A amabilidade, a polidez, e a nobreza de alma, virtudes políticas para a amizade social

Ao iniciar-se o período de Campanha para as eleições municipais em todo o Brasil, gostaria de elencar três virtudes que podemos considerar menores mas que no atual contexto de polarização e calcificação de atitudes que envergonham a sociedade civil, como o destempero, a intolerância e a agressividade de viés radical, justificam plenamente a sua citação.  

A amabilidade nos ajuda a bem tratar os oponentes, com o decoro mas também com a deferência e a ternura que devemos oferecer a todos os seres humanos, facilitando o diálogo ou o entendimento necessário para o bem comum. A polidez nos lembra a educação, as boas maneiras civilizatórias (da cidade) que mantém o debate e a luta cívica e partidária, nos patamares da gentileza, do jogo limpo, do respeito e cordialidade necessárias.  

A nobreza de alma, claro está supõe caráter e boa índole, para ir além do conveniente e da impressão ou imagem, mas revela sentimentos puros e nobres que procedem certamente do Evangelho. Poderíamos acrescentar o bom humor testemunhado pelo padroeiro dos políticos católicos São Tomás Moro, atitude sempre lembrada  pelo Papa Francisco.  

Os políticos que ajudaram a engrandecer nações com a sua trajetória e exemplo como Abraham Lincoln, Konrad Adenauer, De Gasperi, Giorgio La Pira, sempre faziam política com honra, princípios e sendo fiéis a sua consciência. A melhor forma de perder uma eleição apesar de ganhar pelos resultados é jogar fora os valores, a espiritualidade e a moral que dão consistência aos candidatos.  

Lembrando que na Roma Antiga a palavra candidatos se referia a túnica alva e impoluta, que vestiam os que aspiravam aos cargos. Isto exigiria de nossa parte o compromisso de honra conosco mesmo de nunca trair a cidadania e o bem comum votando em candidatos desonestos, maleantes, perdulários que só querem se locupletar com o erário público sendo responsáveis pelo desatendimento e exclusão dos mais pobres e necessitados. Voto não tem preço, candidato sem ficha limpa não pode ser votado! Deus seja louvado! 

Fonte: CNBB

Vocação a vida religiosa e consagrada

No terceiro domingo do mês de agosto recordamos e rezamos pela vocação a vida religiosa e consagrada. Este é um mês especial para a Igreja, com diversas celebrações, e recordamos a cada semana uma vocação em específico. No primeiro domingo, recordamos a vocação ao ministério ordenado; no segundo, a vocação ao matrimônio; no terceiro, a vocação à vida religiosa e consagrada; e no último, a vocação ao ministério laical e dia nacional dos catequistas.  

O dia dedicado aos religiosos e consagrados é no domingo de Nossa Senhora da Assunção, pois do mesmo modo que Nossa Senhora, aqueles que são chamados por Deus à vida religiosa e consagrada, são cumulados pelo Espírito Santo e devem anunciar o Evangelho com alegria, a exemplo de Nossa Senhora. 

Aqueles que são chamados à vida religiosa e consagrada devem ser envolvidos pela alegria, pois aquele que é chamado pelo Senhor a entregar a sua vida devem ser alegres por ter feito essa opção.  

Quando um jovem ou uma jovem é chamado a abraçar a vida religiosa e consagrada, primeiramente precisa conversar com o seu pároco e partilhar o chamado que sentiu de Deus, o despertar vocacional se vive na comunidade paroquial. Após isso, precisa descobrir para qual carisma se identifica, pois existem diversas congregações e institutos religiosos. Existem muitos carismas e dons para serem discernidos. 

Existem os institutos de vida consagrada, onde nem sempre os membros têm em vista a ordenação sacerdotal, mas optam por consagrar a vida à Deus. Tudo isso, a pessoa que sente o chamado de Deus precisa discernir junto com o padre da paróquia, e nos encontros vocacionais nas congregações e institutos de vida consagrada.  

Os religiosos e religiosas estão espalhados em diversas paróquias e comunidades de nossa Arquidiocese, e ajudam muito com o seu carisma, o exemplo de suas vidas e da vida em comunidade e, ainda, exercem o serviço pastoral, missionário, social, sanitário ou educacional e, também, animando as celebrações Eucarísticas, catequese e impulsionando a comunidade para a missão. Os religiosos e religiosas rezam pelos sacerdotes e estimulam a comunidade a fazer o mesmo. 

Temos que elevar as nossas preces a Deus e rezar para que muitos jovens possam responder com alegria ao chamado de Deus. Temos que rezar pedindo a Deus que envie operários para a sua messe e fazer uma campanha em nossas paróquias, por meio da pastoral vocacional para que os jovens se interessem pela vida religiosa. 

