Madre Teresa de Calcutá: a santa pobre entre os pobres
Conhecida mundialmente, através dos mais simples gestos de caridade à condecoração global do Prêmio Nobel da Paz, Madre Teresa sempre fez questão de que seu trabalho tivesse uma única finalidade: “para a glória de Deus e em nome dos pobres”.
Toda a vida e obra de Madre Teresa testemunharam a alegria de amar, a grandeza e a dignidade de cada ser humano, o valor das pequenas coisas feitas com fidelidade e amor, e a incomparável riqueza da amizade com Deus. Nesta terça-feira, 5 de setembro, a Igreja celebra a sua memória, data em que a santa dos pobres faleceu, em 1997.
Família e Vocação
Madre Teresa, nasceu no dia 26 de agosto de 1910 em Skopje, e o seu nome de batismo foi Agnes Gonxha. A mais nova dos cinco filhos, recebeu a Primeira Comunhão aos cinco anos e meio e foi crismada em novembro de 1916. Desde o dia da Primeira Comunhão, o amor pelas almas entrou em seu coração. A morte repentina de seu pai, quando Agnes tinha cerca de oito anos, deixou a família em dificuldades financeiras. A mãe viúva criou seus filhos com firmeza e amor, influenciando de certa maneira o caráter e a vocação de sua filha. A educação religiosa de Gonxha foi também fortalecida pela animada paróquia jesuíta do Sagrado Coração, na qual ela esteve ativamente envolvida.
De pequena estatura, mas com fé firme como uma rocha, Madre Teresa de Calcutá foi incumbida da missão de proclamar o amor sedento de Jesus pela humanidade, especialmente para os mais pobres entre os pobres. Sua alma refletiu constantemente a luz de Cristo, e o seu coração, como ela mesma costumava afirmar, ardia de amor por Ele.
“Sou albanesa de sangue, indiana de cidadania. No que diz respeito à minha fé, sou uma freira católica. Segundo a minha vocação, pertenço ao mundo. Mas no que diz respeito ao meu coração, pertenço inteiramente ao Coração de Jesus. […] Deus ainda ama o mundo e envia você e eu para sermos seu amor e compaixão pelos pobres, para saciar a Sua sede de amor e de almas.”
Um aspecto heróico
Mas havia outra característica desta grande mulher que só se tornou conhecida após a sua morte. Escondida de todos os olhares, e até dos mais próximos, a sua vida interior foi marcada pela experiência de um sentimento profundo, doloroso e permanente de estar separada de Deus, até mesmo rejeitada por Ele, juntamente com um desejo crescente por Ele. Ela chamou sua prova interior de “escuridão”. A “noite dolorosa” da sua alma, que começou no momento em que iniciou o seu apostolado junto dos pobres e durou toda a sua vida, conduziu Madre Teresa a uma união ainda mais profunda com Deus, através das trevas ela participou misticamente da sede de Jesus, ao seu doloroso e ardente desejo de amor e compartilhou a desolação interior dos pobres.
Testemunho e Santidade
Madre Teresa deixou-nos um testamento de fé inabalável, de esperança invencível e de extraordinária caridade. A sua resposta ao pedido de Jesus: “Vem, sê a minha luz”, fez dela uma Missionária da Caridade, “Mãe dos pobres”, símbolo de compaixão pelo mundo e testemunha viva do amor sedento de Deus. Em sua beatificação, em 2002, o Papa João Paulo II, que a considerava também como uma grande amiga, destacou: