O que Santa Teresinha nos ensina sobre o amor

Confira abaixo 20 frases de Santa Teresinha do Menino Jesus para você crescer no amor

Como uma jovem freira que faleceu aos 24 anos e viveu reclusa em um convento desde os 15 tem muito a nos ensinar? Simples: Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face era mestra no amor.

A seguir, confira em 20 frases o que Santa Teresinha tem a nos ensinar sobre a missão de todo cristão: ser o amor!

1 – “Compreendi que o amor de Nosso Senhor se revela tão bem na mais simples alma, que não resiste em nada à Sua graça, quanto na mais sublime.”

2 – “Ele quer que eu O ame, porque me perdoou não muito, mas tudo.”

3 – “Compreendi que, se era amada na Terra, o era também lá no Céu.”

4 – “Porque eu era pequena e fraca, Ele se abaixava para mim e me instruía em segredo sobre as coisas de Seu amor.”

5 – “Com o amor não somente avanço, mas voo.”

6 – “Compreendi que, sem o amor, todas as obras são nada, mesmo as mais brilhantes, como ressuscitar os mortos ou converter os povos.”

7 – “O Bom Deus dá o cêntuplo já nesta vida às almas que, por Seu amor, deixaram tudo.”

8 – “Para Vos amar como Vós me amais, preciso tomar emprestado Vosso próprio, então somente encontro repouso.”

9 – “Àqueles que mais amam, mais cruz Ele dá; àqueles que menos amam, menos Ele dá.”

10 – “Seu barco está em pleno mar, talvez já perto do porto. O vento da dor que o impele é o vento de amor, e esse vento é mais rápido do que o relâmpago.”

11 – “No Seu amor, Ele escolheu para Suas esposas o mesmo caminho que escolheu para Si.”

12 – “Saibamos reter prisioneiro esse Deus, que se tornou mendigo do nosso amor.”

13 – “No Céu, desejarei a mesma coisa que na Terra: amar Jesus e fazê-lo amado!”

14 – “Que o divino Menino Jesus encontre em sua alma uma morada toda perfumada de rosas de amor.”

15 – “Viver de amor é banir todo temor,
Toda lembrança das faltas do passado.”

16 – “Viver de amor é te guardar,
Sem reclamar do salário aqui na Terra.”

17 – “Ligeiramente corro… não tenho mais nada,
Senão minha única riqueza: viver de amor!”

18 – “E eu não me arrependo de ter me entregado ao amor.”

19 – “Ele nos mostra que as menores ações feitas por amor são as que encantam Seu coração.”

20 – “Amanhã, com a ajuda de Vossa graça, recomeçarei uma nova vida, da qual cada instante será um ato de amor e de renúncia.”

Fonte: Comunidade Shalom

CNBB lança letra e música do hino da Campanha da Fraternidade 2025; conheça os autores

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta nesta terça-feira, 17 de setembro, a letra e a música do hino da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

O processo de escolha da música e da letra da CF 2025 foi feito a partir de um concurso nacional, lançado em abril desse ano. Todos os inscritos participaram de uma formação on-line promovida pelo Setor de Música Litúrgica da CNBB em três etapas. A primeira etapa foi sobre o sentido da Campanha da Fraternidade em geral e especificamente sobre a próxima Campanha de 2025, com o padre Jean Poul, assessor do Setor de Campanhas da CNBB.

A segunda etapa foi sobre composição de letra, com Eurivaldo Ferreira, e a terceira etapa sobre composição de música, com Adenor Terra e frei Wanderson de Freitas, ambos pertencentes à Equipe de Reflexão de Música da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB.

Formação em música

Padre Jair Costa, assessor do Setor Música Litúrgica, salientou que “a formação foi uma experiência ímpar: na mesma sala de formação on-line estavam presentes compositores experientes, autores de hinos de outras CFs, intérpretes consagrados da música católica e compositores iniciantes, tendo acesso às mesmas ferramentas de composição. Foi uma riqueza encontrar tantas pessoas e partilhar das experiências e expectativas”. disse.

O assessor do Setor Música Litúrgica explicou as etapas do concurso. “Aqueles que compõem em conjunto letra e música, enviaram na primeira etapa suas letras. Depois, puderam enviar suas melodias para a letra escolhida “, disse.

Padre Jair revelou que, entre os 246 inscritos, foram apresentadas 68 propostas de letra e 42 propostas de melodia. O processo de seleção da letra considerou a quantidade de sílabas em cada verso, a construção regular dos versos, e a possibilidade de se colocar uma música fácil para o povo cantar. Do ponto de vista teológico e pastoral, foi avaliada a sintonia com o tema da CF 2025, a capacidade de levantar esperança e provocar a conversão comunitária. E o processo de seleção da música buscou uma melodia que possa ser cantada por todos os grupos que vão refletir a CF: crianças, jovens e adultos; considerou também uma harmonia que possa ser executada com facilidade pelos instrumentistas das comunidades.

O autor da letra

A letra escolhida é de composição de Ismael Oliveira do Nascimento, natural de Iguatú (CE), pertencente à arquidiocese de Belo Horizonte (MG).

Por meio de um vídeo, Ismael relata que recebeu com muito entusiasmo e alegria a notícia de que sua letra foi escolhida para animar o hino da Campanha da Fraternidade de 2025. “Podemos dizer que o pano de fundo em toda a letra proposta é o magistério do Papa Francisco, que tem insistido bastante nesse diálogo com as mudanças climáticas”, disse.

Ismael Oliveira do Nascimento, autor da letra da CF 2025

“Nós que estamos percebendo hoje essas mudanças na pele, no ar, na respiração. O Brasil está praticamente tomado por incêndios florestais, muitas vezes incêndios propositais, porque como o Papa mesmo diz, há uma inclinação do ser humano, parece ser até uma sina de destruir, de impedir que a criação floresça, que a criação desabroche, mas aí vem Deus com a sua misericórdia e não cansa de criar, a gente diz que Deus não cansa de perdoar, mas também não cansa de criar, talvez isso esteja em todas as entrelinhas do hino, que está muito baseado no magistério da Igreja, naquilo que propõe o Papa Francisco, as discussões atuais sobre a Casa Comum, com a nossa morada, então fica a animação para que na Quaresma do ano que vem a gente celebre com alegria, com entusiasmo e penitência esse tempo tão importante para nós”.

