Onde está a felicidade do Natal?

O Natal está às portas… Mas onde está a felicidade que todos se desejam? Por que o Natal deveria ser sinônimo de alegria? Afinal, não nasceu Cristo numa gruta suja que servia de estábulo, no qual Maria não tinha onde recliná-lo senão num cocho, sob o olhar perplexo e impotente de São José?

Neste tempo, todas as pessoas dizem umas às outras: Feliz Natal. Mas, quando olhamos para a cena do Natal originário, não parece que exista ali algo de feliz: no presépio o que se vê é uma mulher prestes a dar à luz num ambiente totalmente inóspito (uma caverna que servia de curral), sendo um cocho o único berço que ela podia oferecer ao seu filho. O pobre São José, ali, parecia ter fracassado em seus deveres de pai e provedor, incapaz de oferecer à sua família um teto decente e o mínimo conforto.

O que há, então, de feliz no Natal?

A fim de entender, de fato, por que desejamos Feliz Natal e por que o Natal é feliz, é preciso entender de onde vem a felicidade dos santos. Diante de Jesus que vai nascer, nós temos as duas almas mais santas, os dois corações mais santos que já existiram: o da Virgem Santíssima e o de São José. Em termos de santidade, estes dois estão acima de todos os anjos e santos. Então, é para eles que devemos olhar.

Se olhamos para nós mesmos, percebemos que muitas vezes vivemos na superfície das nossas paixões e sentimentos. São José e a Virgem Maria, que eram humanos também, tinham sim naquela noite alguma tristeza, mas tratava-se de uma tristeza superficial, esta de terem sido rejeitados em Belém, e de não poderem dar ao Menino Jesus, que ia nascer, um ambiente digno e aconchegante — nem que fosse na humilde casinha de Nazaré! mas só o que eles conseguiram foi uma gruta, um estábulo, um cocho…

Essa tristeza superficial, no entanto, não nos fala da felicidade interior e profunda dos dois. Sim, havia neles uma felicidade interior, porque a própria Sagrada Escritura nos diz que “o justo vive pela fé” (Hab 2, 4; Rm 1, 17; Gl 3, 11; Hb 10, 36). Nossa Senhora e São José são os dois maiores exemplos de fé que nós temos na história da humanidade, superando fé dos patriarcas, inclusive a de Abraão. Eles sabiam o que estavam vivendo. O que havia ali naquela noite? Não era simplesmente uma criança que ia nascer, mas o mistério extraordinário de Deus que se fez homem.

A humanidade louca, ferida pelo pecado original, desprezou a Deus. Vamos ser bem objetivos: nós não desejamos Deus, nós não desejamos a salvação com aquela profundidade que deveríamos desejar; e, mesmo assim, Deus nos deseja, Deus quer se encontrar conosco. Deus quis tanto se unir à humanidade que fez uma humanidade para si; Deus quis tanto o matrimônio entre Deus e o homem que criou milagrosa e misteriosamente, do nada, uma humanidade para si. No ventre da Virgem Maria, Deus assumiu a nossa humanidade e fez uma humanidade sua, através de um mistério extraordinário que os teólogos chamam de “união hipostática”. Mas não se preocupe com essa palavra, preocupe-se em entender na medida do possível o grande mistério do Deus que se fez homem.

Meus queridos, no Natal nós não estamos celebrando simplesmente o nascimento de Jesus, mas algo muito mais misterioso e profundo, um abismo de mistério e de amor, que é o fato de que Deus quis se unir a nós.

Aqui, cabe destacar que muitas vezes nem nós queremos nos unir a nós mesmos. Quantas e quantas vezes você se sente insuportável a si próprio? Já parou para notar que muitas vezes você não se suporta? que você não se aguenta? que você não quer se encontrar consigo, no seu interior? que você faz o que for preciso para se distrair e esquecer de você mesmo?

Deus, porém, fez o contrário. Deus me quis, Deus desejou estar comigo, Deus quis pagar o preço de se unir a mim. Deus criou uma humanidade para si, uniu-se à nossa humanidade para com ela morrer na Cruz. Ele quis morrer por mim para que eu pudesse viver para Ele.

Meus queridos, esse é o grande mistério do Natal e essa é a grande alegria de Maria e de José, porque eles tinham a fé penetrante, a fé profunda, eles conseguiam ver, mais do que isso, mais do que ver, eles conseguiam ter o conhecimento experimental deste mistério. Deus veio até nós, Deus se uniu a nós. O abismo que separava Deus e a humanidade foi transposto. Não estamos mais sozinhos, pois Ele veio até nós. Com que alegria, então, São José e Nossa Senhora viam aproximar-se aquele momento em que a Criança finalmente ia nascer! Com que fé experimental eles viam aquilo que depois Deus mostrou aos pastores: de que o Deus dos exércitos celestes (Dominus Deus sabaoth) estava ali, fez-se homem para travar o grande combate.

O Evangelho da noite santa de Natal nos fala desses exércitos celestes, os anjos que se apresentam aos pastores. Primeiro um anjo traz a notícia aos pastores — provavelmente o anjo Gabriel, segundo a tradição, pois é ele que traz as notícias da Encarnação ao aparecer a Zacarias e a Nossa Senhora: “Não tenhais medo, eu vos anuncio uma grande alegria”. Não quero corrigir o Anjo, mas eu diria: “Eu vos anuncio a grande felicidade”, pois é mais que alegria, é uma grande felicidade que se realiza na união de Deus com o homem. Jesus é essa felicidade que vem a nós. Depois desse anúncio, une-se a São Gabriel, de repente, a multidão dos exércitos celestes. A nossa tradução litúrgica fala da multidão da coorte celeste. A “coorte” é uma divisão do exército: estamos falando claramente, pois, de um título do Deus que reina sobre a multidão de seus anjos. E então, de repente, nós vemos no céu brotar uma luz. Ela nos indica que estamos diante do cumprimento de uma profecia. Estamos em Belém, a qual, como recordou São Gabriel, é a cidade de Davi.

Mil anos antes, Davi, um pequeno pastor, um adolescentezinho ruivo de aspecto delicado e frágil, o caçula dos filhos de Jessé, foi escolhido por Samuel. O profeta escolheu aquele menino frágil, um pequeno pastor de Belém, para ungi-lo como rei, a fim de que ele pudesse combater as batalhas de Deus e vencer Golias. No capítulo 17 do Primeiro Livro de Samuel lemos essa história. Quando Davi se apresentou a Saul e contou a sua história, Saul disse: “Imagina se você pode agora enfrentar Golias… Quem você pensa que é? Você é um moleque! O filisteu Golias é um soldado experiente. Como é que você, um molequinho franzino e delicado, vai combater um gigante guerreiro?” Davi então se recorda da sua história de salvação e diz ao rei Saul: “Quando cuidava dos rebanhos do meu pai e vinha um leão ou um urso, eu os combatia e derrotava. Pois bem, assim como Deus esteve comigo e eu derrotei o leão, Deus estará comigo e eu irei derrotar o filisteu”. Davi se apresenta, então, diante de Golias e diz: “Tu vens a mim com espada e lança, mas eu venho em nome do Senhor dos exércitos”.

