Ide e convidai para o banquete do Reino a todas as criaturas!

A mensagem do Papa Francisco para o 98º Dia Mundial das Missões reflete sobre a Parábola do Banquete em (Mt 22,9). De fato ela sintetiza a ação missionária em três atitudes fundamentais. Primeiro : Ir ao encontro e convidar, que expressam uma Igreja em saída motivada e inspirada pelo amor e esperança gerados pela confiança de um Pai misericordioso que nos impulsiona e nos faz transbordar na Força do seu Espírito. 

A segunda o conteúdo fascinante da missão: o banquete da plenitude e da comunhão com Deus, dimensão escatológica e já presente na eucaristia que celebramos. Utopia de alcançar a herança da filiação divina e da fraternidade em Cristo com todas as pessoas e criaturas.

A terceira atitude nos recorda a universalidade e abrangência total da missão, todos e absolutamente todos estão convidados e certamente questiona os reducionismos e preconceitos que não raro excluem pessoas, as estigmatizam e as fazem sentir-se inferiores ou não merecedoras do amor de Deus. Esta mensagem nos convida também a nós que queremos apesar de nossas falhas e limitações tornarmo-nos em missionários do seu amor e ternura.

Que o Senhor e fonte de toda missão e envio nos liberte e desperte de toda apatia, indiferença ou acomodação, rompendo e furando bolhas, muros e amarras que nos impedem de anunciar com alegria a Jesus e tornar nos Evangelizadores no Espírito. Como missionários e peregrinos da esperança que não decepciona, como cuidadores e guardiões da Criação, construtores da paz e promotores do diálogo, descubramos sempre a alegria de evangelizar e partilhar com todos/as a perola de infinito valor, Jesus Cristo, caminho verdade e vida, a beleza e o sentido pleno de nossa existência. Louvado seja Deus! 

Fonte: CNBB

Jesus e a verdade

Na Vigésima oitava semana do Tempo comum do Evangelho de Marcos, um Jovem se aproximou de Jesus e perguntou: Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna? (Mc 10,17). 

Uma pergunta que ecoou pelos séculos. Todos nos aproximamos de Jesus com ela. Seguimos pelo mundo sustentados por esta única esperança, de um dia sermos acolhidos na eternidade. 

Entretanto, entre o desejo e a concretização do desejo residem muitas coisas. 

É possível iludir-se com uma vida perfeita, e nada é mais danoso e prejudicial para a dinâmica do Evangelho e do Reino que esta extasia de si mesmo. A autocontemplação é sempre fruto de um egoísmo arraigado no recôndito mais sombrio da alma. 

Ao ser perguntado por Jesus o que já havia feito para alcançar a vida eterna, o jovem respondeu o que sabia, pois seguia os mandamentos desde a sua juventude. 

Estes mandamentos, com os quais havia se acostumado, e em certo sentido lhe eram relativamente fáceis de serem observados, porque era rico, nunca haviam lhe questionado a partir de dentro. 

O seu aproximar-se de Jesus não foi sincero. Ele esperava ter a sua conduta validada e voltar para casa feliz! Esperava ser elogiado, mas se decepcionou quando Jesus lhe disse que não era suficiente apenas viver os mandamentos, era preciso mais. 

 Jesus não transige quanto aos princípios. Ele mesmo já havia dito aquilo que foi o maior escândalo para os judeus ao afirmar: “ouvistes o que está escrito, mas eu vos digo” (Mt 5). 

O que estava escrito era uma referência direta a Moisés e as leis. Um famoso rabino estadunidense, Jacob Neusner, falecido em 2016, em seu livro, Um Rabino conversa com Jesus, expõe a essa fissura recorrente entre o judaísmo e o cristianismo. 

Em seu diálogo imaginário com Jesus, Neusner concorda com quase tudo que o Mestre lhe diz. Concorda com os ensinamentos sobre o amor ao próximo e evolui num diálogo bastante promissor, envolvendo inclusive o modo cristão de rezar e a veneração à Virgem Maria. 

Neusner, contudo, reconhece que têm um ponto de inflexão quando Jesus afirma, “ouvistes o que está escrito, mas eu vos digo”!  A este ponto, o Rabino, melancolicamente, despede-se de Jesus, desejando-lhe boa sorte e afirmando que Jesus não era maior que Moisés. Exatamente aqui reside o mistério do discipulado que, tanto aquele Jovem, quanto Neusner, não foram capazes de colher, e é o principal para nós: Jesus é maior que Moisés. Ele nunca escondeu isso, e nós nunca duvidamos. 

Há muitas implicações práticas sobre a afirmação de Jesus, pois não se trata somente de uma disputa figurativa semelhante àqueles que discutiam pelo caminho para saber quem era o maior. É bem mais que isso! É o desvelar teológico de uma esperança há muito sucumbida no coração de Israel, e que pode sucumbir também no nosso. 

Assim, poderíamos enumerar que a lei, os profetas, o culto, os sacrifícios, fizeram parte da esperança do Povo de Deus, mas Jesus não pertence a nenhum deles. Jesus é aquele que de quem os profetas falaram, é o sacrifício perfeito para a nossa salvação e é a Lei vivente. 

Ele tem autoridade sobre tudo e todos. Se Ele diz que a lei não vale mais, então ela não vale. Se Ele diz que a riqueza não é mais sinal das graças de Deus, então elas não é. Se Ele diz que não é pela força, violência e esperteza que se entra no Reino, então é assim mesmo. 

O jovem desiludido não estava disposto e não podia compreender a seriedade do discipulado, por isso deu meia volta e foi embora. 

