O CORPUS CHRISTI E A EUCARISTIA COMO FONTE E ÁPICE DA VIDA CRISTÃ

Corpus Christi, o Corpo de Cristo é a grande manifestação pública da eucaristia. É a fé na presença no pão e no vinho consagrados sendo o corpo e o sangue de Cristo que caminha pelas ruas das cidades, vilas, nas comunidades dos campos, das florestas., concedendo-lhes as bênçãos divinas pela passagem do santíssimo sacramento. 

 O Concílio Vaticano II afirmou que a eucaristia é fonte e ápice da vida cristã (LG 11), porque ela norteia toda a vida sacramental e a sua relação com a família, comunidade e sociedade. Ela alimenta os seguidores e as seguidoras de Jesus Cristo, da Igreja em vista de uma atuação melhor no mundo e para a glória de Deus Uno e Trino. Jesus Cristo fez diversas ceias em sua vida como o grande evangelizador do Pai. No entanto uma permaneceu para sempre, que foi a última ceia, onde ele disse aos seus discípulos para que tomassem de seu corpo através do pão e tomassem do cálice com vinho, através de seu sangue (Mt 26,26-29). Jesus ficou com o seu povo para sempre: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). É muito importante uma vida de unidade e de amor conforme a eucaristia que se recebe na família, na comunidade e na sociedade. A eucaristia prepara as pessoas para a vida divina, pois a comunhão realizada ajuda a viver bem neste mundo, estando ao lado das pessoas, sobretudo das mais necessitadas e um dia na eternidade. Uma visão será dada a partir dos padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos.  

A eucaristia celebrada na Comunidade. 

A Didaqué, escrito no século I afirmou a importância da celebração eucarística para o bem das pessoas e do Senhor Jesus na comunidade. Era preciso dizer sobre o cálice o agradecimento a Deus Pai por causa da vinha do servo Davi, que foi revelada por meio do seu Servo Jesus. A ele, a glória para sempre. Em relação ao pão partido o ministro dizia um agradecimento a Deus Pai por causa da vida e do conhecimento que revelou por meio do seu Servo Jesus. A ele a glória para sempre. Na mesma forma como o pão partido semeado sobre as colinas, e depois foi recolhido para se tornar um, da mesma forma a Igreja está reunida desde os confins da terra no seu reino, por meio de Jesus Cristo, para sempre1. A eucaristia visa a unidade das pessoas e com o Senhor Jesus. 

O culto agradável a Deus. 

A Carta de Barnabé, escrito do século II afirmou a palavra da Escritura, sobretudo dos profetas, que Deus não tem necessidade de sacrifícios, nem de holocaustos e nem de ofertas. O Senhor está farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de cordeiros e também não quer o sangue de touros e de bodes, para que assim não se apresentem essas coisas diante dele (Is 1,11-15). O Senhor não pediu que ao saírem do Egito oferecessem holocaustos (Jr 7,22-23). O culto que agrada a Deus é um coração contrito; de conversão, de volta para Deus e para as pessoas. O perfume de suave odor para o Senhor é o coração que glorifica o Criador (Sl 51,17) 2. O Senhor se compraz das pessoas que o amam acima de tudo e amam os necessitados, os pobres.  

A eucaristia tinha o sentido de agradecimento, ação de graças. As pessoas agradeciam após a comunhão elevando ao Senhor um louvor pela comida e bebida espirituais em vista da vida eterna. A oração era dirigida também para a Igreja em vista da sua unidade e da sua santificação3 

A eucaristia anunciou a nova Páscoa.  

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, séculos IV e V afirmou que Jesus celebrou a Páscoa na Nova Aliança assumida por ele, mostrando a nova realidade sobre o seu mesmo altar de imolação e de vida que se daria na cruz. Ele tomou o pão e depois tomou o vinho, tornando-se o seu corpo e o seu sangue. Cristo, nossa Páscoa foi imolado por nós (1 Cor 5,7) e toda a vez que as pessoas comam daquele pão e bebam daquele cálice, é anunciada a morte do Senhor (1 Cor 11,26) e a sua ressurreição. A oferta que a Igreja faz em todos os momentos faz memória da última ceia, aquela que anunciou a nova Páscoa4 

Único pão, único corpo. 

Santo Agostinho, bispo dos séculos IV e V afirmou a unidade do corpo de Cristo que a pessoa recebe em si e com os outros. Aquilo que se vê há um aspecto material, enquanto aquilo que se entende, possui um aspecto espiritual. As pessoas formam o corpo de Cristo e os seus membros: mas sobre a mesa do Senhor coloca-se o mistério que está nos fieis, a recepção do mistério da fé, pela eucaristia. Quando o fiel ouve: O corpo de Cristo, a pessoa responde: Amém. É muito importante, dizia o bispo que a pessoa seja um membro do corpo de Cristo, para que assim o seu Amém seja verdadeiro. Tudo isso é dado no pão consagrado porque como diz o Apóstolo São Paulo muitas coisas formam o único pão, um único corpo (1 Cor 10,17)5. 

O dia natalício dos mártires. 

Santo Agostinho percebeu a importância de celebrar a eucaristia a respeito do dia natalício dos mártires, no sentido de que a comunidade fizesse a devida memória. O fato era que as pessoas recordassem o seu heróico testemunho de fé, de esperança e de caridade. Os mártires estavam saciados pelo sagrado banquete6 na eternidade junto com o Senhor. Os altares erguidos na unidade de suas memórias serviram para a celebração da eucaristia7 

O Senhor dá a todas as pessoas o seu pão. 