Observem que o que aconteceu a Davi no Antigo Testamento é somente uma profecia que hoje nós vemos realizada. Na cidade de Davi, no mesmo lugar, pastores recebem dos exércitos celestes uma notícia: o Pastor dos pastores está chegando, mas ele não vem com o aspecto gigantesco de um Golias, nem com a força da armadura de um Saul… O sinal é uma criança envolta em faixas. Assim como, no passado, Davi, o escolhido de Deus, era franzino e pequenino, agora uma criança pequenina é quem derrotará o leão, é esta criança quem matará Golias, é esta criança quem realizará a vitória do Deus dos exércitos.

Sim, as legiões demoníacas vêm contra nós com as suas artimanhas, com a sua força, com o seu furor. Quanto alarde, quanto barulho, quanta pompa e circunstância fazem as legiões demoníacas! É Natal, mas as páginas dos noticiários só trazem más notícias. Que ano tremendo foi 2020! Quem de nós, no início de 2020, pensaria que viveríamos tanta miséria, tanta loucura, tantas coisas tremendas neste ano? Quem de nós poderia imaginar? Durante esse ano de 2020, nós fomos como aquele povo de Israel que durante quarenta dias perecia diante do filisteu Golias, que se apresentava diante do povo, escarnecia de sua fraqueza e blasfemava contra Deus. Durante quarenta dias o inimigo parecia vitorioso, durante quarenta dias ele tripudiou em cima do povo de Deus e blasfemou o nome do Deus Altíssimo. Deus, no entanto, manifesta um modo diferente de agir, a fim de aumentar a confusão e a vergonha de Satanás e dos seus demônios. Deus escolhe destruir os poderes infernais com a humildade, com o que é pequeno, com o que é desprezível. Esse é o jeito de Deus agir.

Meus queridos, se neste ano de 2020 houve muito estardalhaço, se houve muita fanfarra de demônios na sua vida, saiba que chegou o Davi prometido. O anjo de Deus nos diz na Noite Santa: “Não tenhais medo, eu vos anuncio uma grande alegria que será para todo o povo: hoje na cidade de Davi” se cumpre, se realiza aquilo que antes era só uma sombra, só uma profecia. O frágil Davi, ungido para vencer Golias, era apenas uma sombra, uma prefiguração do Davi definitivo, o Filho de Davi, que vem para vencer, vem triunfante para vencer, e vencer da forma como Deus vence, através da humildade. O Deus dos exércitos celestes, na humildade dos anjos: “Quem como Deus?”. O Deus dos exércitos celestes que vem na humildade, e que criou os dois corações mais humildes da história — mais humilde do que toda a humildade dos anjos juntos — os dois corações humílimos da Virgem Santíssima e de São José. Deus fez esses dois corações mais humildes para receber o Humilde dos humildes, o Filho de Deus feito homem: “Sendo igual a Deus não se apegou à sua divindade, mas se esvaziou e se humilhou” (Fl 2, 6-7), exinanivit, humiliavit semetipsum, “se esvaziou e se humilhou”, porque é pela humildade que Deus manifesta a sua vitória.

Neste Natal especialíssimo de 2020, nós podemos celebrar olhando para a figura extraordinária de São José, pois, como você sabe, o Papa Francisco decretou, do dia 8 de dezembro de 2020 até 8 de dezembro de 2021, o Ano de São José. Então, este é o Natal do Ano de São José. É preciso olhar para o Menino que nasce, olhar para Deus que se faz homem, olhar para Deus que deseja a humanidade e toma uma humanidade para si, olhar para Deus que paga o preço (como o pequeno Davi ao vencer Golias) morrendo na Cruz para nos salvar; enfim, olhar para todo este mistério com o mesmo olhar e com o mesmo coração de São José.

Infelizmente, muitas pessoas não se dão conta da santidade de São José. Quando lêem os Evangelhos, muitos olham para São José como se fosse, com o perdão da palavra, uma espécie de outsider, alguém que não foi convidado por Deus para participar do mistério. Como se Deus, ao se encarnar, tivesse pedido o consentimento da Virgem Maria, mas não o de São José, que foi tomado de surpresa, sem entender nada do que estava acontecendo.

Mas isso não é verdade. São José foi escolhido desde todos os séculos para cumprir a sua missão e Deus lhe deu a graça necessária para cumpri-la. Desde sua mais tenra infância, São José já era muito santo. Não é sem razão que a Sagrada Escritura o chama de “justo”. Esse grande santo, portanto, com uma fé penetrante e luminosa, olhou para o nascimento de Cristo sabendo perfeitamente o que estava acontecendo.

Olhando para a vida dos santos, nós percebemos que os santos se reconhecem. Se São Filipe Néri, ao encontrar Santo Inácio de Loyola, viu o seu fulgor luminoso e reconheceu sua santidade, imagine agora se São José — que, depois de Nossa Senhora, é dos seres humanos o mais santo de todos os santos — não iria reconhecer o mistério da fé do Deus que se fez homem ali na sua frente! Então, quando esse coração humílimo e cheio de fé se aproximou do Menino Jesus, no silêncio daquela noite, ele deve ter ficado exultante, com uma imensa felicidade interior, por saber que Deus veio nos salvar e mostrou-nos inclusive o seu rosto… Sim, porque, antes São José já sabia que o Filho de Deus estava no ventre de Maria, mas agora ele estava vendo o seu rosto. Agora, Jesus se apresenta a São José, e ele pode adorá-lo e tomá-lo nos braços.

Meus queridos, quando São José tomou Jesus pela primeira vez em seus braços aconteceu uma união sublime e extraordinária. Podemos dizer que aquela foi a primeira Comunhão de São José. Assim como em Cristo Deus se uniu num matrimônio espiritual com a humanidade, na gruta de Belém São José se uniu ao seu Deus para adorá-lo.

Peçamos a graça de neste Natal também nós nos aproximarmos do Menino Jesus com a mesma humildade e com a mesma fé. E se nós tivermos verdadeira fé e humildade, brotará em nós a caridade, e então o Natal será feliz. Portanto, apesar das misérias da sua vida, apesar dos desastres de 2020, apesar de você viver inquieto e preocupado, mergulhe na fé e se humilhe “debaixo da poderosa mão de Deus” (1Pd 5, 6), entregando a Ele as suas preocupações; faça um ato de fé e adore o Menino Deus, adore o Senhor que o visita e quer se unir a você.