Saiba mais:

Fonte: CNBB

Corpo de santa Teresa de Jesus permanece incorrupto depois de cinco séculos

O corpo de santa Teresa de Jesus, também conhecida como santa Teresa D’Ávila permanece incorrupto quase cinco séculos depois de sua morte, em 4 de outubro de 1582, segundo informou ontem (28) a diocese de Ávila, Espanha.

“Hoje foi aberto o túmulo de santa Teresa e verificamos que se encontra nas mesmas condições da última abertura em 1914”, disse o postulador geral da ordem dos Carmelitas Descalços, o padre Marco Chiesa, do mosteiro carmelita de Alba de Tormes, onde repousam os restos mortais da santa espanhola.

O padre Miguel Ángel González, prior carmelita de Alba de Tormes e Salamanca, deu detalhes de como procederam: “A comunidade das Madres Carmelitas Descalças junto com o Postulador Geral da Ordem, os membros do tribunal eclesiástico e um pequeno grupo de religiosos transferimos os relicários com austeridade e solenidade para o local designado para estudo. Fizemos isso cantando o Te Deum com o coração cheio de emoção”.

A diocese diz que esse processo ocorre no âmbito do reconhecimento canônico dos restos mortais de santa Teresa D’Ávila, solicitado em 1º de julho à Santa Sé pelo bispo de Salamanca, Espanha, dom Luis Retana, autorização concedida pelo papa Francisco através do Dicastério para as Causas dos Santos.

O processo de estudo do corpo, do coração, de um braço e de uma mão, essa última preservada na localidade espanhola de Ronda e que foi levada para Alba de Tormes para investigação, acontece entre hoje (29) e sábado (31).

A diocese especifica que, para chegar ao corpo de santa Teresa, primeiro foi retirada a laje de mármore do túmulo. Depois – na sala destinada aos estudos e apenas com a presença da equipe médico-científica e dos membros da corte eclesiástica – foi aberto o túmulo de prata.

O tribunal é composto pelo provincial carmelita da Província Ibérica de Santa Teresa de Jesus, na Espanha, padre Francisco Sánchez Oreja; pelo prior carmelita de Alba de Tormes e Salamanca, padre Miguel Ángel González; e pela superiora das Filhas da Caridade de Alba de Tormes, irmã Remigia Blázquez Martín.

Os ourives Ignacio Manzano Martín e Constantino Martín Jaén ajudaram a abrir o túmulo de prata e também estarão presentes no último dia dos trabalhos.

Dez chaves para abrir o túmulo de Santa Teresa de Jesus

A diocese de Ávila também especifica que foram utilizadas dez chaves para abrir o túmulo:

“As três que estão guardadas em Alba de Tormes, as três que o Duque de Alba lhes emprestou e as três que o padre geral [carmelita descalço] guarda em Roma, além da chave do rei. Três dessas chaves servem para abrir a grade externa, três servem para abrir a tumba de mármore e as outras quatro servem para abrir a urna de prata”.

Primeiros resultados do processo de reconhecimento

O padre Chiesa diz que em seus últimos anos, santa Teresa de Jesus teve problemas para andar, devido às “dores que ela mesma descreve”. “Às vezes, olhando para um corpo, você descobre mais do que a pessoa tinha”.

O padre diz ter visto “a presença de espinhos calcários que tornam quase impossível caminhar”. “Mas ela caminhou. Chegou a Alba de Tormes e, depois, a morte, mas o seu desejo era continuar e seguir em frente, apesar dos seus defeitos físicos”, acrescenta o postulador geral da Ordem dos Carmelitas Descalços.

O padre carmelita destaca ainda que as imagens preservadas do reconhecimento de 1914 são em preto e branco, por isso “é difícil fazer uma comparação”, embora “as partes descobertas, que são o rosto e o pé, sejam iguais as que foram em 1914”.
“Não tem cor, não tem cor de pele, porque a pele fica mumificada, mas dá para ver, principalmente no meio do rosto. Você pode ver isso bem. Os médicos especialistas veem quase claramente o rosto de Teresa”, diz o padre.
Três etapas do processo com os restos mortais de santa Teresa

A primeira etapa, abertura e reconhecimento, acontece até sábado (31). Nesta fase, uma equipe liderada pelo Dr. José Antonio Ruiz de Alegría, de Madri, fará fotos e radiografias, e vai limpar adequadamente os relicários.

A segunda etapa será em laboratórios na Itália por alguns meses, para depois escrever as conclusões científicas. Por fim, e numa terceira fase, serão propostas algumas intervenções para melhor preservar os vestígios.

Antes do encerramento definitivo, será concedido tempo adequado para que as relíquias de santa Teresa possam ser veneradas.

A abertura de 1914

A última abertura do túmulo de santa Teresa de Jesus ocorreu de 16 a 23 de agosto de 1914. Naquela época foi indicado que, segundo a diocese de Ávila, o corpo se mantinha “com completa incorrupção”, como ocorreu na abertura de 1750.

Segundo o padre carmelita Daniel de Pablo Maroto, o túmulo foi aberto porque o padre Clemente de los Santos, superior geral dos Carmelitas Descalços, quis aproveitar a sua visita à Espanha para ver o corpo dos santos fundadores: são João da Cruz, em Segóvia, e santa Teresa, em Alba de Tormes.

O estudo agora iniciado com os restos mortais de santa Teresa D’Ávila será semelhante ao feito em 1991 com os de são João da Cruz, em Segóvia, por ocasião dos 400 anos de sua morte.

Quem foi santa Teresa de Jesus?

site da cúria geral dos Carmelitas Descalços diz que reconhecem como mãe e fundadora santa Teresa de Jesus, ou D’Ávila, primeira mulher a se tornar doutora da Igreja, que quis “preservar a continuidade do Carmelo”, com o desejo de que “nasça um novo estilo de vida religiosa”, sempre “na fidelidade à Igreja”.

Santa Teresa de Jesus, nascida na Espanha em 1515, também foi mística e escritora de ascendência judaica, reconhecida tanto por sua contribuição à espiritualidade católica quanto às letras espanholas.

A ela pertencem as falas: “Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, Deus não muda, a paciência tudo alcança; quem a Deus tem, nada lhe falta: só Deus basta”.

Fonte: ACI Digital

Na caminhada do ano litúrgico

“O ano litúrgico se apresenta como um verdadeiro “sacramento”, como um instrumento no qual e pelo qual Deus se faz presente, como na humanidade de Cristo, a sua vida divina mediante o Espírito Santo. O ano litúrgico não celebra o mistério de Cristo de forma genérica, mas celebra-o nos seus diversos momentos e episódios a que chamamos “mistérios”; por meio deles Cristo realizou nossa salvação, em sua morte e Ressurreição”.