Santo Agostinho afirmou que as pessoas pedem no pai-nosso o pão cotidiano, sendo um pão que restaura o corpo, na qual o Senhor o dá não somente para aqueles que o louvam, mas também aqueles que o blasfemam, ele que faz surgir o sol sobre os maus e sobre os bons, e faz chover sobre os justos e o sobre os injustos (Mt 5,45). Ele é dito pão cotidiano, o pão nosso de cada dia, sem o qual não é possível viver. É preciso pedir a Deus o pão cotidiano. O Senhor dá também outro alimento, que é o seu corpo para todas as pessoas que o queiram segui-lo e põem em prática a sua palavra de salvação, de amor, ajudando-as em vista da vida eterna. Assim o pão cotidiano é também nesta terra a Palavra do Senhor, o seu corpo, para que as pessoas vivam unidas, não separadas do altar, ou seja da eucaristia8. 

O corpo, comida; o sangue, bebida e a vida de Cristo permanece integra.  

Santo Agostinho tinha dito que quem o come e quem bebe de seu sangue, permanece nele e Ele na pessoa (Jo 6,54-56). Ele falou de seu corpo e do seu sangue, chamando alimento o corpo e bebida o sangue. Jesus recomendou o alimento e a bebida no sentido de quem não comer a sua carne e nem beber o seu sangue, não terá nele a vida (Jo 6,53) o fazia pelo fato de que somente Ele tem a vida em si mesmo, de modo que as pessoas são convidadas a comer da sua carne e a beber de seu sangue. O Senhor deu o seu corpo e o seu sangue como comida salutar em vista da integridade da sua pessoa. Quando se recebe o pão consagrado é o Senhor da vida que se recebe, o corpo de Cristo. A pessoa é convidada a comer e a beber da vida, que é Jesus e assim ela terá a vida e a esta permanece integra, pois ela participará da verdadeira vida9 

A eucaristia é a presença do Senhor no pão e no vinho consagrados. Ela torna-se fonte de vida porque se trata da Pessoa de Jesus Cristo, dado como alimento para o momento presente e um dia na eternidade. Todos os ministros, os fieis e o povo de Deus são chamados a viver o espírito da comunhão eucarística fazendo-os entrar em unidade com as pessoas que mais sofrem, vivendo assim o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo neste mundo e um dia na eternidade. 

Fonte: CNBB

O milagre eucarístico com o qual se instituiu a solenidade de Corpus Christi

milagre eucaristico
Milagre Eucarístico de Bolsena | Wikipédia (domínio público)

A catedral de Orvieto, na Itália, guarda um dos milagres eucarísticos mais importantes na história da Igreja e que motivou o papa Urbano IV a instituir a solenidade de Corpus Christi.

Em meados do século XIII, o padre Pedro de Praga duvidava sobre a presença de Cristo na Eucaristia e realizou uma peregrinação a Roma para rogar sobre o túmulo de São Pedro uma graça de fé.

Ao regressar, enquanto celebrava a missa em Bolsena, na cripta de Santa Cristina, a Sagrada Hóstia sangrou, manchando o corporal com o preciosíssimo sangue.

A notícia chegou rapidamente ao papa Urbano IV, que estava muito perto de Orvieto e mandou que o corporal fosse levado até ele. A venerada relíquia foi levada em procissão e diz-se que o pontífice, ao ver o milagre, ajoelhou-se diante do corporal e, em seguida, o mostrou à população.

Mais tarde, o papa publicou a bula “Transiturus”, com a qual ordenou que fosse celebrada a solenidade de Corpus Christi em toda a Igreja na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade.

Do mesmo modo, o papa Urbano IV encomendou a santo Tomás de Aquino a preparação de um ofício litúrgico para a festa e a composição de hinos, que são entoados até o dia de hoje: Tantum Ergo, Lauda Sion.

A santa relíquia é conservada na catedral de Orvieto e pode ser apreciada em uma capela construída em honra a este milagre Eucarístico. O corporal sai em procissão todos os anos durante a festa de Corpus Christi e são presididas as celebrações Eucarísticas na catedral.

São João Paulo II, durante sua visita à catedral de Orvieto em 1990, assinalou que “Jesus se converteu em nosso alimento espiritual para proclamar a soberana dignidade do homem, para reivindicar seus direitos e suas justas exigências, para transmitir-lhes o segredo da vitória definitiva sobre o mal e a comunhão eterna com Deus”.

Fonte: ACI Digital

Francisco às crianças: “O Espírito Santo nos acompanha na vida”

Cinquenta mil fiéis participaram, na Praça São Pedro, da missa da I Jornada Mundial das Crianças. No dia em que a Igreja recorda a Santíssima Trindade, Francisco conversou com as crianças, recordando o amor do Pai e “Jesus que perdoa tudo e sempre”. Junto com elas, rezou a Ave-Maria, e pediu para que rezem pela paz. Anunciou que a próxima Jornada Mundial das Crianças será em setembro de 2026.


O Papa Francisco presidiu a missa na Solenidade da Santíssima Trindade, neste domingo (26/05), na Praça São Pedro, I Jornada Mundial das Crianças.

A sua homilia, feita espontaneamente, foi centrada na Santíssima Trindade. “O Pai nos criou, Jesus nos salvou, o Espírito Santo nos acompanha.” Assim, o Pontífice explicou às milhares de crianças presentes na Praça São Pedro, para a I Jornada Mundial dedicada a elas, o mistério de Deus, Uno e Trino.

“Estamos aqui para rezar juntos, para rezar a Deus. Vocês concordam?”, perguntou o Papa, reiterando que o Pai Criador “nos ama muito” e nos faz crescer.

A humildade de pedir perdão a Jesus

“Jesus!”, gritam as crianças quando o Papa lhes pergunta o nome do filho de Deus. “Peçamos a Jesus para que nos ajude e esteja perto de nós”, disse Francisco, porque “quando comungamos, recebemos Jesus e Jesus perdoa os nossos pecados”. Isso acontece “sempre, sempre, sempre”, lembrou o Papa, “para um homem ou uma mulher com muitos pecados” e “até mesmo para o mais feio dos pecadores”.

