O cuidado dos enfermos foi a alavanca principal da vida dos dois irmãos, que viveram no século III, no tempo da perseguição contra os cristãos. Eles cuidavam dos doentes, sem aceitar remuneração. Por isso, receberam o apelido de “anárgiros”, palavra grega que significa “sem prata”. A sua fama de homens corajosos e distintos benfeitores espalhou-se, rapidamente, por toda a região.
A atividade destes Santos gêmeos não se limitou apenas aos cuidados do corpo enfermo. Na sua prática profissional, visavam também o bem das almas, com o exemplo e a palavra. De fato, converteram muitos pagãos ao cristianismo.
É famoso o episódio da cura de uma mulher hemorroíssa, chamada Paládia, que, por gratidão, deu três ovos aos dois irmãos. Porém, por não aceitarem, ela implorou a Damião que os aceitasse, em nome de Cristo, aquela pequena oferta. Para não ofender a mulher, Damião aceitou os ovos. Este seu gesto provocou a reação de Cosme, que pediu, publicamente, após a sua morte, para não ser enterrado com seu irmão.
Martírio
O suplício dos dois irmãos é narrado pela Lenda Áurea, segundo a qual foram primeiro jogados no fogo, de onde saíram ilesos. Depois, foram condenados à lapidação, mas as pedras voltavam contra os atiradores. E, ainda, as flechas lançadas pelos arqueiros feriram seus algozes. Por fim, foram decapitados.
Não sejam separados…
Na pintura do Beato Angélico, a representação da sepultura dos dois Santos é baseada no que foi narrado pela Lenda Áurea. Segundo esta narração, o dromedário, que transportava o corpo de San Damião, de repente começou a falar com voz humana, pronunciando estas palavras: “Nolite eos separare a sepoltura, quia non sunt separati merito” (“Não sejam separados na sepultura, porque não são diferentes por mérito”).
A Igreja celebra a festa litúrgica dos Santos Cosme e Damião no dia 26 de setembro.
O culto deles estendeu-se do Oriente à Itália, sobretudo em Roma e na região da Apúlia.
As Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) organizam durante o mês de outubro a Campanha Missionária. Todas as arquidioceses, dioceses e prelazias são convidadas a promover ações locais que animem as comunidades a colaborar com projetos missionários, que atuam nas áreas de assistência social e evangelização, nos países mais carentes do mundo.
“Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” é o tema da Campanha Missionária deste ano e o lema, escolhido pelo Papa Francisco, traz a frase “Corações ardentes, pés a caminho”. Para articular o mês missionário, foram produzidos mais de 60 toneladas de materiais impressos, enviados a todos os Estados do Brasil. São novenas, cartazes, santinhos e outros materiais que ajudam a divulgar em todas as famílias a importância deste mês.
No dia 22 de outubro, dia mundial das missões, as Igrejas de todo o mundo fazem suas doações para colaborar com o Papa em seus projetos de missão em quase de 1.120 dioceses pobres no mundo. Em 2022, a Igreja do Brasil arrecadou mais de 7 milhões em recursos financeiros, que puderam ajudar centenas de projetos missionários nos países mais necessitados.
Segundo Ir. Regina da Costa Pedro, diretora nacional das POM, o mês missionário reforça a experiência central da identidade missionária da Igreja. “A Campanha Missionária deste ano põe em evidência que cada Igreja local tem o compromisso de evangelizar toda pessoa e todos os povos até os confins da terra. O mês missionário nos recorda que todos podem colaborar concretamente com o movimento missionário através da oração e da ação, com ofertas de dinheiro e de sofrimento, com o próprio testemunho”, destacou a diretora.
Coletiva de lançamento e missa de abertura
Para marcar o início o mês dedicado às missões, foi escolhido o Santuário Nacional de Aparecida para a realização do lançamento da Campanha Missionária e da missa de abertura do mês missionário.
A coletiva de imprensa acontece no dia 1º de outubro, às 9h, na Sala de Imprensa do Santuário de Aparecida. Haverá transmissão ao vivo pelas redes sociais das POM. Pouco depois do ato de lançamento da Campanha Missionária, às 12h, inicia a missa de abertura do mês missionário, presidida por Dom Maurício da Silva Jardim, que é o presidente da Comissão Episcopal para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A missa será transmitida pela TV Aparecida.
“A Sagrada Escritura nos foi dada para sairmos ao encontro dos outros e nos debruçarmos sobre as suas feridas”
O Papa Francisco compartilhou mensagem em seu Twitter, nesta segunda-feira (25), instando os fiéis a não se refugiarem na complexidade dos problemas e a abandonarem a mentalidade de “não há nada a fazer”. Em um chamado à ação, o líder da Igreja Católica exortou a união entre o culto a Deus e o cuidado com o próximo.
“A #PalavradeDeus convida-nos a não nos escondermos atrás da complexidade dos problemas, do “não há nada a fazer”, e exorta-nos a unir o culto a Deus e o cuidado do homem. A Sagrada Escritura nos foi dada para sairmos ao encontro dos outros e nos debruçarmos sobre as suas feridas”, escreveu.
O Santo Padre enfatizou que a Sagrada Escritura, além de um livro sagrado, também é uma orientação para que as pessoas saiam ao encontro dos outros e se envolvam com empatia em suas dificuldades, como forma de se aproximar do divino.
Esta mensagem de Francisco ecoa seu compromisso contínuo com a solidariedade e a responsabilidade social, destacando a importância de uma fé ativa no mundo de hoje. Suas palavras inspiradoras ressoam em um momento em que desafios globais complexos, como a pandemia e as mudanças climáticas, pedem uma resposta conjunta e a disposição de cuidar uns dos outros.
A mensagem do Papa serve como um lembrete oportuno de que a fé não é apenas uma crença, mas uma ação que deve impactar positivamente a vida daqueles que a praticam.
Em novo vídeo, o assessor jurídico da civil da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dr. Hugo Cysneiros, apresentou novas informações sobre a atuação da entidade no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442. A ação está na pauta de julgamento virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) e tem por objetivo descriminalizar o aborto no Brasil. Hugo manifestou “indignação” e “estranheza técnica” diante de incoerências na condução do processo pela Suprema Corte.
O advogado contou que o STF tomou uma decisão sobre a acolhida dos amicus curiae, entidades que apoiam o processo com indicações sobre o tema, após a divulgação do último vídeo, no qual ele destacava a omissão da Suprema Corte sobre a participação de entidades nessa contribuição ao processo.
Entretanto, o prazo para manifestação só foi conhecido pelas entidades após já ter sido finalizado. O julgamento terá início à meia noite desta sexta-feira, 22 de setembro, de forma virtual.
“Temos aqui, portanto, um prazo impossível de ser cumprido. Diversas instituições já se manifestaram acusando esse problema procedimental, esta clara nulidade processual, e estamos esperando algum tipo de pronunciamento do Supremo Tribunal Federal”, destacou Hugo Cysneiros.
O advogado também destacou “com estranheza” o fato de ser um julgamento virtual sobre um tema tão importante naquilo que pra ele “talvez seja a mais importante ação judicial julgada nos últimos anos pelo STF, que diz respeito ao direito à vida”.
“Por que conduzir um processo como esse em ambiente virtual, sem sessão plenária presencial, onde claramente a sociedade brasileira terá acesso e conhecimento aos argumentos das partes dos ‘amicus curiae’ e também dos senhores e senhoras, ministros e ministros do Supremo Tribunal Federal? Fica aqui a nossa indignação, a nossa estranheza técnica, sobretudo, e esperamos dar seguimento a essa luta com resultado favorável, a fim de que o Estado Democrático de Direito seja preservado”, salientou.
Em mensagem aos participantes do Simpósio Ecumênico em andamento na abadia húngara de Pannonhalma, o Papa recorda São Bento e sua visão de concórdia: a guerra prejudica a todos, mas a humanidade pode superar disputas e discórdias com a ajuda de Deus
O Papa Francisco se inspirou em São Bento ao enviar uma mensagem dirigida aos participantes do Simpósio Ecumênico em andamento na Abadia Beneditina de Pannonhalma, no oeste da Hungria. Um evento cujo tema da paz é explorado em seus múltiplos aspectos, num momento em que “a humanidade globalizada está ferida e ameaçada por uma guerra mundial em pedaços, que, travada diretamente em algumas regiões do planeta, tem, no entanto, consequências que prejudicam a vida de todos, especialmente dos mais pobres”.
A guerra na Ucrânia chamou “dramaticamente a abrir nossos olhos e corações” para tantas populações que sofrem por causa da guerra, acrescentou o Pontífice. E a paz não pode esperar.
Honrar todos os homens
Embora a Regra de Bento não contenha um tratado sobre a paz, enfatiza o Papa, ela “é um excelente guia para um compromisso consciente e prático com a paz”. De fato, sua mensagem vai além dos muros dos mosteiros e mostra “como a convivência humana, com a graça de Deus, pode superar os perigos causados por disputas e discórdias”. O santo padroeiro da Europa, além disso, estava ciente da “complexidade das origens linguísticas, étnicas e culturais, que é ao mesmo tempo uma riqueza e um potencial de conflito”. No entanto, São Bento tem uma visão serena e pacífica, porque está plenamente convencido da igual dignidade e valor de todos os seres humanos. Isso é especialmente verdadeiro para os “hospitas”, os estrangeiros, que devem ser recebidos de acordo com o princípio de “honrar todos os homens”.
Fazer as pazes “antes do pôr do sol”
Isso significa também “saber como dar o primeiro passo em certas situações difíceis”, porque “a discórdia não deve se tornar um estado permanente”. Fazer as pazes “antes do pôr do sol”, dizia o santo. Trata-se de uma “medida da prontidão do desejo de paz”, comentou por sua vez Francisco: “A busca pela paz na justiça não tolera atrasos, deve ser perseguida sem hesitação”.
A visão de paz de São Bento, prossegue o Papa, “não é utópica, mas aponta para um caminho que a amizade de Deus com a humanidade já traçou e que, no entanto, deve ser percorrido passo a passo por cada pessoa e pela comunidade”.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, incluiu o julgamento da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação no período de 22 a 29 de setembro próximos. O tema é o mérito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 apresentada em 2017 pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol).
No dia 2 de outubro, Weber deve se aposentar.
No dia 26 de agosto, o jornal Folha de S. Paulo havia relatado que a atual presidente do STF estava pensando em adiantar seu voto na ADPF 442 no Plenário Virtual, pois o calendário da corte se encontrava apertado e sua última sessão como titular aconteceria no fim de setembro. E como o Supremo estabeleceu em 9 de junho de 2022 que os votos apresentados por ministros em julgamento no Plenário Virtual continuariam valendo, mesmo após a aposentadoria deles, assim, o voto de Weber seria válido.
Segundo o STF, o Plenário Virtual da corte permite os ministros julgarem os processos e incidentes de modo remoto. A interação é de maneira assíncrona, ou seja, sem necessidade de uma discussão em tempo real e os votos são eletrônicos, registrados no sistema do Tribunal. Este tipo de julgamento foi adotado pelo STF a partir da Emenda Regimental (ER) nº 21, em 30 de abril de 2007.
Logo que Weber assumiu a presidência do STF em setembro de 2022, trouxe de volta ao Plenário a discussão da ADPF 442, realizada em março de 2017 pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) em conjunto com a Anis – Instituto de Bioética, pedindo ao Supremo que os artigos 124 e 126 do Código Penal que tipificam o crime de aborto sejam considerados inconstitucionais e que o aborto seja descriminalizado até a 12ª semana de gestação, independentemente das circunstâncias.
A ADPF 442 não é o primeiro caso sobre aborto julgado pelo STF. Em abril de 2012, o Supremo determinou por meio do julgamento da ADPF 54, ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que a gestante que o bebê for constado com anencefalia poderia abortá-lo que não seria punida. Além deste caso, o aborto é crime tipificado no Brasil, pelo Código Penal e não é punível quando a gravidez é decorrente de estupro ou quando há risco para a vida da mãe.
A Igreja celebra hoje (21) são Mateus, Apóstolo e Evangelista, que viveu no Cafarnaum, junto ao lago da Galileia. Ele foi escolhido por Jesus para ser um dos Doze que o acompanharam durante sua vida pública.
O Evangelista foi um publicano que cobrava os impostos para os romanos. Ao encontrá-lo realizando esta função, Jesus passou e o chamou. Ele, então, sem questionar seguiu o chamado de Deus.
Ao subir o Senhor aos céus, Mateus pregou durante anos na Judeia e em países próximos.
São Mateus é considerado patrono dos banqueiros e é representado por um livro. São Jerônimo fixou a figura de um homem alado como símbolo de seu Evangelho.
Em uma data como esta, 21 de setembro, no ano de 1953, Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco, tinha 17 anos de idade e experimentou, depois da confissão, o chamado à vida religiosa na Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola. Seu escudo pontifício, inclusive, leva o lema “Olhou-o com misericórdia e o escolheu” como se descreve o encontro de Jesus com o Apóstolo Mateus.
Foi lançada na reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na terça-feira, 19 de setembro, a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, segundo livro litúrgico mais importante na liturgia da Igreja depois do Evangeliário. O lançamento foi transmitido pela Rede de Vida de televisão e redes sociais da CNBB e Edições CNBB.
Organizada pela Assessoria de Comunicação, Edições CNBB e Comissão Episcopal para a Liturgia, a cerimônia contou com a participação do Núncio Apostólico do Brasil, dom Giambattista Diquattro, do arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, do bispo auxiliar de Brasília, secretário-geral e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers e do presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, o bispo de Bonfim (BA), dom Hernaldo Pinto Farias.
O presidente da CNBB definiu o lançamento da terceira edição típica do Missal Romano como um “marco histórico” da caminhada da Conferência dos bispos e da Igreja no Brasil. “Devemos e precisamos reconhecer o imenso trabalho desenvolvido ao longo de quase duas décadas para que esta nova tradução do Missal se tornasse realidade”, disse.
Dom Jaime Spengler agradeceu o trabalho da Comissão de Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel), com destaque ao arcebispo emérito de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio, falecido dia 26 de julho deste ano. Agradeceu também o empenho da equipe da Edições CNBB na cuidadosa edição da publicação. “A Igreja que reza, a Igreja orante se inspira no passado, se expressa no presente e olha para o futuro. A liturgia antes de um raciocinar é um ser, antes de um fazer é um crer e viver”, disse.
Percurso da reforma conciliar
O Núncio Apostólico do Brasil, dom Giambattista Diquattro, enalteceu o fato de a CNBB lançar a tradução da terceira edição típica do Missal após os 50 anos da primeira publicação do Missal Romano por Paulo VI.
O representante do Papa Francisco destacou que o resultado do trabalho reflete a orientação traçada pelo Concílio Vaticano II sem deixar de respeitar a tradição e o legítimo progresso nos livros litúrgicos. “Esta edição representa, portanto, a última etapa no caminho da Igreja fiel ao percurso traçado pela reforma conciliar”, disse.
Durante a cerimônia, foi apresentado, em um vídeo, o passo a passo da tradução, processo que levou 19 anos de trabalho. A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo do Missal, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel). A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.
Confira, no vídeo abaixo, o passo a passo da tradução
Beleza da liturgia e dos ritos da Igreja Católica
O presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, o bispo de Bonfim (BA), dom Hernaldo Pinto Farias fez referência aos colaboradores e peritos da tradução, fruto de um trabalho que definiu como verdadeiramente sinodal. “Foi muito importante a revisão da tradução do missal para fazer aparecer na liturgia a riqueza teológico-litúrgica. Neste Missal, encontraremos o que é a celebração eucarística, sacramento maior da vida da Igreja”, disse.
O bispo, que também foi membro da Cetel, disse que a tradução respeitou a tradição cristã da Igreja uma vez que cuidou de textos das orações que são do primeiro século da Era Cristã e carregam uma teologia da Eucarístia e também uma atitude de obediência à Igreja, o que requer uma formação litúrgica para superar intervenções arbitrárias que podem ser cometidas na liturgia.