Se você tiver esse coração semelhante ao de São José, o Natal será feliz, porque a verdadeira felicidade — aquela que habita no fundo dos nossos corações quando estamos em estado de graça e na amizade com Deus —, ninguém no-la pode tirar, nenhum filisteu, nenhum gigante, nenhum Golias pode nos tirar a felicidade que vem do Altíssimo. “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8, 35), quem será capaz de nos separar? A morte, a dor, as pandemias, as crises da Igreja, os desastres políticos? Ninguém é capaz de nos separar do amor de Cristo, por isso o Natal é feliz! Então, ao contemplar o presépio, olhe para o coração de São José, olhe para o Coração da Virgem Maria e saiba: eles são felizes, porque o olhar da fé penetra a realidade e nos leva para aquele em quem se encontra a felicidade plena, o próprio Deus.

Que Deus abençoe você e sua família neste Natal, e lhe dê a humildade e a fé de São José para que, brotando a caridade no seu coração, o seu Natal seja verdadeiramente feliz.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

O Papa: Santa Luzia vem até vós para que sejais filhos de um Deus que se faz encontro

Luzia é uma mulher e sua santidade indica a vossa Igreja e a todas as Igrejas como as mulheres têm suas próprias maneiras de seguir o Senhor. Precisamos do trabalho e da palavra das mulheres em uma Igreja em saída, que seja fermento e luz na cultura e na convivência: são palavras do Santo Padre numa carta ao arcebispo de Siracusa, este 13 de dezembro, em que a Igreja celebra Santa Luzia, virgem e mártir, original da cidade siciliana, no sul da Itália.


“Deus é luz e nele não há trevas” (1Jo 1,5). No dia da festa da vossa Padroeira, escrevo a ti, querido Irmão, e a toda a comunidade arquidiocesana, para que essas palavras de salvação orientem também hoje o vosso caminho e renovem, no espírito do Evangelho, os vínculos familiares, eclesiais e sociais de que é feita a vossa bela cidade: com essas palavras, o Pontífice dirige-se ao arcebispo de Siracusa, dom Francesco Lomanto, e a toda a comunidade local, numa carta datada este 13 de dezembro, em que a Igreja celebra Santa Luzia. A Igreja em Siracusa, terra natal da Santa, virgem e mártir, está celebrando o Ano dedicado a Santa Luzia.

Deus sempre dá o primeiro passo

Francisco recorda que o mês de dezembro culminará, este ano, com o início do Jubileu que nos quer como “Peregrinos da Esperança”, mas é marcado para vós, ressalta o Papa, por outra peregrinação, a de Santa Luzia, de Veneza a Siracusa, ou seja, da cidade que conserva seu corpo por oito séculos à cidade onde seu testemunho brilhou pela primeira vez, espalhando luz pelo mundo.

Em seu movimento em direção a vós, continua o Papa, “reflete-se o mistério de um Deus que sempre dá o primeiro passo, que nunca pede o que Ele mesmo não está disposto a fazer. Santa Luzia vem até vós, para que vós mesmo sejais homens e mulheres do primeiro passo, filhas e filhos de um Deus que se faz encontro”.

O papel imprescindível das mulheres numa Igreja em saída

A comunhão entre duas Igrejas particulares, que tornou possível esse movimento temporário, aponta, por sua vez, para uma maneira de habitar o mundo que pode superar a escuridão que nos cerca: “há luz onde os dons são trocados, onde o tesouro de um é riqueza para o outro. A mentira que destrói a fraternidade e devasta a criação sugere, em vez disso, o oposto: que o outro é um antagonista e que sua fortuna é uma ameaça. Com muita frequência, os seres humanos se veem dessa forma”, observa o Pontífice.

Francisco acrescenta que Santa Luzia é uma mulher e “sua santidade indica a vossa Igreja e a todas as Igrejas como as mulheres têm suas próprias maneiras de seguir o Senhor”. “Precisamos do trabalho e da palavra das mulheres em uma Igreja em saída, que seja fermento e luz na cultura e na convivência”.

Vossa festa Inclua os migrantes, os refugiados, os pobres

Francisco evidencia que essa necessidade se faz ainda maior “no coração do Mediterrâneo, berço da civilização e do humanismo, tragicamente no centro de injustiças e desequilíbrios” que, desde minha primeira viagem apostólica, a Lampedusa, sugeri transformar de uma cultura de desperdício em uma cultura de encontro”. O martírio de Santa Luzia nos educa para o choro, a compaixão e a ternura: “são virtudes confirmadas pelas Lágrimas de Nossa Senhora em Siracusa. São virtudes que não são apenas cristãs, mas também políticas”, observa.

O Santo Padre conclui sua missiva exortando a Igreja em Siracusa a não se esquecer de trazer espiritualmente para sua festa as irmãs e os irmãos do mundo inteiro que sofrem por causa da perseguição e da injustiça. “Inclua os migrantes, os refugiados, os pobres que estão convosco. E, por favor – pede por fim Francisco -, lembrai-vos de orar por mim também. Que a intercessão de Santa Luzia e de Nossa Senhora das Lágrimas acompanhe o vosso povo, ao qual concedo com afeto a minha Bênção Apostólica”.

Celebrações conclusivas do Ano dedicado a Santa Luzia

No âmbito das celebrações do Ano dedicado à Santa, virgem e mártir, às 10h30 locais foi celebrada esta sexta-feira em Siracusa a Missa solene presidida pelo arcebispo Francesco Lomanto em memória de Santa, padroeira da cidade, e nos dias conclusivos deste Ano celebrativo, proclamado para marcar o 1700º aniversário do martírio da santa de Siracusa (304). Às 15h30, a tradicional procissão com as relíquias e a imagem de Santa Luzia pelas ruas da cidade. No sábado, 14 de dezembro, o traslado do corpo de Santa Luzia de Veneza para Siracusa, para o Santuário de Nossa Senhora das Lágrimas, onde, às 16h, dom Francesco Moraglia, patriarca de Veneza, preside a celebração eucarística. O corpo da santa será então transferido para o Santuário de Santa Luzia. No dia 26 de dezembro, deixará Siracusa para fazer etapa pelas localidades de Carlentini, Belpasso, Acicatena e Catania. Em 30 de dezembro, os restos mortais da Santa partirão de volta para Veneza.

Fonte: Vatican News

Hoje é a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América

“Não se perturbe teu rosto, teu coração… Não estou eu aqui, tua Mãe?”, disse a Virgem de Guadalupe ao aflito Juan Diego em 12 de dezembro de 1531. Ela, a padroeira da América e do México, quis deixar sua imagem desde esse dia em uma singela “tilma” como sinal do amor de Deus para com os crentes e não crentes.

