesmo que de forma discreta, a presença de Maria Santíssima nos momentos centrais da História da Salvação, como na encarnação, a inauguração do ministério de Cristo, a crucifixão, o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo e outros eventos.

Contudo, os Evangelhos não nos dão informações a respeito da família de Maria, de sua infância, de sua formação, de seu temperamento, de seu aspecto físico entre outras características.  Mas a tradição faz menção no Protoevangelho de Tiago, apócrifo escrito no século II. Entretanto, o acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.

Relevância da Festividade

A maravilha deste nascimento não está no que os apócrifos narram com grande detalhe e engenhosidade. Está no significativo passo em frente que Deus leva na realização do seu eterno desígnio de amor. Por isso, a festa de hoje foi celebrada com magníficos louvores por muitos Santos Padres, que se basearam em seu conhecimento da Bíblia e em sua sensibilidade poética e ardor

O Exemplo é Maria

Maria é uma mulher que deve ser imitada pela sua confiança, mormente nos momentos mais obscuros da vida do seu Filho Jesus. Isso e muitas outras coisas explicam o fato do Povo de Deus recorrer a Ela para encontrar refúgio, conforto, ajuda e proteção.

A Igreja considera Maria como a Mãe de Deus, mas também como a discípula. Maria foi exemplo e modelo de vida cristã: pela sua fé, obediência ao seu Filho, caridade com a prima Isabel e nas Bodas de Caná.

A Celebração

A Natividade de Nossa Senhora é celebrada nove meses depois da celebração da solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro). É toda a Igreja que faz o convite:

 “Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!” 

(S. João Damasceno – século VIII)

Protetora e Padroeira 

Nossa Senhora da Natividade é padroeira e protetora das costureiras. Além dos cozinheiros, dos destiladores, dos fabricantes de alfinetes e panos e da hospedaria.

Minha oração

“No dia do teu aniversário, quero louvar a Deus e celebrar a grande graça que é ter te recebido como Mãe. Obrigado, por tanto carinho e proteção, obrigado por todas as graças que recebo de ti diariamente. Seja hoje  e sempre nossa Senhora!”

Nossa Senhora da Natividade, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 08 de setembro

  • Em Roma, a comemoração de Santo Adrião, mártir, que padeceu o martírio em Nicomédia. († data inc.)
  • Em Alexandria, no Egipto, os santos FaustoDio e Amónio, presbíteros e mártires, que, na perseguição do imperador Diocleciano, receberam a coroa do martírio juntamente com o bispo São Pedro. († c. 311)
  • Em Bagrevand, cidade da antiga Armênia, Santo Isaac, bispo, que, para fortalecer a vida cristã do povo, traduziu a Sagrada Escritura e a Liturgia para a língua armena. († 438)
  • Em Roma, junto de São Pedro, o sepultamento de São Sérgio I, papa, de origem síria, que se dedicou intensamente à evangelização dos Saxões e dos Frisões. († 701)
  • Em Frísia, cidade da Baviera, na atual Alemanha, São Corbiniano, que, tendo sido ordenado bispo e enviado a pregar o Evangelho na Baviera. († 725)
  • Em Pébrac, no território de Le Puy-en-Velay, na França, São Pedro de Chavanon, presbítero. († c. 1080)
  • Em Pesaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Serafina Sforza. († 1478)
  • Em Valência, na Espanha, São Tomás de Vilanova, bispo, que, sendo eremita sob a regra de Santo Agostinho. († 1555)
  • Em Durham, na Inglaterra, os beatos mártires Tomás Palaser, presbítero, João Norton e João Talbot, que foram condenados à morte no reinado de Isabel I. († 1600)
  • Em Cartagena, na Colômbia, o dia natal de São Pedro Claver, presbítero da Companhia de Jesus, cuja memória se celebra amanhã. († 1654)
  • Em Nagasaki, no Japão, os beatos António de São Boaventura, da Ordem dos Frades Menores, Domingos Castellet, da Ordem dos Pregadores, presbíteros, e vinte companheiros, mártires. († 1628)
  • Em Marselha, na França, o passamento do Beato Frederico Ozanam, homem ilustre pela sua cultura e piedade. († 1853)
  • Em Almeria, no litoral da Andaluzia, região da Espanha, os beatos José Cecílio , Teodemiro Joaquim e Evêncio Ricardo, mártires, da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1936)
  • Em Alcoy, povoação próxima de Alicante, na Espanha, o Beato Marino Blanes Giner, mártir, pai de família. († 1936)
  • Em Paterna, no território de Valência, na Espanha, o Beato Ismael Escrihuela Esteve, mártir, pai de família.(† 1936)
  • Em Villarreal, no território de Castellón, na Espanha, o Beato Pascoal Fortuño Almela, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1936)
  • Em Buñol, próximo de Valência, na Espanha, as beatas Josefa de São João de Deus Maria das Dores de Santa Eulália, virgens da Congregação das Irmãs dos Anciãos Desamparados e mártires. († 1936)
  • Em Madrid, na Espanha, o Beato Teódulo González Fernández, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
  • No cemitério de Montcada, na Catalunha, na Espanha, os beatos mártires Barnabé, religioso da Congregação dos Irmãos Maristas, e Baudílio, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
  • Em Vic, perto de Barcelona, na Espanha, a Beata Apolónia Lizárraga do Santíssimo Sacramento, virgem da Congregação das Irmãs Carmelitas da Caridade Vedruna e mártir. († 1936)
  • Em Villa de Don Fradique, na região de Castela la Mancha,na Espanha, o Beato Miguel Beato Sánchez, presbítero de Toledo e mártir. († 1936)
  • No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Adão Bargielski, presbítero e mártir. († 1942)
  •  Em Gross-Rosen, localidade da Alemanha, o Beato Ladislau Bladzinski, presbítero da Congregação de São Miguel e mártir.  († 1944)