A vocação à vida religiosa e consagrada começa a ser celebrada no domingo dia 18 e permanecerá ao longo de toda a semana, a exemplo do que acontece na semana do dia do padre e na Semana Nacional da Família. Por isso, ao longo de toda essa semana podemos rezar pela vida consagrada e religiosa e promover encontros vocacionais em nossas paróquias. Inclusive as paróquias que têm a atuação dos religiosos e consagrados podem promover encontros ao longo da semana com palestras explicando um pouco mais sobre a congregação para que todos os fiéis possam conhecer melhor. 

A vida religiosa dá ânimo a Igreja e a vida religiosa é um elemento decisivo para a missão da Igreja. A vida religiosa está presente nos mais diversos campos de atuação da Igreja e da sociedade. As irmãs religiosas estão presentes nos hospitais, nas pastorais de nossas paróquias, algumas auxiliam os bispos nas casas episcopais, e tem as irmãs que vivem o carisma contemplativo e monástico, dentro dos Carmelos, que a exemplo de Santa Teresinha rezam pela missão da Igreja. Temos, também, as religiosas que são membros dos Mosteiros sob o carisma de São Bento, chamadas de beneditinas, assim como as Clarissas com o carisma de Clara e Francisco. 

Viver a vida religiosa é se tornar mais completo, levando a luz que vem de Deus para quem mais precisa. Levar a Palavra de Deus para os mais pobres e infelizes e para os membros da comunidade paroquial. A vocação religiosa é uma maneira de tornar o mundo melhor.  

Os religiosos e religiosas optam por uma vida em comunidade, ou seja, vivem com outros irmãos, seja no mosteiro, num convento, ou casa paroquial. Realizam atividades comunitárias juntos, orações diversas e missas. Os religiosos e consagrados rezam pela Igreja, pelo Papa, pelos bispos, padres e seminaristas. Mesmo que os religiosos e consagrados fiquem dentro do convento, tem uma missão muito especial de rezar pela igreja. Existem também os eremitas, uma vocação muito especial.  

O Papa Francisco diz que a vida religiosa é o “grande tesouro da Igreja”. Ele sente a necessidade de que os jovens têm que se fazer mais presentes na Igreja, contribuindo com a missão que exige um empenho de todos. Aqueles que são chamados nos dias de hoje a abraçarem a vida religiosa tem que se adequar ao tempo que vivemos e buscar as novas formas de evangelização. A nossa evangelização precisa chegar a todos, crianças, jovens, adultos e idosos.  

Aqueles que optam pela vida religiosa professam os votos de pobreza, castidade e obediência. Ao professarem esses votos os religiosos buscam cada vez mais se configurarem a Cristo. Os religiosos professam esses votos para melhor servir os irmãos e com isso estão inseridos na vida do povo de Deus.  

Demos graças a Deus pela presença dos religiosos e consagrados em nossa Arquidiocese e comunidade, que eles continuem animando o povo de Deus a seguir adiante edificando o Reino de Deus. Rezemos ainda, para que muitos jovens sintam no coração o chamado de Deus e queiram entregar a sua vida totalmente a Ele.  

Nessa semana dedicada a vocação religiosa e consagrada, celebramos Nossa Senhora da Assunção, que a exemplo da Virgem Maria os consagrados renovem a cada dia o seu Sim a Deus e possam transmitir o Espírito Santo aos que encontrarem. E ainda, que o Espírito Santo suscite no coração de muitos jovens o desejo de abraçar a vida religiosa e consagrada. Amém.  

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós! 

Fonte: CNBB

Assunção de Nossa Senhora

Em Roma, esta festa era celebrada desde meados do século VII, mas foi preciso esperar até 1° de novembro de 1950, quando Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma.

Assunção de Nossa Senhora
Assunção de Nossa Senhora

A Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria é celebrada no dia 15 de agosto, desde o século V, com o significado de “Nascimento para o Céu” ou, segundo a tradição bizantina, de “Dormição”. Em Roma, esta festa era celebrada desde meados do século VII, mas foi preciso esperar até 1° de novembro de 1950, quando Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma.

No Credo Apostólico, professamos a nossa fé na “ressurreição da carne” e na “vida eterna”, fim e sentido último do caminho da vida terrena. Esta promessa de fé cumpriu-se em Maria, sinal de “consolo e esperança” (Prefácio). Trata-se de um privilégio de Maria, por ser intimamente ligado ao fato de ser Mãe de Jesus: visto que a morte e a corrupção do corpo humano são consequências do pecado, não era oportuno que a Virgem Maria – isenta de pecado – fosse implicada nesta lei humana. Daí o mistério da sua “Dormição” ou “Assunção ao céu”.