Com Jesus não podemos mais olhar para o futuro. Ele é o futuro! Nele a história se firmou e se consumou. É isso que muitos teimam em contestar. Ao olhar novamente para lei ou para os sacrifícios humanos como busca de uma graça que Cristo já nos conquistou, comete-se um reducionismo no cerne da própria fé, como já alertou São Paulo: Depois de terem sido libertados pela Graça, desejais novamente voltar a escravidão? 

Para concluir, e encontrar uma saída plausível para ser e fazer discípulo neste tempo, vale o raciocínio de Dostoievsky, em seu livro os Demônios, quando afirma: “Se alguém me provasse que Cristo está fora da verdade, e se realmente ficasse estabelecido que a verdade está fora de Cristo, eu preferiria Cristo à verdade”. Assim somos nós, pois ou Cristo é a verdade ou a verdade não existe. 

Fonte: CNBB

Peregrinos da fé e da esperança!

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na realidade deste mundo, somos povo de Deus a caminho, vivendo a peregrinação da vida com a esperança de um dia podermos participar do banquete da vida eterna, na glória do Pai. 

No mês de outubro, Mês Missionário e do Rosário, o nosso querido povo de Deus, participa intensamente das novenas, das procissões e romarias, promovidas pelas Paróquias, nas comunidades, ou pelos Santuários, principalmente os Santuários Marianos, onde Maria, a mãe de Jesus, é carinhosamente invocada sob vários títulos, entre eles o de Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.  

Os peregrinos que se colocam a caminho para visitar um lugar sagrado simbolizam aqueles que estão em busca da pátria celeste. Com o coração aflito pelos acontecimentos da vida, vão até os Santuários em busca da proteção materna de Maria. E lá chegando, com os pedidos guardados no coração, erguem as mãos para expressar gratidão pelas graças alcançadas. Mas também, no silêncio, movidos pela fé, entreabrem os lábios para fazer uma prece e um pedido, que somente os ouvidos e a sensibilidade, cheia de ternura e de amor de um Pai, e um coração de Mãe, podem entender. Maria é a mãe que acolhe sem distinção o que cada filho ou filha carrega no seu coração, muitas vezes ferido, cheio de dor e de lágrimas, pela falta de amor e de esperança. Esperança de ter saúde e paz na vida e na família; esperança de ter a vida respeitada na sua dignidade e integridade. 

Nesse peregrinar para a casa do Pai, muitos peregrinos buscam fortalecer o espírito de fé, na casa de Maria. Ali, no meio de muitos, eles não passam despercebidos pelo olhar do amor maternal de Maria. Há o peregrino com os pés feridos, pelo longo caminho percorrido, o peregrino que chega até o santuário, ajudado pela caridade e solidariedade dos irmãos, e o peregrino que vem pela primeira vez, movido mais pela curiosidade do que pela vontade interior de fazer um encontro com o Senhor Jesus, o filho de Deus. Há o peregrino de muitas romarias, que leva nos pés os calos e no coração a leveza da alma, de quem encontrou a paz do Senhor, no olhar de ternura de Maria, mãe de Jesus, da Igreja e nossa.  

A Sagrada Escritura nos diz que em família peregrinaram também Jesus, Maria e José, a sagrada família de Nazaré. Peregrinar é sair do nosso lugar, do nosso comodismo, de nós mesmos, para ir ao encontro do Senhor. Peregrinar é caminhar na fé, junto com Maria, seguindo Jesus, caminho, verdade e vida que nos conduz ao Pai. 

Fonte: CNBB

São Francisco de Assis não hesitou diante da Voz de Deus

Antes de ouvir o “Vai e reconstrói a minha Igreja”, Francisco viveu uma forte experiência com Deus que mudou sua vida por completo.

Sexta-feira é um ótimo dia para partir em missão. Talvez, São Francisco de Assis, que celebramos neste dia 4 de outubro, tenha encontrado aquela igrejinha, que o Senhor pediu para que ele reconstruísse, em uma sexta. Bom, não sabemos ao certo. O que sabemos é que o Irmão de Assis não hesitou diante da Voz de Deus. Ele correu para correspondê-la.

Mas, antes de ouvir o “Vai e reconstrói a minha Igreja”, Francisco viveu uma forte experiência com Deus que mudou sua vida por completo. Ele era daqueles jovens populares que tinha muitos amigos e aproveitava as noitadas nas tabernas. Inclusive, se Francisco fosse do nosso tempo, com certeza, teria um feed no Instagram recheado de fotos de lugares, de amigos e até mesmo de namoradas… Enfim, Francisco era também revolucionário, lutava pela liberdade e tinha um imenso desejo de guerrear.

Contudo, depois de experimentar o amor de Deus de forma especial, o Irmão de Assis apaixonou-se pela pobreza, despojando-se de todos os seus bens. Francisco ofertou a sua vida por amor aos mais necessitados. Neles, Francisco via Jesus. Sua família não concordou com tal postura. Mas, firme em seu propósito, Francisco assumiu as consequências de suas escolhas até o fim. Por isso, o testemunho do Pobre de Assis alcança pessoas no mundo inteiro até hoje.

São Francisco e suas lições

Há várias lições que podemos tirar da vida de Francisco. Entre elas, estão a oração íntima com o Senhor, o louvor sincero e também a reta obediência à Santa Igreja. Diante do Crucifixo, o Irmão de Assis gastava tempo contemplando a Paixão de Jesus. O desejo de partir para a guerra passou a ser um ardente anseio de amar o Amor com toda a sua vida. Para isso, ele utilizava o louvor. Louvava a Deus por tudo, pela irmã terra, pelo irmão sol, pela irmã lua, por todas as criaturas… Francisco também escolheu obedecer inteiramente suas autoridades eclesiais.

“O homem vale o que é diante de Deus, e nada mais.”

