IGREJA NO BRASIL CELEBRA A SEMANA NACIONAL DA VIDA, DE 1º A 8 DE OUTUBRO

 

As dioceses, paróquias e comunidades de todo o país celebram, até o dia 8 de outubro, a Semana Nacional da Vida. A iniciativa é proposta pela Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), neste ano com o tema “Adoção: Amor com laços do coração”. A iniciativa é concluída com o Dia do Nascituro, no dia 8, momento para o qual são motivadas manifestações públicas em favor das crianças que ainda estão no ventre materno e contra o aborto.

De acordo com o bispo de Campo Mourão (PR) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, dom Bruno Elizeu Versari, o tema desta Semana Nacional da Vida vem para conscientizar as nossas famílias e comunidades da importância da adoção na vida e na missão da Igreja.

“Nós também somos filhos adotivos, Deus é pai de todos e seu amor predestinou para que sejamos todos irmãos. Assim, durante esta semana, quero convidar todas as comunidades, paróquias do Brasil inteiro a organizarem momentos de conscientização sobre a importância da adoção com laços do coração. Com certeza, ajudará a salvar muitas vidas”, afirmou dom Bruno na missa de abertura, celebrada na catedral de Campo Mourão.

O assessor da Comissão e secretário executivo Nacional da Pastoral Familiar, padre Rodolfo Pinho, destaca que, com o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode descriminalizar o aborto no Brasil (ADPF 442), a discussão sobre a adoção se faz necessária.

“É um tema que nos faz defender, ainda mais, a vida desde a concepção até o seu fim natural. A adoção para as famílias que não desejam ter o filho pode ser uma verdadeira resposta a esta discussão sobre o aborto. Por isso, a Igreja incentiva e propõe a reflexão como forma de proteger essas crianças, que poderão encontrar um lar para ser acolhidos e amados”, comentou padre Rodolfo.

Subsídios

Durante a Semana Nacional da Vida, serão promovidas diversas atividades, a partir da criatividade pastoral e da realidade de grupos, famílias, comunidades e dioceses. A Comissão Nacional da Pastoral Familiar oferece o subsídio Hora da Vida, com roteiros de encontros para cada dia da semana.

Conheça os temas propostos na Semana Nacional da Vida:

1º Encontro – Adoção: um projeto de Deus!
2º Encontro – Adoção: alargar os vínculos da carne e do sangue
3º Encontro – O amor que adota é dom de Si
4º Encontro – Adoção é uma forma de caridade
5º Encontro – Adoção, gesto concreto em favor da vida
6º Encontro – Adoção, a fecundidade do amor
7º Encontro – A adoção enriquece a família
8º Encontro – Direito de nascer e ser acolhido em uma família

Ações

Entre as ações apontadas para os regionais está o envio de vídeos com testemunho de adoção com até um minuto de duração para serem compartilhados nas redes sociais da Pastoral Familiar. Também são motivadas manifestações públicas em defesa da vida dos nascituros, frente à votação da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) número 442, que pede a descriminalização do aborto no Brasil.

Confira o vídeo de motivação partilhado pela Pastoral Familiar para a Semana Nacional da Vida:

 

A cada celebração dos encontros, registre o momento nas redes sociais, utilize a hashtag #SNV2023 e marque o perfil da Pastoral Familiar @pastoralfamiliarcnbb.

Fonte: CNBB

O Papa: o mundo é poluído pelas aparências, vivemos uma cultura da maquiagem

Isso é belo, isso é importante: o caminho do escondimento é o caminho de Deus. Vocês não são irmãs para fazer publicidade: quanto mais escondidas, mais divinas. Continuem a cultivá-lo, pois é uma profecia poderosa para nosso tempo, poluído pelo aparecer e pelas aparências: disse o Papa às Pequenas Irmãs de Jesus, por ocasião de seu XII Capítulo Geral


O Santo Padre recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira, 2 de outubro, na Sala do Consistório, no Vaticano, as Pequenas Irmãs de Jesus, por ocasião de seu Capítulo Geral.

No discurso que dirigiu às religiosas, o Papa lembrou que elas estão celebrando seu 12º Capítulo Geral que, além de ser eletivo, é uma ocasião importante para refletir juntos e amadurecer escolhas significativas.

Na origem delas, a experiência de São Charles de Foucauld

Francisco ressaltou que na origem delas há a experiência carismática de São Charles de Foucauld, retomada, cerca de vinte anos após sua morte, por Magdeleine Hutin e Anne Cadoret: uma forte experiência de busca de Deus, de testemunho do Evangelho e de amor pela vida escondida.

