Viva a essencialidade dos mandamentos de Deus

“Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então, eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-Lo: ‘Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?’ Jesus respondeu: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.’” (Mateus 22,34-39)


No Evangelho de hoje, Jesus é questionado pelos fariseus sobre qual era o maior dos mandamentos. E o evangelista deixa bem claro que eles fizeram isso para testar Jesus e, assim, tentar apanhá-Lo em alguma palavra. Contudo, Jesus não veio para modificar a Lei, Ele não veio para mudar aquilo que Deus já havia falado ao povo de Israel, mas Jesus veio para dar o pleno cumprimento da Lei. Jesus veio para nos ensinar a cumprir com perfeição a Lei de Deus.

Os mestres encontravam ali, na Lei, mais de 600 mandamentos, tinham inúmeros preceitos, mas, em meio a todos esses preceitos, esqueceram-se da vivência do essencial, perderam-se em tantos preceitos, esquecendo-se daquilo que era o essencial da Lei.

Se buscarmos viver o essencial dos mandamentos, não será difícil viver os demais

E Jesus, em sua resposta, não traz uma novidade — como eu disse —, Jesus não veio para modificar. O que Jesus faz é unicamente resumir todos os mandamentos em dois essenciais, dos quais devem proceder toda a vivência dos demais: amar a Deus de todo o coração, de toda alma e de todo o entendimento e ao próximo como a ti mesmo. Esses são os dois mandamentos dos quais deve proceder a vivência de todos os demais, ou seja, quem busca viver esses dois mandamentos, inevitavelmente, viverá todos os demais!

A vivência dos mandamentos é simples, somos nós que, às vezes, complicamos, pois temos uma capacidade enorme de complicar e de acrescentar diversas outras normas àquilo que deveria ser o essencial de nossa vida.

Se buscarmos viver o essencial dos mandamentos, a essencialidade dos mandamentos de Deus, não será difícil viver os demais, pois quem não ama a Deus com todo o seu coração, com toda sua vida, com toda a sua inteligência, não pode, e não consegue, viver os demais mandamentos!

E quem não ama a Deus como vai amar o seu próximo? A Palavra diz: “Se não amo Deus, como vou amar o meu próximo?”. Então, devemos pedir sempre a graça de viver a essencialidade da Lei de Deus. O amor de Deus se revela também no amor aos irmãos, o amor de Deus se revela no amor àqueles que estão próximos a nós. Peçamos essa graça: de amar a Deus de todo o coração e amar ao nosso próximo como a nós mesmos.

Fonte: Canção Nova

A EXPERIÊNCIA DA IGREJA NO BRASIL NO ENFRENTAMENTO AO USO DE DROGAS E NA RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS

 

A Igreja Católica tem compromisso com a superação da dependência química e recuperação dos vínculos familiares e sociais de pessoas que tem envolvimento com drogas. Esse compromisso é realizado no acolhimento, no cuidado e na oferta de oportunidade de vida nova através da espiritualidade, do trabalho e da vida de comunidade. Iniciativas como a Pastoral da Sobriedade, as Fazendas da Esperança e a Missão Belém são exemplos dessas ações de caridade.  

Ao entender a dependência e o envolvimento com drogas como fatores geradores da violência social e o consumo e o tráfico como causa da maioria dos atentados contra a vida, a Igreja busca ofertar, por meio do anúncio do Evangelho, uma nova perspectiva de vida para quem ficou preso na dependência.

Pastoral da Sobriedade 

Aprovada pelos bispos do Brasil durante a 36ª Assembleia Geral da CNBB, em 1998, foi criada para atuar em cinco frentes: prevenção, intervenção, reinserção familiar e social e atuação política. 

Dependentes químicos e também seus familiares são alcançados pelo trabalho. A metodologia do Grupo de Autoajuda possibilita vivenciar os 12 passos da Pastoral da Sobriedade, “fundamentados e baseados no Evangelho e na doutrina da Igreja”.  

“Somos uma ação pastoral conjunta que busca a integração entre todas as Pastorais, Movimentos, Comunidades Terapêuticas Parceiras, Casas de Recuperação para, através da pedagogia de Jesus-Libertador, resgatar e reinserir os excluídos, propondo uma mudança de vida através da conversão”, afirma a Pastoral da Sobriedade em sua apresentação. 

A Pastoral da Sobriedade foi motivada, incentivada e acompanhada por vários anos pelo bispo emérito de Lins (SP), dom Irineu Danelon. Atualmente, o bispo referencial é dom Antônio Fernando Brochini, bispo emérito de Itumbiara (GO).

Conheça mais sobre o trabalho da Pastoral da Sobriedade. 

 

Fazenda da esperança  

Nascida no contexto da Obra Social Nossa Senhora da Glória, em Guaratinguetá (SP), a Fazenda da Esperança é uma comunidade terapêutica criada em 1983. Suas principais atividades são a prevenção ao uso de drogas, o atendimento aos dependentes químicos e a reinserção social, fortalecendo os vínculos familiares dos acolhidos.  

O trabalho de acolhimento é baseado na espiritualidade, trabalho e convivência. E em 2020, atendeu 8397 pessoas nas 102 fazendas espalhadas pelo país.  

Conheça mais o trabalho da Fazenda da Esperança

 

Missão Belém 

Fundada em 2005, a Missão Belém é uma associação de fiéis localizada na arquidiocese de São Paulo (SP) que nasceu com o objetivo de reviver o mistério de Belém: “Jesus que nasce pobre no meio dos pobres, numa mísera gruta, acolhido com carinho por Maria e José”. 

Mais de 80 mil pessoas foram acolhidas e grande parte se deve aos próprios ex-irmãos de rua restaurados e que se tornaram missionários. Hoje, a Missão abriga 2,3 mil pessoas acolhidas em suas casas, 600 das quais são doentes crônicos. 

A Missão Belém é também responsável pelo Projeto Vida Nova, inaugurado em 2018, como gesto concreto da arquidiocese de São Paulo no Jubileu Extraordinário da Misericórdia. No Edifício Nazaré, na Praça da Sé, pessoas que desejam deixar as ruas ou a dependência química recebem a primeira acolhida até serem encaminhadas a uma das casas da associação. 

Fonte: CNBB

A vocação dos leigos

Os leigos são todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os que foram incorporados a Cristo pelo Batismo, que formam o Povo de Deus, e que participam da função sacerdotal, profética e régia de Cristo.

Os cristãos leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja; e devem ter uma consciência clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem” Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis na terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e dos Bispos em comunhão com eles. Eles são a Igreja.

O leigo tem como vocação própria, procurar o Reino de Deus exercendo funções no mundo, no trabalho, mas ordenando-as segundo o Plano e a vontade de Deus. Cristo os chama a ser “sal da terra e luz do mundo”. O leigo chega aonde o sacerdote não chega. Ele deve levar a luz de Cristo aos ambientes de trevas, de pecado, de injustiça, de violência, etc. Assim, no mundo do trabalho, levando tudo a Deus, o leigo contribui para o louvor do Criador. Ele constrói o mundo pelo trabalho, e assim coloca na obra de Deus a sua assinatura. Torna-se co-criador com Deus.

O Concílio Vaticano II resgatou a atividade do leigo na Igreja: “Os leigos que forem capazes e que se formarem para isto podem também dar sua colaboração na formação catequética, no ensino das ciências sagradas e atuar nos meios de comunicação social” (CIC §906).

Sendo assim, todos os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, “eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito” (CIC §900).

“Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles” (CIC §910).

Os leigos podem cooperar juridicamente no exercício do poder de governo da Igreja, participando nos concílios particulares, nos sínodos diocesanos nos conselhos pastorais; do exercício do encargo pastoral de uma paróquia; da colaboração nos conselhos de assuntos econômicos; da participação nos tribunais eclesiásticos etc. (cf. CIC §911)

O Código de Direito Canônico dá ao leigo o direito e o dever de dar a sua opinião aos pastores: “De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, têm o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, deem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis” (CIC §907; Cânon 212,3). Assim, os leigos devem se manifestar aos outros e aos pastores, quando observa que algo errado se passa na Igreja: ensinamentos errados discordantes com o Magistério da Igreja, conduta incorreta de pessoas do clero, etc.

Os leigos devem impregnar as realidades sociais, políticas, econômicas, com as exigências da doutrina e da vida cristãs. Os papas têm chamado os leigos a atuar especialmente na política, que é boa, a arte do bem comum. O que não presta é a politicagem e o politiqueiro.

O Papa Francisco disse que a política anda suja porque os cristãos se afastaram dela. E pede para que dela participem. Vimos o povo nas ruas do Brasil, reclamando de tanta sujeira na vida pública, tanta corrupção, imoralidade e malversação do dinheiro público. Isso ocorre porque os cristãos leigos pecam por omissão política. Quantos cristãos dão seu voto a pessoas que não são idôneas, que não comungam com os valores cristãos! Muitos leigos ainda “vendem” o seu voto e a sua consciência, por um favor recebido.

João Paulo II, na “Christifidelis laici”, disse que “os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na «política», ou seja, da múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum… a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente nem o cepticismo nem o absenteísmo dos cristãos pela coisa pública” (n.42).

O Papa Bento XVI pediu: “Reitero a necessidade e urgência de formação evangélica e acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos envolvidos na política, que sejam coerentes com a fé professada, que tenham firmeza moral, capacidade de julgar, competência profissional e paixão pelo serviço ao bem comum” (Discurso ao CPL, Vaticano, 15 de novembro de 2008).

Mas, para que o leigo realize esta missão tão importante na Igreja, ele tem de ser bem formado em sua fé, conhecendo bem a doutrina ensinada pelo Magistério da Igreja, especialmente o Catecismo, e viva uma vida espiritual sadia, com participação nos sacramentos, meditação da Palavra de Deus, vida de oração, meditação, participação na pastoral, penitência e caridade. Enfim, uma vida de santidade.

 

Fonte: Cléofas

 

Santa Rosa de Lima

Isabel Flores y Oliva nasceu no ano de 1586 em Quives, província de Lima, Peru, décima de 13 irmãos de um rico casal espanhol. Contudo os negócios da família declinaram até a pobreza, e Isabel trabalhou na lavoura e como doméstica.

“Rosa” era um carinhoso apelido que recebeu por sua beleza. Mas como desde pequena desejava se consagrar a Deus, e querendo evitar os riscos da vaidade, cortou os cabelos, dedicando-se a jejuns e penitências. Quando a quiseram casar, renovou o voto de castidade feito anterior e secretamente, e entrou para a Ordem Terceira Dominicana, imitando Santa Catarina de Sena, a quem tinha devoção. Nesta ocasião, mudou oficialmente o nome para Rosa de Santa Maria, o sobrenome em honra e veneração à Mãe de Deus.

Construiu ela mesma uma pequena cela no quintal da casa dos pais, de formato quadrangular e baixa, onde se dedicava à oração e às penitências, muito árduas. Uma delas era o uso de uma coroa de espinhos de metal, que disfarçava com botões de rosas. Dormia sobre uma tábua com pregos e aumentou os dias de jejum. Esta cela era abafada e muitos mosquitos ali entravam; Rosa “pediu” a eles, em oração a Deus, que não a incomodassem, e foi atendida. Passou a ajudar no sustento da família fazendo rendas e bordados na mesma cela, com a permissão do seu confessor de só sair dali para receber a Eucaristia. Mas também auxiliava caridosamente os doentes, particularmente os negros e indígenas, na época tratados com desprezo e abandono.

Seu permanente e íntimo contato com Deus a elevou para um alto grau de vida contemplativa e com extraordinárias experiências místicas. Certa vez, confrontou o demônio, que lhe apareceu numa parede externa da casa próxima à sua cela. Obteve ainda em vida muitas conversões e milagres, como a prevenção da invasão de piratas holandeses a Lima, em 1615. E uma Comissão mista de religiosos e cientistas a examinaram, para concluir que suas manifestações místicas eram verdadeiramente “dons da graça”.

Rosa trabalhou como doméstica nos últimos três anos da sua vida, na casa de Don Gonzalo de Massa, um empregado do governo. Além das duras incompreensões e perseguições ao longo da vida, sofreu a cruz de uma grave e dolorosa doença. Neste período, dizia frequentemente: “Senhor, fazei-me sofrer mais, contanto que aumenteis meu amor para Convosco”. Com 31 anos apenas, na casa onde trabalhava, agora o Mosteiro de Santa Rosa, faleceu cumprindo uma profecia, pois todo ano passava o dia de São Bartolomeu em oração, dizendo: “Este é o dia das minhas núpcias eternas”. De fato, a data foi 24 de agosto, festa de são Bartolomeu, de 1617.

Suas exéquias mobilizaram toda a cidade de Lima, e antes mesmo da sua canonização em 1671, cujo processo foi iniciado por aclamação pública apenas oito dias depois do seu sepultamento, foi proclamada Padroeira do Peru (1669), e da América Latina e das Filipinas (1670). Na bula de canonização, consta: “Não podia faltar à cidade dos Reis, como costuma chamar-se Lima, a estrela própria, que conduzisse a Cristo, Senhor e Rei dos Reis”.

Santa Rosa de Lima é também padroeira dos jardineiros e dos floristas. Somente no Peru, há mais de 70 povoados com o seu nome. Quando do traslado do seu corpo para a Capela do Rosário, a imagem de Nossa Senhora, diante da qual rezara muitas vezes, sorriu-lhe, o que foi constatado pela multidão presente.

Reflexão:

Santa Rosa de Lima procurou, prudentemente, esconder a beleza do corpo, mas não se pode esconder a beleza de alma. Devotando-se à Eucaristia e à Virgem Maria, a marca mais característica dos santos, Rosa trabalhou na lavoura das boas obras e assim exalou o perfume da santidade que se inicia e multiplica nos botões do Rosário. Plantou orações, caridade e penitências, cujos espinhos coroaram seus esforços de perfeição. Neste particular, dizia que “Fora da Cruz não existe outra escada por onde subir ao Céu” (afirmação mencionada no Catecismo da Igreja Católica). Lima remete ao cítrico; num meio ácido é adequado o ambiente de purificação… As penitências nos tornam domesticados na casa do Senhor, a Igreja, e a servindo imitamos o exemplo de Santa Rosa. Que, como ela, Deus só nos permita sair desta casa para receber a Eucaristia infinita, não para ir para o inferno.

Oração:

Senhor Deus, que substituístes o jardim perecível do Éden pelas flores perenes da Redenção, concedei-nos por intercessão de Santa Rosa de Lima a proteção da América Latina contra os Vossos inimigos; e a graça de edificarmos a alma como uma cela de onde, estando com Cristo, produzamos rendas e bordados de caridade para os irmãos, e assim prevenidos das abordagens do diabo, da carne e do mundo, não sejamos por eles invadidos, podendo ser recebidos na vida infinita pelo sorriso de Nossa Senhora, Porta do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e por Vossa e Nossa Mãe. Amém.