O fato de Maria ter sido elevada ao céu é motivo de júbilo, alegria e esperança para nós: “Já e ainda não”. Uma criatura de Deus, Maria, já está no Céu e, com ela e como ela, também nós, criaturas de Deus, estaremos um dia. Portanto, o destino de Maria, unida ao corpo transfigurado e glorioso de Jesus, será o mesmo destino de todos os que estão unidos ao Senhor Jesus, na fé e no amor.

É interessante notar que a liturgia – através dos textos bíblicos, extraídos do livro do Apocalipse e de Lucas – nos leva não tanto a refletir sobre o canto do Magnificat, mas a rezar. O Evangelho sugere ler o mistério de Maria à luz da sua oração, o Magnificat: o amor gratuito, que se estende de geração em geração; a predileção pelos simples e pobres encontra em Maria o melhor fruto: poderíamos dizer que é a sua obra-prima, um espelho no qual todo o Povo de Deus pode refletir seus próprios lineamentos.

A Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, em corpo e alma ao Céu, é um sinal eloquente do que, não só a “alma”, mas também a “corporeidade” confirmam que “tudo era muito bom” (Gn 1,31), tanto que, como aconteceu com a Virgem Maria, também a “nossa carne” será elevada ao céu. Isto, porém, não quer dizer que somos isentos do nosso compromisso com a história; pelo contrário, é precisamente o nosso olhar, voltado para a Meta, o Céu, a nossa Pátria, que nos dá o impulso para nos comprometermos com a vida presente, nas pegadas do Magnificat: felizes pela misericórdia de Deus, atenciosos com todos nossos irmãos e irmãs, que encontramos ao longo do caminho, começando pelos mais fracos e frágeis.

Proclamação do Dogma

Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” (Pio XII, Munificentissimus Deus, 1º de novembro de 1950).

Texto (Evangelho do dia):

«Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”. E Maria disse:

“Minha alma glorifica ao Senhor,

meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,

porque olhou para sua pobre serva.

Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada

todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas

aquele que é Poderoso e cujo nome é Santo.

Sua misericórdia se estende, de geração em geração,

sobre os que o temem.

Manifestou o poder do seu braço:

desconcertou os corações dos soberbos.

Derrubou do trono os poderosos

e exaltou os humildes.

Saciou de bens os indigentes

e despediu de mãos vazias os ricos.

Acolheu a Israel, seu servo,

lembrado da sua misericórdia,

conforme prometera a nossos pais,

em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre”.

Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa» (Lc 1,39-56).

Dar louvor

Hoje, com o seu Magnificat, a Virgem Maria nos ensina a dar louvor e glória a Deus. Com este convite, por meio do qual a Virgem Maria é contemplada na glória, ela nos exorta a superar o nosso modo exagerado de encarar os problemas e dificuldades habituais. Maria é capaz e, hoje, nos ensina também a olhar a vida de outro ponto de vista: o nosso coração é bem maior que os nossos pecados; e, se o nosso coração nos censurar, Deus é maior que o nosso coração! (cf. 1 Jo 3,20). Logo, não se trata, de uma ilusão, como se não houvesse problemas na vida, mas de valorizar a beleza e o bem que existe na vida, sabendo dar graças a Deus por tudo isso! Dessa forma, até os problemas se tornam relativos.

Deus surpreende

Outro aspecto, que merece destaque neste dia, é o fato de Maria ser virgem e Isabel estéril. Deus é aquele que vai “além”, que surpreende com a sua ação salvífica providencial.

A Meta

Maria encontra-se na glória de Deus; ela alcançou a Meta, onde, um dia, todos nos encontraremos. Eis porque, hoje, Maria é sinal de consolação e esperança, pois, se ela, criatura como nós, conseguiu, também nós conseguiremos. Mantenhamos nosso olhar e coração fixos naquela Mulher, que nunca abandonou seu Filho Jesus e, com Ele, agora, goza da alegria e da glória celeste. Confiemos em Maria! Que ela nos ajude a percorrer o caminho da vida, reconhecendo as grandes coisas, que Deus faz em nós e em torno de nós, sendo capazes de engrandecê-Lo com o Canto da nossa existência!