Essas me parecem ser três diretrizes úteis sobre as quais refletir brevemente, também à luz da narração evangélica que vocês escolheram como guia para o caminho capitular: o encontro de Jesus com a mulher samaritana, destacou o Pontífice, desenvolvendo a partir daí a sua reflexão.

A busca de Deus

A primeira diretriz: é a busca de Deus. É a mais importante. O Mestre aguarda vocês no poço de sua Palavra, água viva que sacia a sede de nossos desejos. É belo cultivar a escuta d’Ele, permanecendo a seus pés em adoração, como fez o Irmão Charles, que não conhecia nada mais doce do que as horas passadas diante do Tabernáculo, dizendo que “quanto mais se bebe dessa doçura, mais se tem sede dela”.

Como à Samaritana, continuou Francisco, Jesus lhes oferece o seu amor, e cabe a vocês aceitar o desafio, deixando de lado as pesadas ânforas da autorreferencialidade e do habitual, das soluções previsíveis e até mesmo de um certo pessimismo que o inimigo de Deus e do homem sempre tenta insinuar, especialmente naqueles que fizeram da própria vida um dom.

Testemunho do Evangelho

Chegamos assim à segunda diretriz, que as caracteriza desde o início: o testemunho do Evangelho – a primeira foi a busca de Deus, a segunda linha foi o testemunho do Evangelho -, o fazer dom dele aos outros com palavras, com obras de caridade e com a presença fraterna, orante e adoradora de suas pequenas comunidades internacionais.

São Charles de Foucauld disse: “Todo o nosso ser deve gritar o Evangelho do alto dos telhados, gritar o Evangelho. Toda a nossa pessoa deve transpirar Jesus… toda a nossa vida deve gritar que pertencemos a Jesus, deve apresentar a imagem da vida evangélica”, ressaltou o Pontífice.

O amor pela vida escondida

Chegamos, assim, à terceira diretriz: o amor pela vida escondida. É o caminho da Encarnação, o caminho de Nazaré, o caminho indicado por Deus ao despojar-se e se fazer pequeno para compartilhar a vida dos pequeninos. “Eu quero – dizia o pai – passar desconhecido sobre a terra como um viajante na noite, pobremente, laboriosamente, humildemente, docemente… imitando Jesus em tudo em sua vida em Nazaré e, quando chegar a hora, em sua Via-Sacra e em sua morte”.

O caminho do escondimento é o caminho de Deus. Isso é belo, isso é importante: o caminho do escondimento é o caminho de Deus. Vocês não são irmãs para fazer publicidade: quanto mais escondidas, mais divinas. Continuem a cultivá-lo, pois é uma profecia poderosa para nossa época, poluída pelo aparecer e pelas aparências, exortou o Santo Padre.

Amor a Cristo e aos pobres

Parece que, por causa do aparecer e das aparências, vivemos uma cultura de maquiagem: todos usam maquiagem, é normal que as mulheres o façam, mas todos, todos usam maquiagem, para parecerem melhores do que são, e isso não é do Senhor, observou o Papa.

Francisco concluiu seu discurso às Pequenas Irmãs de Jesus lembrando que é verdade que há tempos difíceis e problemas sérios a enfrentar, como a escassez de vocações, o fechamento de algumas casas, o aumento da idade média das religiosas, mas é igualmente verdade que, fiéis à inspiração do Irmão Charles, elas são instrumentos preciosos para que Deus semeie no mundo pequenas pérolas de ternura e de ternura evangélica, que é a especialidade delas. E o Senhor continuará a fazê-lo, na medida em que vocês se mantiverem simples e generosas, no amor a Cristo e aos pobres. Isso dará frutos no devido tempo, não duvidem disso, exortou por fim o Pontífice.

O Papa Francisco com as Pequenas Irmãs de Jesus (Vatican Media)

BÍBLIA – PALAVRA DE VIDA ETERNA

“Cada Palavra de Deus é comprovadamente pura; ela é um escudo para quem Nele se refugia.” (Prov 30,5)