Fonte: A12

“A guerra é cruel”: Papa pede para não deixar de rezar pela Ucrânia

Desde o início da invasão russa em 22 de fevereiro de 2022, o Papa Francisco fez apelos em favor da paz na Ucrânia em todas as Audiências Gerais. Nesta quarta-feira, recordou das tantas crianças desaparecidas e dos tantos mortos.


Também na Audiência Geral desta quarta-feira não faltou o pedido do Santo Padre para que se reze pela Ucrânia. Ao saudar os fiéis de língua italiana, já se encaminhando para o final do tradicional encontro semanal, o Papa confiou à intercessão de São Bartolomeu – cuja festa é celebrada amanhã –  “a querida Ucrânia, tão duramente provada pela guerra”:

Irmãos e irmãs, rezemos pelos nossos irmãos e irmãs ucranianos: eles sofrem tanto. A guerra é cruel! Tantas crianças desaparecidas, tanta gente morta. Rezemos, por favor! Não esqueçamos da martirizada Ucrânia. Hoje é uma data significativa para o seu país.

A Ucrânia, de fato, celebra neste dia 23 o Dia Nacional da Bandeira, comemoração que precede o 24 de agosto, Dia de sua Independência, agora ameaçada pela agressão russa.

Também na saudação aos poloneses pouco antes, Francisco havia recordado da Ucrânia, convidando-os a testemunhar “concretamente o amor pelo próximo, em particular pela população ucraniana, que sofre pela guerra”.

Neste meio tempo, o gabinete do Comissário para os Direitos Humanos do Parlamento Ucraniano, Dmytro Lubinets, informou que até a presente data, 1.173 crianças são consideradas desaparecidas na Ucrânia desde o início da invasão russa, enquanto por outro lado 16.544 crianças que estavam desaparecidas foram encontradas.

Segundo os dados mais recentes anunciados pela Procuradoria Geral de Kiev, ao menos 500 crianças foram mortas na Ucrânia pelas forças russas desde o início da invasão e quase 1.100 ficaram feridas.

Outro drama, tratado inclusive pelo mediador vaticano cardeal Matteo Zuppi nas visitas a Kiev e Moscou, é a deportação de crianças ucranianas para a Rússia, das quais não se conhece o número exato.

Fonte: Vatican News

Nossa Senhora Rainha, mediadora da paz

Origens

A festa de Santa Maria Rainha foi instituída pelo Pio XII, na carta encíclica Ad Caeli Reginam, no dia 11 de outubro do ano de 1954, para ser celebrada no dia 31 de maio. Em virtude da reforma pós-conciliar, foi transmitida como memória para oito dias depois da Festa da Assunção de Nossa Senhora.

Contudo, desde os primeiros séculos da Igreja católica, elevou o povo cristão orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu, tanto nos momentos de alegria, como também quando se via ameaçado por graves perigos.

A realeza de Maria 

Com razão, o povo acreditou fielmente, já nos séculos passados, que a mulher, de quem nasceu o Filho do Altíssimo, recebeu mais que todas as outras criaturas singulares privilégios de graça. E, considerando que há estreita relação entre uma mãe e o seu filho, sem dificuldade reconhece na Mãe de Deus a dignidade real sobre todas as coisas.

Tudo que se refere ao Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos veem em Maria a superabundante generosidade do amor divino, que A acumulou de todos os bens. A Igreja convida o povo a invocá-La não só com o nome de Mãe, e sim com aquele de Rainha, porque Ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e de maternidade divina.

Rainha, Maria e Mediadora da paz

A festa possui a finalidade de que todos reconheçam mais claramente e melhor honrem o clemente e materno império da Mãe de Deus. Para assim, contribuir para que se conserve, consolide e torne perene a paz dos povos.

Como se tornou uma festa

No século XX, começaram os movimentos para a proclamação de Nossa Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época.  O grande impulsor foi Pio XI que, na conclusão do Ano Santo de 1925, proclamou a Festa de Cristo Rei.

Mais tarde, foi uma mulher, Maria Desideri, que, nos anos 1930, em Roma, deu início ao movimento Pro regalitatae Mariae, para recolher petições de todo o mundo em favor da instituição da festa. E foi justamente esse percurso que levou à decisão de Pio XII de instituir a festa litúrgica.

Um mês depois, em 1954, Papa Pacelli pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha, antes de fazer uma comovente oração e a coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi Romani”.

Certamente, Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial –, evitou que Roma fosse alvo de uma batalha final entre alemães e aliados.

Não foi por acaso que Pio XII proclamou 1953 Ano Mariano. Inaugurou a tradição da homenagem a Maria por parte dos Papas, no dia 8 de dezembro, e isso permanece até hoje com grande devoção.