Não se esqueçam disso: Jesus perdoa tudo e perdoa sempre, e nós devemos ter a humildade de pedir perdão. “Perdoa-me, Senhor, eu errei. Sou fraco. A vida me colocou em dificuldades, mas você perdoa tudo. Eu gostaria de mudar minha vida e você me ajuda”.

A felicidade da fé

Não é fácil, continuou o Papa, explicar o que é o Espírito Santo, que “está dentro de nós” porque o recebemos no Batismo e nos Sacramentos. Ele “nos dá força, nos consola nas dificuldades”. O Espírito Santo é aquele “que nos acompanha ao longo da vida”. “É ele que diz no coração as coisas boas que devemos fazer. É ele que quando fazemos algo ruim nos repreende dentro”. Cinco vezes o Papa pediu para as crianças repetirem isso, antes de explicar a elas a felicidade da fé:

Queridos irmãos e irmãs, meninos e meninas, todos nós somos felizes porque acreditamos. A fé nos torna felizes. Acreditamos em Deus que é, todos juntos: “Pai, Filho e Espírito Santo”.

Oração a Maria e pela paz

Os cristãos também têm uma mãe, “Maria”, respondem as crianças, a quem Francisco pediu para invocarem, rezando uma Ave-Maria com todos os fiéis. “Rezem pelos pais, pelos avós, pelas crianças doentes”, exortou o Papa, e “rezem sempre e sobretudo pela paz, para que não haja guerras”. “O que o Espírito Santo faz?”, perguntou novamente antes de prosseguir com a celebração da missa. “Ele nos acompanha”, responderam as crianças em coro.

Após a oração do Angelus e um monólogo do diretor de cinema e ator vencedor do Oscar Roberto Benigni, Francisco anunciou a data da II Jornada Mundial das Crianças, que será em setembro de 2026.

Fonte: Vatican News

NOSSA SENHORA AUXILIADORA

Celebramos no dia 24 de maio a memória litúrgica de Nossa Senhora Auxiliadora. Um dos títulos mais antigos concedidos à Virgem Maria, pois de fato Ela é o auxílio dos cristãos, como está na ladainha. Conforme sabemos, onde Nossa Senhora aparece, Ela recebe um título, aqui não se trata de uma aparição em específico, mas da forma que os cristãos invocavam a Virgem Maria.

Nossa Senhora Auxiliadora é invocada por todos os cristãos diante dos momentos de dificuldade e ela intercede por todos junto a Deus. Do mesmo modo que Ela foi auxílio nas bodas de Cana da Galileia, onde disse: “Fazei tudo o que ele vos disser”, Ela continua sendo esse auxílio para todos nós.

Nossa Senhora Auxiliadora é um dos títulos mais bonitos, além de um dos mais antigos conforme dissemos acima dedicados à Mãe de Jesus. Nossa Senhora é invocada como “auxílio dos cristãos” na ladainha da oração do terço, a chamada Ladainha de Nossa Senhora. Recorramos sempre a Nossa Senhora e peçamos que Ela seja sempre o nosso auxílio, nos ajudando nos momentos de dificuldade.

O mês de maio é um mês especial para a Igreja, conhecido como o mês Mariano, e além da festa de Nossa Senhora Auxiliadora, celebramos também Nossa Senhora de Fátima no dia 13 e Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel no dia 31. Além do Dia das Mães dia 12, recordando as nossas mães aqui da terra e Nossa Senhora como nossa Mãe do céu.

Nossa Senhora Auxiliadora é padroeira da Congregação dos Salesianos (SDB), pois, São João Bosco, fundador da Congregação, era devoto de Nossa Senhora Auxiliadora e conseguiu grandes graças por seu intermédio. Ela também é padroeira da comunidade católica Canção Nova. Peçamos sempre o auxílio de Nossa Senhora todas as vezes que nos sentirmos aflitos. Devido ao seu grande Santuário que existe na China, o Papa Bento XVI instituiu para esta ocasião o Dia de Oração pela China.

Ao longo da nossa vida passamos por muitos momentos de dificuldade, não podemos nos desesperar ou achar que não terá solução para aquele problema, mas recorramos a Nossa Senhora para que interceda por nós junto de Deus. A Mãe é sempre aquela que acalma e que procura a melhor forma de encontrar solução para o problema. Peçamos que Nossa Senhora interceda por nós em nossas necessidades. Costumamos dizer que “Não se conhece quem tenha feito um pedido a Nossa Senhora e não tenha sido atendido”. Nossa Senhora Auxiliadora também pode ser invocada além de auxílio dos cristãos, como também Nossa Senhora dos Aflitos. Que a mãe de Deus venha em nosso socorro nos momentos de aflição.

O título de Auxiliadora remonta ao século XVI, quando a expressão “auxílio dos cristãos”, foi introduzida na ladainha de Nossa Senhora pelo Papa São Pio V, isso se deu porque os cristãos venceram os muçulmanos em uma batalha nas águas de Lepanto, em 1571. Porém, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora entrou no calendário da Igreja em 1814, por intermédio do Papa Pio VII, quando ele retornou da França, após ter sido preso por Napoleão Bonaparte. O Papa atribuiu sua libertação a Nossa Senhora Auxiliadora e fixou a data de 24 de maio para a sua festa. Depois quem difundiu realmente a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora foi Dom Bosco.

Dom Bosco, desde pequeno, aprendeu com sua mãe a ter grande confiança em Nossa Senhora. A mãe de Dom Bosco chamava-se Margarida, e sempre interrompia algum trabalho do dia para saudar a Virgem Maria. Sempre a hora do Angelus era um momento sagrado para dona Margarida, que para ela era um encontro com Deus e de memória da anunciação de Nossa Senhora.