O desapego aos bens materiais é mais uma das lições de Francisco. A partilha de vida, de bens e de dons foram vivenciadas pelo Irmão desde a sua experiência com Deus. Entretanto, vale destacar que na Vocação há uma forma própria para se vivê-la. Contudo, Francisco ensinou que a posse pesa e impede que os filhos de Deus alcem altos voos.

Fonte: Comunidade Shalom

Hoje é celebrada santa Teresinha do Menino Jesus, doutora da Igreja

“Quero passar meu céu fazendo o bem na terra”, dizia Santa Teresa de Lisieux, conhecida como santa Teresinha do Menino Jesus, cuja festa é celebrada hoje (1º). A santa carmelita, mesmo com sua vida contemplativa, tornou-se a padroeira das missões e doutora da Igreja.

Santa Teresa viveu somente 24 anos. Mas, deixou um grande legado de amor para a Igreja, o qual se tornou muito conhecido com o passar do tempo.

Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em Alençon (França), em 2 de janeiro de 1873, filha do casal Louis Martin e Zélia Guérin, que foram canonizados em 2015 pelo papa Francisco.

Uma família modesta e temente a Deus, que teve como frutos oito filhos antes da caçula Teresa. Quatro deles, porém, morreram ainda novos, restando em vida Maria, Paulina, Leônia e Celina.

Teresinha entrou para o mosteiro das carmelitas em Lisieux aos 15 anos de idade, com a autorização do papa Leão XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.

Entregou-se com inteira decisão e consciência à tarefa de ser santa. Sem perder o ânimo, diante da aparente impossibilidade de alcançar os pontos mais elevados da renúncia de si mesma, costumava repetir: “Deus não inspira desejos impossíveis. Não tenho que me fazer mais do que sou, mas sim me aceitar tal como sou, com todas minhas imperfeições”.

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, livre como um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus e tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou a pequena via da infância espiritual.

Teresinha tinha um profundo desejo em seu coração de ter sido missionária “desde a criação do mundo até a consumação dos séculos”. Queria ser tudo, até que descobriu sua vocação: “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor”.

Santa Teresa morreu de tuberculose, em 30 de setembro de 1897, dizendo suas últimas palavras: “Oh!… amo-O. Deus meu,… amo-Vos!”.

Um ano depois de sua morte, a partir de seus escritos, foi publicado o livro “História de uma alma”, que conquistou o mundo porque deu a conhecer o muito que esta religiosa tinha amado Jesus.

Foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925, pelo papa Pio XI, que a declarou “Patrona Universal das Missões Católicas”, em 1927.

Em 19 de outubro de 1997, são João Paulo II a proclamou doutora da Igreja. Na ocasião, disse: “Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face é a mais jovem dos ‘Doutores da Igreja’, mas seu ardente itinerário espiritual manifesta tal maturidade, e as intuições de fé expressas em seus escritos são tão vastas e profundas, que lhe merecem um lugar entre os grandes professores do espírito”.

“O desejo que Teresa expressou de ‘passar seu céu fazendo o bem na terra’ segue cumprindo-se de modo admirável. Obrigado, Pai, porque hoje nos faz próxima de uma maneira nova, para louvor e glória de seu nome pelos séculos!”, concluiu são João Paulo II.

Fonte: ACI Digital

A Palavra de Deus na vida do cristão

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste último domingo do mês de setembro, a Igreja Católica no Brasil celebra o Dia Nacional da Bíblia. Creio que é importante lembrar aos irmãos e irmãs, na camihada de fé, a importância da Palavra de Deus no processo de evangelização, na missão da Igreja e na nossa vida. Através da sua palavra, Deus criou e governa o mundo, e, ao mesmo tempo, escolheu e educou um povo. Jesus é a própria palavra de Deus – o “Verbo” –, mandada ao mundo para revelar a vontade do Pai e doar aos homens a adoção de filhos. 

É bonito poder celebrar a presença e a força da Palavra de Deus, que orienta a nossa vida de fé e a vida da comunidade, que sabe colocar-se à escuta do Senhor, através da sua Palavra. Mas ouvir por ouvir a Palavra de Deus, muda pouca coisa na nossa vida de cristãos. Precisamos da coragem de perguntar: O que ela diz para a minha vida? O que o Senhor Jesus quer de mim? Abrir o coração para colocar-se na escuta de Deus é um grande passo e uma grande oportunidade que ele nos oferece, para começarmos a percorrer um caminho de discípulos, que querem estar próximo do Senhor, através da sua Palavra, encarnada e testemunhada na nossa vida de fé, comprometida com os valores do Reino anunciado por Jesus. Através da Palavra, Deus fala ao nosso coração de filhos e filhas. Através da oração na Palavra, podemos percorrer o caminho do encontro pessoal com Jesus Cristo. Ele quer tocar o nosso coração e nos falar do amor e da misericórdia do Pai. 

A Palavra de Deus também age no mundo através do anúncio, para a salvação de quem a acolhe com fé, a ela se confia e a pratica. Por isso, são bem-aventurados aqueles que a escutam, a guardam no coração e por ela conduzem a vida de fé, na comunhão com o Senhor e com os irmãos, na vida da comunidade. 

Na exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, o Papa Francisco recorda que “toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte de evangelização. Por isso, é preciso formar-se continuamente na escuta da Palavra… A Palavra de Deus ouvida e celebrada, sobretudo na Eucaristia, alimenta e reforça interiormente os cristãos e os torna capazes de um autêntico testemunho evangélico na vida diária… A Palavra proclamada, viva e eficaz, prepara a recepção do Sacramento e, no Sacramento, essa Palavra alcança a sua máxima eficácia” (EG 174). 

