A IV Cúpula dos países que compõem o bioma Amazônia é realizada no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), criada em 1995 e integrada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Ao saudar e abençoar os peregrinos de língua portuguesa na Audiência Geral, o Papa Francisco assegurou sua oração ao encontro que se realiza nestes dias em Belém, e que reúne presidentes dos países da região amazônica:
Queridos peregrinos de língua portuguesa, abraço-vos a todos e de coração vos abençoo a vós e às vossas famílias. Que Nossa Senhora vos acompanhe e sempre vos proteja. Aproveito esta ocasião para enviar uma saudação particular aos Presidentes dos países da região amazônica que, nestes dias, estão reunidos em Belém do Pará, no Brasil. Asseguro a minha oração pelo bom êxito do seu encontro, desejando que se renove o compromisso de todos em prol da criação e dum progresso sustentável.
A IV Cúpula dos presidentes que compõem o bioma Amazônia, que teve início na terça-feira, em Belém, é realizada no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), criada em 1995 e integrada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Os presidentes dos países que abrigam a floresta amazônica não se reuniam há 14 anos (não estão em Belém os presidentes do Equador, Suriname e Venezuela).
Os líderes dos oito países assinaram a Declaração da Cúpula da Amazônia no primeiro dia do encontro, com propostas para garantir a sobrevivência da maior floresta tropical do planeta e soluções conjuntas para os graves desafios do bioma, como desmatamento, garimpo ilegal e narcotráfico.
Paralelamente à cúpula oficial, cerca de 20 mil indígenas e outros grupos de diferentes países amazônicos movimentam 400 eventos paralelos. Em sessões de uma hora, eles apresentaram demandas a ministros principalmente do Brasil, mas também da Colômbia, Peru e outros países.
O encontro de dois dias em Belém também prepara a conferência global do clima (COP) em novembro em Dubai.
Conheça a vida de Santa Edith Stein: como foi para uma ateia descobrir a beleza do catolicismo a partir da leitura da autobiografia de uma santa?
Foi assim que Santa Edith Stein se voltou para a fé católica, mas antes mesmo de se converter, já era uma mulher que ansiava pela Verdade, buscando-a por meio do estudo da filosofia e possuindo uma alma íntegra, de conduta moral respeitável.
Neste artigo, você conhecerá a história de uma mulher de origem judia que abandonou as crenças de sua família porque acreditou ter encontrado a verdade na fé cristã, pela qual entregou a sua vida no campo de concentração, convertendo o seu povo e doando-se como vítima pelas almas através de seu martírio.
Quem foi Santa Edith Stein?
De família judia, Edith Theresa Hedwig Stein nasceu em 1891, na Polônia. Foi criada nos costumes e tradições da família, mas abandonou a prática da religião judaica logo no início de sua adolescência. Formou-se em filosofia e dizia não acreditar em Deus, declarando-se como ateia.
Edith passou anos de sua vida procurando pela verdade de modo sincero e dedicado, e de fato conseguiu encontrar o que desejava ao ser tocada pela história de Santa Teresa d’Ávila, por meio da qual converteu-se totalmente à fé católica.
Após a sua conversão, tornou-se uma irmã carmelita e entregou-se como vítima a Jesus, ansiando pela conversão dos pecadores e pela salvação das almas. Morreu em agosto de 1942 martirizada nas câmaras de gás de Auschwitz.
Deixou um grande legado não apenas como exemplo de uma católica fervorosa, mas também de uma importante filósofa.
A vida impressionante de Santa Edith Stein
Edith Stein foi a 11ª filha de um casal de religião judaica e nasceu na Baixa Silésia, em Breslávia, na Polônia, em 12 de outubro de 1891. O pai de Edith, Siegfried, faleceu por causa de uma insolação antes dela completar os seus 2 anos de idade e quatro de seus irmãos morreram ainda muito novos, o que era comum em sua época.
A mãe de Edith, Augusta Courant Stein, fez tudo que estava ao seu alcance para que a menina professasse da fé judaica, isso porque Edith nasceu no dia do perdão, conhecido como Yom Kippur, um dia extremamente simbólico e importante para os judeus, e Augusta via isso como um sinal de Deus. Mas mesmo com a insistência da mãe, Edith declarava-se ateia e frequentava a sinagoga apenas como forma de respeito às suas origens e de corresponder ao desejo de sua mãe querida.
Edith dizia não acreditar em Deus, porém, no fundo, um grande vazio em seu coração a encorajava e a impulsionava a buscar a verdade de modo muito sincero. Esse desejo de Edith pela verdade era fruto de seu caráter muito bem formado, de sua conduta repleta de virtudes e integridade. Ainda que fosse declaradamente ateia, Edith possuía uma formação humana e uma educação virtuosa que fazia com que o seu reencontro com Deus fosse apenas uma questão de tempo.
Foi por causa desse anseio por conhecimento e dessa busca autêntica pelo que é verdadeiro que Edith se formou em filosofia, após anos de estudos na Universidade de Breslau. Tornou-se doutora em filosofia e foi convidada por Edmund Husserl, filósofo fenomenólogo de sua época, para ser sua assistente.