Amados irmãos, todos temos a mesma origem: nascemos pela força da Palavra: “Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26). Essa mesma Voz que nos deu a vida está presente, eternizada e atualizada constantemente através da ação do Espirito Santo nas Sagradas Escrituras, para que não nos percamos do Pai. Pelo agir do Espírito Santo, a Palavra Sagrada se faz atual e fidedigna ao seu propósito, segundo a vontade do Pai para nossa vida. Deus se manifesta a todo momento, seja na brisa suave ou no vento impetuoso seu Santo Espírito O revela aos que se dispõem a percebê-Lo, ouvi-Lo e, com humildade, desejarem acolhê-Lo no coração e na vida cotidiana. Deus é o Pai que não abandona os que Nele se refugiam, eis porque temos Sua Palavra Santa, a Bíblia Sagrada para nos instruir e direcionar na caminhada diária. Deus não fica em silêncio, não se distancia de seus filhos, antes, nós é que nos afastamos Dele quando deixamos de lado sua Palavra e seus conselhos para seguirmos nossos próprios ‘instintos e planos’. Setembro se descortina com a celebração do Mês da Bíblia, tempo em que somos exortados pela Santa Igreja a nos voltarmos ao hábito saudável de nos alimentarmos da Palavra que gera vida, e vida eterna: “Não só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4,4; Deut 8,3). A Palavra

Divina transforma atitudes e abranda corações levando a uma intimidade maior com Cristo. Jamais seremos semelhantes a Jesus se deixarmos para amanhã o ouvir, estudar, meditar e aprofundar nosso conhecimento da Palavra. O Espírito Santo sempre é o melhor conselheiro quando há dificuldades no entendimento da Palavra, não hesitemos em pedir seu precioso auxílio. São Jerônimo, o tradutor das Sagradas Escrituras, afirmou que aquele que não conhece os Evangelhos não conhece Jesus e, portanto, fica mais difícil defender-se das tentações. A Bíblia não existe para ser decorada, sua mensagem deve ficar gravada em nosso coração e mente, criando consciência do certo e errado diante de Deus e dos irmãos, basta ter fé e abertura de coração ao Sagrado. Acolher a Palavra é abrir-se ao conhecimento de Deus com um coração disponível, como um terreno que, antes de receber a semente, deixa-se preparar pelo agricultor, para que os frutos sejam mais abundantes. Esse conhecimento nos é dado gratuitamente quando permitimos que o Espírito Santo se mova em nós, dando-nos discernimento e clareza da vontade Deus em nós. Unindo nossa participação nas missas, prestando atenção nas leituras e nas homílias, lendo as Escrituras com assiduidade, certamente chegaremos a uma intimidade maior com a Palavra que é Cristo, o Verbo que se fez Carne e habitou entre nós. Assim como a Virgem Maria acolheu a Palavra em seu ventre, gerando Cristo para a humanidade, acolhamos a Palavra revelada pelas Sagradas Escrituras e sejamos transmissores do Amor e da Misericórdia de Cristo em meio a nós.

Fonte: CNBB

Santa Teresinha, um gigante da fé

S. Teresinha é com razão a maior santa dos tempos modernos, porque foi nela, pequena flor do Carmelo, que o Senhor quis sofrer pela falta de fé, pela incredulidade e pelo desprezo da religião que caracterizam a triste época em que vivemos.

SANTA TERESINHA

“O maior santo dos tempos modernos”. Era com este elogio que o bem-aventurado Pio X se referia a ninguém menos que S. Teresinha do Menino Jesus. Tal elogio é ainda mais verdadeiro se nos lembrarmos de que os “tempos modernos” a que aludia o santo Pontífice são a época do ateísmo, da incredulidade, da desprezo, irrisório e debochado, da religião.

Foi numa época como essa que Deus se dignou erguer na Igreja uma coluna de amor e fidelidade da estatura de S. Teresinha. À semelhança de todos os santos, também Teresa percorreu seu próprio itinerário de purificação. Associada às dores externas de Cristo por meio de sua tuberculose, ela se associou também a seus padecimentos internos mediante a densa noite escura que se lhe apoderou da alma.

Ela mesma confidenciaria a suas irmãs de hábito que, detida ali no leito da enfermaria do Carmelo de Lisieux, seu espírito era atormentado pelas tentações dos grandes ateus. Já na sétima morada, Teresinha sofria como vítima do amor misericordioso de Jesus em prol de uma multidão de almas que, ao longo dos séculos XIX e XX, perderiam a fé, para depois reencontrá-la pelos méritos, orações e sofrimentos desta bela flor do Carmelo, escondida atrás das grades e colhida pelos anjos com apenas 24 anos de idade. Recorramos hoje à intercessão dessa grande santa, a fim de também nós, com o auxílio da graça divina, perseverarmos na fé e nela crescermos sem cessar, com passos de gigantes.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

O MINISTÉRIO DA HOMILIA

Caros diocesanos. Iniciamos o mês da Bíblia, refletindo sobre o valor e a importância da Palavra de Deus nas celebrações litúrgicas da Igreja e o conseqüente cuidado que merece o ambão (mesa da Palavra), como local digno de sua proclamação, assim como a atenção aos leitores que exercem o ministério do anúncio dos textos sagrados.