Em 1824, justamente dez anos após o Papa Pio VII ter introduzido a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, quando Dom Bosco tinha nove anos, ele teve um sonho profético, em que lhe foi manifestado o campo de seu futuro apostolado. Nesse sonho, o menino João, ouviu a voz do Senhor e logo depois de ouvi-la, apareceu-lhe uma Senhora de aspecto majestoso. Sem saber quem era essa Senhora, João pergunta quem era Ela, e obtém a resposta: “Eu sou aquela que sua mãe ensinou a saudar três vezes ao dia”.

No ano de 1862, Dom Bosco, iniciou a construção em Turim, de uma Basílica dedicada à Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos. Ele disse que era necessário dedicar aquele templo a Nossa Senhora Auxiliadora, pois naquele momento vivia-se tempos difíceis e era necessário pedir o auxílio de Nossa Senhora para salvaguardar a fé.

Com a construção da Basílica de Maria Auxiliadora em Turim, Dom Bosco quis construir um monumento que fosse eterno e em forma de gratidão a Nossa Senhora Auxiliadora. Ele disse: “Maria, Santíssima é a minha Mãe”. E ele dizia que Ela sempre foi o seu guia ao longo de sua vida.

Em todas as suas palestras, conferências e homilias, Dom Bosco ensinava sobre a importância de notar sempre a presença materna de Nossa Senhora. Ele fazia as pessoas refletirem o quanto nossa Senhora é importante e que ela seja verdadeiramente honrada, pois é a Mãe de Deus e nossa Mãe.

Dom Bosco ensinou aos religiosos da família salesiana a nutrirem um amor por Nossa Senhora e sempre a invocar em qualquer circunstância da vida. Ensinou a eles sobretudo a invocá-la como auxiliadora. Vários escritos de Dom Bosco retratam o amor que ele nutria pela Virgem Maria. Ele pedia em seus escritos para que os padres e religiosos de sua congregação ensinassem aos seus fiéis a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora e a Jesus Sacramentado. E recomendou que em todas as casas salesianas houvesse uma imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, e quando um jovem entrar numa dessas casas seria acolhido por Nossa Senhora.

Nossa Senhora é a Mãe das vocações, Ela é a apóstola junto com os apóstolos e ajudou na edificação da Igreja no primeiro século. Por isso, cada vocacionado e vocacionada, religiosos e religiosas, devem sempre recorrer ao auxílio de Nossa Senhora, sobretudo ao atravessar por momentos de dificuldade ao longo da vida religiosa, recorrer a intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora.

Dom Bosco confiou à família salesiana a propagação dessa devoção, que nada mais é do que a devoção à Mãe de Deus, a Igreja e ao Papa. Que todos nós possamos cultivar em nosso coração essa bonita devoção a Nossa Senhora Auxiliadora e clamemos a sua ajuda em diversas circunstâncias da nossa vida. Amém!

Fonte: CNBB

Carlo Acutis será o primeiro santo millennial: Papa Francisco reconhece milagre para canonização

O papa Francisco reconheceu um milagre atribuído à intercessão do beato Carlo Acutis, abrindo caminho para que ele se torne o primeiro santo millennial. O adolescente italiano que morreu de câncer em 2006 é conhecido por sua grande devoção à presença real de Jesus na Eucaristia. O reconhecimento do segundo milagre atribuído à intercessão de Acutis possibilita que Acutis possa ser canonizado durante o Ano Jubilar de 2025 da Igreja.

Santa Rita de Cássia, intercessora das famílias e das causas impossíveis

Uma infância cheia de devoção

A pequena periferia de Roccaporena, na Úmbria, foi berço de Margarida Lotti, provavelmente por volta de 1371, chamada com o diminutivo de “Rita”. Seus pais, humildes camponeses e pacificadores, procuraram dar-lhe uma boa educação escolar e religiosa na vizinha cidade de Cássia, onde a instrução era confiada aos Agostinianos. Naquele contexto, amadurece a devoção a Santo Agostinho, São João Batista e São Nicolau de Tolentino, que Rita escolheu como seus protetores.

Mulher e mãe dedicada

Por volta de 1385, a jovem se uniu em matrimônio com Paulo de Ferdinando de Mancino. A sociedade de então era caracterizada por diversas contendas e rivalidades políticas, nas quais seu marido estava envolvido. Mas a jovem esposa, através da sua oração, serenidade e capacidade de apaziguar, herdadas pelos pais, o ajudou a viver, aos poucos, como cristão de modo mais autêntico. Com amor, compreensão e paciência, a união entre Rita e Paulo tornou-se fecunda, embelezada pelo nascimento de dois filhos: Giangiacomo e Paulo Maria. Porém, a espiral de ódio das facções políticas da época acometeram seu lar doméstico.

Assassinato do esposo e perdão

O esposo de Rita, que se encontrava envolvido também por vínculos de parentela, foi assassinado. Para evitar a vingança dos filhos, escondeu a camisa ensanguentada do pai. Em seu coração, Rita perdoou os assassinos do seu marido, mas a família Mancino não se resignou e fazia pressão, a ponto de desatar rancores e hostilidades. Rita continuava a rezar, para que não fosse derramado mais sangue, fazendo da oração a sua arma e consolação.

Doença dos filhos

Entretanto, as tribulações não faltaram. Uma doença causou a morte de Giangiacomo e de Paulo Maria; seu único conforto foi pensar que, pelo menos, suas almas foram salvas, sem mais correr o risco de serem envolvidos pelo clima de represálias, provocado pelo assassinato do marido. Tendo ficado sozinha, Rita intensificou sua vida de oração, seja pelos seus queridos defuntos, seja pela família de Mancino, para que perdoasse e encontrasse a paz.

Pedido recusado

Com a idade de 36 anos, Rita pediu para ser admitida na comunidade das monjas agostinianas do Mosteiro de Santa Maria Madalena de Cássia. Porém, seu pedido foi recusado: as religiosas temiam, talvez, que a entrada da viúva de um homem assassinado pudesse comprometer a segurança do Convento. No entanto, as orações de Rita e as intercessões dos seus Santos protetores levaram à pacificação das famílias envolvidas na morte de Paulo de Mancino e, após tantas dificuldades, ela conseguiu entrar para o Mosteiro.