Conversão
Santa Edith Stein vivenciou uma espécie de conversão intelectual, em face de sua abertura à verdade, e a forma como isso aconteceu foi extremamente simples, por meio da leitura do livro autobiográfico de Santa Teresa d’Ávila, o “Livro da Vida”. Edith ficou tão fascinada com a escrita da autora e com o conteúdo, que passou a noite toda lendo e, ao terminar, diz ter encontrado a Verdade — “Quando fechei o livro, disse para mim mesma: é esta a verdade”.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”[1] — Santa Edith Stein encontrou a verdade, cujos livros não podem conter, e a verdade que o seu coração tanto ansiava era Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Clausura
Santa Edith Stein recebeu o sacramento do batismo na Igreja Católica em 1922, e nos anos seguintes procurou conhecer ao máximo a fé cristã, mais do que isso, esforçou-se para ter uma vida espiritual frutuosa através de um apostolado ativo. A família de Edith cortou os laços com ela durante um período considerável, em face da insatisfação quanto à escolha de se tornar católica.
E enfim, em 1933, aos 42 anos, Edith Stein avisou sua mãe sobre a decisão de entrar para a Congregação das Carmelitas Descalças. E assim sucedeu-se: o seu nome passou a ser Teresa Benedita da Cruz em homenagem à Santa Teresa d’Ávila que foi responsável pela sua conversão de vida. Desta forma, Edith renunciou ao mundo, realizando votos de amor a Jesus através da castidade, pobreza e profunda obediência. Por muitos anos escreveu bilhetes à mãe, que não correspondeu a maioria.
O campo de concentração e o martírio
A perseguição aos judeus na Alemanha nazista apenas se intensificava e, em meio a esse cenário, os superiores de Santa Edith Stein enviaram-na, juntamente com a irmã Rose, ao Carmelo de Echt, que ficava na Holanda.
Quando os nazistas começaram a ocupar a Holanda, a perseguição aos judeus os acompanhou, e começaram a exterminá-los também neste país, o que levou muitos bispos a se revoltarem com a situação e se pronunciarem por meio de uma Carta Pastoral. Tal pronunciamento fez com que a perseguição se intensificasse ainda mais, passando a atingir também os judeus que professavam a fé católica.
E foi assim que nossa Edith Stein começou o seu martírio, ao ser aprisionada no campo de concentração de Auschwitz. Mesmo depois disso, Edith continuou firme com o seu apostolado, empenhando-se em converter o seu povo, os judeus, à fé católica. Em 9 de Agosto de 1942, Edith Stein, aos 52 anos, foi morta na câmara de gás, morreu martirizada em nome do seu povo que tanto sofreu e em nome de Cristo, por quem ofereceu a sua própria vida pela salvação das almas.
A vida e conversão de Santa Edith Stein, também chamada Santa Teresa Benedita da Cruz, é a prova viva de que a fé é o fruto da inteligência humana, é também o destino certo de quem busca incansavelmente encontrar a verdade, que sabemos que é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Santa Teresa Benedita da Cruz
No dia 11 de Outubro de 1998, o Papa São João Paulo II canonizou Edith Stein que passou a ser chamada pelo seu nome de vida religiosa — Santa Teresa Benedita da Cruz ou somente Santa Teresa da Cruz.
E, em 1 de Outubro de 1999, pelo mesmo Papa, Santa Teresa da Cruz foi proclamada como co-padroeira da Europa, ao lado de Santa Brígida da Suécia e de Santa Catarina de Sena, por seu serviço não somente à Santa Igreja de Cristo mas também a todo o povo europeu, através de sua contribuição filosófica.
Obra e pensamento
No ano de 1913, Edith Stein se aproxima da escola fenomenológica, e ao estudar com um filósofo chamado Edmund Husserl, diz ter encontrado na fenomenologia um método para desenvolver os seus estudos. O tema que escolheu para realizar a sua tese de doutorado foi a empatia, com o título de “O problema da empatia”, cuja nota foi máxima.
Santa Edith Stein escreveu ainda muitas obras ao longo de sua vida, desde escritos autobiográficos até mesmo escritos espirituais durante o período que esteve no carmelo. Sua contribuição filosófica foi grandiosa e extremamente frutuosa.
Você pode conferir mais sobre a relação entre fé e razão, tão cara a Santa Edith Stein, neste artigo.
A família não é atacada somente pelo que ela representa, mas também pelos bons frutos que ela produz.
Isso acontece porque Deus estabeleceu que a família fosse um centro de formação do indivíduo, tanto para a Igreja quanto para o mundo, pois ela é o berço da aquisição das virtudes e do serviço ao próximo.
É muito importante orarmos em família, pois a oração familiar pode amenizar muitas tensões e encher os corações com a paz de Deus, ajudando você e aos demais a se tornarem mais pacientes, bondosos, misericordiosos e humildes.
Rezemos com a seguinte oração à Sagrada Família:
“Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus.
Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.”
Temos um novo encontro: Seul – Coreia do Sul 2027! A Jornada Mundial da Juventude retorna à Ásia depois de mais de 30 anos. Em 1995, com o papa São João Paulo II, a JMJ aconteceu em Manila, reunindo mais de 4 milhões de jovens na capital das Filipinas, recorde de público em todas as edições.
Apesar de não ter um grupo religioso majoritário, a Correia do Sul possui um considerável aumento do número de cristãos, que representam aproximadamente 29% da população, sendo 11% dela católica. Em 1900, o número de cristãos não passava de 1% da população.