Entre as tarefas e funções relativas ao anúncio da Palavra de Deus está a homilia, parte integrante da ação litúrgica, cuja função é favorecer a compreensão e a eficácia da Palavra, atualizando-a na vida dos fiéis. Ela deve favorecer a compreensão do mistério celebrado e levar à missão evangelizadora, além de preparar para as partes subseqüentes da celebração em curso. Os pregadores são ainda alertados para evitar inúteis abstrações ou longas divagações e, sobretudo, eles não chamem atenção maior sobre si mesmo do que para o coração da mensagem evangélica, que é o próprio Cristo. Isso exige preparação e familiaridade com a Palavra, além da meditação e da oração (cf. VD 59 e DD 54).

O Papa Francisco dedica, na Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), ampla reflexão sobre a homilia (cf. EG 136-159), afirmando que Deus deseja alcançar os outros através do diálogo do pregador, qual mãe que conversa com os filhos, colocando-os em sintonia de amor: “O pregador tem a belíssima e difícil missão de unir os corações que se amam: o do Senhor e os do seu povo” (EG 143). Este ministério, ligado à celebração da Palavra de Deus, exige séria preparação: “Um pregador que não se prepara não é ‘espiritual’: é desonesto e irresponsável quanto aos dons que recebeu” (EG 145). Quem faz a homilia deve ser o primeiro a ter grande familiaridade com a Palavra de Deus, estando próximo dela com coração dócil e orante, pois a boca fala da abundância do coração (cf Mt 12,34). As atuais gerações preferem antes ouvir testemunhas que mestres; por isso o pregador precisa deixar-se tocar primeiramente pela Palavra e fazê-la carne na sua vida concreta.

O bom pregador também se põe na escuta do povo para descobrir aquilo que os fiéis mais precisam ouvir: “Um pregador é um contemplativo da Palavra e também um contemplativo do povo” (EG 154). Ele evita exortações de cunho excessivamente negativo, mas oferece pistas de esperança e orienta para o futuro.

No final, ainda convém apresentar uma palavra do Papa Francisco sobre a importância da invocação do Espírito Santo na pregação: “A confiança no Espírito Santo que atua na pregação não é meramente passiva, mas ativa e criativa. Implica oferecer-se como instrumento (cf Rm 12, 1), com todas as próprias capacidades, para que possam ser utilizadas por Deus” (EG 145). O mesmo Espírito Santo que inspirou a Palavra na mente e no coração dos escritores sagrados, nos primórdios da Igreja, continua a agir, ainda hoje, em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele.

É preciso dar atenção constante para a animação bíblica da Vida e da Pastoral. Mereça a Palavra de Deus atenção especial em nosso estudo, em nossas celebrações, assim como no envio missionário. Tenhamos cuidado particular para com o espaço onde a Bíblia ou o Lecionário são colocados (ambão: mesa da Palavra); os leitores e responsáveis pela homilia estejam devidamente preparados para seu ministério e, sobretudo, tenham sempre coração aberto para acolher a Palavra em sua vida.

Fonte: CNBB

O Sínodo, história e rostos de uma instituição

No L’Osservatore Romano, um artigo repercorre a evolução da assembleia dos bispos, desde a ideia inicial de Paulo VI, há cerca de 60 anos, à nova concepção de Francisco, até a chegada da próxima assembleia em outubro


O Sínodo dos Bispos nasceu em 1965 por iniciativa de Paulo VI que, no “motu proprio” Apostolica sollicitudo, o definiu como “um conselho permanente de Bispos para a Igreja universal”. Assim, ele implementou uma solicitação formulada pelo Concílio, que naquela época estava quase no fim, especialmente durante o debate sobre a colegialidade. Desde então, Paulo estava ciente de que o Sínodo mudaria com o tempo. De fato, no “motu proprio” ele escreveu: “Como toda instituição humana, com o passar do tempo ele será aperfeiçoado”.

A evolução do Sínodo andou de mãos dadas com a recepção progressiva do Concílio, em particular com a visão eclesiológica na qual está enraizada a relação entre o povo de Deus, o colégio dos bispos e o Bispo de Roma. O Papa Francisco dá expressão a isso, refletindo sobre a dimensão sinodal constitutiva da Igreja por ocasião do quinquagésimo aniversário da instituição do Sínodo (2015): “Uma Igreja sinodal é uma Igreja da escuta, […] uma escuta mútua na qual cada um tem algo a aprender”. Povo fiel, Colégio episcopal, Bispo de Roma: um ouvindo o outro; e todos ouvindo o Espírito Santo”.