Fonte: Vatican News

Semana Nacional da Família na Catedral da Luz

A Santa Missa no dia dos pais, 11/08, marcou a abertura da Semana da Família em nossa paróquia, que ocorrerá de 11 a 17 de agosto, com o lema “Amizade, uma forma de vida com sabor do Evangelho”, ao longo dos dias diversas atividades foram pensadas para a vivência e reflexão em família. Participe conosco dessa semana especial, traga sua família e acompanhe toda a programação por meio de nossas redes sociais @catedraldaluz_

 

Pascom Luz

O que dizem três doutores da Igreja sobre vestir-se modestamente

Seja na missa ou na piscina, todos são chamados a se vestir modestamente. A maneira de avaliar o ato moral de se vestir, como em qualquer teologia moral, é olhar para o próprio ato, a intenção da pessoa e as circunstâncias que a rodeiam. Por isso, compartilhamos as reflexões sobre a virtude da modéstia ao se vestir de três doutores da Igreja: santo Tomás de Aquino, são Francisco de Sales e santo Afonso Maria de Ligório.

Santo Tomás de Aquino

Santo Tomás de Aquino entendeu que a modéstia é parte da virtude da temperança (ver Suma Teológica, II-II, Q. 160), que é a virtude que nos ajuda a moderar nossos desejos.

Nesse sentido, a temperança nos ajuda a não nos exceder em nossos desejos e a agir de acordo com a razão. Por exemplo, nós a usamos para não comer demais ou muito pouco e para nos ajudar a jejuar em dias de jejum e a comer alimentos de celebração moderadamente nos feriados. A humildade é um tipo de modéstia interior: devemos ser honestos conosco mesmos que somos criaturas limitadas que precisam de Deus.

Portanto, quando santo Tomás de Aquino fala de modéstia no vestir, explica que a honestidade se reflete em nossas roupa, e que isso se aplica a homens e mulheres, meninos e meninas. O que usamos retrata algo aos demais sobre quem somos e o que estamos fazendo.

Do mesmo modo, santo Tomás cita santo Ambrósio, expressando que “o ornato do corpo não seja exagerado, mas natural; simples negligente de preferência a rebuscado; não se usem de vestes preciosas e alvejantes, mas, de roupas comuns, de modo a não faltar nada do que exige a honestidade ou a necessidade, sem se cair no exagero. Logo, pode haver virtude e vício em matéria de vestuário”.

São Francisco de Sales

Este santo tem uma explicação semelhante quando fala de elegância no vestir e enfatiza que parecer limpo e arrumado mostra respeito por si mesmo e pelos outros:

“Conserva um asseio esmerado, Filoteia, e nada permitas em ti rasgado ou desarranjado. É um desprezo das pessoas com quem se convive andar no meio delas com roupas que as podem desgostar; mas guarda-te cuidadosamente das vaidades e afetações, das curiosidades e das modas levianas. Observa as regras da simplicidade e modéstia, que são indubitavelmente o mais precioso ornamento da beleza e a melhor escusa da fealdade” (Introdução à Vida Devota, III.25).

O ponto interessante aqui é que vestir modestamente é tanto para homens quanto para mulheres e deve enfatizar a beleza que Deus lhes deu. Se colocamos uma moldura bonita em uma foto artística ou em uma pintura incrível, quanto mais cuidados deveríamos ter na maneira como vestimos nossos corpos que foram dados por Deus.

Se a modéstia é uma forma de temperança, então a pessoa não está modestamente vestida quando não está vestida de maneira moderada. Santo Tomás explica que uma falta de moderação ao se vestir é não se vestir de acordo com os costumes de nossa sociedade e de acordo com o nosso estado de vida. (ST, II-II, P. 169, Art. 1).

São Francisco de Sales também fala sobre seguir os costumes da nossa cultura: é modesto vestir-se à moda e não fazer uma demonstração de nós mesmos vestindo de uma maneira que se destaque.

Explica que, “no tocante à matéria e à forma dos vestidos, a decência só se pode determinar com relação às circunstâncias do tempo, da época, dos estados ou vocações, da sociedade em que se vive e das ocasiões” (Introdução à Vida Devota, III.25). O que usamos deve corresponder ao que estamos fazendo.

Por exemplo, não usaria botas de jardinagem e jeans cheios de lama para participar da Missa de Páscoa, nem trabalharia no jardim com a minha vestimenta de Páscoa. Deveríamos nos vestir com as roupas adequadas para saber onde estamos e o que estamos fazendo, posto que fazê-lo de outra maneira seria vestir-nos desonestamente e, portanto, sermos indecentes.

Santo Tomás explica que também é imodesto ter um apego excessivo ao que usamos, isto é, que as roupas que vestimos sejam mais importantes do que o que é realmente importante.

Por exemplo, se gastamos mais dinheiro em roupas do que deveríamos, estamos nos concentrando excessivamente na comodidade, independentemente de serem necessárias para a ocasião; assim como se gastamos muito tempo pensando e prestando atenção em como nos vestimos e como nos vemos. Poderíamos estar muito preocupados se nossas roupas estão na moda, ou se, pelo contrário, somos completamente preguiçosos em nos vestir.