“Esse Missal, portanto, é fruto das decisões do Concílio Vaticano II sob as autoridades dos Papa Paulo VI e João Paulo II. É a única Lex Orandi do Rito Romano. Devemos tocá-lo, meditá-lo e assimilá-lo para não ficarmos apenas atentos às novidades e mudanças, mas sobretudo para saborearmos a beleza da liturgia e recuperarmos nosso encanto para com os ritos da Igreja Católica”, disse.
O secretário-geral e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers, apresentou durante a cerimônia dados mais técnicos e curiosidades sobre a edição do Missal Romano à qual classificou como “primorosa”. Dom Ricardo enfatizou ainda a estratégia e o processo logístico pensando para fazer o missal chegar a todas as dioceses do Brasil até o dia 3 de dezembro, primeiro domingo do Advento, prazo estabelecido para que todas as comunidades católicas celebrem unidas a partir desta terceira edição do Missal Romano.
Confira, abaixo, a íntegra da cerimônia de lançamento:
Reunião do Consep
A reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) acontece na sede da CNBB, dias 19 e 20, com a seguinte pauta: 3ª Edição Típica do Missal Romano, Campanha da Fraternidade 2025, convênios com Timor-Leste e Moçambique, Mês da Bíblia (2023 e 2024) – Carta aos Efésios, Comissão para o Jubileu da Esperança, Igreja Sinodal e Sínodo – outubro de 2023 e 2024, Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi e comunicações das Comissões Episcopais e articulação Pastoral da Moradia e Favela.
Francisco deu continuidade ao percurso de catequeses sobre a paixão pela evangelização, concentrando-se, nesta quarta-feira (20), no testemunho de São Daniel Comboni, um apóstolo repleto de zelo pela África e com um grande desejo de tornar os cristãos protagonistas da ação evangelizadora.
Na audiência geral desta quarta-feira, 20 de setembro, o Papa Francisco recebeu os fiéis na Praça São Pedro, e durante a catequese, deu continuidade ao ciclo de reflexões sobre a paixão pela evangelização. O Santo Padre apresentou o testemunho de São Daniel Comboni, que desenvolveu seu apostolado na África.
Francisco iniciou destacando que São Daniel continuamente lutava contra o horror da escravidão, da qual era testemunha. “A escravidão “coisifica” o homem, cujo valor se reduz a ser útil a alguém ou a alguma coisa. Mas Jesus, Deus feito homem, elevou a dignidade de cada ser humano e desmascarou a falsidade da escravidão. Comboni, à luz de Cristo, tomou consciência do mal da escravatura” sublinhou o Papa, “e compreendeu, além disso, que a escravidão social está enraizada em uma escravidão mais profunda, a do coração, a do pecado, da qual o Senhor nos liberta”.
O apelo continuo contra a exploração
O Pontífice afirmou que os cristãos são chamados a combater contra todas as formas de escravidão, e ressaltou: “a escravidão, tal como o colonialismo, não é uma recordação do passado.” O Papa também sublinhou a atualidade deste tema, e disse que a África tão amada por Comboni, ainda hoje é dilacerada por muitos conflitos políticos e econômicos, que não deixam de ser tipos de escravidão.
Francisco renovou o seu apelo, como havia feito em Kinshasa, no inicio deste ano: “Basta de sufocar a África: não é uma mina a ser explorada ou um solo a ser saqueado”.
Os protagonistas da evangelização
Ao aprofundar na história de São Daniel, o Papa recordou que o missionário, depois de passar um período inicial na África, teve que deixar aquela terra por motivos de saúde: “Muitos missionários morriam após contraírem doenças, aliado à falta de conhecimento da situação local. Contudo, se outros abandonavam a África, Comboni não o fez”. Depois de um tempo de discernimento, sentiu que o Senhor o inspirava com um novo caminho de evangelização, que ele sintetizou nestas palavras: “Salvar a África com a África”.
Para Francisco esta é uma intuição poderosa, que contribuiu para renovar o compromisso missionário: as pessoas evangelizadas não eram apenas “objetos”, mas “sujeitos” da missão, e São Daniel desejava tornar todos os cristãos protagonistas da ação evangelizadora, e assim com este espírito, destacou o Papa, “pensou e agiu de forma integral, envolvendo o clero local e promovendo o serviço leigo dos catequistas, que são um tesouro da Igreja: os catequistas são aqueles que vão adiante na evangelização”, sublinhou Francisco.