Somente dez anos depois da conquista do México, os missionários tinham pouco êxito na evangelização e conversão dos novos povos, em grande parte pelo mau exemplo dos que, chamando-se cristãos, abusavam dos nativos.

Em 9 de dezembro de 1531, a Virgem apareceu a um humilde índio convertido ao cristianismo, chamado Juan Diego, em um lugar denominado Tepeyac. Maria se apresentou como “a perfeita sempre Virgem Santa Maria, Mãe do verdadeiro Deus”.

A Rainha do Céu lhe encomendou que, em seu nome, pedisse ao bispo, o franciscano Juan de Zumárraga, a construção de uma Igreja no lugar da aparição.

O bispo não aceitou a ideia e a Virgem pediu a Juan Diego que insistisse. No dia seguinte, ele voltou a encontrar o bispo, que o examinou na doutrina cristã e lhe pediu provas objetivas do prodígio.

Na terça-feira, 12 de dezembro, a Virgem apareceu e consolou Juan Diego, dizendo: “Não tema…”,  porque seu tio já estava curado. Logo, convidou-o a subir ao topo da colina de Tepeyac para colher algumas flores e trazê-las para Ela.

Apesar da estação de inverno e da aridez do lugar, são Juan Diego encontrou flores muito belas e colocou-as em sua “tilma”. A Virgem, então, mandou que ele as apresentasse ao Bispo.

Estando na frente do bispo, o santo abriu sua “tilma” e deixou cair as flores. Na manta apareceu a imagem da Virgem de Guadalupe. O bispo e os demais presentes caíram de joelhos com grande assombro. Em seguida, o bispo pediu perdão.

No dia seguinte, foram ao monte Tepeyac, onde imediatamente as pessoas se ofereceram para elevar o templo. Juan Diego pediu permissão e foi pressurosamente ver seu tio Juan Bernardino, que tinha estado com a saúde muito debilitada. Ao chegar, viu que seu parente estava recuperado.

Ali, Juan Diego lhe contou o acontecido e o tio respondeu dizendo que a Virgem também lhe tinha aparecido e que havia pedido que contasse ao bispo sobre sua cura.

Com o manto, a Virgem trouxe reconciliação entre nativos e espanhóis porque, com os símbolos que ali apareciam, as duas culturas podiam entender perfeitamente a mensagem do Céu. Do mesmo modo, ajudou-lhes a compreender que a fé cristã não é propriedade de ninguém, a não ser um dom de amor para todos.

Nos 7 anos depois das aparições, houve uma conversão de 8 milhões de nativos – o que representa uma média de 3 mil homens por dia e que faz recordar a pregação de São Pedro no dia do Pentecostes, no qual também se converteram 3 mil homens.

A cada ano, aproximam-se da venerada imagem cerca de 20 milhões de fiéis e, no dia de sua festa, calcula-se que quase três milhões vão ao santuário.

“Quero muito, ardo de desejo de que aqui tenham a bondade de construir-me um pequeno templo, para ali O revelar a vocês, engrandecendo-O e entregar vocês a Ele, a Ele que é todo o meu amor, a Ele que é meu olhar compassivo, Àquele que é meu auxílio, Àquele que é minha salvação”, disse a Virgem do Guadalupe a são Juan Diego.

“Porque em verdade, tenho a honra de ser a mãe misericordiosa de todos vocês; tua e de todos os povos aqui nesta terra unidos e dos demais diferentes homens, que me amam, os que a mim clamam, os que me buscam, os que me honram confiando em minha intercessão. Porque ali estarei sempre disposta a escutar seu pranto, sua tristeza, para purificar, para curar todas as suas variadas misérias, suas penas, suas dores”, acrescentou a Mãe das Américas.

Fonte: ACI Digital

Thor, São Bonifácio e a origem da árvore de Natal

Quando pensamos em um santo, talvez em um primeiro momento não consideramos que essa pessoa seja ousada, empunhe um machado, um martelo ou que derrube árvores como os carvalhos. Entretanto, existe um santo assim, conhecido como são Bonifácio.

Este santo nasceu na Inglaterra por volta do ano 680. Bonifácio ingressou em um mosteiro beneditino antes de ser enviado pelo papa para evangelizar os territórios que pertencem a atual a Alemanha. Primeiro foi como um sacerdote e depois eventualmente como bispo.

Sob a proteção do grande Charles Martel (conhecido como Carlos Magno), Bonifácio viajou por toda a Alemanha fortalecendo as regiões que já tinham abraçado o cristianismo e levou a luz de Cristo àqueles que ainda não o conheciam.

A respeito deste santo, o papa Bento XVI disse no ano 2009 que “seu incansável trabalho, seu dom para a organização e seu caráter flexível, amigável e forte” foram fundamentais para o sucesso das suas viagens.

O escritor Henry Van Dyke o descreveu assim, em 1897, em seu livro The First Christmas Tree, (A primeira árvore de natal): “Que pessoa tão boa! Que boa pessoa! Era branco e magro, mas reto como uma lança e forte como um cajado de carvalho. Seu rosto ainda era jovem; sua pele suave estava bronzeada pelo sol e pelo o vento. Seus olhos cinzas, limpos e amáveis, brilhavam como o fogo quando falava das suas aventuras e das más ações dos falsos sacerdotes aos quais enfrentou”.

Aproximadamente no ano 723, Bonifácio viajou com um pequeno grupo de pessoas na região da Baixa Saxônia. Ele conhecia uma comunidade de pagãos perto de Geismar que, no meio do inverno, realizavam um sacrifício humano (onde a vítima normalmente era uma criança) a Thor, o deus do trovão, na base de um carvalho o qual consideravam sagrado e que era conhecido como “O Carvalho do Trovão”.

Bonifácio, acatando o conselho de um irmão bispo, quis destruir o Carvalho do Trovão não somente a fim de salvar a vítima, mas também para mostrar àqueles pagãos que ele não seria derrubado por um raio lançado por Thor.

O Santo e seus companheiros chegaram à aldeia na véspera de Natal, bem a tempo para interromper o sacrifício. Com seu báculo de bispo na mão, Bonifácio se aproximou dos pagãos que estavam reunidos na base do Carvalho do Trovão e lhes disse: “Aqui está o Carvalho do Trovão e aqui a cruz de Cristo que romperá o martelo do Thor, o deus falso”.

O verdugo levantou um martelo para matar o pequeno menino que tinha sido entregue para o sacrifício. Mas, o Bispo estendeu seu báculo para impedir o golpe e milagrosamente quebrou o grande martelo de pedra e salvou a vida deste menino.