É uma cortesia para com os demais vestir-se apropriadamente, tomar banho e ter cabelos limpos. Nós devemos ter humildade na forma em que nos vestimos, não buscando exagerar ou decrescer, mas estar conformes com nossa forma de vestir de acordo com nossos meios, e não desejar mais do que temos ou necessitamos.

No artigo 2 da questão 169 da Segunda Parte da Suma Teológica, santo Tomás aprofunda na discussão sobre o “adorno das mulheres”, onde analisa como os homens e as mulheres podem se induzir à luxúria de maneira intencional ou não.

Primeiro cita a carta de são Paulo a Timóteo enfatizando a moderação na vestimenta: “Do mesmo modo, quero que as mulheres usem traje honesto, ataviando-se com modéstia e sobriedade. Seus enfeites consistam não em primorosos penteados, ouro, pérolas, vestidos de luxo, e sim em boas obras, como convém a mulheres que professam a piedade” (1 Timóteo 2,9-10).

Quando uma mulher está casada, é correto e modesto que se vista para mostrar ao seu esposo o seu amor por ele e sua proximidade. Da mesma forma, o esposo deve se vestir de maneira que agrade a sua esposa, do contrário, seria imodesto.

Fonte: ACI Digital

O sábado e o Domingo na visão de Ratzinger

“Nos três primeiros séculos de perseguição na Igreja primitiva, os cristãos não tinham o direito público do domingo e tal celebração externa não podia ter lugar. Quando Constantino, a partir do século IV, transforma o Cristianismo em religião do Império, encontramos em diversas fontes a celebração dos dois dias.”


No livro “Chi ci aiuta a vivere? Su Dio e l’uomo” (“Quem nos ajuda a viver? Sobre Deus e o homem”), Joseph Ratzinger escreve que aproximadamente no ano 110 d.C. Inácio, bispo de Antioquia, era levado de navio da Síria para Roma para ser devorado pelas feras. Durante esta viagem, com as mãos acorrentadas, escreveu sete cartas às comunidades cristãs que estavam ao longo do seu itinerário. Em uma destas cartas está a frase: «Nós não celebramos mais o sábado, mas vivemos observando o dia do Senhor (o domingo), no qual surgiu também a nossa vida…» (Magn. 9, 1).

Ou seja, os cristãos são formalmente descritos como pessoas que vivem de acordo com o domingo. A observância do domingo determina o seu ritmo de vida, caracteriza a sua íntima forma de vida. O domingo é para eles, por assim dizer, o lugar na trama do tempo onde se chega à própria vida, se experimenta o que a vida realmente significa.

Esta experiência de vida autêntica continua durante toda a semana. Permanece, por assim dizer, o tom fundamental que persiste no ruído da semana e cujo eco nos permite reencontrar sempre a saída, em direção à luz.

“Já na época apostólica, o dia da Ressurreição se impôs por si mesmo como dia da Assembleia Cristã: era o ‘Dia do Senhor’(Apc 1,10), o dia no qual Ele (Jesus) entrava entre os seus e os seus iam ao seu encontro.”

 

Depois de “Domingo, maior do que o Dia do Sábado Judaico”, Pe. Gerson Schmidt* nos propõe a reflexão “O sábado e o Domingo na visão de Ratzinger”:

“Joseph Ratzinger, em seu livro Obras Completas (Volume XI), que aborda sobre a Teologia da Liturgia – O Fundamento Sacramental da Existência Cristã, descreve sobre o sábado e o domingo, tema que estamos aprofundando. Santo Inácio de Antioquia diz que “aquele que da vida nos antigos ordenamentos chegou à novidade, à esperança, não é mais um homem do sábado, mas vive segundo o Dia do Senhor”. Ratzinger diz que “o ritmo sabático e a vida segundo o Dia do Senhor se contrapõem, portanto, como dois estilos de vida fundamentalmente diferentes: de uma parte, o ser colocados estavelmente sobre determinados trilhos normativos; de outra, o viver com base no que há de vir, com base na esperança. O teólogo alemão, que se tornou Papa Bento XVI, faz uma pergunta: Como se desenvolveu concretamente da observância do sábado para a celebração do domingo?

E responde: “Podemos considerar, por certo, que, já na época apostólica, o dia da Ressurreição se impôs por si mesmo como dia da Assembleia Cristã: era o ‘Dia do Senhor’(Apc 1,10), o dia no qual Ele(Jesus) entrava entre os seus e os seus iam ao seu encontro. Assembleia em torno do Ressuscitado significa que Ele partia de novo o pão para os seus (cf. Lc 24,30.35). Era um encontro com o Cristo presente, um encaminhar-se em direção a sua vinda final e em tudo isso, ao mesmo tempo, estava a presença da Cruz como a sua verdadeira elevação, como o evento do seu amor que se distribui em dom. O Novo Testamento, como, também, os escritos mais antigos do século II, confirmam muito claramente: o Domingo é o dia do culto dos cristãos”. Ratzinger embasa esses dados em outro teólogo alemão Willy Rordorf, em sua obra “Sabbat e Sonntag in der Alten Kirche, ou seja, o “Sabbat (judaico) e o Domingo na Igreja Antiga”[1].