No caminho da história, foi Deus quem sempre deu o primeiro passo, com a sua Palavra e a sua obra para julgar e salvar, para revelar-se e conduzir a humanidade à liberdade e à vida plena e perfeita. Ele sempre esteve presente na história, para manifestar o seu amor e a sua verdade, e para inaugurar o seu Reino e a sua obra de salvação. Para escutar a sua palavra criou o homem, convidando-o também para colaborar no projeto divino de salvação, com a sua liberdade e com o seu compromisso de fé e vida. 

Fonte: CNBB

O Papa na Bélgica: paz e repúdio da guerra. O abuso na Igreja “é uma vergonha”

Francisco manifestou satisfação por visitar a Bélgica, e disse que quando “se pensa neste País, evoca-se ao mesmo tempo algo pequeno e grande, um país ocidental e simultaneamente central, como se fosse o coração pulsante de um organismo imenso”. O Pontífice falou sobre os “dramáticos acontecimentos do abuso de menores, um flagelo que a Igreja está enfrentando com decisão e firmeza”.


O Papa Francisco encontrou-se com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo diplomático, nesta sexta-feira (27/09), no Castelo Real de Laeken, na Bélgica, segunda etapa de sua 46ª Viagem Apostólica Internacional.

Francisco manifestou satisfação por visitar a Bélgica, e disse que quando “se pensa neste País, evoca-se ao mesmo tempo algo pequeno e grande, um país ocidental e simultaneamente central, como se fosse o coração pulsante de um organismo imenso”.

“A Bélgica não é um Estado muito extenso, mas a sua história peculiar fez com que, imediatamente depois da Segunda Guerra Mundial, os povos europeus, cansados e exaustos, iniciando um sério caminho de pacificação, colaboração e integração, olhassem para ela como a sede natural das principais instituições europeias. Por se situar nos limites entre o mundo germânico e o mundo latino, fazendo fronteira com a França e a Alemanha, que mais encarnaram as antíteses nacionalistas da origem do conflito, surgiu como lugar ideal, quase uma síntese da Europa, de onde partir para a sua reconstrução, física, moral e espiritual”, frisou o Papa.

A Bélgica é uma ponte

Poderia-se dizer que a Bélgica é uma ponte: entre o continente e as ilhas britânicas, entre as regiões germânicas e francófonas, entre o sul e o norte da Europa. Uma ponte para permitir a expansão da concórdia, fazendo retroceder os conflitos. Uma ponte onde cada um, com a sua língua, a sua mentalidade e as suas convicções, se encontra com o outro e escolhe a palavra, o diálogo e a partilha como meios de relação. Uma ponte, portanto, indispensável à construção da paz e ao repúdio da guerra.

Segundo o Papa, a Europa precisa da Bélgica “para se lembrar da sua história, feita de povos e culturas, de catedrais e universidades, de conquistas do engenho humano, mas também de muitas guerras e de uma vontade de domínio que, por vezes, se converteu em colonialismo e exploração. A Europa precisa da Bélgica para prosseguir na via da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”.

“Na verdade, a concórdia e a paz não são uma conquista alcançada de uma vez por todas, mas antes uma tarefa e uma missão incessante a cultivar, a cuidar com tenacidade e paciência.”

Porque quando os seres humanos deixam de recordar o passado e ser educados por ele, esquecendo o sofrimento e os custos assustadores pagos pelas gerações anteriores, ficam com a desconcertante capacidade de voltar a cair mesmo depois de se terem finalmente reerguido.

“A história, magistra vitae tantas vezes não escutada, da Bélgica convoca a Europa a retomar o seu caminho, a redescobrir o seu verdadeiro rosto, a investir de novo no futuro, abrindo-se à vida, à esperança, para vencer o inverno demográfico e o inferno da guerra”, disse ainda Francisco.

O abuso na Igreja é uma vergonha

A seguir, o Papa disse que “a Igreja Católica quer ser uma presença que, testemunhando a sua fé em Cristo Ressuscitado, oferece aos indivíduos, às famílias, às sociedades e às Nações uma esperança antiga e sempre nova”. A Igreja “anuncia uma Notícia que pode encher os corações de alegria e, com obras de caridade e inúmeros testemunhos de amor ao próximo, procura oferecer sinais concretos e provas do amor que a move. Entretanto, vive na realidade das culturas e das mentalidades de um determinado tempo, ajudando a plasmá-las ou, por vezes e de algum modo, ressentindo-se delas; porém, nem sempre compreende e vive a mensagem evangélica na sua pureza e plenitude”, acrescentando:

De acordo com Francisco, “a Igreja vive nesta perene coexistência de luz e sombra, muitas vezes com frutos de grande generosidade e esplêndida dedicação, e outras vezes, infelizmente, com o aparecimento de dolorosos contra-testemunhos. Estou a pensar nos dramáticos acontecimentos do abuso de menores, um flagelo que a Igreja está enfrentando com decisão e firmeza, escutando e acompanhando as pessoas feridas e implementando em todo o mundo um programa capilar de prevenção“.

“Irmãos e irmãs, esta é uma vergonha! Uma vergonha que hoje todos nós devemos enfrentar, pedir perdão e resolver o problema: a vergonha do abuso, do abuso de menores. Pensamos na época dos santos inocentes e dizemos: ‘Oh! Que tragédia, o que fez o rei Herodes’, mas hoje na Igreja existe este crime e a Igreja deve se envergonhar e pedir perdão, e tentar resolver essa situação com humildade cristã, fazendo todos os esforços para que isso não aconteça mais.”

O Pontífice sublinhou a esse propósito, que alguém lhe diz que, “segundo as estatísticas, a grande maioria dos abusos ocorre na família ou no bairro ou no mundo do esporte, na escola”.  “Apenas um abuso é suficiente para se envergonhar. Na Igreja, devemos pedir perdão por isso e que os outros peçam perdão por sua parte. Essa é a nossa vergonha e nossa humilhação“, observou Francisco.