Será a terceira visita de um pontífice ao país. A primeira aconteceu em 1989, por São João Paulo II, por razão do Congresso Eucarístico Internacional; e a última, em 2014, quando o papa Francisco participou do Encontro com a Juventude Asiática.
Seul
A capital da Correia do Sul é caracterizada por ser uma megametrópole com quase 10 milhões de habitantes e com recursos de alta tecnologia, misturando história com modernidade.
Em Roma 2025
Antes do anúncio da próxima JMJ, o papa Francisco fez um convite aos jovens para participarem do Jubileu da Juventude, parte da programação do Ano Santo Ordinário, que será realizado em 2025 com o tema “Peregrinos da Esperança”.
O Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard e a Rede Celebra promovem, de 16 a 20 de outubro deste ano, a 35ª Semana de Liturgia. O evento formativo tem o apoio da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e está com inscrições abertas.
Nesta edição, a semana será ocasião de festa, segundo os organizadores, recordando o momento em que a CNBB disponibiliza para todos os fiéis a tradução da terceira edição típica do Missal Romano. Quanto ao aprofundamento, a formação terá como tema “Sacrosanctum Concilium 60 Anos: Sentido Teológico Espiritual na Perspectiva da Desiderio Desideravi”.
“Celebrar os 60 anos da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium implica em revisitar e, novamente acolher, o grande evento ecumênico da Igreja. Para tanto, esta 35ª Semana de Liturgia quer nos proporcionar um mergulho nesta Constituição, travando um fecundo diálogo com a Carta do Papa Francisco, Desiderio desideravi”, explica o bispo de Bonfim (BA) e presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, dom Hernaldo Pinto de Farias.
Sobre a carta apostólica Desiderio desideravi, do Papa Francisco, dom Hernaldo explica que é uma atualização da Constituição conciliar “que nos chama, novamente, a celebrar os Mistérios de Cristo na e a partir da liturgia da Igreja e não de ‘ideologias’ subjetivistas, tradicionalistas ou mesmo ‘progressistas’, para contentar um mercado religioso. Esse Mistério deve ser experimentado pelos ritos e pelas preces, fontes de espiritualidade da vida cristã”.
O bispo motiva a participação para que a terceira edição típica do Missal “que estamos para usar, seja fonte genuína da nossa experiência de fé”.
O assessor da Comissão para a Liturgia da CNBB, frei Luis Felipe Marques, ressalta a intuição originária e a dedicação permanente do Centro de Liturgia e dos seus membros que “sempre foi ajudar que as nossas comunidades pudessem beber da fonte da espiritualidade e crescerem na vida cristã. A familiaridade, a partilha das mais diversas realidades e os momentos orantes são características da Semana de Liturgia”, sublinhou.
Para informações sobre a programação, como se inscrever, clique aqui.
“Obrigado pelo seu ministério, que muitas vezes se realiza no meio de tanto esforço, incompreensão e pouco reconhecimento”, escreve o Papa Francisco aos sacerdotes da Diocese de Roma. “A mundanidade espiritual é perigosa porque é um modo de vida que reduz a espiritualidade à aparência. Como idoso, e de coração, digo a vocês que me preocupa quando recaímos nas formas do clericalismo”, adverte Francisco.
O Papa Francisco enviou uma carta aos sacerdotes da Diocese de Roma, nesta segunda-feira (07/08).
Na missiva, o Pontífice renova o seu agradecimento aos sacerdotes pelo seu testemunho, pelo seu serviço, pelo bem oculto que fazem, pelo perdão e consolo que dão em nome de Deus. “Obrigado pelo seu ministério, que muitas vezes se realiza no meio de tanto esforço, incompreensão e pouco reconhecimento”, escreve ainda o pontífice.
Segundo o Papa, o “ministério sacerdotal não se mede pelos sucessos pastorais”. No centro da vida sacerdotal está “o permanecer no Senhor para dar frutos” e não “o frenesi da atividade”. “A ternura que nos consola brota da sua misericórdia, da acolhida dos “magis” da sua graça, que nos permite ir adiante no trabalho apostólico, suportar os reveses e fracassos, alegrar-nos com simplicidade de coração, ser mansos e pacientes, e recomeçar sempre, estender as mãos aos outros”, ressalta.
“Os nossos necessários “momentos de recarga” não ocorrem apenas quando descansamos física ou espiritualmente, mas também quando nos abrimos ao encontro fraterno entre nós: a fraternidade conforta, oferece espaços de liberdade interior e não nos faz sentir sozinhos diante dos desafios do ministério”, sublinha o Papa.
A mundanidade espiritual é perigosa
“Neste nosso tempo, o que nos pede o Senhor, para onde nos orienta o Espírito que nos ungiu e nos enviou como apóstolos do Evangelho?” “Na oração, me vem à mente: que Deus nos pede para ir fundo na luta contra a mundanidade espiritual“, ressalta.
De acordo com o Papa, “a mundanidade espiritual é perigosa porque é um modo de vida que reduz a espiritualidade à aparência: nos leva a ser «comerciantes do espírito», homens vestidos de formas sagradas que, na realidade, continuam pensando e agindo segundo as modas do mundo. Isso acontece quando nos deixamos fascinar pelas seduções do efêmero, pela mediocridade e pela rotina, pelas tentações do poder e da influência social, da vanglória e do narcisismo, da intransigência doutrinal e do esteticismo litúrgico, formas e maneiras nas quais a mundanidade «se esconde atrás de aparências de religiosidade e até de amor à Igreja», mas na realidade «consiste em buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal»”.