Logo, dizem que Bonifácio disse ao povo: “Escutai filhos do bosque! O sangue não fluirá esta noite, a não ser que piedade se derrame do peito de uma mãe. Porque esta é a noite em que nasceu Cristo, o Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade. Ele é mais justo que Baldur, maior que Odim, o Sábio, mais gentil do que Freya, o Bom. Desde sua vinda, o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem chamaram em vão, é a morte. No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. Desta forma, a partir de agora vocês começarão a viver. Esta árvore sangrenta nunca mais escurecerá sua terra. Em nome de Deus, vou destruí-la”.

Então, Bonifácio pegou um machado que estava perto dele e, segundo a tradição, quando o brandiu poderosamente ao carvalho, uma grande rajada de vento atingiu o bosque e derrubou a árvore, inclusive as suas raízes. A árvore caiu no chão, quebrou-se em quatro pedaços.

Depois deste acontecimento, o Santo construiu uma capela com a madeira do carvalho, mas esta história foi muito além das destruições da poderosa árvore.

O “Apóstolo da Alemanha” continuou pregando ao povo alemão que estava assombrado e não podia acreditar que o assassino do Carvalho de Thor não tivesse sido ferido por seu deus. Bonifácio olhou mais à frente onde jazia o carvalho e assinalou um pequeno abeto e disse: “Esta pequena árvore, este pequeno filho do bosque, será sua árvore santa esta noite. Esta é a madeira da paz…É o sinal de uma vida sem fim, porque suas folhas são sempre verdes. Olhem como as pontas estão dirigidas para o céu. Terá que chamá-lo a árvore do Menino Jesus; reúnam-se em torno dela, não no bosque selvagem, mas em seus lares; ali haverá refúgio e não haverá ações sangrentas, mas presentes amorosos e gestos de bondade”.

Desta forma, os alemães começaram uma nova tradição nessa noite, a qual foi estendida até os nossos dias. Ao trazer um abeto a seus lares, decorando-o com velas e ornamentos e ao celebrar o nascimento do Salvador, o Apóstolo da Alemanha e seu rebanho nos mostraram o que hoje conhecemos como a árvore de Natal.

 

Fonte: ACI Digital

 

Hoje é celebrado são Francisco Xavier, o “são Paulo do Oriente”

Sacerdote jesuíta, padroeiro das missões, “são Paulo do Oriente”, assim é conhecido são Francisco Xavier, cuja memória litúrgica é celebrada hoje (3). Cofundador da Companhia de Jesus, empreendeu um amplo trabalho evangelizar na Índia, no Japão e na China.

Francisco Xavier nasceu em Navarra, Espanha, em 7 de abril de 1506, filho de uma nobre família. Aos 18 anos, foi estudar na Universidade de Paris, tendo se formado em Filosofia. Lecionava na mesma Universidade, onde conheceu Santo Inácio de Loyola, o fundador dos jesuítas.

Vendo em Francisco um homem que poderia ajudá-lo no seu propósito de defesa e propagação do cristianismo, Loyola costumava lhe dizer: “De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?” (Mc 8, 36). Foi esta frase que tocou o seu coração, fazendo com que se decidisse a seguir Cristo.

Graças aos exercícios espirituais de santo Ignácio, compreendeu o que seu amigo lhe dizia: “Um coração tão grande e uma alma tão nobre não podem se contentar com as efêmeras honras terrenas. Sua ambição deve ser a glória que dura eternamente”.

Consagrou-se ao serviço de Deus com os jesuítas em 1534. Anos depois foi ordenado sacerdote em Veneza. Mais adiante, estando em Roma, são Francisco Xavier ajudou Santo Ignácio na redação das Constituições da Companhia de Jesus.

Mais tarde, o rei de Portugal, dom João III, solicitou a Inácio de Loyola que organizasse alguns sacerdotes para acompanhar suas expedições ao Oriente e evangelizar na Índia. Quando este grupo já estava formado, um dos missionários adoeceu e Francisco Xavier tomou o seu lugar, partindo de Lisboa rumo ao Oriente.

Após uma longa viagem, são Francisco Xavier e seus companheiros chegaram a Goa, uma colônia portuguesa.

Neste local, o santo empreendeu um árduo trabalho de catequese. Atendia os doentes, celebrava Missa com os leprosos, ensinava os escravos e até adaptava as verdades do cristianismo à música popular. Pouco depois, suas canções eram cantadas nas ruas, casas, campos e locais de trabalho.

Mas, também foi testemunha dos abusos que os portugueses e pagãos cometiam contra os nativos, algo que ele mesmo descreveu como “um espinho que levo constantemente no coração”. Posteriormente, são Francisco Xavier escreveria ao rei de Portugal para denunciar os fatos.

Realizou sua missão evangelizadora um muitas cidades, povos e ilhas. Até que, em 1549, partiu para o Japão, onde, ao final de um ano, obteve cerca de cem conversões. As autoridades japonesas, então, proibiram-no de continuar o seu trabalho pastoral.

Realizou também incursões ao território chinês. Seguiu para a Malaca, de onde empreenderia a viagem à China, território inacessível para os estrangeiros. Partiu com uma expedição e chegou à ilha de Shang-Chawan, perto da costa e cem quilômetros ao sul de Hong Kong.  Ali, ficou doente e foi consumido por uma forte febre, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas 46 anos.

Seu caixão foi preenchido de barro para que posteriormente pudesse ser transladado. Depois de dez semanas, tiraram o barro e viram que seu corpo estava incorrupto e não tinha perdido a cor.

O corpo do santo foi levado a Malaca e finalmente foi transladado a Goa, onde os médicos comprovaram seu estado incorrupto. Ali, na Igreja do Bom Jesus, até hoje repousam parte de seus restos. Suas mãos, também incorruptas, estão em um relicário na igreja dos jesuítas em Roma.

São Francisco Xavier foi canonizado em 1622 junto com santo Inácio de Loyola, santa Teresa D’Ávila, são Felipe Neri e são Isidoro Lavrador.

O papa Bento XIV lhe outorgou o título de patrono da propagação da fé e patrono universal das missões. Em 1925, o papa Pio IX proclamou são Francisco Xavier, juntamente com santa Teresinha do Menino Jesus, padroeiro das missões.

Fonte: ACI Digital 

Como falar de Deus foi tema de catequese de Bento XVI há 12 anos

O papa Bento XVI respondeu à pergunta “Como falar de Deus”, na Audiência Geral de 28 de novembro de 2012, durante o Ano da Fé convocado por ele.

“A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. Portanto, a primeira condição para falar de Deus é a escuta daquilo que o próprio Deus disse”, disse o papa na Audiência Geral daquele dia.

Bento XVI disse que “Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus interessa-se por nós, ama-nos, entrou pessoalmente na realidade da nossa história e comunicou-se a si mesmo a ponto de se encarnar” em Jesus que ensina a “arte de viver”, o caminho da felicidade; “para nos libertar do pecado e para nos tornar filhos de Deus”.