Minha oração

“Ó querida Mãezinha, coloca-nos sob a tua proteção e auxílio, que, debaixo do teu manto, sejamos acolhidos, consolados e amparados. Tu és a nossa mãe; e a Ti nos entregamos, mais uma vez, durante este dia dedicado à Tua honra. Reine sobre o mundo inteiro. Amém!”

Nossa Senhora Rainha, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

Vêneto: Riese celebra São Pio X, eleito Papa há 120 anos

Na pequena cidade da província italiana de Treviso, local de nascimento do Papa Giuseppe Sarto, uma missa e uma procissão serão celebradas em 21 de agosto. Em outubro, os restos mortais do Pontífice, canonizado em 29 de maio de 1954, serão levados em peregrinação da Basílica de São Pedro até o Vêneto, fazendo paradas onde viveu o 257º bispo de Roma.


Há 120 anos da sua eleição à Cátedra de Pedro, a diocese de Treviso, a Fundação Giuseppe Sarto e o município de Riese, na província italiana de Treviso, celebram São Pio X, eleito Papa em 4 de agosto de 1903, com uma série de eventos.

Na cidade do Vêneto que viu nascer o 257º bispo de Roma, Giuseppe Sarto, na próxima segunda-feira, 21 de agosto – um dia após o aniversário da sua morte há 109 anos – o bispo de Vicenza, dom Giuliano Brugnotto, vai celebrar uma missa na Paróquia de São Mateus, às 20h do horário local, seguida da tradicional procissão até a casa onde o santo pontífice nasceu.

O pequeno município italiano de Riese

A Peregrinatio corporis

De 6 a 15 de outubro será realizada a “Peregrinatio corporis” de São Pio X: os restos mortais do Papa Sarto, conservados na Basílica de São Pedro, chegarão à região do Vêneto e serão expostos para veneração dos fiéis na Catedral de Treviso, em Cendrole – o vilarejo onde está localizado o Santuário da Santíssima Virgem, que Giuseppe Sarto costumava visitar quando jovem – e em Riese. O programa foi publicado no portal papapiox.it e inclui celebrações litúrgicas e vários momentos de oração. A iniciativa também tem o objetivo de reler e destacar a modernidade, a contemporaneidade e a complexidade de Pio X, um dos maiores reformadores da história da Igreja.

A casa onde Pio X nasceu em Riese (Arquivo de fotos do Seminário Episcopal de Treviso)

Os preparativos

Os preparativos estão a todo vapor em Riese para receber as relíquias do seu famoso conterrâneo. Várias dioceses da região do Vêneto estão organizando peregrinações. São previstos trabalhos de restauração na casa onde ele nasceu e no museu que abriga objetos pessoais que pertenceram a Pio X e onde uma exposição permanente ilustra a sua vida. Os espaços de exposição e as rotas de visitação serão reorganizados, e serão realizados novos trabalhos na Casa Maggion, também conhecida como a “Casa do Guardião”, que no futuro abrigará os Arquivos do Papa Pio X, além de exposições.

Por ocasião da ‘Peregrinatio corporis’, o Museu Pio X também se tornará acessível na web por meio de um tour virtual. Por fim, o município de Riese está reformando o caminho Curiotto, que Giuseppe Sarto costumava usar para chegar ao Santuário de Cendrole, e está criando uma ciclovia de Cendrole até Spineda.

Interior da casa onde Pio X nasceu em Riese (Arquivo de fotos do Seminário Episcopal de Treviso)

Fonte: Vatican News

O Papa: “quem ama sabe mudar, se deixa mover e se comove”

O Papa Francisco rezou o Angelus deste domingo na Praça São Pedro, repleta de fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo, apesar do forte calor europeu. Comentou o episódio evangélico da mulher cananeia.


“Quem ama não permanece nas próprias posições, mas se deixa mover e comover; sabe como mudar seus programas. O amor é criativo. E nós, cristãos, se quisermos imitar Cristo, somos convidados à disponibilidade da mudança”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo na Praça São Pedro, repleta de fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo, apesar do forte calor europeu. Na sua alocução comentou o episódio evangélico da mulher cananeia.

Como faz bem em nossos relacionamentos, – disse Francisco – mas também na vida de fé, ser dócil, realmente ouvir, ser carinhoso em nome da compaixão e do bem dos outros, como Jesus fez com a mulher cananeia. “A docilidade para mudar”.

A esse respeito, o Pontífice enfatizou: “aqui está a concretude da fé, que não é uma etiqueta religiosa, mas um relacionamento pessoal com o Senhor. Quantas vezes caímos na tentação de confundir a fé com uma etiqueta. A fé da mulher cananeia não é feita de etiqueta teológica, mas de insistência; não de palavras, mas de oração. E Deus não resiste quando se reza a ele”.

Angelus Praça São Pedro

 

Vemos que Jesus muda sua atitude, – disse o Papa – e o que o faz mudar é a força da fé da mulher. Francisco se detém então brevemente em dois aspectos: a mudança de Jesus e a fé da mulher.