Ainda segundo Francisco, “a mundanidade espiritual é uma tentação “gentil” e por isso ainda mais insidiosa. Na verdade, ela se insinua sabendo se esconder bem atrás das boas aparências, até mesmo dentro de motivações “religiosas”. E, mesmo que a reconheçamos e a afastemos de nós, mais cedo ou mais tarde ela volta disfarçada de outro modo”.
“Precisamos de vigilância interior, de guardar a mente e o coração, alimentar o fogo purificador do Espírito dentro de nós, porque as tentações mundanas voltam e “batem” de maneira educada. «São os “demônios educados”: entram educadamente, sem que eu perceba»”, escreve ainda o Papa.
Atenção a não cair no clericalismo
A seguir, Francisco se detém num aspecto desta mundanidade: o clericalismo. “Como idoso, e de coração, digo a vocês que me preocupa quando recaímos nas formas do clericalismo; quando, talvez sem perceber, damos às pessoas a impressão de que somos superiores, privilegiados, colocados «no alto» e, portanto, separados do resto do Povo santo de Deus“. “Como me escreveu uma vez um bom sacerdote: “O clericalismo é um sintoma de uma vida sacerdotal e laical tentada a viver na função e não no vínculo real com Deus e com os irmãos”. Em suma, denota uma doença que nos faz perder a memória do Batismo recebido, deixando em segundo plano a nossa pertença ao mesmo Povo santo e levando-nos a viver a autoridade nas várias formas de poder, já não percebendo a duplicidade, sem humildade, mas com comportamentos distantes e soberbos”, frisa o Papa.
“A preocupação centra-se no “eu”: o próprio sustento, as próprias necessidades, o louvor recebido para si e não para a glória de Deus. Isto acontece na vida de quem cai no clericalismo: perde o espírito de louvor porque perdeu o sentido da graça, o estupor pela gratuidade com que Deus o ama, aquela confiante simplicidade de coração que faz estender as mãos ao Senhor”, escreve Francisco na carta aos sacerdotes.
A seguir, o Papa indicou “o antídoto quotidiano contra a mundanidade e o clericalismo: olhar para Jesus crucificado, fixar todos os dias o olhar n’Aquele que se esvaziou e se humilhou até à morte por nós”.
“Este é o espírito sacerdotal: fazer-nos servos do Povo de Deus e não senhores, lavar os pés dos nossos irmãos e não esmagá-los debaixo dos nossos pés. Portanto, permaneçamos vigilantes em relação ao clericalismo”, ressalta o Papa.
Não assumir um “espírito clerical”
A seguir, Francisco recorda que “o clericalismo pode dizer respeito a todos, também aos leigos e aos agentes pastorais“. Segundo o Papa, “pode-se assumir um “espírito clerical” no levar adiante ministérios e carismas, vivendo de maneira elitista o próprio chamado, fechando-se no próprio grupo e erguendo muros para fora, desenvolvendo laços possessivos em relação aos papéis na comunidade, cultivando atitudes presunçosas e arrogantes em relação aos outros”.
De acordo com o Papa, “os sintomas são a perda do espírito de louvor e da gratuidade alegre, enquanto o diabo se insinua, alimentando lamentos, negatividade e insatisfação crônica com o que está mal, ironia que se torna cinismo. Assim, nos deixamos absorver pelo clima de crítica e raiva que se respira ao redor, ao invés de sermos aqueles que, com simplicidade e mansidão evangélica, com bondade e respeito, ajudam nossos irmãos e irmãs a saírem das areias movediças da intolerância”.
“Vamos em frente com entusiasmo e coragem: trabalhemos juntos, entre sacerdotes e com os irmãos e irmãs leigos, iniciando formas e caminhos sinodais, que nos ajudem a despojar-nos de nossas seguranças mundanas e “clericais” para buscar, humildemente, caminhos pastorais inspirados pelo Espírito, para que a consolação do Senhor chegue realmente a todos”, conclui a carta do Papa.
Antes de rezar o Angelus e antes de anunciar o Jubileu dos Jovens e a sede da próxima JMJ, o Papa Francisco expressou toda sua gratidão por tudo o que recebeu em Portugal durante sua visita e convidou todos a colocarem o futuro da humanidade nas mãos da Rainha da Paz.
Antes de rezar o Angelus no final da Eucaristia da JMJ, celebrada no Parque Tejo, em Lisboa, o Papa pronunciou as seguintes palavras:
“Queridos irmãos e irmãs,
Uma palavra ressoou muitas vezes nestes dias: “gracias” ou melhor «obrigado». É muito belo aquilo que o Patriarca de Lisboa acaba de nos dizer: que «obrigado» não expressa só gratidão pelo que se recebeu, mas também o desejo de retribuir o bem. Neste evento de graça, todos nós recebemos, e agora, que nos preparamos para regressar para casa, o Senhor faz-nos sentir a necessidade e partilhar também conosco, testemunhando com alegria a gratuidade de Deus e o que Deus colocou em nossos corações.
Mas, antes de vos enviar, quero também eu dizer «obrigado». Digo-o, em primeiro lugar, ao Cardeal Clemente e, nele, à Igreja e a todo o povo português, obrigado. Obrigado ao Senhor Presidente, que nos acompanhou nos eventos destes dias; obrigado às instituições nacionais e locais pelo apoio e assistência prestados; obrigado aos Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos. E obrigado a ti, Lisboa, que ficarás na memória destes jovens como «casa de fraternidade» e «cidade de sonhos».