Monja Agostiniana

Narra-se que, durante o Noviciado, para provar a humildade de Rita, a Abadessa pediu-lhe para regar o tronco seco de uma planta, e sua obediência foi premiada por Deus, pois a videira, até hoje, é vigorosa. Com o passar dos anos, Rita distinguiu-se como religiosa humilde, zelosa na oração e nos trabalhos que lhe eram confiados, capaz de fazer frequentes jejuns e penitências. Suas virtudes tornaram-se famosas até fora dos muros do Mosteiro, também por causa das suas obras de caridade, juntamente com algumas coirmãs; além da sua vida de oração, ela visitava os idosos, cuidava dos enfermos e assistia aos pobres.

A Santa das rosas

Cada vez mais imersa na contemplação de Cristo, Rita pediu-lhe para participar da Sua Paixão. Em 1432, absorvida em oração, recebeu a ferida na fronte de um espinho da coroa do Crucifixo. O estigma permaneceu, por quinze anos, até a sua morte. No inverno, que precedeu a sua morte, enferma e obrigada a ficar acamada, Rita pediu a uma prima, que lhe veio visitar em Roccaporena, dois figos e uma rosa do jardim da casa paterna. Era janeiro, período de inverno na Itália, mas a jovem aceitou seu pedido, pensando que Rita estivesse delirando por causa da doença. Ao voltar para casa, ficou maravilhada por ver a rosa e os figos no jardim e, imediatamente, os levou a Rita. Para ela, estes eram sinais da bondade de Deus, que acolheu no Céu seus dois filhos e seu marido.

Imagem histórica de Santa Rita de Cássia, padroeira de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte;

 

Veneração de Rita

Santa Rita expirou na noite entre 21 e 22 de maio de 1447. Devido ao grande culto que brotou logo depois da sua morte, o corpo de Rita nunca foi enterrado, mas mantido em uma urna de vidro. Rita conseguiu reflorescer, apesar dos espinhos que a vida lhe reservou, espalhando o bom perfume de Cristo e aquecendo tantos corações no seu gélido inverno. Por este motivo e em recordação do prodígio de Roccaporena, a rosa é, por excelência, o símbolo de Rita.

Estátua de Santa Rita de Cássia, com 56 metros de altura, considerada a maior estátua católica do mundo, em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte;

 

A minha oração

“Rita, grande intercessora das famílias, a ti pedimos verdadeiras graças de conversão sobre aqueles aos quais amamos. Tuas rosas são sinais de salvação, por isso, te pedidos a paciência e o perdão, a oração e intercessão, ajuda-nos de forma concreta nesta luta. Amém!”

Santa Rita de Cássia , rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 22 de maio:

  1.   Na África Setentrional, os santos Casto e Emílio, mártires. († 203)
  2.   Em Comana, no Ponto, hoje Gumenek, na Turquia, São Basilisco, bispo e mártir. († s. IV)
  3.   Na ilha da Córsega, região da França, a comemoração de Santa Júlia, virgem e mártir. († data inc)
  4.   Em Aire-sur-l’Adour, na Aquitânia, hoje na França, Santa Quitéria, virgem. († data inc)
  5. Em Angoulême, também na Aquitânia, Santo Ausónio, considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. IV/V)
  6. Em Limoges, na mesma região da Aquitânia, São Lopo, bispo, que aprovou a fundação do mosteiro de Solignac. († 637)
  7. Em Parma, na Emília-Romanha, região da Itália, São João, abade. († s. X)
  8. Em Pistóia, na Etrúria, hoje na Toscana, também região da Itália, Santo Atão, bispo. († c. 1153)
  9. Em Florença, também na Etrúria, hoje na Toscana, a Beata Humildade (Rosana), depois de casada, foi abadessa e se associou à Ordem de Valumbrosa. († 1310)
  10. Em Londres, na Inglaterra, o Beato João Forest, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1538)
  11. Em Kori, cidade do Japão, os beatos Pedro da Assunção, da Ordem dos Frades Menores, e João Baptista Machado, da Companhia de Jesus, presbíteros e mártires. († 1617)
  12. Em Omura, também no Japão, o Beato Matias de Arima, mártir. († 1620)
  13. No Aname, no atual Vietnam, São Miguel Ho Dinh Hy, mártir. († 1857)
  14. Em An-Xá, cidade do Tonquim, também no actual Vietnam, São Domingos Ngon, mártir, pai de família e agricultor. († 1862)
  15. Em Lucca, na Toscana, região da Itália, a Beata Maria Domingas Brun Barbantíni, religiosa, que fundou a Congregação das Irmãs Ministras dos Enfermos de São Camilo. († 1868)

Fontes: Canção Nova

O Papa: precisamos de paz neste tempo de guerra mundial

O Santo Padre fez um apelo a rezar pela paz neste mundo “em guerra”. O Pontífice exortou mais uma vez a não esquecer a Ucrânia, a Palestina, Israel, Mianmar e todos os países que sofrem por causa de conflitos.


No final da Audiência Geral, desta quarta-feira (22/05), realizada na Praça São Pedro, o Papa Francisco convidou mais uma vez a rezar pela paz.

O Pontífice recordou os conflitos em andamento na Ucrânia, onde continuam os ataques de drones russos; no Oriente Médio, onde não para a conta do número de mortos em bombardeios; em Mianmar, com a crise interna e o drama dos Rohingyas.

Rezemos pela paz. Precisamos de paz. O mundo está em guerra. Não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia que está sofrendo muito. Não nos esqueçamos da Palestina, de Israel: que essa guerra termine. Não nos esqueçamos de Mianmar e não nos esqueçamos dos muitos países em guerra. Irmãos e irmãs, precisamos rezar pela paz neste tempo de guerra mundial.