Fonte:

  • Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007]
  • Martirológio Romano
  • Santiebeati.it
  • Vaticannews.va

Fonte: Canção Nova

Como vencer a “falsa vergonha” da Confissão

Muitas pessoas dizem não ter coragem de se aproximar do sacramento da Confissão porque têm vergonha.

É preciso reconhecer: não é fácil acusar os próprios pecados ao sacerdote. No entanto, urge vencer o que Santo Afonso de Ligório chama de “falsa vergonha”, afinal, não há outro modo pelo qual seja possível reconciliar-se com Deus senão pela confissão dos pecados. Jesus, ao instituir este sacramento, poderia muito bem ter dito: Quando tiverdes pecado, entrai em vossos próprios quartos, prostrai-vos diante de Mim crucificado e obtereis o perdão. Seria muito mais cômodo. No entanto, Ele não disse isso. Antes, deu aos Apóstolos a chave da reconciliação: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos” [1].

Para vencer essa “vergonha” que todos sentimos de contar as próprias misérias, vale meditar um pouco sobre as verdades eternas. Quando perdemos a graça, pelo pecado mortal, não só somos condenados ao inferno, na outra vida, e a inúmeros tormentos, nesta, como perdemos a amizade de Deus, o bem mais precioso que o homem pode entesourar. Escrevendo a respeito do pecado mortal, Santo Afonso avalia:

“Se o homem recusasse a amizade de Deus, para alcançar um reino ou um império do mundo inteiro, já seria isso uma horrenda perversidade, pois que a amizade de Deus é muito mais preciosa do que o mundo todo e milhares de mundos. E afinal por amor de que coisa o pecador ofende a Deus? Por um pouco de terra, para satisfazer a sua ira, por um gozo bestial, por uma vaidade, um capricho. ‘Eles me desonraram por um punhado de cevada e um pedacinho de pão’ (Ez 13, 19).” [2]

Ao nos depararmos com a gravidade da ofensa que cometemos, com o grande amor com que Deus nos amou, derramando o Seu próprio sangue para salvar-nos, é preciso que nos comovamos e verdadeiramente nos envergonhemos… Mas, que a causa da nossa vergonha seja o pecado! E que essa mesma vergonha nos leve a um propósito firme e sério de não mais ofender a Deus! Caso contrário, será uma vergonha estéril e sem nenhuma serventia.

O autor sagrado diz que “há uma vergonha que conduz ao pecado, e uma vergonha que atrai glória e graça” [3]. Com razão se poderia chamar a “vergonha que conduz ao pecado” aquela que leva a pessoa ou a fugir ou a omitir seus pecados na Confissão, já que essa atitude causará a sua própria perdição eterna. Quanto à segunda vergonha, não é aquela que sentimos na fila do confessionário, mas que logo se esvai depois que somos absolvidos pelo sacerdote? “Quando estamos em fila para nos confessarmos, sentimos (…) vergonha, mas depois quando termina a Confissão sentimo-nos livres, (…) perdoados, puros e felizes” [4]. Por isso, diz Santo Afonso, “devemos fugir da vergonha que nos leva ao pecado e nos torna inimigos de Deus; não, porém, da que, ligada à confissão dos pecados, nos granjeia a graça de Deus e a glória do céu”.

Quando o demônio nos tentar sugerindo que, por vergonha, ocultemos as nossas faltas ao sacerdote, lembremo-nos de que os pecados dos condenados serão revelados a todos os homens no Juízo Final: “Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo” [5]; “Vou arregaçar o teu vestido até teu rosto, e mostrar tua nudez às nações, aos reinos a tua vergonha” [6]. Quando a sugestão for a de que sequer procuremos a reconciliação, lembremo-nos a joia de altíssimo valor que corremos o risco de perder, se morremos em estado de pecado mortal: o próprio Deus.

Transformemos, por fim, a “falsa vergonha” da Penitência em disposição para servir a Deus, porque o arrependimento não consiste em grandes sentimentos ou em prantos efusivos, mas em uma resoluta vontade de amar, como ensina Santa Teresa: “Consiste [o amor] numa total determinação e desejo de contentar a Deus em tudo, em procurar, o quanto pudermos, não ofendê-lo e rogar-lhe pelo aumento contínuo da honra e glória de seu Filho e pela prosperidade da Igreja Católica” [7].

Fonte: Padre Paulo Ricardo