Exprimo depois o vivo reconhecimento ao Cardeal Farrell, que rejuvenesceu nestes dias, bem como a quantos as acompanharam com a oração. Obrigado aos voluntários, a eles este aplauso de todos pelo grande serviço prestado! E um agradecimento especial a quem velou pela JMJ a partir do Alto, ou seja, os Santos patronos do evento: e a um em particular, João Paulo II, que deu vida às Jornadas Mundiais da Juventude.
E obrigado a todos vós, queridos jovens! Deus vê inteiramente o bem que sois; só Ele conhece o que semeou nos vossos corações. Vocês se vão daqui com o que Deus semeou em seu coração. Façam-no crescer, guardai-o com cuidado. Quero dizer-vos: recordai, fixai na mente os momentos mais belos. Depois, quando vier algum momento de cansaço e desânimo, que são inevitáveis, e quem sabe, a tentação de parar no caminho ou de vos fechar em vós mesmos, com a recordação reavivai as experiências e a graça destes dias, porque – nunca o esqueçais – esta é a realidade, isto é o que vós sois: o Povo santo fiel de Deus que caminha na alegria do Evangelho. Desejo também gostaria de enviar uma saudação aos jovens que não puderam estar aqui, mas participaram em iniciativas organizadas por seus países pelas respetivas Conferências Episcopais, por Dioceses; e penso, por exemplo, nos irmãos e irmãs subsarianos, reunidos em Tânger.
A todos obrigado, muito obrigado!
E de maneira particular, acompanhemos com o pensamento e a oração aqueles que não puderam vir por causa de conflitos e de guerras. No mundo são muitas as guerras, são muitos os conflitos. Pensando neste continente, sinto grande tristeza pela querida Ucrânia, que continua a sofrer muito.
Amigos, permitam-me também que eu, já idoso, compartilhe convosco, jovens, um sonho que trago cá dentro: é o sonho da paz, o sonho de jovens que rezam pela paz, vivem em paz e constroem um futuro de paz.
Por meio da oração do Angelus, coloquemos nas mãos de Maria, Rainha da Paz, o futuro da humanidade.
E, há um último obrigado que gostaria de destacar no final. Obrigado às nossas raízes, aos nossos avós que nos transmitiram a fé, que nos transmitiram o horizonte de uma vida. Eles são nossas raízes.
E de volta para casa, continuem rezando pela paz. Vocês sõ um sinal de paz para o mundo, um testemunho de como diversas as diversas nacionalidades, as línguas, as histórias, podem unir em vez de dividir. Vocês são a esperança de um mundo diferente. Obrigado. Sigam em frente!
Anúncio da próxima JMJ
E, no final, chega um momento que todos esperam, o anúncio da próxima etapa do caminho. Porém, antes de dizer qual será a sede da 41ª Jornada Mundial da Juventude, gostaria de fazer um convite: convido todos os jovens do mundo, para o 2025, em Roma, para celebrar juntos o Jubileu dos Jovens Aguardo-vos ali, em 2025 25, para celebrarmos juntos o Jubileu dos Jovens.
E a próxima Jornada Mundial da Juventude acontecerá na Ásia: será na Coreia do Sul. em Seul. E assim, em 2027, da fronteira ocidental da Europa, se deslocará para o Extremo Oriente. E este é um belo sinal da universalidade da Igreja e do sonho de unidade de que sois testemunhas.
Finalmente, um último obrigado, dirigimo-lo a duas pessoas especiais, a dois protagonistas principais deste encontro. Eles estiveram aqui conosco, e estão sempre conosco, não perdem de vista as nossas vidas, amam-nas como ninguém pode fazê-lo: obrigado a Ti, Senhor Jesus; obrigado a Ti, Maria nossa Mãe. E agora rezamos…. “(oração do Angelus).
Apelo após o Angelus
“Quero assegurar minhas orações, e o fazemos também juntos, pelas vítimas da trágica avalanche ocorrida há dois dias na região de Racha, na Geórgia. E acompanho seus familiares com minha proximidade. Que a Santíssima Virgem os conforte, e também apoie o trabalho das equipes de resgate.
E acompanho, estou perto, de meu irmão, meu patriarca, Elías II.”
Sabemos que pelo nosso batismo somos chamados a nossa primeira vocação, a santidade. A vocação específica é o meio, o caminho pelo qual nos santificaremos.
Somos motivamos a rezar e celebrar as mais diversas vocações. Mas as primícias é compreender, que todos somos chamados por Deus para desempenharmos no mundo uma missão. Nossa vocação é buscar a santidade, seja pela vida sacerdotal, familiar, religiosos, consagrados, ou leigos. Todos com o mesmo objetivo de dar respostas do amor de Deus para a sociedade.
Não podemos nos esquecer que todo chamado implica também uma resposta. É essa a dinâmica: Deus chama e cabe à pessoa chamada uma resposta. Desde o começo da história da salvação, Deus agiu assim com a humanidade, chamou-a e deu a ela uma missão. Deus, porém, em seu amor, insiste e persiste pela nossa vocação. A nós é preciso coragem em dar sim, e acreditar, pois Ele nos capacita, nunca será incoerente para conosco.