“Quão importante é, ainda hoje, fazer progredir a fé e o desenvolvimento humano a partir de contextos de missão, em vez de transplantar modelos externos ou limitar-se a um estéril assistencialismo! Nem modelos externos nem assistencialismo. Extrair da cultura dos povos o caminho para a evangelização. Evangelizar a cultura e inculturar o Evangelho andam juntos.”
A paixão missionária
O Papa afirmou que a missão de Comboni, todavia, não foi fruto de seu esforço humano, mas foi movido pela sua coragem e motivado somente por valores importantes, como a liberdade, a justiça e a paz; o seu zelo nasceu da alegria do Evangelho, inspirava-se no amor de Cristo e levava ao amor por Cristo.
“A fonte da capacidade missionária, para Comboni, é, portanto, a caridade, em particular o zelo em fazer próprios os sofrimentos dos outros, em senti-los na própria pele e em saber aliviá-los, como bons cireneus da humanidade.”
Sobre a missão de São Daniel, o Santo Padre disse que sua paixão pela evangelização nunca o levou a agir como solista, mas sempre em comunhão, e alertou para o drama do Clericalismo, onde se formam sujeitos de “pescoço torto”, cheios de egoísmo e de si mesmos, que não cuida como se deve da salvação e conversão das almas.
Os crucificados dos dias atuais
Francisco afirmou que Comboni é testemunha do amor do Bom Pastor, que vai procurar quem está perdido e dá a vida pelo rebanho. “Seu zelo foi enérgico e profético em opor-se à indiferença e à exclusão. Nas suas cartas recordava com tristeza a sua amada Igreja, que durante demasiado tempo se esqueceu de África”, lembrou o Santo Padre.
O Papa também destacou que o sonho de São Daniel era ver uma Igreja que faça causa comum com os crucificados da história, para experimentar com eles a ressurreição.
“Neste momento, eu lhe dou uma sugestão. Pensem nos crucificados da história de hoje: homens, mulheres, crianças, idosos que são crucificados por histórias de injustiça e dominação. Vamos pensar neles e rezar por eles.”
Um testemunho vindo do Brasil
“Antes de vir para cá, tive uma reunião com legisladores brasileiros que trabalham para os pobres, que tentam promover os pobres com assistência e justiça social. E eles não se esquecem dos pobres: eles trabalham para os pobres”, contou Francisco, ao concluir a catequese ao dizer da importância do testemunho que escutou do trabalho que este grupo faz pelos mais necessitados, e fez um convite: “não se esqueçam dos pobres, porque serão eles que abrirão a porta do céu”.
Os brasileiros que encontraram com o Papa Francisco vieram ao Vaticano para entregarem ao Papa o prêmio Zilda Arns. A audiência privada durou cerca de trinta minutos e aconteceu na antesala da Sala Paulo VI. O grupo é composto por sete Deputados Federais que fazem parte da Comissão em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cidoso): Aliel Machado Bark, José Dias de Castro Neto, Reimont Luiz Otoni Santa Barbara, Flávia Carreiro Albuquerque Morais, Simone Aparecida Curraladas dos Santos, Leandre dal Ponte e José Haroldo Figueiredo Campo.
O prêmio Zilda Arns é uma forma de reconhecimento às pessoas e instituições que contribuíram ou têm contribuído ativamente na defesa dos direitos das pessoas idosas. O prêmio consiste em um diploma de menção honrosa, concedido anualmente a até cinco homenageados.
A cristologia em Santa Teresinha é uma experiência que nasceu com o mistério da própria vocação da santa.
[,,,]Daniel Ramos, aprofundou a dimensão da cristologia na vida desta santa doutora da Igreja, que tem como chave de leitura da própria vida o Amor esponsal e materno.
Em “História de Uma Alma”, Teresinha começa a cantar o cântico que repetirá eternamente as misericórdias do Senhor. Ela não fala de si, mas de Deus na vida dela, de Deus que transforma alguém fraco em santo”, frisou Ramos, doutor em teologia e membro do Instituto Parresia, braço acadêmico da Comunidade.