Em 2018, a constituição apostólica Episcopalis communio prossegue na linha de aperfeiçoar o Sínodo: de um evento pontual – uma assembleia de bispos dedicada a tratar de uma questão – o transforma em um processo articulado em várias etapas, no qual toda a Igreja e todos na Igreja são convidados a participar. É sobre essa base renovada que o processo do Sínodo 2021-2024, intitulado Por uma Igreja Sinodal. Comunhão, participação, missão. Isso explica sua articulação, que é muito mais complexa do que a dos sínodos anteriores.

Em primeiro lugar, esta previu uma longa fase de consulta e escuta do povo de Deus em todas as Igrejas do mundo, que ocorreu em várias etapas: começou em nível local (paroquial e depois diocesano), depois passou para o das conferências episcopais nacionais e terminou com o nível continental. Nesse processo, a escuta se tornou uma oportunidade de encontro e de diálogo, dentro de cada Igreja local e entre elas, especialmente entre as que pertencem à mesma região, e também em nível de Igreja universal, graças também aos estímulos do Documento preparatório e do Documento de trabalho para a etapa continental, elaborados pela Secretaria Geral do Sínodo, em particular, com base nos elementos colhidos na escuta do povo de Deus.

A dinâmica eclesial em nível continental, que esse sínodo enfatiza fortemente, também encontra inspiração no Concílio, particularmente no decreto Ad gentes, que afirma no n. 22: “É, portanto, desejável, para não dizer sumamente conveniente, que as conferências episcopais se reúnam dentro de cada vasto território sociocultural, a fim de poderem realizar esse plano de adaptação em plena harmonia entre si e na uniformidade das decisões”.

A fase de discernimento, tarefa que cabe em primeiro lugar aos pastores, acentua também o seu caráter processual, graças ao fato de que a xvi Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos será realizada em duas sessões, intercaladas com um tempo para os devidos aprofundamentos e, sobretudo, para interpelar novamente o Povo de Deus. A maior articulação do processo não pode deixar de reverberar na composição da assembleia sinodal. Ela mantém seu caráter episcopal fundamental, já que três quartos de seus membros são bispos. A eles se juntam sacerdotes e diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas, escolhidos entre aqueles que se comprometeram mais intensamente com as várias etapas do processo sinodal. Sua tarefa é justamente trazer o testemunho e a memória da riqueza desse processo para a assembleia responsável pelo discernimento. Reconhecendo a importância de seu serviço, damos espaço – nesta edição da Religio – às vozes de alguns deles.

Fonte: Vatican News

A defesa da Vida é prioridade do Magistério da Igreja

Para o Papa Francisco “o aborto significa descartar seres humanos”. (Vatican Media)

O Papa reiterou a parlamentares brasileiros que vieram ao Vaticano para lhe conferir o Prêmio Zilda Arns, o seu posicionamento a favor da defesa da vida. Foi quando a delegação abordou a temática do julgamento da ADPF 442, que pleiteia a possibilidade de legalizar o aborto. Francisco, em diversas ocasiões durante o seu Pontificado, pronunciou palavras muito claras a favor da vida desde a sua concepção, afirmando que essa defesa está intrinsecamente ligada à proteção de qualquer direito humano.

O tema do aborto foi tratado com o Papa durante uma audiência concedida aos membros da Comissão do Idoso da Câmara dos Deputados na quarta-feira (20). A delegação brasileira veio ao Vaticano para entregar a Francisco o Prêmio Zilda Arns.

A deputada Simone Marquetto, que também é vice-presidente da frente parlamentar católica, contou à redação do Vatican News que teve a oportunidade de falar com o Santo Padre sobre o pedido de inclusão em pauta da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, no Supremo Tribunal Federal (STF), que pleiteia a possibilidade de aborto legal até a 12ª semana de gestação. Francisco, ao escutar a realidade trazida pela deputada, reiterou o seu posicionamento a favor da vida e o fato de que a Igreja não muda a sua posição.

A deputada destacou que a motivação para abordar este assunto com o Pontífice está em conformidade com as posições evidenciadas pela Igreja no Brasil. “A CNBB, juntamente com muitos padres e leigos, está se manifestando contra a possível decisão do STF. É crucial que estejamos unidos para evitar a aprovação da legalização do aborto no Brasil”, afirmou Simone Marquetto.

O Papa a favor da defesa da Vida

A defesa da vida é constantemente reafirmada pela Igreja, sobretudo quando se trata daqueles que não têm voz. Em sua Exortação apostólica Evangelii Gaudium, Francisco recorda que na Igreja há um sinal que nunca deve faltar: “a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e joga fora”. Trata-se da atenção preferencial pelos mais frágeis.