Convite às crianças

Uma paz que cada um, com sua contribuição, pode construir. Inclusive as crianças. Na saudação feita pouco antes aos peregrinos poloneses, Francisco dirigiu-se a todas as crianças que, nestes dias, estão fazendo a Primeira Comunhão, “importante encontro com Jesus”, encorajando-as “neste momento de alegria a saber ver também as necessidades de seus coetâneos que sofrem, vítimas da guerra, da fome e da pobreza”.

Que Maria nos ensine o serviço humilde, que é a fonte de paz no mundo e na Igreja.

A escassez de vocações na Itália

Na saudação aos fiéis de língua italiana, o Papa saudou as noviças que participam do curso promovido pela União dos Superiores Maiores da Itália, desejando que “este encontro desperte em cada uma delas o desejo de aderir cada vez mais a Cristo e de servir o próximo na caridade”. A seguir, disse que “há uma escassez de vocações na Itália” e convidou a pensar e a rezar pelas “vocações para a vida consagrada”.

Fonte: Vatican News

RELAÇÃO FRATERNA

O ser humano é um ente natural, capacitado para praticar relações, e habilitado para atrair seus pares ou até expulsá-los do contexto próprio da convivência comunitária. Isto mostra e revela a capacidade inerente à existência de cada pessoa, que a leva a ser mais ou menos fraterna no relacionamento cotidiano social. O dado da fé pode ser componente a mais na sensibilidade dos indivíduos.

Podemos assim dizer que Deus se apresenta na estrutura de comunidade, que é revelado no relacionamento entre as três Pessoas divinas, no estilo de verdadeira família, sendo o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Então, Ele existe na condição de relação permanente na fraternidade, de modelo para a convivência familiar e comunitária. Em nossas realidades deve existir reflexo da vida divina.

A liberdade é condição importante para uma boa relação entre as pessoas. Exige reconhecimento dos valores de cada um, e não são os mesmos em cada indivíduo e nem em cada povo. Tanto Israelitas quanto Hamas, apesar da agressividade de ambos, têm a marca de grandes valores, mas isso não é reconhecido por eles. Desmoronam a riqueza da história construída com sacrifício.

Na dinâmica espiritual encontramos uma relação do fiel com a Trindade, inclusive reconhecendo-se como filho, podendo chamar a Deus de Pai. Ser filho não é ser escravo, submisso aos parâmetros impostos pela Lei, como acontecia no Antigo Testamento. A relação verdadeiramente fraterna, de coração sensível e aberto, tem pés ancorados no amor, na superação de todo tipo de imposição.

Quando celebramos a Festa da Santíssima Trindade, todos os cristãos são envolvidos por causa do batismo, porque ele marca a vida espiritual das pessoas. O batismo provoca comprometimento de relação fraterna, e ultrapassa todo tipo de individualismo intimista e de insensibilidade, porque não há reconhecimento autêntico do outro. Faltando isto, as relações ficam totalmente comprometidas.

É difícil entender a relação exercida no seio da Santíssima Trindade. Também entre os seres humanos não é fácil compreender essa realidade, porque cada uma das pessoas tem sua forma de ser e atuar, podendo até entrar em choque com as formalidades da outra. O valor das relações está presente justamente nessa capacidade e grandeza de acertar as fronteiras que dificultam a convivência.

Fonte: CNBB

INVOCANDO O ESPÍRITO SANTO PARA A O FUTURO DO PLANETA

Pentecostes e a Casa Comum: Invocando o Espírito Santo para a o futuro do planeta

Estamos na antevéspera de Pentecostes. Existem muitas orações que dirigimos ao Divino Espírito Santo. Creio que, diante de tantas tragédias que afligem e atingem a humanidade e nosso planeta Terra, além dos Sete Dons, temos que pedir, como diz uma das orações, “Renovai a face da terra”.

Claro que “renovar a face da terra” deve ser realizado por nós, humanos, acolhendo o dom da sabedoria, da inteligência, do discernimento, do entendimento, da prudência e da coragem para um Novo Agir. As mudanças climáticas, que podem, em parte, ser naturais, têm grande participação da ação humana, que não ouve o clamor e o grito da Mãe Terra há tantos séculos.

Divino Espírito Santo, esclarecei as mentes dos governantes, esclarecei as mentes dos “construtores”, dos “plantadores”, dos responsáveis por elaborar Planos Diretores de cidades e Planos Inteligentes de Desenvolvimento, inclusive agrícola e pecuário, e exigi o cumprimento dos mesmos.

Divino Espírito Santo, iluminai as mentes das pessoas de poder para que a Ciência, que é um dos vossos sete dons, seja mais valorizada e respeitada que o poder econômico, a avareza, a ganância, a usura e o desejo de lucro a qualquer custo e preço.

Divino Espírito Santo, dai coragem, ousadia e Entendimento para não gastar fortunas em reconstrução de cidade e bairros onde já se sabe que, em futuro próximo ou mais distante, as mesmas tragédias poderão voltar a acontecer. Com sabedoria, reconstruir e realocar as famílias, os comércios, as igrejas, as escolas, os hospitais, enfim, tudo o que for necessário para lugares mais seguros.

Divino Espírito Santo, dai Inteligência e entendimento para que a humanidade possa devolver aos rios as margens, as planícies, os pantanais e possa devolver à Mãe Natureza o direito às matas ciliares, às encostas, às montanhas e à vegtação nativa.

Divino Espírito Santo, dai aos nossos corações e mentes a firme vontade de não repetir tantos erros já cometidos, e que não voltemos ao “normal”, mas ao totalmente novo.

Divino Espírito Santo, dai-nos a Prudência e o amor de não apontar o “dedo acusador” nem para o Pai do Céu, nem para um povo localizado, mas abri nossos olhos para compreendermos que uma Ação Local tem abrangência Universal.