As “adoçoes forçadas” na Bélgica

Ainda sobre os abusos, o Papa recordou o problema das “adoções forçadas” que ocorreram “na Bélgica nos anos 50 e 70 do século passado”. “Nessas histórias espinhosas, o fruto amargo de um delito e de um crime misturava-se com o que, infelizmente, era o resultado de uma mentalidade prevalecente em todos os estratos da sociedade, de tal modo que aqueles que agiam de acordo com ela, em consciência, acreditavam fazer o bem, tanto à criança como à mãe”, disse ainda Francisco.

“Muitas vezes, a família e os outros agentes sociais, incluindo a Igreja, consideravam que, para eliminar o estigma negativo que, infelizmente, recaía sobre a mãe solteira naquela época, era preferível, para o bem de ambos, mãe e filho, que este último fosse adotado. Houve até casos em que não foi dada a possibilidade a algumas mulheres de escolher entre ficar com a criança ou dá-la para adoção.”

“Como sucessor do Apóstolo Pedro, peço ao Senhor que a Igreja encontre sempre dentro de si a força para esclarecer e não se conformar com a cultura dominante, mesmo quando esta – manipulando-os – usa valores derivados do Evangelho, para deles tirar conclusões indevidas, com consequências pesadas de sofrimento e exclusão”, sublinhou Francisco.

O Papa disse ainda que reza “para que os dirigentes das Nações, ao olharem para a Bélgica e para a sua história, saibam aprender com ela e poupem assim os seus povos de desgraças e lutos sem fim”. “Rezo para que os governantes saibam assumir a responsabilidade, o risco e a honra da paz e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra. Rezo para que temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam os seus olhos e corações, colocando sempre em primeiro lugar o bem comum”, conclui o Papa.

Fonte: Vatican News

6 devotos famosos de Santa Teresinha

Uma das santas mais amadas do mundo, Teresa de Lisieux atraiu amigos espirituais até mesmo entre santos. Conheça alguns.

Santa Teresinha atraiu muitos devotos ao longo da história. “É uma das santas mais amadas em todo o mundo até mesmo por não-cristãos e não-crentes”, como escreveu o Papa Francisco na Exortação Apostólica C’est la confiance. Veja a seguir alguns santos e personalidades que nutriram uma amizade espiritual com a santa das rosas.

Papa Francisco

A primeira personalidade da nossa lista é o próprio Papa Francisco. O Pontífice já reconheceu algumas vezes sua devoção a santinha. “Quando tenho um problema, peço à santa que não o resolva, mas que tome nas mãos dela e me ajude a aceitá-lo.”

Papa João Paulo II

São João Paulo II também nutriu uma devoção particular a Santa Teresinha. Foi ele inclusive que a declarou Doutora da Igreja, única santa a ter esse reconhecimento nos seus 26 anos de pontificado. “Teresa é Mestra para o nosso tempo, sedento de palavras vivas e essenciais, de testemunhos heroicos e críveis”.

João Paulo I

O Papa do sorriso conta que conheceu Santa Teresinha ainda na sua juventude. “Querida pequena Teresa, eu tinha dezessete anos quando li sua autobiografia. Isso me impressionou à força … Depois de escolher o caminho da completa dedicação a Deus, nada poderia impedi-lo: nem doenças, nem oposição de fora., nem a névoa ou a escuridão interior”.

Madre Teresa de Calcutá

Batizada como Agnes, Madre Teresa conta que escolheu o nome religioso por sua devoção a santinha das rosas. “Escolhi Teresa como meu homônimo, porque ela fazia coisas comuns com um amor extraordinário”. Muitas vezes mencionava seu amor pela “Pequena Flor” em suas reflexões sobre o amor e a caridade.

Charles de Foucauld

Santa Teresinha também inspirou o monge missionário, que cultivou uma vida cheia de simplicidade e entrega a Deus como fez a santinha.

Maximiliano Kolbe

Como recém sacerdote, São Maximiliano ofereceu sua primeira Missa com a intenção de beatificação e canonização da então irmã Teresa. Ele também dedicou suas missões asiáticas a querida santinha.

 

Fonte: Comunidade Shalom

O Espírito Santo é o nosso aliado na luta contra o espírito do mal

O papa Francisco se encontrou ontem (25) com jovens que participam do encontro anual da Economia de Francisco no qual o movimento pela mudança econômica, inspirado pelo papa, lançou uma fundação permanente.

“Não são os grandes e os poderosos que mudam o mundo para melhor: é o amor que é o primeiro e maior fator de mudança”, disse ontem (25) o papa aos membros fundadores da fundação e outras pessoas de mais de 30 países reunidas no Vaticano.

Segundo um anúncio na rede social Instagram, a nova fundação, instituída formalmente na segunda-feira (23), vai trabalhar em três áreas: pesquisa e estudo; negócios e inovação; e educação e cultura.

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Imediatamente após o seu batismo no Jordão, Jesus “foi conduzido pelo Espírito para o deserto, a fim de ser tentado pelo diabo” (Mt 4, 1) – assim reza o Evangelho de Mateus. A iniciativa não é de satanás, mas de Deus. Indo para o deserto, Jesus obedece a uma inspiração do Espírito Santo, não cai numa armadilha do inimigo, não! Uma vez superada a provação, Ele – está escrito – voltou para a Galileia “com o poder do Espírito Santo” (Lc 4, 14).