A mudança de Jesus. Ele estava dirigindo sua pregação ao povo eleito; depois, o Espírito Santo levaria a Igreja até os confins da terra. Mas aqui, poderíamos dizer, ocorre uma antecipação, pela qual, no episódio da mulher cananeia, a universalidade da obra de Deus já se manifesta.

E nós, cristãos, se quisermos imitar Cristo, somos convidados a estar prontos para a mudança.

Vejamos então a fé da mulher, que o Senhor elogia, dizendo que é “grande”. Para os discípulos, apenas a insistência dela parece grande; em vez disso, Jesus vê a fé. Se pensarmos bem,  – disse ainda o Papa – aquela mulher estrangeira provavelmente sabia pouco, ou quase nada, sobre as leis e os preceitos religiosos de Israel. Em que, então, consiste a sua fé? Ela não é rica de conceitos, mas de fatos: a mulher cananeia se aproxima, prostra-se, insiste, mantém um diálogo íntimo com Jesus, supera todos os obstáculos para falar com ele.

À luz de tudo isso, podemos nos fazer algumas perguntas”, acrescentou Francisco. Começando com a mudança de Jesus: sou capaz de mudar opinião? Sou capaz de ser compreensivo e compassivo ou permaneço rígido em minhas posições? E a partir da fé da mulher, disse ainda o Papa: como está a minha fé? Ela se limita a conceitos e palavras, ou é realmente vivida, com a oração e as ações? Sei dialogar com o Senhor, insistir com Ele, ou me contento em recitar alguma fórmula bonita?”.

“Que Nossa Senhora nos torne disponíveis ao bem e concretos na fé”, finalizou o Papa.

Fonte: Vatican News


Santuário gaúcho recebe relíquias de são João Calábria

O santuário de Nossa Senhora de Caravaggio em Farroupilha (RS) recebe no domingo (20) as relíquias de são João Calábria como parte do jubileu de 150 anos de nascimento do santo, que ocorreu em 8 de outubro de 1873 em Verona, na Itália. Esta é a primeira vez que as relíquias do santo vêm ao Brasil.

O sacerdote são João Calábria fundou as ordens dos Pobres Servos e das Pobres Servas da Divina Providência, com a missão geral de “promover a glória de Deus, tendendo, de coração unânime e com ajuda fraterna e recíproca, a própria santificação, na prática das virtudes cristãs e dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência.”

Morreu na casa principal das ordens que fundou em são Zeno, na Itália, em 4 de dezembro de 1954 e foi canonizado pelo papa são João Paulo II em 1999.

A data oficial de chegada da ordem ao Brasil é 30 de agosto de 1961, em Porto Alegre (RS).

As relíquias estarão disponíveis para veneração pública no santuário antigo do complexo às 14h, durante a oração dos fiéis, e no santuário novo durante a missa celebrada às 17h.

Fonte: ACI Digital

Responder o chamado requer coragem e desprendimento

Viver centrados em nós mesmos nos torna surdos a voz do Senhor.


“Como ouvir a voz de Jesus se vivemos centrados em nós mesmos?”. Este foi o tema que guiou a reflexão neste sexto dia da 54ª Semana Vocacional. Pela manhã, os romeiros presentes no Santuário Nacional participaram da Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Reinaldo Beijamim, Missionário Redentorista.

Nesta sexta-feira (18), a vocação que ganhou destaque foi a importância do desprendimento para ouvir a voz de Deus. Somos convidados, somos escolhidos por Ele. E o nosso sim deve ser também uma resposta de amor. Nossa vocação é um presente, mas também uma responsabilidade, uma vez que recebemos do próprio Deus este chamado para colocá-lo a serviço do próximo.

Thiago Leon
Thiago Leon
Irmãs das congregações participantes do sexto dia da semana vocacional

 

A Celebração Eucarística contou com a presença da Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias do Coração Imaculado de Maria. Padre Reinaldo, destacou a importância da Semana Vocacional Redentorista, que já é rezada a 54 anos. Esta semana é rezada justamente incentivar, celebrar o dom e suplicar a Deus mais vocações para Igreja.

Sobre o tema proposto para este dia da 54ª Semana Vocacional, o Missionário Redentorista complementou:

“Deus chama a todos, convida a todos para uma vocação específica, é importante não ficar centrado em si mesmo para não perder a oportunidade de corresponder ao chamado que Senhor faz. Não devemos colocar exigências no chamado de Deus, condições para assumirmos a vocação, não desvie do caminho de Deus para construir projetos paralelos, pelo contrário, escute a voz do Senhor no íntimo do seu coração.”

Thiago Leon
Thiago Leon
Missionários Redentoristas, padre convidados e Congregações Religiosas na sacristia do Santuário Nacional de Aparecida

 

Fonte: A12

Papa Francisco: gestos concretos e escolhas compartilhadas para uma cultura de paz

Mensagem do Santo Padre por ocasião da 44ª edição do “Encontro para a amizade entre os povos”. Esse tradicional “Meeting de Rimini”, na Itália, terá início no próximo domingo, dia 20.