Divino Espírito Santo, abri nossos olhos e mentes para compreendermos que hoje está acontecendo aqui, ontem foi lá e amanhã poderá ser acolá. Somos uma só casa comum!

Divino Espírito Santo Consolador, confortai os corações de todos os atingidos, a maioria absoluta, inocentes da atual tragédia no Rio Grande do Sul, e fazei-nos compreender que é Caridade tanto as doações de emergência, quanto é caridade e amor ainda maior deixarmo-nos guiar pela tua Luz em busca do Novo e da reconstrução. Como diz a Palavra do Pai do Céu: “vou criar um novo céu e uma nova terra”, onde já não se ouvirá choro nem luto (Isaías 65,17-25 e Ap 21).

Oração ao Espírito Santo

“Vinde, Espírito Santo,
enchei os corações dos vossos fiéis e
acendei neles o fogo do vosso amor.
Enviai o vosso Espírito e tudo será criado,
e renovareis a face da Terra!

Oremos:
Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo,
fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito,
e gozemos sempre de sua consolação.
Por Cristo, Senhor Nosso. Amém!”

Fonte: CNBB

O Papel de Maria na obra da Salvação

“Maria não foi utilizada por Deus como instrumento meramente passivo, mas que cooperou livremente, pela sua fé e obediência, na salvação dos homens”. (LG nº 56)


Estamos no mês de maio , mês dedicado a Maria, nossa Mãe Santíssima. Este tempo é, portanto, uma excelente oportunidade para crescer na devoção a Maria e conhecer de uma maneira mais profunda o seu papel na obra da salvação.

A Constituição Dogmática Lumen Gentium dedica o Capítulo VIII, a Maria e seu importante papel como mãe e modelo da vida cristã, intitulando o capítulo como: “A Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no Mistério de Cristo e da Igreja”.

O número 56 da Lumen Gentium nos diz que Maria, ao responder ‘sim’ ao anúncio do Anjo: 

“ Tornou-se Mãe de Jesus e, não retida por nenhum pecado, abraçou de todo o coração o desígnio salvador de Deus , consagrou-se totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e à obra de seu Filho, subordinada a Ele e adicionalmente com Ele, operando pela graça de Deus onipotente o mistério da Redenção. Por isso, consideremos com razão os santos Padres que Maria não foi utilizada por Deus como instrumento meramente passivo, mas que cooperasse livremente, pela sua fé e obediência, na salvação dos homens. Como diz São Irineu, «obedecendo, ela tornou-se causa de salvação, para si e para todo o gênero humano» ”.

Este trecho nos traz, de uma forma bela, a importância de Maria no Mistério de Cristo e na vida da Igreja. Como nos dizem os Padres Conciliares, Maria cooperou ativamente, através de seu ‘Sim’, com a obra de Salvação. Através de sua obediência amorosa a Deus, Ela se tornou Mãe Daquele que é a Luz verdadeira e infinita.

A Sagrada Escritura nos mostra como Maria participou de forma ativa em todos os momentos da vida de seu Filho: antes mesmo do nascimento de Jesus, Maria leva-o no seu ventre anunciando Boa Nova a sua prima Isabel.

No dia do nascimento , Ela apresenta com alegria o Filho aos magos e pastores; quando o Menino Jesus aos 12 anos resolve permanecer em Jerusalém , Maria o procura angustiada e ao encontrá-lo no Templo escuta, guarda e medita no coração as suas palavras: “Por que me procuráveis? Não sabia que devo estar na casa do meu Pai?” (Lc 2, 49).

Na vida pública de Jesus, Maria intercede e consegue que Ele realize o seu primeiro milagre nas bodas de Caná e no momento da Cruz, Maria é a mulher forte que está firme ao lado de seu Filho. E é neste momento que Maria recebe de Jesus a missão de ser a Mãe da Igreja: “Mulher, eis o teu filho”, ele diz o Senhor; “Eis a tua mãe!” , fala ao discípulo amado que, em nome de todos os fiéis, acolhe a Mãe de Jesus como sua.

Mas, a sua cooperação continua. Assunta aos céus, Ela coopera na obra da salvação exercendo a sua maternidade espiritual , intercedendo e cuidando de nós, seus filhos. A sua função materna está intimamente associada à mediação de Cristo , o único Mediador entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2, 5-6). A Igreja ao dirigir-se a Ela como intercessora, auxiliadora e medianeira, regular que tudo em Maria deriva dos méritos de Cristo (cf. LG 60).

Como vemos, Maria não deve ser, para nós, somente objeto de nossa veneração, mas um exemplo a seguir , pois todos somos chamados a cooperar na obra de Deus. Que junto a Ela, caminhamos ao encontro de Jesus, nosso Salvador e Redentor.

Fonte: A12

 

Qual a origem das palavras “Rosário” e “Terço”?

A12 explica a razão para chamarmos dessa forma, as populares orações cristãs ao pedir a intercessão da Virgem Maria


“Rezem o Rosário todos os dias para alcançar a paz no mundo e o fim da guerra”.

Esta foi a primeira mensagem da Virgem de Fátima no primeiro dia das aparições aos pastorinhos, em 13 de maio de 1917. Na segunda reunião, Nossa Senhora apareceu depois que eles rezaram o Santo Rosário.

E na terceira ocasião, a Mãe de Deus disse:

“Quando rezarem o Rosário, digam depois de cada mistério: ‘Meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai todas as almas ao céu, especialmente as mais necessitadas’”.

Desta forma, entendemos que nossa Mãe do Céu sempre desejou que pudéssemos contemplar os mistérios do terço, meditando toda a vida pública de Jesus Cristo, Seu nascimento até Sua morte e ressurreição. Ela apresentou o Rosário a São Domingos de Gusmão em 1214, como forma de enfrentar as heresias da época.

Mas muitos ainda se perguntam: Por que utilizamos as palavras “Rosário” e “Terço” para orar à Virgem Maria?