O grande teólogo Joseph Ratzinger diz que a Ressurreição conecta criação e restauração, início e fim e cita o Hino Cristológico de São Paulo na Carta aos Colossenses. Afirma assim: “Mas o nexo com a temática da criação, que para o Sábado é essencial, era implícito, mesmo de uma forma mudada, na data do primeiro Dia da semana, isto é, o dia no qual teve início a criação: a Ressurreição conecta início e fim, criação e restauração. No grande hino Cristológico da Epístola aos Colossenses, Cristo vem chamado, seja o primogênito da criação (cf. Cl 1,15), seja o primogênito dos mortos (cf. Cl1,18), pelo qual Deus quer reconciliar todos consigo. Aqui encontramos, precisamente, a síntese que estava veladamente presente na data do primeiro dia e que, em seguida, deveria determinar a teologia do Domingo Cristão para o futuro. Nesse sentido, todo o conteúdo teológico do Sábado, embora de modo renovado, podia passar na celebração cristã do Domingo. Antes, a passagem do Sábado para o Domingo reflete, precisamente, a continuidade e a novidade da realidade Cristã”.

Nos três primeiros séculos de perseguição na Igreja primitiva, os cristãos não tinham o direito público do domingo e tal celebração externa não podia ter lugar. Quando Constantino, a partir do século IV, transforma o Cristianismo em religião do Império, encontramos em diversas fontes a celebração dos dois dias.  Ratzinger menciona também as Constituições Apostólicas, aqui já referendadas, citando dois textos interessantes. Um texto diz: “Transcorreis o sábado e o Dia do Senhor na alegria festiva, porque o primeiro, é o memorial da criação, e o outro aquele da Ressurreição”. Nessas Constituições Apostólicas, um pouco mais adiante, se lê: “Eu, Paulo, e eu, Pedro, ordenamos: escravos devem trabalhar cinco dias, no sábado e no domingo devem ter tempo para instrução catequética na igreja. O sábado, de fato, tem o seu fundamento na criação, o Dia do Senhor na Ressurreição”.

A mesma orientação encontramos em São Gregório de Nissa quando diz que esses dois dias tornam-se irmãos. Sobre essa fraternidade dos dois dias, já falávamos que São João Paulo II, na Carta Apóstolica Dies Domini, disse que não faltaram, inclusive, setores da cristandade em que o sábado e o domingo foram observados como «dois dias irmãos»”[2]. Gregório de Nissa até faz uma pergunta: “Com qual olho vês o Dia do Senhor, tu que não tiveste em honra o sábado? Ou não sabes que esses dois dias são irmãos?”[3].

Mas conclui Ratzinger, referendando Willy Rordorf, que o dia espiritual pode ser ”colocado em um único dia, e naquele caso, o dia de Jesus Cristo, que é, ao mesmo tempo, o terceiro, o primeiro e o oitavo dia, expressão da novidade cristã, como também da síntese cristã, de todas as realidades, deve ter, necessariamente, a precedência”.

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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[1] RATZINGER, Joseph. Obras completas, Volume XI, Teologia da Liturgia – Fundamento Existencial da Vida Cristã, Edições CNBB, 2019, p. 229.
[2] JOÃO PAULO II, Dies Domini, 23.
[3] RATZINGER, Joseph. Obras completas, Volume XI, Teologia da Liturgia – Fundamento Existencial da Vida Cristã, Edições CNBB, 2019, p. 231, nota do rodapé.

Fonte: Vatican News

O valor da vocação

A fidelidade à própria vocação é o único caminho seguro para alcançar a verdadeira felicidade.

Nos campos de concentração nazistas, onde o ser humano era reduzido a uma existência deplorável, Viktor Frankl descobriu algo importante: o homem, quando possui uma razão para sua vida, é capaz de suportar as piores dores e humilhações. Isso explica o porquê de tantas pessoas, mesmo sob difíceis condições, entregarem-se a uma vocação, cujos resultados nem sempre são o dinheiro ou o prazer, mas a chacota e a incompreensão da sociedade.