“O Santo Padre pede aos cristãos e a todos os homens e mulheres de boa vontade que não permaneçam surdos diante do grito que se eleva a Deus a partir deste nosso mundo. Os discursos não são suficientes, o que é necessário são “gestos concretos” e “escolhas compartilhadas” que construam uma cultura de paz”: é o que se lê na mensagem do Santo Padre assinada pelo cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e enviada a dom Nicolò Anselmi, bispo de Rimini, por ocasião da 44ª edição do “Encontro para a amizade entre os povos”. Esse tradicional “Meeting de Rimini”, na Itália, terá início no próximo domingo, dia 20, com a Santa Missa presidida pelo cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Neste ano, o tema central do Encontro é “A existência humana é uma amizade inesgotável”.

O Santo Padre envia mais uma vez a sua mensagem dirigida aos organizadores e participantes do Encontro, enquanto, infelizmente, a guerra e as divisões – escreve – semeiam nos corações ressentimentos e medo, e o outro que é diferente é muitas vezes visto como um rival. A comunicação global e generalizada – continua a mensagem – “faz com que essa atitude generalizada se torne uma mentalidade, as diferenças apareçam como sintomas de hostilidade e ocorra uma espécie de epidemia de inimizade.

Nesse contexto, o título do Encontro parece ousado: “A existência humana é uma amizade inesgotável”. Ousado – diz Francisco – porque vai claramente contra a tendência, em uma época marcada pelo individualismo e pela indiferença, que geram solidão e muitas formas de descarte.

É uma situação da qual é impossível sair com as próprias forças. A humanidade sempre experimentou isso: ninguém pode se salvar sozinho. É por isso que, em um momento preciso da história, Deus tomou a iniciativa: “Ele nos envia seu Filho, ele o doa, o entrega, o compartilha, para que possamos aprender o caminho da fraternidade, o caminho do dom”. É definitivamente um novo horizonte, é uma nova palavra para tantas situações de exclusão, de desintegração, de fechamento, de isolamento.

Dirigindo-se aos jovens, o Santo Padre exalta o valor da verdadeira amizade, que alarga o coração: “Os amigos fiéis […] são um reflexo do afeto do Senhor, da sua consolação e da sua presença amorosa. Ter amigos nos ensina a nos abrir, a compreender, a cuidar dos outros, a sair de nosso conforto e isolamento, a compartilhar a vida” (Christus vivit, 151).

Citando ainda uma reflexão de Dom Giussani o Papa recorda que “a verdadeira natureza da amizade é viver livremente juntos para o destino. Não pode haver amizade entre nós, não podemos nos chamar de amigos, se não amarmos o destino do outro acima de todas as coisas, além de qualquer ganho”.

A atitude de abertura ao outro como irmão é uma das marcas do pontificado do Papa Francisco, de seu testemunho e de seu magistério: “O amor ao outro pelo que ele é nos impele a buscar o melhor para a sua vida. Somente cultivando esse modo de se relacionar, tornaremos possível a amizade social que não exclui ninguém”. É precisamente a amizade social, que o Papa continua a recomendar como a única chance, mesmo nas situações mais dramáticas – mesmo diante da guerra – “quando é genuína […] dentro de uma sociedade, é uma condição de possibilidade para a verdadeira abertura universal”.

A lei da amizade foi estabelecida por Jesus com estas palavras: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”. É por isso que o Santo Padre pede aos cristãos e a todos os homens e mulheres de boa vontade que não fiquem surdos diante do grito que se eleva a Deus deste nosso mundo. Os discursos não são suficientes, mas são necessários “gestos concretos” e “escolhas compartilhadas” para construir uma cultura de paz onde cada um de nós vive: “reconciliar-se na família, com amigos ou vizinhos, rezar por aqueles que nos feriram, reconhecer e ajudar os necessitados, levar uma palavra de paz à escola, à universidade ou à vida social, ungir com proximidade alguém que se sente só…”. É um caminho que todos podem percorrer, e a Igreja não se cansa de incentivar as pessoas a percorrê-lo, praticando quase obstinadamente essa suprema virtude humana e cristã.

Nesta hora conturbada da história, o Papa encoraja para que nunca falte a disponibilidade para uma “amizade inesgotável” – porque fundada em Cristo e sobre a rocha de Pedro -, pronta para captar o bem que qualquer pessoa pode trazer à vida de todos, porque “as outras culturas não são inimigas contra os quais se defender, mas são reflexos diferentes da riqueza inesgotável da vida humana”.

Em seguida cita o Papa Bento XVI: “o encontro de culturas é possível porque o homem, apesar de todas as diferenças em sua história e criações comunitárias, é um idêntico e único ser. Esse ser único que é o homem, na profundidade de sua existência, é interceptado pela própria verdade”.

O Papa Francisco espera que o Encontro para a Amizade entre os Povos continue a promover a cultura do encontro, aberta a todos, sem excluir ninguém, porque em todos há um reflexo do Pai que “dá a todos a vida, o respiro e todas as coisas”. Que cada um dos participantes aprenda um pouco a se aproximar dos outros à maneira de Jesus, que “sempre estende a mão, sempre procura levantar, fazer com que as pessoas sarem, fazê-las felizes, fazê-las encontrar Deus”. Assim crescerão a amizade social e a amizade entre os povos.