Nada melhor, para falar sobre sim generoso, do que aquele dado por Maria ao chamado que Deus a fez através do Arcanjo Gabriel. Ela foi aquela que renunciou a própria vontade para fazer plenamente a vontade de Deus. Seguir a Cristo exige a capacidade de renunciar a si para sermos totalmente abertos a vontade de Deus.
Maria, modelo de missão e vocação
Podemos olhar para a Virgem Maria e tomá-la como modelo de resposta ao chamado de Deus. Ela é a “Mãe das Vocações”. Ela assim o é porque é mãe de Jesus Cristo, aquele que é o vocacionado do Pai e o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6) para todo aquele que quer buscar fazer de sua vida uma resposta de amor ao chamado de Deus.
Em toda e qualquer caminhada vocacional é muito forte a dimensão mariana, que não se resume em apresentar Maria apenas como modelo e mãe de todas as vocações. Ela é, também, modelo de missão. Maria é símbolo da humanidade chamada à comunhão com Deus, mediante a abertura ao Espírito que ilumina o caminho de todos os vocacionados: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
Sejamos vocacionados a exemplo de Maria
Maria é mãe, discípula e vocacionada de Deus. Diante deste sim generoso em adesão ao projeto de Deus, nos convoca a viver em nosso dia a dia confiando no que Cristo nos pede. Ela nos precede na confiança ao Senhor e na entrega total da própria vida.
Este fiat, ilumina a nossa caminhada vocacional e aponta para o itinerário formativo a capacidade de servir com amor e generosidade. Afinal, Maria experimentou cada etapa do itinerário vocacional colocando-se como instrumento nas mãos de Deus. Ela nos ensina que a vocação é serviço e missão.
Recordar a dimensão mariana na caminhada vocacional é buscar responder com a mesma bondade ao chamado de Deus em nossa vida: é assumir a nossa vocação na Igreja, cientes de que a meta última é cumprir a vontade do Pai.
Com a Virgem Maria aprendemos que o chamado vocacional é uma proposta aberta e respeitosa que parte de Deus. Por ser uma vocacionada de muita fé e de muita sensibilidade social, ela nos ensina a acolher o Deus que alimenta a nossa vocação e nos ajuda a ver as necessidades dos nossos irmãos.
Saibamos dar nosso SIM fecundo e livre
Nesse sentido, somos chamados a viver a nossa vocação e a denunciar as injustiças que impedem constantemente a festa da vida. Com felicidade, ousamos em dizer: “faça-se em mim, a Tua vontade”.
Que Maria, nossa querida mãe e primeira discípula fiel, nos ajude a ser fiéis em nossa vocação e missão de servir ao Senhor com toda a nossa vida. Que tenhamos a capacidade de responder com generosidade ao chamado de Deus.
Na tarde de terça-feira, 1º de agosto, teve início a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa (JMJ Lisboa 2023). O cardeal Patriarca de Lisboa, dom Manuel Clemente, presidiu a missa de abertura do evento no Parque Eduardo VII de Lisboa. Já na manhã desta quarta-feira, 2 de agosto, o Papa Fracisco chegou à capital portuguesa e deu início à sua série de compromissos no país.
Aprender com Maria
Em sua homilia, Dom Manuel refletiu sobre o tema da jornada “Maria levantou-se e partiu apressadamente ao encontro de Isabel”. Após dar as boas-vindas aos peregrinos, ele sublinhou que os jovens, como Maria, puseram-se a caminho – “e para muitos de vós foi um caminho difícil pela distância, as ligações e os custos que a viagem envolveu – foi preciso juntar recursos, desenvolver atividades para os obter e contar com solidariedades que graças a Deus não faltaram”.
Dom Manuel Clemente falou da pressa de Maria e, com ela, também da urgência do anúncio, do testemunho e da visitação permanente aos outros. Pressa, contudo, que não se confunde com a ânsia, porque a pressa é partilhar o que já nos leva e por isso é uma urgência serena e sem atropelo.
E, por último, a saudação de Maria a Isabel, um encontro “alegre e autêntico”. Dom Manuel disse aos jovens: “ide também vós ao encontro dos outros”.
“Aprendamos com Maria a saudar todos e cada um” para sermos “pessoas entre pessoas”, na reciprocidade e sinceridade.
Encontros Rise Up
As catequeses desta JMJ foram denominadas “Encontros Rise UP”, uma referência ao verbo levantar-se presente no tema da JMJ. Essas catequeses organizadas em mais de 270 espaços e organizados por idiomas, serão oportunidade de desafiar os jovens a refletir sobre grandes temas lançados no pontificado do Papa Francisco: Ecologia Integral, Amizade Social e Misericórdia.
Encontro Rise Up no Parque da Paz conduzido pelo arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer | Foto: Paula Fidalgo/ JMJ Lisboa 2023
Papa em Lisboa
O Papa Francisco chegou nesta manhã à capital portuguesa e foi recebido pelo presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, e por duas crianças que lhe ofereceram flores. Após uma conversa de alguns minutos com o mandatário lusitano, Francisco dirigiu-se ao Palácio Nacional de Belém para a cerimônia de boas-vindas.
No encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático, o pontífice refletiu sobre a realidadade do mundo e falou de seus anseios para o continente europeu, a partir da imagem do oceano.