“A cristologia em Santa Teresinha é uma experiência que nasceu com o mistério da própria vocação da santa. Deus a chamou não porque ela merecia, mas porque queria estar com ela. Da mesma forma acontece em nossa vida. “Deus é simples. As coisas complicadas acabam confundindo nossa cabeça. ‘Não complique porque Eu não complico, quero estar contigo”, apontou Ramos.
No decorrer da formação, Ramos chamou a atenção para os seguintes aspectos cristológicos na pequena via do amor:
Jesus entre os pecadores
“Jesus queria estar com os pecadores. A própria presença dele já mudava as pessoas. Para o mundo judaico da época, só o fato de entrar na casa de um impuro se tornava impuro. Jesus era conhecido como um beberrão e comilão. ‘Este homem come com os pecadores e os acolhe bem’, diziam. Isso era um escândalo”
Abertos à graça
“Às vezes nossa vida não muda, porque nos fechamos à graça. Deus nos chama para estar com Ele e, a partir disso, anunciá-Lo. Nos fechamos nas nossas dores. Mas o Senhor não quer nos salvar isoladamente, Ele quer que nos encontremos. Quando você sai de casa, você faz uma violência de coração e isso te predispõe à ação de Deus”.
Vida de graça
“Para ser santo é preciso se expor ao olhar de Deus, correr o risco da graça, A graça nos faz viver grandes aventuras. Com Deus não tem monotonia. A vida inteira de Santa Teresinha foi de amor a Jesus”
Remorso x arrependimento
“Existe uma diferença entre o remorso e o arrependimento. O remorso é centralizado sobre o seu próprio ego – ‘eu não cumpri minhas obrigações etc’ – e conduz ao desespero, como aconteceu com Judas, ou à perda na esperança de que se pode ser santo. Sob a capa de humildade, um grande orgulho: o remorso. Já com o arrependimento é diferente: ‘eu Te feri, Senhor. Eu magoei a minha esposa, os meus filhos, os meus irmãos’. Isso me faz decidir ser melhor para não fazer mais aquilo. Jesus olhou para Pedro, amando-o. Jesus permitiu que Pedro fosse joeirado pelo demônio. Mas a partir disso, Pedro confirmou os irmãos”.
Caridade como chave da vocação
“Ela antecipa a graça do Concílio Vaticano II: cada uma das funções na Igreja não são nada sem o amor. A caridade é a vida excelente que conduz a Deus. Santa Teresinha encontra o repouso: a caridade é a chave da minha vocação. Todas as vocações particulares só possuem sentido se estiverem ligadas à vocação universal: ser santo, amando a Deus e amando o próximo. Santo não é quem nunca cai, mas que sempre se levanta”.
Legalismos
“Nos perdemos em legalismos, nos centralizamos em nós mesmos, fechados em nossas bolhas, vestindo uma couraça que não é a da justiça. Passamos a vida inteira lutando pra não ser ferido, enquanto que Jesus expõe o próprio coração. Precisamos ser família. Ainda julgamos muito. Somos muito injustos quando condenamos os irmãos”
Ascese de amor
“A nossa ascese é de nos deixar amar. Ascese em vista de um encontro, mas não pra mostrar nada a ninguém. As vezes vamos nos relacionando com o Estatuto, mas não nos relacionamos com uma lei, mas com Jesus. É por isso que não mudamos. A gente muda quando se arrepende, dor de ferir aquele que meu coração ama”.
Esponsalidade
“As coisas mais maravilhosas neste mundo estão revestidas de simplicidade: aparência de hóstia, gosto de pão, mas é Jesus. A Eucaristia é um sacramento esponsal. No ato conjugal, o esposo entrega seu corpo à esposa. O esposo de nossa alma entrega o seu corpo para nós. Tocamos no corpo de Jesus e damos nosso corpo a Jesus. Esse é o maior momento de amor. Assim, diz Teresinha: ‘Senti-me amada. Eu vos amo, dou-me a vós!’”