“Na liturgia, brilha o mistério pascal, pelo qual o próprio Cristo nos atrai a Si e chama à comunhão. (Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis, de Bento XVI)”

O Ano Litúrgico é a articulação do calendário anual da liturgia da Igreja Católica. No Rito Romano inicia no primeiro domingo do Advento, no final de novembro/início de dezembro e termina na última semana do Tempo Comum. Consiste em um calendário de celebrações estruturado em torno do mistério pascal de Cristo, com o ciclo maior da Páscoa e o ciclo menor do Natal; um ciclo de leituras bíblicas para a celebração da Eucaristia todos os dias do ano e um ciclo de leituras bíblicas e patrísticas, bem como de outros textos, para a Liturgia das Horas.

No programa passado, Pe. Gerson Schmidt* nos trouxe a reflexão “Deus se manifesta no tempo da história do homem”. No programa de hoje, o tema é “Na caminhada do ano litúrgico”:

“Diz assim o subsídio para o Ano Jubilar: “O Tempo litúrgico da Páscoa, impregnado da presença do Ressuscitado, envolve o tempo do homem, o nosso tempo, com impulso protetor, a fim de que a confiança não esmoreça, a esperança não se abale e a caridade não se renda. “Homo viator spe erectus”, diz um provérbio antigo medieval: o homem pode caminhar pelas estradas da vida graças a esperança que lhe permite manter uma postura ereta, de ressuscitado, e olhar para o futuro com confiança. Para caminhar como viajantes rumo a um destino, é importante sentir-se amparado pela esperança. E a esperança para nós, cristãos, tem um nome: chama-se Jesus. O tempo Pascal é o tempo que a Igreja nos leva a confiar no Ressuscitado e nos entregar a Ele, para experimentar como indivíduos e como comunidade cristã a sua presença viva e ativa que sussurra no coração de cada um a sua saudação pascal: “A Paz esteja convosco!”[1].

É precisamente no espaço de um ano, isto é, no espaço de uma volta completa da terra em torno do sol, que hoje a liturgia, enquanto o lugar privilegiado do encontro com Deus, nos torna participantes de todo o mistério de Cristo, fazendo-nos percorrer sacramentalmente, e não apenas como simples lembrança, as etapas de sua existência terrena, tornando-nos assim já hoje, de algum modo, partícipes de sua vida divina. O ano litúrgico se apresenta como um verdadeiro “sacramento”, como um instrumento no qual e pelo qual Deus se faz presente, como na humanidade de Cristo, a sua vida divina mediante o Espírito Santo. O ano litúrgico não celebra o mistério de Cristo de forma genérica, mas celebra-o nos seus diversos momentos e episódios a que chamamos “mistérios”; por meio deles Cristo realizou nossa salvação, em sua morte e Ressurreição[2].

E o Catecismo da Igreja Católica, no número 1168, sobre o compasso do ano litúrgico na Igreja, aponta assim: “Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade. Progressivamente, dum lado e doutro desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. Ele é realmente “o ano da graça do Senhor” (Lc 4,19). A economia da salvação realiza-se no quadro do tempo, mas a partir do seu cumprimento na Páscoa de Jesus e da efusão do Espírito Santo, o fim da história é antecipado, pregustado, e o Reino de Deus entra no nosso tempo”. Entenda-se a palavra “economia de salvação” não no sentido usual de ajuste financeiro, mas como o modo de proceder pedagógico de Deus, que se manifesta gradativamente ao ser humano, culminando com a revelação em Cristo Jesus.

E no número 1171 do Catecismo descreve assim: “O ano litúrgico é o desenrolar dos diferentes aspectos do único mistério pascal. Isto vale particularmente para o ciclo das festas em torno do mistério da Encarnação (Anunciação, Natal, Epifania), que comemoram o princípio da nossa salvação e nos comunicam as primícias do mistério da Páscoa”. A Páscoa, portanto, sempre estará por detrás de qualquer celebração, qualquer ato litúrgico, qualquer ação da Igreja, mesmo no Tempo Comum das ações cotidianas vivenciadas por Cristo, que sempre estarão em vista de sua entrega total.

A homilia Pascal do bispo São Basílio de Selêucia recupera a tônica pascal que perpassa todo o ano litúrgico: “Realmente na cruz obteve o triunfo sobre os nossos pecados, mergulhou na mística água do Batismo as vestes de nossa injustiça, e atirou para o fundo do mar todas as nossas faltas. Pensa na fonte do santo Batismo e apregoa a graça. Pois o Batismo é a síntese de todos os bens, a purificação do mundo, a restauração da natureza, o perdão total, o remédio que nada custa, a esponja que limpa a consciência, a veste que não envelhece com o tempo, o útero que concebe virginalmente, o sepulcro que dá vida aos que foram enterrados, o abismo em que somem os pecados, o túmulo de Satanás, o sinete e baluarte dos que foram assinalados, a fonte que extingue a geena, o anfitrião da ceia do Senhor, a graça dos antigos e novos mistérios, já prenunciada em Moisés, e a glória pelos séculos dos séculos. Amém”[3].

Tal importância do sacramento primordial, que nos faz pertencer à comunidade de fé e à filiação divina. O ciclo litúrgico não se repete em nós e na comunidade, mas se atualiza com um vigor ainda maior e mais intenso, a cada etapa do ano que celebramos. O nosso batismo se renova pela caminhada de fé celebrada em cada mistério, inseridos na Igreja particular e universal.”

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[1] BARBA, Maurizio. Cadernos do Concilio de número 13 – Os tempos Fortes do Ano litúrgico, Edições CNBB, p.33.
[2] Idem, p. 52.
[3] São Basílio de Selêucia. Hom. in Sanctum Pascha: SCh 187,275-277, Vincentium Riccardo interprete.

Fonte: Vatican News

Exaltação da Santa Cruz: sinal de vida, redenção e esperança

A festa em honra à Santa Cruz é celebrada neste sábado (14/09) para meditar sobre o símbolo da nossa fé. O bispo diocesano de Juína – MT, dom Neri José Tondello, assina artigo com reflexão sobre a esperança que nasce da cruz de Jesus: o sinal feito pela manhã pede proteção pelo novo dia; à noite, é de gratidão pela jornada. “Ao fazer o Sinal da Santa Cruz, o cristão sente-se protegido por uma bênção traçada sobre seu corpo em forma orante: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.”