Logo no início de seu Pontificado, em um discurso aos ginecologistas católicos, o Santo Padre disse:

Uma difundida mentalidade do útil, a cultura do descarte, que hoje escraviza os corações e as inteligências de muitas pessoas tem um preço deveras elevado: exige a eliminação de seres humanos, sobretudo quando são física ou socialmente mais frágeis. A nossa resposta a esta mentalidade é um sim decidido e sem hesitações à vida. O primeiro direito de uma pessoa humana é a sua vida. […] Por isso, a atenção à vida humana na sua totalidade tornou-se nos últimos tempos uma verdadeira prioridade do Magistério da Igreja, de maneira particular àquela mais inerme, ou seja, ao portador de deficiência, ao enfermo, ao nascituro, à criança e ao idoso, à vida mais indefesa. No ser humano frágil, cada um de nós é convidado a reconhecer o rosto do Senhor, que na sua carne humana experimentou a indiferença e a solidão às quais frequentemente condenamos os mais pobres, tanto nos países em fase de desenvolvimento, como nas sociedades abastadas. Cada criança não nascida, mas condenada injustamente a ser abortada, tem o rosto de Jesus Cristo, tem a face do Senhor, que ainda antes de nascer e depois, recém-nascido, experimentou a rejeição do mundo. (20 de setembro de 2013)

A Vida é um direito inviolável

No cenário politico brasileiro, os próximos dias serão de grande atenção. O STF pautou para esta sexta-feira, 22 de setembro, o início do julgamento da ADPF 442, que discute a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. O julgamento ocorrerá no Plenário Virtual da Corte, com prazo para ser finalizado em 29 de setembro.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua presidência, reagiu à pauta do STF e reafirmou através da nota “Vida: direito inviolável”, divulgada no dia 14 de setembro, sua posição em favor da vida desde a concepção. Os bispos ressaltam que “o aborto constitui a eliminação de uma vida humana, trata-se, pois, de uma ação intrinsecamente má e, portanto, não pode ser legitimada como um bem ou um direito”.

O texto também deixa claro o posicionamento da Igreja no Brasil: “de qualquer forma, jamais aceitaremos quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto”.

O assessor jurídico civil da CNBB, o advogado Hugo Cysneiros Oliveira, ao falar sobre a ADPF 442, destacou que a ação tem por objetivo básico abrir caminhos para a legalização do aborto no Brasil. Para o advogado, a ação “sequer deveria ser conhecida” e que, no caso de debate sobre o tema, deveria ser feito pelo Congresso Nacional: “o Brasil já regula esta matéria, nós temos normas sobre isso, nós somos signatários de tratados internacionais que expressamente protegem a vida e não há porquê modificar essa regra pelo caminho que se pretende”, afirmou ele.

 

Fonte: Vatican News

SS. COSME E DAMIÃO, MÁRTIRES

sao cosme e damiao

O cuidado dos enfermos foi a alavanca principal da vida dos dois irmãos, que viveram no século III, no tempo da perseguição contra os cristãos. Eles cuidavam dos doentes, sem aceitar remuneração. Por isso, receberam o apelido de “anárgiros”, palavra grega que significa “sem prata”. A sua fama de homens corajosos e distintos benfeitores espalhou-se, rapidamente, por toda a região.
A atividade destes Santos gêmeos não se limitou apenas aos cuidados do corpo enfermo. Na sua prática profissional, visavam também o bem das almas, com o exemplo e a palavra. De fato, converteram muitos pagãos ao cristianismo.
É famoso o episódio da cura de uma mulher hemorroíssa, chamada Paládia, que, por gratidão, deu três ovos aos dois irmãos. Porém, por não aceitarem, ela implorou a Damião que os aceitasse, em nome de Cristo, aquela pequena oferta. Para não ofender a mulher, Damião aceitou os ovos. Este seu gesto provocou a reação de Cosme, que pediu, publicamente, após a sua morte, para não ser enterrado com seu irmão.

Martírio

O suplício dos dois irmãos é narrado pela Lenda Áurea, segundo a qual foram primeiro jogados no fogo, de onde saíram ilesos. Depois, foram condenados à lapidação, mas as pedras voltavam contra os atiradores. E, ainda, as flechas lançadas pelos arqueiros feriram seus algozes. Por fim, foram decapitados.

Não sejam separados…

Na pintura do Beato Angélico, a representação da sepultura dos dois Santos é baseada no que foi narrado pela Lenda Áurea. Segundo esta narração, o dromedário, que transportava o corpo de San Damião, de repente começou a falar com voz humana, pronunciando estas palavras: “Nolite eos separare a sepoltura, quia non sunt separati merito” (“Não sejam separados na sepultura, porque não são diferentes por mérito”).
A Igreja celebra a festa litúrgica dos Santos Cosme e Damião no dia 26 de setembro.
O culto deles estendeu-se do Oriente à Itália, sobretudo em Roma e na região da Apúlia.