O significado para “Rosário” tem como origem o traje de alguns povos em oferecer coroas de rosas à sua rainha. Assim, os cristãos transferiram esta ação para Nossa Senhora, a Rainha do Céu e da Terra: oferecemos uma coroa de 150 rosas, as Ave-Marias.

Desta forma, foi atendido o pedido de Maria para que São Domingos rezasse um rosário, pois antigamente era rezado com 150 salmos . Como as pessoas naturalmente sabiam os salmos de cabeça , então começaram a rezar com o Pai-Nosso e as Ave-Marias.

Thiago León
Thiago León

 

Durante muito tempo, apresentamos apenas três grupos de mistérios: os gozosos, dolorosos e gloriosos. É neste contexto que surge o termo “terço”: podíamos rezar o rosário inteiro ou um terço dele a cada dia.  Por isso, foi consolidada a tradição de orarmos em dias específicos: às segundas e sábados, os mistérios da alegria (gozosos); às  terças e sextas, a Paixão e Morte de Cristo (dolorosos);  às quartas e domingos a vitória de Cristo e a participação de Maria nela (gloriosos).

Como ainda não estava sendo abordada a vida pública de Jesus e Sua pregação, São João Paulo II, em 16 de outubro de 2002, acrescentou os cinco mistérios da luz (luminosos). Assim, o Santo Rosário passou a ter 200 Ave-Marias (duzentas rosas) e cada série de cinco mistérios passa a ser um quarto. Mas, pela força da tradição, continuamos a dizer que podemos rezar um Terço ou um Rosário.

Ao final de cada Terço, ou após o Rosário Completo, estamos acostumados a rezar a Salve-Rainha, pois assim dedicamos diariamente flores a Maria, com toda nossa fé, esperança e caridade.  E como neste artigo do Irmão André Luiz, C.Ss.R., da Academia Marial,  pedimos “que Ela os apresenta ao seu divino Filho e, assim, no jardim da virtude humana, o Criador volte a passear (Gn 3, 8) por entre as flores espirituais colhidas pelo Rosário ”.

Por isso, o Rosário é uma devoção mariana legítima, ajudando a todos nós fiéis a adorarem a Deus, venerarem a Mãe e contemplarem os mistérios da vida de seu Filho Jesus. Devemos orar sempre com o coração aberto e com uma boa preparação, para assim oferecermos as rosas à Rainha do Céu e da Terra.

Fonte: A12


Maria como exemplo de fé, coragem e perseverança diante das adversidades

Durante a jornada da vida, nos deparamos, muitas vezes, com dificuldades e adversidades. Os problemas e desafios podem se apresentar de maneira pessoal, na nossa vida cotidiana ou de forma coletiva, como estamos vendo, com muita tristeza, na tragédia que se abateu sobre o Sul do nosso país. Todos estamos profundamente comovidos com o sofrimento de nossos irmãos gaúchos.

Diante de tanta dor, às vezes, perdemos a esperança e nos deixamos levar pelo desespero. Mas Deus não nos abandona e nos dá uma Mãe que nos acompanha, guia e protege. Por isso, em meio as sombras deste mundo, somos convidados a olhar o coração amoroso de nossa Mãe Maria, pois nele encontramos o consolo de uma mulher que, como nós, sofreu as tribulações humanas.

Aprendendo com Maria a confiar em Deus em meio aos sofrimentos

As Sagradas Escrituras nos mostram como a vida terrena de nossa Santíssima Mãe, teve momentos de inseguranças, dificuldades e sofrimentos. Ao receber a visita do Anjo Gabriel e o anúncio do plano divino para sua vida, Maria não hesitou e sua resposta foi imediata: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc1,38). Essa resposta revela total entrega e confiança na vontade de Deus. A profunda fé de Maria lhe deu a coragem necessária para aceitar o plano de Deus apesar das incertezas.

Desde o momento da Anunciação, Os Evangelhos relatam uma série de desafios e provações que aumentaram sua fé e perseverança. Aqui podemos mencionar alguns: A visita a Isabel enfrentando um longo caminho para servir a prima idosa, a necessidade de fugir para o Egito para proteger o Menino Jesus da ira de Herodes, a profecia de Simeão que dizia que uma espada de dor lhe atravessaria o coração, a incompreensão e angústia durante a perda de Jesus no templo, a perseverante constância ao lado de Jesus durante os anos de sua vida pública e a força e coragem no desafio mais difícil: a morte de Cristo na Cruz.

Em meio à escuridão do sofrimento da Cruz, a luz da fé de Maria brilhou com intensidade, sustentando-a durante a paixão e morte de seu Filho. Ao pé da cruz, Maria testemunhou o sacrifício total de Jesus com uma coragem inabalável e uma fé inquebrantável. Embora seu coração estivesse dilacerado pela dor, sua confiança nas promessas divinas a manteve firme na esperança e na certeza da vitória de Jesus. Assim, Maria perseverou aguardando o cumprimento da promessa da Ressurreição, da vida nova e eterna.

A vida de Maria é um exemplo que nos inspira e ajuda a crescer na confiança em Deus, mesmo diante das circunstâncias mais difíceis e dos momentos mais sombrios. Sua fé, coragem e perseverança nos convidam a pôr nossa esperança na providência divina com a certeza de que não estamos sós.

Que Maria, a Mãe Dolorosa, nos ajude a trilhar o caminho da cruz de Cristo, sabendo que o amor tem a última palavra e que por mais escuro que seja o nosso horizonte, a luz de Jesus sempre brilhará. A Ela encomendamos todas as vítimas da tragédia do Rio Grande do Sul. Que a ternura de seu coração de Mãe os ampare e proteja. E que nós, com nossa solidariedade e oração, possamos, como Maria, mostrar o rosto amoroso de Jesus, fonte da vida que não se acaba.

Fonte: A12