A Igreja exalta a Santa Cruz, como “sinal do mais terrível entre os suplícios, é para o cristão a árvore da vida, o tálamo, o trono, o altar na nova aliança. De Cristo, novo Adão adormecido na cruz, jorrou o admirável sacramento de toda a Igreja. A cruz é o sinal do senhorio de Cristo sobre os que, no Batismo, são configurados a ele na morte e na glória (cf. Rm 6,5). Na tradição dos Padres, a cruz é o sinal do Filho do Homem que comparecerá no fim dos tempos (cf. Mt 24,30). A festa da Exaltação da Cruz, que no Oriente é comparada Àquela da Páscoa, relaciona-se com a dedicação das basílicas constantinianas construídas no Gólgota e sobre o sepulcro de Cristo” (Missal Romano, Festa da Exaltação da Santa Cruz, 800p)

Na vida cristã, automaticamente ao levantarmos pela manhã, o nosso dia começa com o Sinal da Santa Cruz. Assim, pedimos que a Cruz de Jesus nos proteja durante todo o novo dia e em todas as nossas atividades. Ao dormir, da mesma forma, o cristão conclui a jornada de vida e labor com a bênção do Sinal da Cruz como sinal de gratidão a Deus Trindade. Ao fazer o Sinal da Santa Cruz, o cristão sente-se protegido por uma bênção traçada sobre seu corpo em forma orante: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Se, a cruz é libertadora e redentora, também a cruz representa os tantos crucificados que, como Jesus, esperam que os tiremos da cruz do abandono, da indiferença, do descaso e da morte certa. “É preciso tirar os crucificados da cruz”, diz também Jhon Sobrino.

Crucificados pelo pecado do mundo, pecado da injustiça, falta de educação de qualidade para todos. Muitos não têm acesso à saúde. Muitos morrem antes de chegar ao primeiro socorro. Muita cruz, também pesa sobre os ameaçados pela ação de despejo da terra. A cruz sobre aqueles que sofrem por não saberem onde vão dormir amanhã. “Onde vão dormir os pobres” crucificados sem casa e sem trabalho? A Cruz de Jesus não pode esquecer as vítimas do racismo e as vítimas da violência doméstica. Tamanha é a cruz dos dependentes químicos. Mas, a cruz dos sem fé e sem religião pode ser ainda maior. A cruz dos sem Cruz. A cruz pesada que carrega o Pantanal e a Amazônia pelas chamas criminosas da destruição. A Casa de todos, Casa Comum, está queimando. Os rios estão morrendo. A cruz do planeta todo sofre o pecado do descaso. A natureza perdeu o caráter sagrado. A Tecnologia a domesticou e a tem subordinado à mão humana a ação violenta contra a natureza, tirando a sua espiritualidade para esgotar todo poder econômico possível. Aquilo que era, no princípio, um Jardim para todos, está ladeira abaixo aumentando as temperaturas, ameaçando cidades, desequilibrando a biodiversidade, pondo em risco todo o tecido da vida no planeta.

Contudo, e apesar de tudo, a esperança, nasce da Cruz de Jesus, porque morreu nela para que fosse Cruz salvadora, não mais a Cruz do sinal opróbrio da morte. Isto é, morreu nela, para dar-nos toda a vida em nova árvore verdejante, oxigênio imprescindível – porque, “somos filhos das folhas”. Os povos originários ainda conservam em muito a espiritualidade na sua relação de amizade e cuidado com a natureza. Sabem-se e sentem-se natureza. Por outra parte, o divórcio de profanação da natureza permitiu uma união adúltera sem escrúpulo. O Sinal da Santa Cruz, por si e em si, é semáforo dos limites que se deve impor às forças ocultas e visíveis do mal, do ódio e da raiva, contra Deus, contra o mundo e contra a pessoa humana. Toda vez que avistamos uma cruz, damo-nos conta de que o mal e a morte foram vencidos por Jesus, que diz: “Eu venci o mundo”, que quer dizer: vencer as forças malignas da destruição violenta e todas as causas e formas que levam à morte, ou seja, impõe limites ao mal.

“Pusestes, no lenho da cruz, a salvação do gênero humano para que, onde a morte teve origem, aí a vida ressurgisse; e o que venceu na árvore do paraíso, na árvore da cruz fosse vencido, por Cristo, Senhor nosso” (Prefácio à Vitória da Cruz Gloriosa).

Fonte: Vatican News

Que nossa boca e nosso ouvido proclamem a Palavra de Deus!

Vivenciando este mês de setembro, mês da Palavra de Deus, que a Bíblia seja Palavra de Deus que ilumina os nossos passos e nos ajude a caminhar com o coração preenchido de esperança.

A primeira leitura – Is 35,4-7a – traz uma mensagem de esperança do profeta Isaías, que se dirige ao povo abatido pela sua dura realidade anunciando os tempos messiânicos e salvíficos, nos quais coisas extraordinárias acontecerão. É a presença mesma de Deus que transforma e restaura a vida e as condições das pessoas.  Isaías apresenta a esperança daquilo que, mais tarde, Jesus chamará de Reino de Deus.  É o retorno à obra criada por Deus, o qual “viu que tudo era bom” e harmonioso. O profeta busca animar a comunidade exilada no contexto difícil em que está vivendo. Finalmente, o povo vislumbra uma luz, que aparece no final do túnel escuro do exílio. A humanidade e a natureza são restauradas, pois Deus intervém para salvar.

A segunda leitura – Tg 2,1-5 – ensina que a fé em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas. São Tiago convida a comunidade a superar toda atitude de discriminação de pessoas, principalmente dos pobres. Cumpre-nos seguir o exemplo de Deus, que não se deixa comprar, mas tem predileção pelos pobres.

O Evangelho – Mc 7,31-37 – é a realização da profecia de Isaías. Jesus diz: “Efatá!”, e a cura do homem surdo acontece. O Senhor lhe restaura os sentidos e lhe devolve a dignidade de vida. Jesus insiste que não contassem nada a ninguém, para evitar que seu ministério profético fosse confundido com falsas promessas e esperanças messiânicas. Mas maravilhados anunciavam o que Jesus fizera, tornando-se assim, mensageiros do Evangelho, talvez sem saber. Jesus faz bem todas as coisas. O Evangelho ressalta dois gestos de Jesus: ele toca os ouvidos e a língua do surdo-mudo. O primeiro passo para a cura dá-se com a comunicação por meio do contacto. Em seguida, Jesus olha para o alto, invocando o Pai e determina: “Efatá” – “abre-te!”. O Mestre procura restaurar a integridade física da pessoa e afirmar sua dignidade, segundo o plano divino da criação. Tornar-se discípulo de Jesus é deixar-se tocar por ele, abrir os ouvidos à escuta de sua Palavra e se enganar no seu projeto. O projeto da criação visa à integridade do ser humano, dotado da capacidade de ouvir – com atenção aos sinais dos tempos – e da liberdade de falar, a fim de proclamar a Boa-nova do Reino e denunciar as injustiças.