Fonte: Vatican News

Sim, a amizade pode te transformar

Nada substitui a verdadeira amizade, que é um vínculo tão poderoso quanto inspirador

amizade

Certa vez, São Bernardo de Claraval escreveu:

É um grande apoio nesta vida ter um amigo que você ama de todo o coração (…) Nós confiamos a ele, sem hesitação, toda a intimidade de nossa alma (…) As duas almas são agora uma só ”.

Nada substitui a verdadeira amizade, que é um vínculo tão poderoso quanto inspirador, nascido de um encontro às vezes semelhante ao amor à primeira vista. Nós frequentemente “caímos em amizade” através do que poderíamos chamar de admiração mútua. É por isso que esse relacionamento é tão precioso quanto o amor romântico.

Os 3 critérios de amizade

Boa vontade, reciprocidade e convivência: estes são os três critérios de amizade descritos por Aristóteles, às vezes chamado filósofo da amizade.

Boa vontade consiste em amar a outra pessoa e desejar-lhe o melhor. É, nas palavras de Dostoiévski, “vê-lo como Deus o quer”. Esse laço de troca e comunhão é caracterizado pela reciprocidade, onde cada um dá e recebe do outro, além das diferenças de idade, status ou talentos. Sobre o tema da convivência, Aristóteles afirmou que “não é possível nos conhecermos até que tenhamos consumido uma medida de sal juntos”. Não há amizade sem compartilhar tempo abundante.

A amizade também implica liberdade, como o psicanalista Saverio Tomasella acrescenta em seu livro Ces amitiés qui nous transforment (“Essas amizades que nos transformam”). Os amigos encontram “a oportunidade de confiar um no outro, de dizer o que você sente, o que você pensa, o que você quer”. Se eles se sentem confiantes, é porque eles escolheram um ao outro livremente.

A amizade nos torna melhores

As amizades de longa data são capazes de nos mudar. Os amigos influenciam nossos gostos, nossos pensamentos e, às vezes, a própria trajetória de nossa vida. Mesmo que não evoluamos da mesma forma que eles, eles continuam sendo uma fonte de apoio, um confidente, um conforto. Nossos amigos nos conhecem bem – às vezes melhor do que nós mesmos. Acima de tudo, eles estão sempre do nosso lado. “A amizade – como manifestação de ternura, boa vontade, afeto e, portanto, amor – é o crisol de nossas mais profundas transformações. Às vezes nos transforma; outras vezes nos permite transformar a nós mesmos ”, escreve Tomasella, que destaca que, na amizade, “a sinceridade anda de mãos dadas com a confiança, e a gentileza anda de mãos dadas com respeito”.

Ter um amigo significa ter alguém que possa nos ajudar. Amigos nos ajudam a ser amigos para nós mesmos, o que nem sempre é fácil! Amigos que nos acolhem incondicionalmente, a quem não temos nada a provar, com quem podemos simplesmente ser nós mesmos, ensinam-nos a deixar-nos ser amados como somos. Isto é provavelmente o que Saint-Exupéry quis dizer em sua carta para um refém: “Meu amigo, eu preciso de você, como uma montanha onde eu possa respirar!”

Um reflexo do amor de Deus

“Não há nada melhor neste mundo do que as maravilhosas amizades que Deus desperta e que são como um reflexo da gratuidade e generosidade do seu amor.” Este pensamento de Jacques Maritain toca na essência da amizade. Somente Deus pode inspirar nossas verdadeiras amizades terrenas. Ele, o verdadeiro Amigo, pode satisfazer nossa sede de amor, ajudando-nos a encontrar amigos e acompanhando-nos em nossas amizades. A verdadeira amizade nos traz de volta ao essencial ao longo de nossas vidas. A amizade também tem suas alegrias e dificuldades: muitas vezes, a amizade continua por muito tempo numa boa, e então, de repente, surge um conflito. É semelhante a um relacionamento romântico.

A amizade nos transforma

A amizade é marcada por tentativas, que nos permitem aproximar cada vez mais a realidade mais profunda, indo além do estágio de idealização. Todo mundo tem seus limites e falhas. Amigos nos aceitam com nossas falhas e limitações. Eles estão dispostos a passar por provações conosco.

O cardeal Newman, o grande teólogo do século XIX, que, em breve, será canonizado, tinha um talento incrível para fazer amigos. Segundo ele, a arte de cultivar amizades consiste em querer que o outro se torne melhor. Olhar para a alma do outro é a condição sine qua non de uma amizade duradoura. Isto é importante não apenas para evitar um laço meramente emocional, mas também para evitar perder de vista a coisa mais importante: olhar para o nosso amigo através dos olhos de Cristo. Desta forma, a amizade serve uma grande causa, cada amigo ajudando o outro a crescer. Assim, a amizade nos transforma.

 

Fonte: Aleteia