Quem se dedica a uma vocação — seja ao sacerdócio ou à vida religiosa, seja ao matrimônio ou ao celibato laical —, dedica-se a um chamado interior. Não se trata de uma escolha arbitrária, pautada em interesses econômicos ou sentimentais. É, antes, uma entrega total, uma resposta ao projeto de Deus para aquele indivíduo. Por isso, no exercício de sua vocação, ele não procurará tanto o sucesso pessoal — embora isso também possa existir —, mas a perfeita realização de seu chamado.

O mundo moderno, marcado por uma mentalidade particularmente materialista, já não crê na vocação e, por esse motivo, escandaliza-se quando um jovem recém-formado ou uma bela moça decidem abandonar tudo (família, emprego, namoro etc.) para viverem o sacerdócio ou a vida religiosa. Inúmeros seminaristas, ao revelarem sua vocação para outras pessoas, tiveram de ouvir estas perguntas: “Você é assexuado?”, “vai apenas estudar e depois sair, né?”, “não gosta de trabalhar?”. Na verdade, o que se esconde por detrás dessas questões é a indignação de quem não consegue buscar outra coisa, a não ser dinheiro e prazer. Não se concebe que alguém, sobretudo um jovem, possa renunciar ao sexo e ao bem-estar econômico por um projeto que, na concepção neopagã, já não tem espaço dentro da civilização. É justamente o que Bento XVI explicava aos sacerdotes, durante o Ano-Sacerdotal: “O celibato é um grande escândalo, porque mostra precisamente que Deus é considerado e vivido como realidade” [1].

O mesmo vale para o matrimônio quando vivenciado segundo o projeto originário de Deus, isto é, homem, mulher e filhos. Notem: quantos casais desejam, hoje, gerar muitos filhos, ter relações abertas à vida, lutar contra o fim da lei do divórcio e outras distorções perniciosas do casamento? Uma família numerosa gera tanto escândalo quanto um jovem celibatário, porque apesar de viverem suas vocações em diferentes estados, expressam uma única e verdadeira adesão vocacional. Ambos deram um “sim” definitivo, entregando-se de todo coração ao projeto de Deus. O casal, na fidelidade e vivência indissolúvel do matrimônio; o seminarista, no amor casto e, ao mesmo tempo, fecundo pela Igreja e Nosso Senhor Jesus Cristo. Por esta razão, ensina o Catecismo da Igreja Católica, matrimônio e ordem são dois sacramentos de missão [2]. Importa, em primeiro lugar, salvar as almas dos que estão ao nosso lado do que alcançar a própria satisfação.

E é nesta doação incondicional de si mesmo que se revela e se experimenta a graça vocacional. “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á” ( Mt 16, 25). Dinheiro e prazer, os dois grandes bezerros de ouro de todas as épocas, são incapazes de trazer a felicidade plena. Ao contrário, aquele que se deixa levar por suas seduções, torna-se um escravo. Escravo das dívidas, das trapaças, da prostituição, escravo do pecado e da corrupção. É como naquele diálogo entre Jesus e a samaritana sobre a água do poço: “Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede” (Jo 4, 13). A pessoa que vive sua vocação, porém, encontra a face de Cristo em todas as circunstâncias, mesmo que venha a padecer sofrimentos, “dores de cabeças”, perseguições e desprezo — “Mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede”.

O Concílio Vaticano II, meditando sobre “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem” [3], foi firme ao afirmar que “todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade” [4]. Trata-se de um chamado universal. A santidade é, prestem atenção, o horizonte para o qual todos devemos caminhar. É a nossa verdadeira vocação. Neste sentido, é urgente uma redescoberta do valor vocacional, a fim de que todos experimentem dessa água que o próprio Cristo tem a oferecer-nos: “Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna” ( Jo 4, 14). Maria é o melhor modelo de confiança no projeto divino, dizendo o seu fiat.

Diante das provações do mundo, é preciso coragem para assumir o chamado de Deus. Meditemos sempre nesta exortação de um santo que muito pregou sobre vocação: “Por que não te entregas a Deus de uma vez…, de verdade…, agora!?” [5].

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Catequese do Papa: sem o Espírito Santo a Igreja não pode ir em frente

Francisco retomou hoje, 7 de agosto, as Audiências Gerais de quarta-feira. Na catequese, o Papa continuou a reflexão sobre a presença do Espírito, começando pelo ato da Criação e passando ao Novo Testamento. “O Espírito Santo é protagonista na Encarnação do Verbo: Maria torna-se Mãe de Cristo e é figura da Igreja”. Diante das dificuldades, o Papa convidou a sempre repetir: “Nada é impossível para Deus”.


O Papa Francisco, nesta manhã, 07 de agosto, retomou as tradicionais Audiências Gerais, suspensas desde 26 de junho devido à habitual pausa de verão. Com milhares de fiéis e peregrinos presentes na Sala Paulo VI, o Santo Padre deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre “O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo conduz o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”, passando da leitura da Criação à do Novo Testamento.