Jesus continua “fazendo bem todas as coisas!” Com o Batismo, passamos a fazer parte da família de Deus. Nossa missão é propagar a mensagem do Evangelho de Jesus: defender a vida, começar nos lugares onde ela está mais ameaçada. Em clima de sinodalidade eclesial, somos convocados a contribuir para a nova criação, opondo-nos à lógica da competição excludente e da indiferença aos “surdos-mudos” que carecem de vida e de respeito à sua dignidade.

Que nossos ouvidos e nossa boca sejam abertos para anunciar a vida e a vida plena! Que nossa boca e nosso ouvido proclamem a Palavra de Deus!
Fonte: CNBB

A hierarquia necessária na vida ordenada

Infelizmente, estamos passando por tempos bastante turbulentos. Tempos em que as coisas mais óbvias e naturais precisam ser explicadas e defendidas. Parece que o tão almejado senso crítico das pessoas não está realmente aguçado, ao contrário, funciona com efeito rebanho – para ser crítico basta se opor ao que é tradicional, construído ao longo dos séculos. Qualquer movimento diferente que venha com um discurso que se opõe a tradições e tenha um vocabulário aprazível conquista o coração das pessoas que sequer pensam o básico: o que se ganha, o que se perde, o que está por traz desse discurso que me é apresentado? Muitos simplesmente entram na onda.

Isso é senso crítico ou pura limitação do poder de análise? Eu convido a refletir sobre isso comigo.

Dias atras, eu me deparei com um artigo com o seguinte título: “Dia das Crianças: é hora de enxergar e tratar nossos filhos sem hierarquia. – Pedagoga defende ‘Educação Positiva’ para uma infância com menos traumas e mais autonomia.”. Eu li e reli esse título e não consegui me conformar: realmente é possível acreditarmos que é um bem não termos uma relação hierárquica entre pais e filhos? Mais do que isso: educar usando a sabedoria e conhecimento já adquiridos traumatiza e tira a autonomia da criança? Creio que quase ninguém use verdadeiramente seu poder de análise para considerar com seriedade essas ideias, pois senão não teríamos hoje essa imensa crise em que estamos metidos – pais perdidos, crianças desorientadas, famílias caóticas, suicídios em alta e jovens profissionais incompetentes – levando pais a entrevistas de trabalho, não dando conta dos desafios e exigências naturais da vida profissional enfim…. tudo o que estamos vendo com bastante tristeza.

A Hierarquia é o princípio sobre o qual se constrói qualquer possibilidade de ordem. Para podermos ordenar o tempo, os espaços e a vida, é absolutamente necessário identificarmos uma ordem de importância, uma hierarquia.

Em uma relação entre pais e filhos, se considerarmos saudável suprimir a hierarquia, significa dizer que ambos têm a mesma condição de opinião, de expressão e de decisão. E o que mais me surpreende é que se possa considerar isso, em primeiro lugar possível e, em segundo lugar, um bem para as crianças.

As crianças, ao nascerem, vivem um verdadeiro caos: não têm nenhuma condição de se manterem vivas sozinhas, precisam de um adulto competente para poderem sobreviver. Tal adulto vai, aos poucos, criando rotina e ordenando a vida da criança para que se torne viável e gradativamente vá conquistando habilidades, competências e por fim autonomia. Quando o adulto abdica dessa posição hierárquica, a criança somente perde: perde segurança, perde cuidados básicos, perde orientações necessárias para a vida, perde a tranquilidade de se sentir cuidada e conduzida até que aprenda os critérios necessários para começar os exercícios de autonomia – que serão guiados até a maioridade. Acreditar que formar o caráter do filho, ensinar critérios e valores morais que o conduzam pela vida é tirar autonomia ou traumatizar é um verdadeiro absurdo, é negar aos filhos um serviço ao qual eles têm direito.

O que mais encontro, no entanto, são pais que são levados por essa mentalidade às vezes, sem nem mesmo perceberem. Chegam até a achar absurdo que alguém pregue abertamente acabar com a hierarquia, no entanto, estão tão contaminados com essas ideias que, nas situações cotidianas, agem colocando as crianças em pé de igualdade com eles. Os desastres têm sido inúmeros.

Pais, abram os olhos: a missão de vocês exige mais conhecimento, mais capacidade e discernimento. Maior sabedoria e coragem para orientar e servir aos filhos. Isso os coloca necessariamente em uma posição hierárquica superior para o benefício das crianças. Não neguem a eles esse direito.

Fonte: O São Paulo

Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus

Origens 

A Natividade da Virgem Maria é uma das festas marianas mais antigas. Imagina-se que a sua origem esteja ligada à festa da dedicação de uma igreja a Maria. Segundo a tradição, era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana. É localizada em Jerusalém, construída no século IV: a basílica de Santa Ana, é onde nasceu a Virgem. Em Roma, esta festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (†8 de setembro de 701).

A Natividade

A Igreja católica não costuma celebrar o dia de nascimento dos santos, mas de sua morte. Há, contudo, três celebrações de nascimento: de Jesus Cristo (Natal); de São João Batista (ainda no ventre de Isabel, manifestou-se diante da proximidade de Maria, que esperava Jesus e fora visitar sua parente); e o da própria Virgem Santíssima.

A Tradição

Nos Evangelhos não encontramos citações sobre esta festa, tampouco os nomes dos pais de Maria. Só há referências a Virgem Maria quando se trata de ressaltar algum fato que diga respeito ao Salvador. A Palavra de Deus nos mostra, mesmo que de forma discreta, a presença de Maria Santíssima nos momentos centrais da História da Salvação, como na encarnação, a inauguração do ministério de Cristo, a crucifixão, o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo e outros eventos.

Contudo, os Evangelhos não nos dão informações a respeito da família de Maria, de sua infância, de sua formação, de seu temperamento, de seu aspecto físico entre outras características.  Mas a tradição faz menção no Protoevangelho de Tiago, apócrifo escrito no século II. Entretanto, o acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.