“Falar de Deus”, continuou Bento XVI, “quer dizer, antes de tudo, ter bem claro o que devemos levar aos homens e às mulheres do nosso tempo: não um Deus abstrato, uma hipótese, mas um Deus concreto, um Deus que existe, que entrou na história e está presente na história; o Deus de Jesus Cristo como resposta à pergunta fundamental do porquê e do como viver”.

Por isso, “falar de Deus exige uma familiaridade com Jesus e com o seu Evangelho, supõe um nosso conhecimento pessoal e real de Deus, e uma forte paixão pelo seu desígnio de salvação, sem ceder à tentação do sucesso, mas seguindo o método do próprio Deus” que é “o da humildade – Deus faz-se um de nós-“.

“É o método realizado na Encarnação na simples casa de Nazaré e na gruta de Belém, o da parábola do pequeno grão de mostarda. É preciso não temer a humildade dos pequenos passos e confiar no fermento que se mistura com a massa e que, lentamente, a faz crescer”, exortou então o papa Bento XVI.

“Devemos estar atentos”, continuou, para “captar os sinais dos tempos na nossa época, ou seja, a identificar as potencialidades, os desejos, os obstáculos que se encontram na cultura atual, de modo particular o desejo de autenticidade, o anseio pela transcendência, a sensibilidade pela salvaguarda da criação, e comunicar sem temor a resposta oferecida pela fé em Deus”.

Este falar de Deus tem um lugar privilegiado na família, pois os pais são chamados a assumir “a responsabilidade de educar, de abrir as consciências dos pequeninos ao amor de Deus, como um serviço fundamental à sua vida, de ser os primeiros catequistas e mestres da fé para os seus filhos”.

“É importante ajudar todos os membros da família a compreender que a fé não é um peso, mas uma fonte de júbilo profundo, é entender a obra de Deus, reconhecer a presença do bem, que não faz ruído; e oferece orientações preciosas para viver bem a própria existência”.

Bento XVI concluiu dizendo que “falar de Deus quer dizer fazer compreender com a palavra e com a vida que Deus não é o concorrente da nossa existência, mas sobretudo o seu verdadeiro garante, o protetor da grandeza da pessoa humana”.

Fonte: ACI Digital

Hoje é celebrada Nossa Senhora das Graças, a Virgem da Medalha Milagrosa

“Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança”, disse Nossa Senhora a santa Catarina Labouré, no dia 27 de novembro de 1830.

Foi nesse ano de 1830 que Nossa Senhora apareceu para a irmã Catarina Labouré, da Congregação das Filhas da Caridade, primeiramente na noite de 18 de junho. Um anjo despertou a religiosa e a conduziu até a capela, onde encontrou a Mãe de Deus e conversou com ela por mais de duas horas, ao final da qual Maria lhe disse: “Voltarei, minha filha, porque tenho uma missão para te confiar”.

No dia 27 de novembro do mesmo ano, a Santíssima Virgem voltou a aparecer para Catarina. A Mãe de Deus estava com uma veste branca e manto azul. Conforme relatou a religiosa, era de uma “beleza indizível”. Os pés estavam sobre um globo branco e esmagavam uma serpente.

Suas mãos, à altura do coração, seguravam um pequeno globo de ouro, coroado com uma pequena cruz. Levava nos dedos anéis com pedras preciosas que brilhavam e iluminavam em toda direção.

Nossa Senhora olhou para santa Catarina e lhe disse: “O globo que vês representa o mundo inteiro, especialmente a França e cada alma em particular. Estes raios são o símbolo das graças que Eu derramo sobre as pessoas que me pedem. As pérolas que não emitem raios são as graças das almas que não pedem”.

O globo de ouro que a Virgem Maria estava segurando se desvaneceu e seus braços se estenderam abertos, enquanto os raios de luz continuavam caindo sobre o globo branco dos pés.

Nesse momento, formou-se um quadro oval em torno de Nossa Senhora, com as seguintes palavras em letras douradas: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.

Então, Maria pediu que Catarina mandasse cunhar a medalha, segundo o que estava vendo.

A aparição girou e no reverso estava a letra “M” encimada por uma cruz que tinha uma barra em sua base, a qual atravessava a letra. Embaixo figurava o coração de Jesus, circuncidado com uma coroa de espinhos, e o coração de Nossa Senhora, transpassado por uma espada. Ao redor havia doze estrelas.

A manifestação voltou a acontecer por volta do final de dezembro de 1830 e princípio de janeiro de 1831.

Em 1832, o bispo de Paris autorizou a cunhagem da medalha e assim se espalhou pelo mundo inteiro. Inicialmente a medalha era chamada “da Imaculada Conceição”, mas quando a devoção se expandiu e se produziram muitos milagres, foi chamada “Medalha Milagrosa”, como é conhecida até nossos dias.

Para celebrar este dia em que recordamos Nossa Senhora das Graças, confira a seguir a oração para pedir o auxílio da Virgem:

Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, do poder ilimitado que vos deu o vosso divino Filho sobre o seu coração adorável. Cheio de confiança na vossa intercessão, venho implorar o vosso auxílio. Tendes em vossas mãos a fonte de todas as graças que brotam do Coração amantíssimo de Jesus Cristo; abri-a em meu favor, concedendo-me a graça que ardentemente vos peço. Não quero ser o único por vós rejeitado; sois minha Mãe, sois a soberana do coração de vosso divino Filho.

Sim, ó virgem santa, não esqueçais as tristezas desta terra; lançai um olhar de vontade aos que estão no sofrimento, aos que não cessam de provar o cálice das amarguras da vida. Tende piedade dos que se amam e que estão separados pela discórdia, pela doença, pelo cárcere, pelo exílio ou pela morte. Tende piedade dos que choram dos que suplicam e dai a todos o conforto, a esperança e a paz! Atendei, pois, à minha humilde súplica e alcançai-me as graças que agora fervorosamente vos peço por intermédio de vossa santa Medalha Milagrosa!

Amém.

Fonte:  ACI Digital

Igreja celebra hoje a apresentação de Nossa Senhora no templo

Hoje (21), a Igreja celebra a apresentação de Nossa Senhora no templo e, por isso, também realiza a “Jornada Pro Orantibus”, dia em que os fiéis são convidados a dar graças ao Senhor por aqueles e aquelas que entregam sua vida a Deus nos conventos de clausura.

Segundo a tradição, a menina Maria foi levada ao templo por seus pais para que integrasse o grupo de donzelas que ali eram consagradas a Deus e instruídas na piedade.

Segundo o “Protoevangelho de São Tiago”, uma fonte cristã que não está incluída no Canon da Bíblia, a Virgem foi recebida pelo sacerdote, que a abençoou e exclamou: “O Senhor engrandeceu seu nome por todas as gerações, pois ao fim dos tempos manifestará em ti sua redenção aos filhos de Israel”.