 

Fonte: Vatican News

CAMPANHA MISSIONÁRIA 2023: IGREJA DO BRASIL SE PREPARA PARA VIVER O MÊS MISSIONÁRIO

 

As Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) organizam durante o mês de outubro a Campanha Missionária. Todas as arquidioceses, dioceses e prelazias são convidadas a promover ações locais que animem as comunidades a colaborar com projetos missionários, que atuam nas áreas de assistência social e evangelização, nos países mais carentes do mundo.

“Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” é o tema da Campanha Missionária deste ano e o lema, escolhido pelo Papa Francisco, traz a frase “Corações ardentes, pés a caminho”. Para articular o mês missionário, foram produzidos mais de 60 toneladas de materiais impressos, enviados a todos os Estados do Brasil. São novenas, cartazes, santinhos e outros materiais que ajudam a divulgar em todas as famílias a importância deste mês.

No dia 22 de outubro, dia mundial das missões, as Igrejas de todo o mundo fazem suas doações para colaborar com o Papa em seus projetos de missão em quase de 1.120 dioceses pobres no mundo. Em 2022, a Igreja do Brasil arrecadou mais de 7 milhões em recursos financeiros, que puderam ajudar centenas de projetos missionários nos países mais necessitados.

Segundo Ir. Regina da Costa Pedro, diretora nacional das POM, o mês missionário reforça a experiência central da identidade missionária da Igreja. “A Campanha Missionária deste ano põe em evidência que cada Igreja local tem o compromisso de evangelizar toda pessoa e todos os povos até os confins da terra. O mês missionário nos recorda que todos podem colaborar concretamente com o movimento missionário através da oração e da ação, com ofertas de dinheiro e de sofrimento, com o próprio testemunho”, destacou a diretora.

Coletiva de lançamento e missa de abertura
Para marcar o início o mês dedicado às missões, foi escolhido o Santuário Nacional de Aparecida para a realização do lançamento da Campanha Missionária e da missa de abertura do mês missionário.

A coletiva de imprensa acontece no dia 1º de outubro, às 9h, na Sala de Imprensa do Santuário de Aparecida. Haverá transmissão ao vivo pelas redes sociais das POM. Pouco depois do ato de lançamento da Campanha Missionária, às 12h, inicia a missa de abertura do mês missionário, presidida por Dom Maurício da Silva Jardim, que é o presidente da Comissão Episcopal para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A missa será transmitida pela TV Aparecida.

Saiba todas as informações sobre a Campanha Missionária 2023

Fonte: CNBB

No Twitter, Papa exorta fiéis a agir e cuidar dos outros em mensagem inspiradora

“A Sagrada Escritura nos foi dada para sairmos ao encontro dos outros e nos debruçarmos sobre as suas feridas”


O Papa Francisco compartilhou mensagem em seu Twitter, nesta segunda-feira (25), instando os fiéis a não se refugiarem na complexidade dos problemas e a abandonarem a mentalidade de “não há nada a fazer”. Em um chamado à ação, o líder da Igreja Católica exortou a união entre o culto a Deus e o cuidado com o próximo.

“A #PalavradeDeus convida-nos a não nos escondermos atrás da complexidade dos problemas, do “não há nada a fazer”, e exorta-nos a unir o culto a Deus e o cuidado do homem. A Sagrada Escritura nos foi dada para sairmos ao encontro dos outros e nos debruçarmos sobre as suas feridas”, escreveu.

O Santo Padre enfatizou que a Sagrada Escritura, além de um livro sagrado, também é uma orientação para que as pessoas saiam ao encontro dos outros e se envolvam com empatia em suas dificuldades, como forma de se aproximar do divino.

Esta mensagem de Francisco ecoa seu compromisso contínuo com a solidariedade e a responsabilidade social, destacando a importância de uma fé ativa no mundo de hoje. Suas palavras inspiradoras ressoam em um momento em que desafios globais complexos, como a pandemia e as mudanças climáticas, pedem uma resposta conjunta e a disposição de cuidar uns dos outros.

A mensagem do Papa serve como um lembrete oportuno de que a fé não é apenas uma crença, mas uma ação que deve impactar positivamente a vida daqueles que a praticam.