Relevância da Festividade

A maravilha deste nascimento não está no que os apócrifos narram com grande detalhe e engenhosidade. Está no significativo passo em frente que Deus leva na realização do seu eterno desígnio de amor. Por isso, a festa de hoje foi celebrada com magníficos louvores por muitos Santos Padres, que se basearam em seu conhecimento da Bíblia e em sua sensibilidade poética e ardor

O Exemplo é Maria

Maria é uma mulher que deve ser imitada pela sua confiança, mormente nos momentos mais obscuros da vida do seu Filho Jesus. Isso e muitas outras coisas explicam o fato do Povo de Deus recorrer a Ela para encontrar refúgio, conforto, ajuda e proteção.

A Igreja considera Maria como a Mãe de Deus, mas também como a discípula. Maria foi exemplo e modelo de vida cristã: pela sua fé, obediência ao seu Filho, caridade com a prima Isabel e nas Bodas de Caná.

A Celebração

A Natividade de Nossa Senhora é celebrada nove meses depois da celebração da solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro). É toda a Igreja que faz o convite:

 “Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!” 

(S. João Damasceno – século VIII)

Protetora e Padroeira 

Nossa Senhora da Natividade é padroeira e protetora das costureiras. Além dos cozinheiros, dos destiladores, dos fabricantes de alfinetes e panos e da hospedaria.

Minha oração

“No dia do teu aniversário, quero louvar a Deus e celebrar a grande graça que é ter te recebido como Mãe. Obrigado, por tanto carinho e proteção, obrigado por todas as graças que recebo de ti diariamente. Seja hoje  e sempre nossa Senhora!”

Nossa Senhora da Natividade, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 08 de setembro

  • Em Roma, a comemoração de Santo Adrião, mártir, que padeceu o martírio em Nicomédia. († data inc.)
  • Em Alexandria, no Egipto, os santos FaustoDio e Amónio, presbíteros e mártires, que, na perseguição do imperador Diocleciano, receberam a coroa do martírio juntamente com o bispo São Pedro. († c. 311)
  • Em Bagrevand, cidade da antiga Armênia, Santo Isaac, bispo, que, para fortalecer a vida cristã do povo, traduziu a Sagrada Escritura e a Liturgia para a língua armena. († 438)
  • Em Roma, junto de São Pedro, o sepultamento de São Sérgio I, papa, de origem síria, que se dedicou intensamente à evangelização dos Saxões e dos Frisões. († 701)
  • Em Frísia, cidade da Baviera, na atual Alemanha, São Corbiniano, que, tendo sido ordenado bispo e enviado a pregar o Evangelho na Baviera. († 725)
  • Em Pébrac, no território de Le Puy-en-Velay, na França, São Pedro de Chavanon, presbítero. († c. 1080)
  • Em Pesaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Serafina Sforza. († 1478)
  • Em Valência, na Espanha, São Tomás de Vilanova, bispo, que, sendo eremita sob a regra de Santo Agostinho. († 1555)
  • Em Durham, na Inglaterra, os beatos mártires Tomás Palaser, presbítero, João Norton e João Talbot, que foram condenados à morte no reinado de Isabel I. († 1600)
  • Em Cartagena, na Colômbia, o dia natal de São Pedro Claver, presbítero da Companhia de Jesus, cuja memória se celebra amanhã. († 1654)
  • Em Nagasaki, no Japão, os beatos António de São Boaventura, da Ordem dos Frades Menores, Domingos Castellet, da Ordem dos Pregadores, presbíteros, e vinte companheiros, mártires. († 1628)
  • Em Marselha, na França, o passamento do Beato Frederico Ozanam, homem ilustre pela sua cultura e piedade. († 1853)
  • Em Almeria, no litoral da Andaluzia, região da Espanha, os beatos José Cecílio , Teodemiro Joaquim e Evêncio Ricardo, mártires, da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1936)
  • Em Alcoy, povoação próxima de Alicante, na Espanha, o Beato Marino Blanes Giner, mártir, pai de família. († 1936)
  • Em Paterna, no território de Valência, na Espanha, o Beato Ismael Escrihuela Esteve, mártir, pai de família.(† 1936)
  • Em Villarreal, no território de Castellón, na Espanha, o Beato Pascoal Fortuño Almela, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1936)
  • Em Buñol, próximo de Valência, na Espanha, as beatas Josefa de São João de Deus Maria das Dores de Santa Eulália, virgens da Congregação das Irmãs dos Anciãos Desamparados e mártires. († 1936)
  • Em Madrid, na Espanha, o Beato Teódulo González Fernández, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
  • No cemitério de Montcada, na Catalunha, na Espanha, os beatos mártires Barnabé, religioso da Congregação dos Irmãos Maristas, e Baudílio, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
  • Em Vic, perto de Barcelona, na Espanha, a Beata Apolónia Lizárraga do Santíssimo Sacramento, virgem da Congregação das Irmãs Carmelitas da Caridade Vedruna e mártir. († 1936)
  • Em Villa de Don Fradique, na região de Castela la Mancha,na Espanha, o Beato Miguel Beato Sánchez, presbítero de Toledo e mártir. († 1936)
  • No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Adão Bargielski, presbítero e mártir. († 1942)
  •  Em Gross-Rosen, localidade da Alemanha, o Beato Ladislau Bladzinski, presbítero da Congregação de São Miguel e mártir.  († 1944)

Fonte:

  • Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007]
  • Martirológio Romano
  • Santiebeati.it
  • Vaticannews.va

Fonte: Canção Nova

Como vencer a “falsa vergonha” da Confissão

Muitas pessoas dizem não ter coragem de se aproximar do sacramento da Confissão porque têm vergonha.

É preciso reconhecer: não é fácil acusar os próprios pecados ao sacerdote. No entanto, urge vencer o que Santo Afonso de Ligório chama de “falsa vergonha”, afinal, não há outro modo pelo qual seja possível reconciliar-se com Deus senão pela confissão dos pecados. Jesus, ao instituir este sacramento, poderia muito bem ter dito: Quando tiverdes pecado, entrai em vossos próprios quartos, prostrai-vos diante de Mim crucificado e obtereis o perdão. Seria muito mais cômodo. No entanto, Ele não disse isso. Antes, deu aos Apóstolos a chave da reconciliação: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos” [1].