“O oceano não liga apenas povos e países, mas também terras e continentes. As grandes questões hoje, como sabemos, são globais e já muitas vezes tivemos de fazer experiência da ineficácia da nossa resposta às mesmas, precisamente porque o mundo, diante de problemas comuns, se mantém dividido ou pelo menos não suficientemente unido, incapaz de enfrentar juntos aquilo que nos põe em crise a todos. Parece que as injustiças planetárias, as guerras, as crises climáticas e migratórias correm mais rapidamente do que a capacidade e, muitas vezes, a vontade de enfrentar em conjunto tais desafios”, observou Francisco.
Referindo-se à Jornada Mundial da Juventude, motivo desta sua viagem apostólica a Portugal, o Papa disse esperar que a mesma seja para o «velho continente», um impulso de abertura universal e ocasião para “construir juntos”.
“Reaviva o desejo de criar coisas novas, fazer-se ao largo e navegar juntos rumo ao futuro. Vêm à mente algumas palavras ousadas de Fernando Pessoa: «Navegar é preciso; viver não é preciso (…); o que é necessário é criar» (Navegar é preciso). Trabalhemos, pois, com criatividade para construirmos juntos!”.
O festival da Juventude The Change (a mudança, em português) e o encontro de Influencers católicos foram apresentados nesta terça-feira no Centro de Imprensa, no Pavilhão Carlos Lopes, no âmbito da evangelização na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.
O festival da Juventude The Change (a mudança, em português) e o encontro de Influencers católicos foram apresentados nesta terça-feira (01/08) no Centro de Imprensa, no Pavilhão Carlos Lopes, no âmbito da envangelização na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.
Em nome do Festival “The Change” falou António Rodrigues Pereira, promotor do evento, que referiu que o grande objetivo é “promover a fé”. Com data marcada para a próxima sexta-feira, às 21 horas, o festival quer “levar o evangelho a todas as pessoas que ainda não o conhecem”, explica. Para o efeito, o evento, com duração prevista de três horas, vai reunir diferentes artistas internacionais e testemunhos de pessoas que tiveram experiências na “vida pessoal com Cristo”. O ex-selecionador nacional de futebol Fernando Santos é um dos convidados, bem como Jonathan Roumie, ator que representou Jesus Cristo na série norte-americana ‘The Chosen’ para contar o impacto que o papel teve na sua vida.
António Rodrigues fez ainda uma revelação sobre o evento: “Finalmente vamos terminar lançando a década da evangelização”. “Vamos motivar todos os jovens que estiverem no estádio a serem parceiros com Jesus, de partilhar as boas novas. Com o objetivo de cada um deles poder partilhar o amor de Cristo nas suas comunidades, famílias, amigos, escolas e poderem assim levar o evangelho”, afirmou. Segundo Pablo Martinez, autor do hino do festival, “mais que um espetáculo”, este vai ser “um espaço de encontro, de fraternidade”.
Depois da intervenção de António, foi a vez de monsenhor Lúcio Adrián Ruíz apresentar o Festival de Influencers Católicos, que se vai concretizar também no dia 4 de agosto, às 21h, na Praça Moniz, em Lisboa. “É a primeira vez que se reúnem como verdadeiros missionários da era digital para estar juntos depois de um ano a trabalhar juntos com o sínodo”, esclareceu o secretário do Dicastério para a Comunicação, que disse ainda que o evento surgiu “como uma iniciativa espontânea” por parte do grupo de jovens. Apesar de ser dedicado aos influencers, o Festival destina-se a “toda a gente”, referiu em entrevista. “A mensagem é que somos Igreja, que somos família, e que só juntos vivemos profundamente o senhor”, destacou.
Os dois festivais vão se realizar durante esta semana da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que começou nesta terça-feira e que se vai prolongar até domingo, dia 6 de agosto. O Papa Francisco já está em Portugal no âmbito do encontro, nesta que será a visita mais longa de um Santo Padre no País.
O voo A320/AZ² aterrisou no aeroporto militar de Lisboa às 9h54, horário local., após ter percorrido 1.957 km, em pouco mais de 3 horas de voo.
O Papa Francisco, de 86 anos, chegou na manhã desta quarta-feira a Lisboa, onde um milhão de jovens peregrinos de todos os continentes o esperam para participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
“Voltarei (desta viagem) rejuvenescido”, disse aos cerca de 70 jornalistas que o acompanhavam no avião que aterrisou às 9h45 (horário local) na Base Aérea de Figo Maduro, na capital portuguesa. O Pontífice foi recebido pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Duas crianças em vestes tradicionais lhe ofereceram flores. Em cadeira de rodas, o Papa saudou então as delegações presentes e a Guarda de Honra, enquanto se dirigia para a VIP Lounge montada no Hangar da Base Aérea, onde conversou por alguns minutos com o presidente português, antes de se dirigir ao Palácio Nacional de Belém, distante 6,7 km, para a cerimônia de boas-vindas.
Com 11 pronunciamentos, entre discursos e homilias, e cerca de vinte encontros, o programa desta 42ª Viagem Apostólica promete ser movimentado para o jesuíta argentino, dois meses após a cirurgia a que foi submetido no Hospital Gemelli.
Nos diversos encontros, Francisco tratará de temas como fé, conversão, fraternidade, paz, guerra na Ucrânia, cuidado com a “Casa Comum, justiça social;
No total, os organizadores esperam um milhão de peregrinos de mais de 200 países para esta semana de eventos espirituais, culturais e festivos, aberto na terça-feira com uma Missa no alto de uma colina próxima ao centro da cidade e à foz do Tejo.