No século VI já se celebrava esta festa no Oriente. Em 1372, o papa Gregório XI a introduziu em Avignon e, posteriormente, o papa Sisto V a estendeu a toda a Igreja.

Nesta data também se recorda a dedicação da igreja da Santa Maria Nova, no ano 543, que foi edificada perto do templo de Jerusalém.

Na Liturgia das Horas, lê-se: “Neste dia da solene consagração da igreja de Santa Maria Nova, construída junto ao templo de Jerusalém, celebramos com os cristãos do Oriente aquela consagração que Maria fez a Deus de si mesma desde a infância, movida pelo Espírito Santo, de cuja graça ficara plena na sua imaculada conceição”.

Em 21 de novembro de 1953, o papa Pio XII instituiu este dia como a “Jornada Pro Orantibus”, em honra às comunidades religiosas de clausura.

Por isso, em 2014,o papa Francisco incentivou que esta seja “uma ocasião oportuna para dar graças ao Senhor pelo dom de tantas pessoas que, nos mosteiros e eremitérios, se dedicam a Deus na oração e no silêncio operoso, reconhecendo-lhe o primado que só a Ele compete”.

“Demos graças ao Senhor pelos testemunhos de vida claustral, sem lhes fazer faltar o nosso auxílio espiritual e material, para cumprir esta importante missão”, disse o pontífice.

Fonte: ACI Digital

Como podemos nos preparar para o Advento?

    O Ano Litúrgico gira em torno das duas grandes festas do mistério de nossa salvação: o Natal e a Páscoa. A fim de nos prepararmos bem para essas duas solenidades de máxima importância, a Santa Igreja, com seu amor de mãe e sua sabedoria de mestra, instituiu o Advento, que nos predispõe para o Natal e a Quaresma e nos prepara para a Páscoa. Praticamente um mês e meio de Advento-Natal e três meses de Quaresma-Páscoa. O tempo chamado “Comum”, durante o ano, ajuda-nos a caminhar com a Igreja nas estradas da história, iluminados por esses mistérios de nossa fé e conduzidos pelo Espírito Santo.

    Iniciamos o tempo do Advento, que assinala também o início de um novo Ano Litúrgico. No decurso dos quatro domingos do Advento, o povo cristão é convidado para preparar os caminhos para a vinda do Rei da Paz. O Cristo Senhor, que, há dois mil anos, nasceu como homem numa manjedoura em Belém da Judeia, deseja ardentemente nascer em nossos corações, conforme as santas palavras da Sagrada Escritura: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo” (Ap 3, 20).

    No Advento temos a oportunidade de nos aprofundar na expectativa do “Senhor que virá para julgar os vivos e os mortos” e na semana que antecede a festa natalina a preparação próxima para celebrar o “Senhor que nasceu pobre no Oriente”. Entre essas duas vindas, o cristão celebra, a cada dia, o seu coração que se abre para o “Senhor que vem” em sua vida e renova a sua existência.

    Celebrar o Natal é reconhecer que “Deus visitou o seu povo” (cf. Lc 7, 16). Tal reconhecimento não se pode efetivar somente com nossas palavras. A visita de Deus quer atingir o nosso coração e transformar-nos desde dentro. A tão desejada transformação do mundo, a superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens dependem, na verdade, da renovação dos corações. Somos convidados, em primeiro lugar, a aprender a “estar com Jesus”, e então nossa vida em sociedade verá nascer o Sol da Justiça.

    O Advento constitui precisamente o tempo favorável para a preparação do nosso coração. Deixemo-nos transformar por Cristo, que mais uma vez quer nascer em nossa vida neste Natal. Celebrar bem a solenidade do Natal do Senhor requer que saibamos apresentar a Deus um coração bem disposto, pois “não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado” (Sl 51, 19). Um coração que busca com sinceridade a conversão é fonte de inestimável comunhão com o Senhor e com os irmãos. Neste tempo de Advento não tenhamos medo de Cristo. “Ele não tira nada, Ele dá tudo”.

    Fonte: Canção Nova

    Saiba quando montar a sua árvore de Natal

    Faltando poucos dias para o Natal, muitas lojas, shoppings, casas já estão decoradas para esta data; mas, quando exatamente se deve montar a árvore de Natal?

    Segundo o coordenador da Comissão de Liturgia da Arquidiocese de Vitória (ES), Padre Rodrigo Chagas, o dia para preparar a árvore é o primeiro domingo do Advento, que neste ano será no próximo dia 01 de dezembro.

    Em declarações ao site da Arquidiocese capixaba, o sacerdote explicou que muitas pessoas se deixam levar pela moda, principalmente do comércio, o qual antecipa tudo, uma vez que precisam de um tempo maior para realizar suas vendas.

    Entretanto, ressaltou, “como a nossa meta é o Cristo, não precisamos ter tanta pressa para montar a árvore de Natal e enfeitar a casa”.

    “O diferencial de nós, cristãos católicos, é que também não devemos decorar tudo no mesmo dia. É preciso começar no primeiro dia do Advento e conforme vai se aproximando o dia do Natal, decoramos cada vez mais a nossa casa até chegar a grande noite  em que Cristo, o Senhor, nasce no meio de nós”, acrescentou.

    O Advento é o tempo de preparação para o Natal e, segundo Pe. Rodrigo, “devemos estar recolhidos em nossas orações”.

    “E em relação aos enfeites, esse momento da decoração da casa, deve ser vivido a cada domingo. Assim como vamos acendendo em nossas comunidades a coroa do Advento, para iluminar cada vez mais a nossa igreja, também nós devemos acender a esperança da chegada de Jesus em nosso coração, nossa casa, nossa vida e nossa família”, completou.

    O sacerdote também falou sobre a data para desmontar a árvore e retirar os enfeites natalinos de casa. De acordo com ele, deve ser no dia 6 de janeiro, Solenidade da Epifania do Senhor aos Reis Magos, quando se comemora a manifestação de Deus no meio de nós, pela vinda do seu próprio filho.

    “Então, se Cristo está conosco, Ele habita entre nós e armou sua tenda entre nós. Por isso, não precisamos mais dessas manifestações externas do nascimento do Senhor, porque Ele se manifesta e está presente dentro de nós que somos batizados”.

    Fonte: ACI Digital

    Devotos de todo o Brasil celebram a Padroeira do Paraná

    Em Paranaguá (PR), romeiros pedem a intercessão da Mãe do Rocio para que sempre seja revelada a Luz do Mundo


    Nesta quarta-feira (15), celebramos Nossa Senhora do Rocio, e a TV Aparecida e o Youtube do Santuário Nacional transmitiram a Santa Missa Solene realizada no Santuário Estadual dedicado à Mãe do Amanhecer em Paranaguá (PR), assim finalizando a 211ª festa para a Padroeira do Paraná.