Para vencer essa “vergonha” que todos sentimos de contar as próprias misérias, vale meditar um pouco sobre as verdades eternas. Quando perdemos a graça, pelo pecado mortal, não só somos condenados ao inferno, na outra vida, e a inúmeros tormentos, nesta, como perdemos a amizade de Deus, o bem mais precioso que o homem pode entesourar. Escrevendo a respeito do pecado mortal, Santo Afonso avalia:

“Se o homem recusasse a amizade de Deus, para alcançar um reino ou um império do mundo inteiro, já seria isso uma horrenda perversidade, pois que a amizade de Deus é muito mais preciosa do que o mundo todo e milhares de mundos. E afinal por amor de que coisa o pecador ofende a Deus? Por um pouco de terra, para satisfazer a sua ira, por um gozo bestial, por uma vaidade, um capricho. ‘Eles me desonraram por um punhado de cevada e um pedacinho de pão’ (Ez 13, 19).” [2]

Ao nos depararmos com a gravidade da ofensa que cometemos, com o grande amor com que Deus nos amou, derramando o Seu próprio sangue para salvar-nos, é preciso que nos comovamos e verdadeiramente nos envergonhemos… Mas, que a causa da nossa vergonha seja o pecado! E que essa mesma vergonha nos leve a um propósito firme e sério de não mais ofender a Deus! Caso contrário, será uma vergonha estéril e sem nenhuma serventia.

O autor sagrado diz que “há uma vergonha que conduz ao pecado, e uma vergonha que atrai glória e graça” [3]. Com razão se poderia chamar a “vergonha que conduz ao pecado” aquela que leva a pessoa ou a fugir ou a omitir seus pecados na Confissão, já que essa atitude causará a sua própria perdição eterna. Quanto à segunda vergonha, não é aquela que sentimos na fila do confessionário, mas que logo se esvai depois que somos absolvidos pelo sacerdote? “Quando estamos em fila para nos confessarmos, sentimos (…) vergonha, mas depois quando termina a Confissão sentimo-nos livres, (…) perdoados, puros e felizes” [4]. Por isso, diz Santo Afonso, “devemos fugir da vergonha que nos leva ao pecado e nos torna inimigos de Deus; não, porém, da que, ligada à confissão dos pecados, nos granjeia a graça de Deus e a glória do céu”.

Quando o demônio nos tentar sugerindo que, por vergonha, ocultemos as nossas faltas ao sacerdote, lembremo-nos de que os pecados dos condenados serão revelados a todos os homens no Juízo Final: “Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo” [5]; “Vou arregaçar o teu vestido até teu rosto, e mostrar tua nudez às nações, aos reinos a tua vergonha” [6]. Quando a sugestão for a de que sequer procuremos a reconciliação, lembremo-nos a joia de altíssimo valor que corremos o risco de perder, se morremos em estado de pecado mortal: o próprio Deus.

Transformemos, por fim, a “falsa vergonha” da Penitência em disposição para servir a Deus, porque o arrependimento não consiste em grandes sentimentos ou em prantos efusivos, mas em uma resoluta vontade de amar, como ensina Santa Teresa: “Consiste [o amor] numa total determinação e desejo de contentar a Deus em tudo, em procurar, o quanto pudermos, não ofendê-lo e rogar-lhe pelo aumento contínuo da honra e glória de seu Filho e pela prosperidade da Igreja Católica” [7].

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Mês da Bíblia 2024

“Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14)

 A Igreja na sua milenar sabedoria pastoral utiliza alguns meses ao longo do ano litúrgico para dedicar a celebrações especiais para animar a vida de fé de todos os fiéis. Como, por exemplo, o mês de maio que é o mês mariano, agosto que é o mês vocacional, setembro que é o mês da Bíblia, outubro que é o mês do Rosário e das missões, esses são meses temáticos, e, além de entre fevereiro, março e abril celebrarmos Quaresma e Páscoa, e entre novembro e dezembro Advento e Natal, nesse caso como formulação litúrgica.

A Igreja usa de sabedoria e numa sequência de eventos litúrgicos anima a vida de todos os fiéis. Todos os batizados são chamados por Deus à serem “sal na terra e luz no mundo”, e ainda, sacerdotes, profetas e reis, isso se sucederá a partir da participação ativa na liturgia.

Após termos rezado por todas as vocações ao longo do mês de agosto, em setembro somos chamados a dar uma maior atenção a Palavra de Deus. Não, que nos outros meses não devemos dar atenção, mas em especial no mês de setembro. O mês de setembro é dedicado à Palavra de Deus porque no dia 30 de setembro celebramos a memória litúrgica de São Jerônimo tradutor da Bíblia do grego e hebraico para o latim e grande comentarista das Sagradas Escrituras.

Ao longo deste mês as paróquias podem colocar a Palavra de Deus em destaque próximo ao ambão da Palavra, ou em algum lugar próximo ao altar. Em nossa casa também somos convidados a tirar a Bíblia da estante e colocá-la em um local de destaque. Além disso, podemos reservar um momento do dia, ou pela manhã ou a noite para meditar a Palavra de Deus em família, e seria muito bom aumentar o número de círculos bíblicos no território paroquial.

Infelizmente as famílias perderam o costume de rezar juntos e de meditar a Palavra de Deus, devido a correria do dia a dia acabam não se encontrando e não tendo tempo para rezar. Além de outras distrações como, por exemplo, televisão, internet, video game, dentre outros. Quem sabe podemos criar um hábito em casa, pela manhã ou à noite de meditar a Palavra de Deus, pode ser até o Evangelho preparado para aquele dia. Ler umas duas vezes e tirar daquela Palavra lida uma mensagem.

A Palavra de Deus deve ser o nosso alimento diário, devemos nos alimentar da Palavra e pedir ao Espírito Santo a luz necessária para seguir a Palavra que meditamos. Se nos alimentarmos diariamente da Palavra direcionaremos o nosso caminho somente para as coisas boas e ficaremos longe do pecado. A Palavra nos aponta o caminho certo, a palavra de Deus é luz que ilumina o nosso caminho, e a Palavra de Deus nos conduz para a Eucaristia.

Quando a Igreja dedica um mês para uma ocasião especial, é porque normalmente naquele mês é celebrada a festa litúrgica de algum santo idealizador ou protetor daquela causa. Em setembro celebramos a memória de São Jerônimo no dia 30, conforme dissemos.

O tema deste mês é o Livro do Profeta Ezequiel e lema para este ano de 2024 é: “Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14). Vivemos tempos difíceis, é necessário deixar que o Senhor nos alcance com o seu Espirito Santo. O Espírito Santo nos torna pessoas novas e nos capacita para anunciar a Palavra do Senhor para os demais irmãos. Esse mesmo Espírito Santo nos da sabedoria e inteligência para entendermos a Palavra que meditamos.