No deserto, Jesus livrou-se de satanás e agora pode libertar de satanás. É isto que os Evangelistas realçam com as numerosas histórias de libertação de endemoninhados. Jesus diz aos seus opositores: “Se é em virtude do Espírito de Deus que expulso demônios, então o Reino de Deus chegou entre vós” (Mt 12, 27).

Hoje assistimos a um estranho fenômeno relativo ao diabo. A um certo nível cultural, considera-se que ele simplesmente não existe. Seria um símbolo do inconsciente coletivo, ou da alienação, em síntese, uma metáfora. Mas “a maior astúcia do demônio é levar a crer que ele não existe”, como alguém escreveu (Charles Baudelaire). É astuto: faz-nos crer que não existe e assim domina tudo. É ardiloso! E, no entanto, o nosso mundo tecnológico e secularizado está repleto de magos, ocultismo, espiritismo, astrólogos, vendedores de feitiços e amuletos e, infelizmente, de verdadeiras seitas satânicas. Expulso pela porta, o diabo voltou a entrar, dir-se-ia, pela janela. Expulso pela fé, volta a entrar com a superstição. E se fores supersticioso, inconscientemente dialogas com o diabo. Com o diabo não se conversa!

A provação mais forte da existência de satanás não está nos pecadores, nem nos endemoninhados, mas nos santos! “E porquê, Padre?”. Sim, é verdade que o diabo está presente e age mediante certas formas extremas e “desumanas” de maldade e perversidade que vemos à nossa volta. Mas por este caminho, nos casos individuais, é praticamente impossível chegar à certeza de que se trata precisamente dele, dado que não podemos saber exatamente onde termina a sua ação e onde começa a nossa própria maldade. Por isso, a Igreja é muito prudente e rigorosa no exercício do exorcismo, ao contrário do que se verifica, infelizmente, em certos filmes!

É na vida dos santos, precisamente ali, que o diabo é obrigado a manifestar-se, a pôr-se “contra a luz”. Uns mais, outros menos, todos os santos, todos os grandes crentes, dão testemunho da sua luta contra esta realidade obscura, e não se pode honestamente supor que todos eram iludidos ou simples vítimas dos preconceitos do seu tempo.

A batalha contra o espírito maligno vence-se como Jesus a venceu no deserto: com a força da palavra de Deus. Vede que Jesus não conversa com o diabo, nunca dialoga com o demônio. Ou o expulsa, ou o condena, mas nunca dialoga. E, no deserto, não responde com a sua palavra, mas com a palavra de Deus. Irmãos e irmãs, nunca dialogueis com o diabo! Quando ele vem com tentações: “mas isto seria bom, aquilo seria bom”, detém-te! Eleva o teu coração ao Senhor, reza a Nossa Senhora e expulsa-o, como Jesus nos ensinou a expulsá-lo. São Pedro sugere também outro meio, de que Jesus não necessitava, mas nós sim, a vigilância: “Sede sóbrios, vigiai. O vosso inimigo, o diabo, anda às voltas como leão que ruge, procurando a quem devorar” (1 Pd 5, 8). E São Paulo diz-nos: “Não deis ocasião ao diabo” (Ef 4, 27).

Depois que Cristo, na cruz, derrotou para sempre o poder do “príncipe deste mundo” ( Jo 12, 31), o diabo – dizia um Padre da Igreja – “está preso, como um cão acorrentado; não pode morder ninguém, a não ser aqueles que, desafiando o perigo, se aproximam dele… Pode ladrar, pode insistir, mas não pode morder, exceto quem o quiser”. [1] Se fores tolo e disseres ao diabo: “Ah, como estás?”, ele arruinar-te-á. O diabo? À distância! Com o diabo não se dialoga. Devemos afugentá-lo. Distância. E todos nós, todos, temos a experiência de como o diabo se aproxima com alguma tentação, sobre os dez mandamentos. Quando sentirmos isto, paremos, distância! Não nos aproximemos do cão acorrentado!

A tecnologia moderna, por exemplo, além de muitos recursos positivos que devem ser apreciados, oferece também inúmeros meios para “dar ocasião ao diabo”, e muitos caem nela. Pensemos na pornografia na internet, por detrás da qual existe um mercado deveras florescente, todos o sabemos. É o diabo que trabalha ali. Trata-se de um fenômeno muito difundido, que, no entanto, os cristãos devem ter em conta e rejeitar vigorosamente. Pois qualquer telemóvel tem acesso a esta brutalidade, a esta linguagem do diabo: a pornografia na internet.

A consciência da ação do diabo na história não deve desencorajar-nos. O pensamento final deve ser, até neste caso, de confiança e segurança: “Estou com o Senhor, vai-te embora!”. Cristo venceu o demônio e concedeu-nos o Espírito Santo para fazer nossa a sua vitória. A própria ação do inimigo pode tornar-se vantajosa para nós se, com a ajuda de Deus, a pusermos ao serviço da nossa purificação. Peçamos, pois, ao Espírito Santo, com as palavras do hino Veni Creator:

“Afasta de nós o inimigo
e concede-nos depressa a paz.
Contigo que nos guias
evitaremos todo o mal!”.

Prestai atenção, pois o diabo é astuto. Mas nós, cristãos, com a graça de Deus, somos mais espertos do que ele. Obrigado!

Fonte: Opus Dei

A abertura das Portas Santas no Jubileu

Dada a aproximação do início do Jubileu de 2025, levantou-se recentemente a questão de poder prever a configuração e abertura da Porta Santa nas Igrejas Catedrais, nos Santuários Internacionais e Nacionais, bem como noutros locais de culto particularmente significativos.

A este respeito, mesmo na mais sensível consideração das motivações de caráter pastoral e devocional que podem ter sugerido tal louvável aspiração, considera-se, no entanto, necessário recordar as precisas indicações estabelecidas pelo Santo Padre na Bula Spes non confundit, de Proclamação do Jubileu 2025, que indica como Porta Santa a da Basílica de São Pedro e das outras três Basílicas Papais, nomeadamente São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo fora-dos-muros (ver n° 6), exceção feita ao desejo expresso pelo Santo Padre de querer pessoalmente abrir uma Porta Santa em uma prisão “para oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade” (ver n° 10).

É também sabido que um sinal peculiar e identificador do Ano Jubilar, tal como foi passado desde o primeiro Jubileu do ano de 1300, é a indulgência que «pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece limites» (cf. n. 23), por meio do Sacramento da Penitência e dos sinais de caridade e de esperança (ver números 7-15).

Portanto, para viver em plenitude este momento de graça, exorta-se a fazer referência aos particulares lugares particulares e às diversas modalidades indicadas pelo Decreto da Penitenciária Apostólica de 13 de maio de 2024.

O que diz o n.6 da Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do Ano 2025

 

O Ano Santo de 2025 está em continuidade com os anteriores eventos de graça. No último Jubileu ordinário, atravessou-se o limiar dos dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo. Em seguida, no dia 13 de março de 2015, proclamei um Jubileu extraordinário com o objetivo de manifestar e permitir encontrar o «Rosto da misericórdia» de Deus, anúncio central do Evangelho para toda a pessoa e em cada época. Agora chegou o momento dum novo Jubileu, em que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus, que desperta no coração a esperança segura da salvação em Cristo. Ao mesmo tempo, este Ano Santo orientará o caminho rumo a outra data fundamental para todos os cristãos: de facto, em 2033, celebrar-se-ão os dois mil anos da Redenção, realizada por meio da paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Abre-se, assim, diante de nós um percurso marcado por grandes etapas, nas quais a graça de Deus precede e acompanha o povo que caminha zeloso na fé, diligente na caridade e perseverante na esperança (cf. 1 Ts 1, 3).

Sustentado por tão longa tradição e certo de que este Ano Jubilar poderá ser, para toda a Igreja, uma intensa experiência de graça e de esperança, estabeleço que a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, seja aberta a 24 de dezembro do corrente ano de 2024, iniciando-se assim o Jubileu Ordinário. No domingo seguinte, 29 de dezembro de 2024, abrirei a Porta Santa da minha catedral de São João de Latrão, que celebrará, no dia 9 de novembro deste ano, 1700 anos da sua dedicação. Posteriormente, no dia 1 de janeiro de 2025, Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, será aberta a Porta Santa da Basílica Papal de Santa Maria Maior. Por fim, no domingo 5 de janeiro de 2025, será aberta a Porta Santa da Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros. Estas últimas três Portas Santas serão fechadas no domingo 28 de dezembro do mesmo ano.

Estabeleço ainda que, no domingo 29 de dezembro de 2024, em todas as catedrais e concatedrais, os Bispos diocesanos celebrem a Santa Missa como abertura solene do Ano Jubilar, segundo o Ritual que será preparado para a ocasião. Quanto à celebração na igreja concatedral, o Bispo poderá ser substituído por um Delegado, propositadamente designado. A peregrinação, desde a igreja escolhida para a concentração até à catedral, seja o sinal do caminho de esperança que, iluminado pela Palavra de Deus, une os crentes. Durante o percurso, leiam-se algumas passagens deste Documento e anuncie-se ao povo a Indulgência Jubilar, que poderá ser obtida segundo as prescrições contidas no mesmo Ritual para a celebração do Jubileu nas Igrejas particulares. Durante o Ano Santo, que terminará nas Igrejas particulares no domingo 28 de dezembro de 2025, zele-se para que o Povo de Deus possa acolher, com plena participação, tanto o anúncio de esperança da graça de Deus, como os sinais que atestam a sua eficácia.

O Jubileu Ordinário terminará com o encerramento da Porta Santa da Basílica Papal de São Pedro, no Vaticano, na solenidade da Epifania do Senhor, dia 6 de janeiro de 2026. Que a luz da esperança cristã chegue a cada pessoa, como mensagem do amor de Deus dirigida a todos. E que a Igreja seja testemunha fiel deste anúncio em todas as partes do mundo.

Fonte: Vatican News

Confira a programação do Jubileu 2025

São 26 grandes eventos que serão promovidos a partir de janeiro do próximo ano.

A Santa Sé divulgou parte da programação dos 26 grandes eventos jubilares. No site do Jubileu 2025 é possível conferir as principais atividades relativas a cada evento e fazer a inscrição para participar delas. Ainda será disponibilizado um manual para download com indicações para os peregrinos.

De acordo com o Vatican News, o site do jubileu vai detalhar as atividades relativas a cada evento nos próximos meses.