    Entre os dias 6 e 15 deste mês, a festa dedicada à Nossa Senhora do Rocio convidou os devotos a refletirem o tema “Mãe do Rocio, revela-nos a Luz do Mundo”, pois Nossa Senhora gerou Cristo, o Sol Nascente que nos veio visitar. A Luz que vem para iluminar as trevas do nosso coração e que ao mesmo tempo em que somos iluminados, também nos tornamos iluminadores, levando o amor de Jesus ao próximo.

    A celebração das 9h foi presidida por Dom Edmar Peron, Bispo de Paranaguá, que em sua homilia disse que é sempre bom o povo de Deus ter o amparo maternal de Nossa Senhora em nossas vidas a partir de Jesus como Luz do Mundo.

    Reprodução – A12Reprodução - A12

     

    Também precisamos a cada dia dessa Luz! Ela se manifesta destruindo as nossas trevas, aquece os nossos corações, casas e comunidades! Essa Luz chega se houver uma procura, é preciso ter o desejo de Deus, como diz o salmista ‘A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo!’. No Evangelho, vimos aqueles homens que vieram de tão longe para adorar o recém nascido. A intenção deles é de estar na presença de Jesus e adorá-Lo! E conseguem isso, eles entraram no lugar onde Jesus estava, guiados pela estrela, ao verem de novo o Menino e Maria se alegraram!”

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    Dom Peron também ressaltou que ao ver a Imagem da Mãe do Rocio, devemos ter a atitude dos reis magos, a vontade intensa em adorar Jesus.

    “Entrar no Santuário, olhar Nossa Senhora e nos seus braços o Menino Jesus é motivo de alegria e adoração. Não é preciso ter medo de Jesus, pois Ele não nos tira, mas nos dá tudo, por isso somos chamados a adorar Jesus Cristo, como nosso Senhor e Salvador, O acolher em nossas vidas como Senhor e Salvador de cada um de nós“.

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    Ao finalizar a reflexão, o bispo nos ensina que iluminados pela Luz do Mundo, Nossa Senhora do Rocio é um grande auxílio para sempre nos encontrar com Jesus. “Maria indica o Caminho que é o seu filho Jesus! Não precisamos ter medo, ela sempre dirá ‘Olhem para o meu filho, façam tudo o que Ele disser!'”

    Os mistérios do Rosário estão norteando os temas dos novenários em Paranaguá (PR): ano passado foram refletidos os mistérios gozosos, em 2024 serão meditados os mistérios luminosos, em 2025 os dolorosos, em 2026 os gloriosos e, por fim, em 2027 será celebrado o Jubileu de Ouro de Nossa Senhora do Rocio como Padroeira do Estado do Paraná, reconhecida pelo Vaticano, por meio do Papa São Paulo VI.

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    “Quando rezamos o Rosário estamos na Escola de Maria, que nos ensina o Evangelho! Nestes mistérios luminosos temos a Palavra diante de nós! Nós rezamos muito apressadamente o Rosário, achando que o mais importante é dizer o Pai-nosso com as dez Ave-Marias e o Glória ao Pai, e algumas pessoas nem sabem os mistérios ao rezar!

    A cada anúncio destas páginas do Evangelho tão resumidamente apresentadas no texto do Rosário é preciso um pequeno silêncio, para que entre em nós esta Palavra e só depois do silêncio, comecemos de coração sincero a orar. É assim que Maria faz do Rosário a sua escola, para nos educar no Evangelho.

    A oração é o lugar livre onde o Espírito Santo pode agir em nossas vidas. Sem a oração nós não temos uma esperança viva! E que esta Eucaristia nos dê a graça de concluir o novenário e de nos empurrar para o cotidiano renovados pela graça de Deus buscada nesses dias. E que a Luz de Cristo transfigure em nós, e que a Eucaristia seja sempre valorizada por nós para que nos encontremos com o Senhor, o Centro de nossas vidas, a Luz do Mundo, concluiu Dom Edmar.

    .:: 3 fatos para se tornar devoto de Nossa Senhora do Rocio

    Fonte: A12

     

    “Não há profissão que não exija proteção divina”, diz papa Francisco

    O papa Francisco disse hoje (7) em audiência, no Vaticano, com militares do Corpo de Transportes e Materiais do Exército Italiano, no âmbito do 70° aniversário da proclamação de são Cristóvão como seu padroeiro, que “não há profissão nem estado de vida que não precise estar ancorado em valores profundos e que não requer proteção divina”.

    O papa disse que quanto mais a profissão envolve a possibilidade de salvar vidas ou perdê-las, de dar apoio, ajuda e proteção, “mais é necessário manter um elevado código ético e uma inspiração que seja nutrida do alto”.

    Para Francisco, o fato de os militares terem um padroeiro martirizado que deu a vida por Cristo significa também “comprometer-se, no serviço da Pátria, a agir com um estilo que coloque no topo a dignidade de cada pessoa humana, imagem do Criador”.

    Um estilo, disse o papa, “que se distingue pela defesa dos mais fracos e daqueles que estão em perigo, seja por guerras, desastres naturais ou pandemias”.

    Francisco disse aos militares que o seu trabalho exige “implorar do Céu aquele suplemento de Graça, essencial para cumprir da melhor forma as missões que se empreendem”. Significa “reconhecer que não somos onipotentes, que nem tudo está em nossas mãos e que precisamos da bênção divina”.

    “Vocês sabem bem: tornam-se extraordinários quando são chamados a intervir em operações de manutenção da paz ou a enfrentar as consequências de catástrofes naturais, ao fazer tarefas de proteção civil e atividades logísticas essenciais”, disse o papa.

    Francisco disse que os militares têm apoiado os cidadãos em vários momentos de emergência “como terremotos, inundações, pandemias” e missões de paz.

    Isso, segundo o papa, implica “colocar-se à disposição do bem comum, sem poupar energias e esforços, sem recuar diante dos perigos para cumprir a própria missão, o que muitas vezes resulta na salvação de vidas humanas e pode envolver o sacrifício da própria segurança”.

    Ao falar sobre o padroeiro dos militares, o papa disse que “Cristóvão” significa “aquele que carrega Cristo”. Por isso, Francisco disse que quando se comprometem diariamente a ajudar a população, “sem saber, carregam em certo sentido o estilo de Cristo, que veio para servir e não para ser servido, e que passou por esta Terra fazendo o bem e curando a todos”.

    Por fim, Francisco pediu a intercessão de são Cristóvão para “mantê-los sempre nestes bons propósitos”, e concluiu com a “oração do motorista”

    “Deus todo-poderoso e eterno, protege e abençoa o serviço que prestamos aos nossos irmãos e dá-nos a capacidade de também usar nossos meios para ajudar e salvar os necessitados”.

    Fonte: ACI Digital