Através do batismo o Senhor nos torna novas criaturas, somos lavados e purificados do pecado e inebriados pelo Espírito Santo. Ao longo da nossa vida somos chamados a viver segundo o Espírito, pois o Espírito Santo nos conduz à Deus. O Espírito Santo consagra a Eucaristia e perdoa os pecados, conduz e guia a Igreja, e ajuda cada fiel a testemunhar Jesus Cristo. Quando vacilamos na fé peçamos ao Espírito Santo que nos anime. Por isso, peçamos ao Senhor que derrame sobre nós o Espírito Santo para que tenhamos forças para viver e anunciar o Evangelho.

Como proposta para esse mês da Bíblia, as comunidades podem se reunir e fazer círculos bíblicos e juntos meditarem a Palavra de Deus. Isso pode ocorrer na Igreja, ou nas casas das pessoas da comunidade, chamando os vizinhos e amigos para participar desse momento e assim o Reino de Deus estará acontecendo e se expandindo. A Palavra de Deus precisa ser anunciada aos quatro cantos da terra.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), todos os anos prepara um subsídio com um livro específico da Palavra de Deus para ajudar o povo de Deus a conhecer o livro e também meditar durante o mês da Bíblia e realizar esses círculos bíblicos. Esse ano o livro escolhido é de Ezequiel, e o lema para esse mês da Bíblia é tirado do capítulo trinta e sete desse livro: “Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14).

O Presidente da Comissão, dom Leomar Antônio Brustolin, diz que a celebração do mês da Bíblia no Brasil é expressão da sinodalidade. Cada comunidade se reúne, medita a palavra de Deus e reza por suas necessidades e pelas necessidades da Igreja.

Estudemos a Palavra de Deus ao longo desse mês de setembro, converse com o seu pároco e forme os círculos bíblicos para estudar o livro de Ezequiel. Além, de meditar a Palavra em casa com sua família, colocando a Bíblia em destaque, para que ela ilumine a sua vida e a de sua família. Amém.

Fonte: CNBB

Por que celebramos em setembro o Mês da Bíblia?

Em setembro, a Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia, período em que se busca de maneira especial desenvolver o conhecimento da Palavra de Deus e a aplicação desta na vida cotidiana.

Em diferentes ocasiões o papa Francisco incentivou a ler a Bíblia.

Em outubro de 2014, durante a abertura do Sínodo Extraordinário da Família, no Vaticano, Francisco disse que “a Bíblia não é para ser colocada em um suporte, mas para estar à mão, para lê-la frequentemente, cada dia, seja individualmente ou juntos, marido e mulher, pais e filhos, talvez de noite, especialmente no domingo”.

Em outras ocasiões, como nas audiências gerais e nos Ângelus na Praça de São Pedro, o papa aconselhou os fiéis a carregarem consigo um evangelho de bolso, para que possa ser lido a qualquer momento.

“Hoje se pode ler o Evangelho também com muitos instrumentos tecnológicos. Pode-se trazer consigo toda a Bíblia num telefone celular, num tablet. O importante é ler a Palavra de Deus, com todos os meios, e acolhê-la com o coração aberto. E então a boa semente dá fruto!”, disse durante o Ângelus, em 6 de abril de 2014.

O Mês da Bíblia teve início em 1971, por ocasião do cinquentenário da arquidiocese de Belo Horizonte (MG). Foi levado adiante com a colaboração do Serviço de Animação Bíblica da Congregação das Paulinas (SAB). Posteriormente, foi assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estendeu-se ao âmbito nacional.

A escolha do mês de setembro para dedicar-se à Bíblia deve-se ao fato de no dia 30 de setembro ser comemorado o dia de são Jerônimo, que traduziu a Bíblia dos originais para o latim.

Para marcar este mês, ACI Digital compartilha o recurso sobre as Sagradas Escrituras: http://www.acidigital.com/Biblia/index.html.

Fonte: ACI Digital

Hoje é celebrado são Gregório Magno, papa e doutor da Igreja

“Onde existe o amor se realizam coisas grandes”. Assim costumava dizer o primeiro monge a ser papa, são Gregório Magno, que em sua passagem pela cátedra de Pedro deixou grandes marcas na história da Igreja, como por exemplo, a instituição da observância do celibato, a introdução do Pai-Nosso na missa e o canto gregoriano.

Mais tarde, tornou-se doutor da Igreja e hoje, 3 de setembro, é celebrada sua memória litúrgica.

Gregório nasceu em Roma, no ano 540, na família Anícia, de tradição na Corte romana, da qual saíram dois papas: Félix III (483-492), seu tataravô Agapito (535-536).

Ainda jovem ingressou na carreira administrativa, sendo prefeito de Roma. Mas, logo deixou essa carreira para se dedicar à vida monástica, ingressando no mosteiro de Santo André. Tempos depois, declarou que seus anos no mosteiro foram os melhores de sua vida.

Mais adiante, foi nomeado diácono pelo papa Pelágio e enviado a Constantinopla como núncio apostólico. Algum tempo depois, foi chamado a Roma para ser secretário do pontífice, onde viveu anos difíceis com desastres naturais, carestias e a peste que atingiu o papa Pelágio II.

O clero, o povo e o senado o elegeram papa e preocupou-se com a conversão dos novos povoados e da nova organização civil da Europa. Queria estabelecer relações de fraternidade com todos para anunciar a palavra da salvação.

De todo seu trabalho religioso no Ocidente, a conversão da Inglaterra e o êxito que coroou seus esforços encaminhados para esta direção foi, para ele, o maior triunfo de sua vida.

São atribuídos a este santo a compilação do Antiphonario, a revisão e reestruturação do sistema de música sacra, a fundação da famosa Schola Cantorum de Roma e a composição de vários hinos muito conhecidos.

Mas sua verdadeira obra se projeta em outras direções. É venerado como o quarto Doutor da Igreja, por ter dado uma clara expressão a certas doutrinas religiosas que ainda não tinham sido bem definidas e, possivelmente, seu maior trabalho foi o fortalecimento da Sé Romana.

O papa Bento XVI, referindo-se a são Gregório Magno em sua audiência geral de 28 de maio de 2008, observou que, embora o desejo de são Gregório tivesse sido o de “viver como um monge em permanente conversa com a Palavra de Deus, por amor seu se fez servidor de todos em um tempo cheio de tribulações e sofrimentos: servo dos servos. Por isso foi ‘Grande’ e nos ensina qual é a medida da verdadeira grandeza”.

Fonte: ACI Digital