Fonte: Vatican News


ASSESSORIA JURÍDICA DA CNBB APONTA INCOERÊNCIAS TÉCNICAS NA CONDUÇÃO DA ADPF 442 NO STF

 

Em novo vídeo, o assessor jurídico da civil da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dr. Hugo Cysneiros, apresentou novas informações sobre a atuação da entidade no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442. A ação está na pauta de julgamento virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) e tem por objetivo descriminalizar o aborto no Brasil. Hugo manifestou “indignação” e “estranheza técnica” diante de incoerências na condução do processo pela Suprema Corte.

O advogado contou que o STF tomou uma decisão sobre a acolhida dos amicus curiae, entidades que apoiam o processo com indicações sobre o tema, após a divulgação do último vídeo, no qual ele destacava a omissão da Suprema Corte sobre a participação de entidades nessa contribuição ao processo.

Entretanto, o prazo para manifestação só foi conhecido pelas entidades após já ter sido finalizado. O julgamento terá início à meia noite desta sexta-feira, 22 de setembro, de forma virtual.

“Temos aqui, portanto, um prazo impossível de ser cumprido. Diversas instituições já se manifestaram acusando esse problema procedimental, esta clara nulidade processual, e estamos esperando algum tipo de pronunciamento do Supremo Tribunal Federal”, destacou Hugo Cysneiros.

O advogado também destacou “com estranheza” o fato de ser um julgamento virtual sobre um tema tão importante naquilo que pra ele “talvez seja a mais importante ação judicial julgada nos últimos anos pelo STF, que diz respeito ao direito à vida”.

“Por que conduzir um processo como esse em ambiente virtual, sem sessão plenária presencial, onde claramente a sociedade brasileira terá acesso e conhecimento aos argumentos das partes dos ‘amicus curiae’ e também dos senhores e senhoras, ministros e ministros do Supremo Tribunal Federal? Fica aqui a nossa indignação, a nossa estranheza técnica, sobretudo, e esperamos dar seguimento a essa luta com resultado favorável, a fim de que o Estado Democrático de Direito seja preservado”, salientou.

Confira o vídeo na íntegra:

 

Saiba mais:
Nota da CNBB sobre a ADPF 442: Vida, direito ínviolável

Fonte: CNBB

Papa Francisco: a paz não pode esperar!

Em mensagem aos participantes do Simpósio Ecumênico em andamento na abadia húngara de Pannonhalma, o Papa recorda São Bento e sua visão de concórdia: a guerra prejudica a todos, mas a humanidade pode superar disputas e discórdias com a ajuda de Deus


O Papa Francisco se inspirou em São Bento ao enviar uma mensagem dirigida aos participantes do Simpósio Ecumênico em andamento na Abadia Beneditina de Pannonhalma, no oeste da Hungria. Um evento cujo tema da paz é explorado em seus múltiplos aspectos, num momento em que “a humanidade globalizada está ferida e ameaçada por uma guerra mundial em pedaços, que, travada diretamente em algumas regiões do planeta, tem, no entanto, consequências que prejudicam a vida de todos, especialmente dos mais pobres”.

A guerra na Ucrânia chamou “dramaticamente a abrir nossos olhos e corações” para tantas populações que sofrem por causa da guerra, acrescentou o Pontífice. E a paz não pode esperar.

Honrar todos os homens

Embora a Regra de Bento não contenha um tratado sobre a paz, enfatiza o Papa, ela “é um excelente guia para um compromisso consciente e prático com a paz”.  De fato, sua mensagem vai além dos muros dos mosteiros e mostra “como a convivência humana, com a graça de Deus, pode superar os perigos causados por disputas e discórdias”. O santo padroeiro da Europa, além disso, estava ciente da “complexidade das origens linguísticas, étnicas e culturais, que é ao mesmo tempo uma riqueza e um potencial de conflito”. No entanto, São Bento tem uma visão serena e pacífica, porque está plenamente convencido da igual dignidade e valor de todos os seres humanos. Isso é especialmente verdadeiro para os “hospitas”, os estrangeiros, que devem ser recebidos de acordo com o princípio de “honrar todos os homens”.

Fazer as pazes “antes do pôr do sol”

Isso significa também “saber como dar o primeiro passo em certas situações difíceis”, porque “a discórdia não deve se tornar um estado permanente”. Fazer as pazes “antes do pôr do sol”, dizia o santo. Trata-se de uma “medida da prontidão do desejo de paz”, comentou por sua vez Francisco: “A busca pela paz na justiça não tolera atrasos, deve ser perseguida sem hesitação”.

A visão de paz de São Bento, prossegue o Papa, “não é utópica, mas aponta para um caminho que a amizade de Deus com a humanidade já traçou e que, no entanto, deve ser percorrido passo a passo por cada pessoa e pela comunidade”.

Fonte: Vatican News