Confira a programação do Jubileu 2025

Janeiro

24 a 26 – Jubileu do Mundo das Comunicações

Fevereiro

8 a 9 – Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança

15 a 18 – Jubileu dos Artistas

2 a 23 – Jubileu dos Diáconos

Março

8 a 9 – Jubileu do Mundo do Voluntariado

28 – 24 horas para o Senhor

28 a 30 – Jubileu dos Missionários da Misericórdia

Abril

5 a 6 – Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde

25 a 27 – Jubileu dos Adolescentes

28 a 29 – Jubileu das Pessoas com Deficiência

Maio

1 a 4 – Jubileu dos Trabalhadores

4 a 5 – Jubileu dos Empresários

10 a 11 – Jubileu das Bandas Musicais

12 a 14 – Jubileu das Igrejas Orientais

16 a 18 – Jubileu das Irmandades

30 a 1 de junho – Jubileu das Famílias, Crianças, Avós e Idosos

Junho

7 a 8 – Jubileu dos Movimentos, Associações e Novas Comunidades

9 – Jubileu Santa Sé

14 a 15 – Jubileu do Desporto

20 a 22 – Jubileu dos Governantes

23 a 24 – Jubileu dos Seminaristas

25 – Jubileu dos Bispos

25 a 27 – Jubileu dos Sacerdotes

Julho

28 a 3 de agosto – Jubileu dos Jovens

Setembro

15 – Jubileu da Consolação

20 – Jubileu dos Operadores de Justiça

26 a 28 – Jubileu dos Catequistas

Outubro

4 a 5 – Jubileu do Mundo Missionário

4 a 5 – Jubileu dos Migrantes

8 a 9 – Jubileu da Vida Consagrada

11 a 12 – Jubileu da Espiritualidade Mariana

31 a 2 de novembro – Jubileu do Mundo Educativo

Novembro

18 – Jubileu dos Pobre

22 a 23 – Jubileu dos Coros

Dezembro

14 – Jubileu dos Reclusos

Fonte: Comunidade Shalom

Humildade e serviço: valores centrais da vida cristã!

Neste 25º Domingo do Tempo Comum, as leituras nos convidam a uma profunda reflexão sobre a humildade e o serviço, valores centrais da vida cristã e que nos conectam ao coração da missão de Jesus. 

Na primeira leitura, do Livro da Sabedoria (Sb 2,12.17-20), vemos a oposição entre os justos e os ímpios. O texto nos revela a inveja dos ímpios em relação ao justo que confia em Deus. Este tema da perseguição não é algo distante; ele ecoa nas realidades de nossas vidas. Muitas vezes, ao decidirmos viver de acordo com a vontade de Deus, enfrentamos incompreensões, críticas e até mesmo hostilidade. O versículo “Vamos pôr à prova o justo” (Sb 2,12) ressoa como um alerta sobre como a sociedade pode rechaçar aqueles que escolhem o caminho da fé e da justiça. O justo, mesmo enfrentando sofrimentos e provações, mantém sua fidelidade, com a certeza de que Deus recompensa aqueles que O seguem.  

Seguindo para o Evangelho de Marcos (Mc 9,30-37), encontramos Jesus que, após anunciar a sua Paixão e Morte, começa a ensinar seus discípulos sobre a verdadeira natureza da grandeza. “Se alguém quer ser o primeiro, que seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9,35). Aqui, Jesus nos oferece uma lição poderosa: a verdadeira liderança no Reino de Deus é caracterizada pelo serviço, não pela busca de poder ou status. Essa inversão de valores é radical e contrária ao que muitas vezes aprendemos no mundo. Jesus nos chama a uma nova forma de olhar para as relações humanas, onde a verdadeira grandeza é medida pela disposição de servir. 

Jesus utiliza a figura de uma criança para ilustrar seu ponto. Ele coloca uma criança no meio deles e diz: “Quem receber uma destas crianças em meu nome, é a Mim que recebe” (Mc 9,37). No contexto da sociedade da época, as crianças eram vistas como seres sem valor, marginalizados e vulneráveis. Ao identificar-se com elas, Jesus nos ensina que a verdadeira grandeza está em acolher os que são considerados os menores e os mais desprezados. Essa atitude deve ser um desafio constante em nossas comunidades. Como estamos tratando os que estão à margem, os necessitados, os vulneráveis? Nossa fé se manifesta nas ações de amor e cuidado com os que mais precisam. 

A carta de Tiago (Tg 3,16-4,3) complementa essa reflexão, destacando as consequências da sabedoria do mundo, que gera ciúmes e disputas. “Onde há inveja e ambição egoísta, aí há desordem e toda espécie de males” (Tg 3,16). Tiago nos adverte sobre o perigo de deixar que essas paixões dominem nossas vidas. Ele nos convida a buscar a “sabedoria de Deus”, que é caracterizada pela pureza, paz, compreensão e misericórdia (Tg 3,17). Aqui, ele nos propõe um caminho de transformação pessoal e comunitária. 

Neste contexto, é crucial perguntarmos: como estamos vivendo a nossa vocação cristã? Estamos servindo aos outros ou buscando nosso próprio benefício? O chamado de Jesus à humildade e ao serviço não é apenas um convite individual, mas um desafio para toda a comunidade. Como Igreja, devemos ser um lugar onde o amor e o serviço prevalecem, onde todos são acolhidos, especialmente os mais vulneráveis. 

Quando olhamos para a Cruz de Cristo, somos lembrados de que a verdadeira grandeza vem do sacrifício e do amor. Jesus não veio para ser servido, mas para servir (Mc 10,45). Este é o padrão que devemos seguir. Servir aos outros nos aproxima de Deus e nos ajuda a viver a essência do cristianismo. 

Neste domingo, somos convidados a refletir sobre a importância da humildade em nossas vidas. Ser humilde não é se menosprezar ou se diminuir, mas reconhecer que somos todos filhos e filhas de Deus, chamados a servir uns aos outros. A humildade nos permite abrir mão de nossos egos e buscar o bem-estar do próximo. 

Ao nos reunirmos na mesa do Senhor, vamos pedir a graça de viver com humildade e generosidade, transformando nossos corações e nossas comunidades. Que possamos nos inspirar no exemplo de Jesus, que se fez servo, e buscar sempre o bem dos outros. Ao acolhermos os mais humildes e servirmos com amor, nos tornamos verdadeiros discípulos de Cristo. 

Assim, ao celebrarmos a Santa Missa, bem como dela participamos piedosamente, que nossa vida seja uma ação de graças, um testemunho da alegria de servir, e que possamos levar essa mensagem de amor e humildade a todos ao nosso redor. 

Fonte: CNBB