Com os jornalistas no voo
Durante o voo, disse aos mais de 70 jornalistas presentes, que “parece que há mais de um milhão de jovens” em Lisboa para a JMJ, “voltarei rejuvenescido”. E agradeceu a eles pela companhia e pelo trabalho, “agora tentarei cumprimentá-los um por um”, disse o Pontífice. “Esta é a quarta Jornada, continuamos a fazer barulho”, disse o Pontífice aos jornalistas, alguns dos quais lhe entregaram presentes.
Aos repórteres poloneses que lhe perguntaram quais serão suas próximas viagens, Francisco respondeu: “Gostaria de voltar”, referindo-se justamente à viagem à Polônia há sete anos. Quanto à investigação lançada pela Santa Sé sobre os casos de abuso no Peru, o Papa Francisco assegurou: “Vamos em frente”.
“Os filhotes das andorinhas só pensam em gritar para obter proteção e comida das mães. Assim, também nós devemos sempre clamar, pedindo a ajuda de Deus para evitar a morte do pecado e progredir em seu santo amor”.
Quando alguém nasce em uma família nobre, como a dos Liguori, em uma cidade grande como Nápoles, em um século importante como o do Iluminismo e como o primeiro de oito filhos, é destinado, certamente, a algo superior. Assim, como bom augúrio, os pais batizam seu primogênito com o nome de Afonso, que significa valoroso e nobre. E ninguém, mais do que ele, fez jus ao seu nome.
Advogado, com apenas 16 anos
Confiado aos melhores tutores em circulação, Afonso demonstrou, imediatamente, qualidades extraordinárias: aos 12 anos, superou, de modo exímio, os exames de vestibular, diante do filósofo Giambattista Vico, para entrar na Faculdade de Direito; aos 16 anos, já exercia a profissão de advogado, tornando-se rapidamente o melhor da cidade e com uma reputação merecida, por não perder nenhuma causa.
No entanto, o Senhor tinha outros planos para ele, avantajado por nascer em uma família particularmente agraciada. De fato, dos oito filhos, além dele, duas irmãs se tornaram monjas, um beneditino e outro sacerdote diocesano. Com efeito, não era naquele contexto nobiliário, do qual provinha, que Afonso era chamado a viver.
Da lei humana à Lei de Deus
Durante a sua profissão de advocacia, Afonso exercia o que hoje chamamos “voluntariado”, sobretudo em um hospital de Nápoles, onde visitava os enfermos. Aos poucos, esta vida o atraía, cada vez mais. Por isso, decidiu deixar as leis humanas para se dedicar ao Senhor.
Em 1726, ao ser ordenado sacerdote, dedicou todo o seu ministério ao serviço dos mais pobres, que, no século XVIII, são incontáveis. Suas atividades, como pregador e confessor, eram intensas, entretanto, cultivava seu sonho de partir em missão no Oriente.
Pastor entre os pastores: nascimento da Congregação
Em 1730, durante um período de descanso forçado, entre as montanhas próximas de Amalfi, Afonso conheceu alguns pastores com os quais debateu sobre a gravidade do seu abandono humano, cultural e religioso. Aquela conversa o perturbou tanto, a ponto de chegar à decisão de deixar Nápoles para se retirar para o eremitério beneditino da Vila dos Escravos, perto de Caserta. Ali, fundou a Congregação do Santíssimo Salvador, que, depois, foi aprovada por Bento XIV, em 1749, com o atual nome de Congregação do Santíssimo Redentor. A sua missão consistia em uma pregação marcada pela simplicidade apostólica e na educação dos humildes.
Afonso partiu do modelo “Capelas noturnas”, grupos liderados pelos colaboradores do Santo, tanto leigos como seminaristas, dedicados à evangelização dos jovens que viviam nas ruas. Esta experiência teve um sucesso imediato em Nápoles, a ponto de atingir cerca de 30 mil inscritos para serem educados.
Mais tarde, os sacerdotes Redentoristas contaram também com a adesão das Irmãs Redentoristas, o ramo feminino da Congregação, fundado precisamente em Amalfi.
Bispo de Santa Águeda dos Godos
Afonso gostava muito da arte de ensinar e de fazer pregações, utilizando métodos inovadores, como a música, que ele havia estudado quando era criança. Uma das suas composições, por exemplo, é a famosa “Tu scendi dalle stelle” (“Tu desces das estrelas”), que nunca falta entre os cantos nas celebrações do Natal.
Afonso estava muito comprometido também com as questões morais. Entre as muitas obras que escreveu, a mais importante é, certamente, a “Teologia moral”, em vários volumes, ainda hoje estudada, na qual enfrenta questões como a virgindade de Maria e a infalibilidade do Papa, muito antes de a Igreja considerá-las dogmas.
Em 1762, com a venerável idade de 66 anos, Afonso Maria de Liguori foi nomeado Bispo de Santa Águeda dos Godos, em Benevento, ao qual, após 15 anos, renunciou por problemas de saúde, que o levaram à morte em 1787.
Santo Afonso Maria de Liguori foi canonizado em 1839 e proclamado Doutor da Igreja, por Pio IX, em 1871. Em 1950, Pio XII o proclamou “Padroeiro celestial de todos os confessores e moralistas”.