Francisco recebeu lideranças das Filhas do Divino Zelo e dos Rogacionistas do Coração de Jesus e falou sobre a oração pelas vocações e o agir dos religiosos
O Papa Francisco recebeu em audiência lideranças das Filhas do Divino Zelo e dos Rogacionistas do Coração de Jesus na manhã desta segunda-feira, 18. Elas permanecerão reunidas em Roma entre os dias 17 e 24, com o objetivo de fortalecer os laços de comunhão carismática, revisar as atividades realizadas e planejar o futuro dos Institutos fundados por Santo Aníbal Maria Di Francia, em sintonia com a Igreja e as propostas das Resoluções Capitulares.
Durante o encontro, o Pontífice expressou sua alegria em estar com estes representantes durante o momento em que estão refletindo e trabalhando em seus caminhos congregacionais. Ele ressaltou a importância de abordar assuntos como a consagração, a identidade carismática, a comunhão fraterna e a missão, aspectos fundamentais da vida religiosa.
Todos esses aspectos, para serem aprofundados, demandam a capacidade de ouvir e discernir, na oração e na partilha, e coragem para continuar sendo fiel à inspiração original do fundador, porém com atenção às necessidades de um mundo em transformação.
Importância da oração
Durante sua fala, o Santo Padre refletiu especialmente sobre a oração pelas vocações. Recordando Santo Aníbal, ele afirmou que a oração é o fio que percorreu a vida do religioso. “É na oração fiel e perseverante, particularmente na Adoração, que tudo adquire harmonia, que se apreendem mais claramente os próprios objetivos, encontrando no Senhor a força e a luz para realizá-los segundo os seus desígnios”, declarou.
Santo Aníbal disse que “sem esse fogo interior, que se chama vida espiritual, oração, penitência […] não se pode realizar nenhuma obra verdadeiramente boa”. Diante disso, Francisco indicou que é importante “que haja um diálogo prolongado com o Senhor todos os dias, e depois uma invocação a Ele antes de cada momento importante, de cada reunião, de cada decisão”.
Orar e agir
Em relação à oração pelas vocações, o Papa assinalou outro ensinamento de Santo Aníbal: orar pelas vocações não é persuadir Deus a enviar pastores, como se Ele não se importasse com seu povo, mas para se deixar dominar cada vez mais pela visceralidade de Seu amor paterno e materno. “Vocês nasceram das mãos unidas de um Santo, que as consagrou a Cristo com a sua oração”, exprimiu.
Aproximando-se do fim do seu discurso, o Pontífice exortou os presentes a serem “especialistas de Deus”. “Não tanto como estudiosos de técnicas, estatísticas e teorias, por mais úteis que sejam, mas daquela sabedoria que se amadurece fazendo primeiro os ‘calos nos joelhos’ e depois ‘nas mãos’. Sejam especialistas, isto é, nas artes da oração e da caridade: mãos unidas diante de Deus e mãos estendidas aos seus irmãos e irmãs”, concluiu.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança oficialmente na próxima terça-feira, 19 de setembro, a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, às 10h30, no auditório dom Hélder Câmara, na sede da CNBB, em Brasília (DF). A cerimônia acontece dentro da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) e é organizada pela Assessoria de Comunicação, Edições CNBB e Comissão Episcopal para a Liturgia.
O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, convoca à participação e salienta que é com muita alegria e dedicação, depois de anos de trabalho, que se apresenta a terceira edição típica do Missal. “É um momento emocionante para toda a igreja no Brasil, pois muitos foram os que colaboraram para que esta obra chegasse nas nossas comunidades, paróquias e dioceses”, disse.
O lançamento será transmitido, ao vivo, pela emissora Rede Vida de Televisão, redes sociais da CNBB (Youtube e Facebook) e Edições CNBB. Participam da cerimônia o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro; o arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers, e o presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia, dom Hernaldo Pinto de Farias.
Veja o convite do secretário-geral da CNBB:
Missal Romano
Na liturgia da Igreja, o Missal Romano é o segundo livro litúrgico mais importante. Nele, estão as orações e orientações para as celebrações eucarísticas. O Evangeliário, que traz os textos do Evangelho, é o livro mais importante nos ritos da Igreja.
A tradução brasileira desta terceira edição do Missal Romano levou 19 anos de trabalho. A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo do Missal, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel).
A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.