“O tema de hoje é o Espírito Santo na Encarnação do Verbo”, introduziu o Pontífice, dedicando sua reflexão à Maria, esposa do Espírito e figura da Igreja, que do Espírito recebe a força para anunciar a Palavra de Deus após tê-la acolhido.

Maria concebeu pela ação do Espírito Santo

Francisco parte do dado fundamental da fé, estabelecido pela Igreja no Concílio Ecumênico de Constantinopla do ano 381 que definiu a divindade do Espírito Santo, este artigo entrou na fórmula do “Credo”, recitado em cada Missa: o Filho de Deus “se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”, e completou:

“É, portanto, um fato ecumênico de fé, porque todos os cristãos professam juntos esse mesmo Símbolo de fé. A piedade católica, desde tempos imemoriais, hauriu dela uma das suas orações diárias, o Angelus.”

Audiência Geral desta quarta-feira, 07 de agosto

Maria, esposa do Espírito Santo

Trata-se do artigo de fé, prosseguiu o Pontífice, “que permite falar de Maria como a Esposa por excelência, que é figura da Igreja”. A Lumen gentium, observa o Papa, retoma esse paralelismo entre Maria que gera o Filho “envolvida pelo Espírito Santo” e a Igreja:

“A Igreja que contempla a sua santidade misteriosa e imita a sua caridade, cumprindo fielmente a vontade do Pai, torna-se também, ela própria, mãe, pela fiel recepção da palavra de Deus: efetivamente, pela pregação e pelo Batismo, gera, para vida nova e imortal, os filhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus.”

Anunciar Cristo e a sua salvação

O Papa sublinha que, assim como a Virgem primeiro acolheu em si Jesus para depois dá-lo à luz, também a Igreja primeiro deve acolher a Palavra de Deus “para depois dá-la à luz com a vida e a pregação”. Como Maria, que perguntou ao anjo que lhe anunciava a maternidade “como é possível isso?”, recebendo a resposta “o Espírito Santo descerá sobre ti”, assim “também à Igreja, diante de tarefas superiores às suas forças, surge espontaneamente a mesma pergunta”:

“Como é possível anunciar Jesus Cristo e a sua salvação a um mundo que parece procurar apenas o bem-estar neste mundo? A resposta ainda é a mesma de então: ‘Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas’ (At 1,8). Sem o Espírito Santo, a Igreja não pode ir em frente, a Igreja não cresce, a Igreja não pode pregar.”

Papa Francisco saúda os fiéis durante a Audiência Geral

“Para Deus nada é impossível”

“E não apenas a Igreja, mas cada batizado, cada um de nós”, enfatizou o Papa, às vezes se pergunta “como posso enfrentar esta situação?”. Ajuda, nestes casos, recordar e repetir para si mesmo o que o anjo disse à Virgem antes de a deixar: “Para Deus, nada é impossível”, e conclui:

“Irmãos e irmãs, retomemos então também nós, sempre, o nosso caminho com esta reconfortante certeza no coração: “Nada é impossível para Deus”. E se nós acreditarmos nisso, faremos milagres. Nada é impossível para Deus.”

Fonte: Vatican News

Festa da Transfiguração

A festa da Transfiguração recorda a dedicação das Basílicas do Monte Tabor, celebrada desde o fim do século V.

Esta festa é posterior à da Exaltação da Cruz (14 de setembro), da qual depende a sua data, marcada para 6 de agosto, 40 dias antes da Exaltação da Cruz. A festa começou a ser celebrada, também no Ocidente, a partir do século IX, quando foi inserida no calendário romano pelo Papa Calisto III, em 1457: uma ocasião histórica pela feliz recordação da vitória contra os Turcos, ocorrida no ano anterior, que ameaçavam seriamente o Ocidente.

O ponto central da festa, naturalmente, é o mistério da Transfiguração: a visão do venerável “Ancião” no trono de fogo e a aparição do “Filho do Homem” (Cf. primeira leitura).

«Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as pode fazer assim tão brancas. Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus. Pedro tomou a palavra: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados. Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o”. E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles. Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do Homem houvesse ressurgido dos mortos. E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: “Ser ressuscitado dentre os mortos”» (Mc 9, 2-10).

Os três discípulos na montanha

Tiago, João e Pedro, os três discípulos escolhidos e mais próximos de Jesus, foram testemunhas da ressurreição da filha de Jairo (Cf. Mc 5,37-43), e, depois, também da oração de Jesus no Getsêmani, às vésperas da sua Paixão (Cf. Mc 14,32-42).

A montanha – recorda o profeta Isaías – é a casa do Senhor, que se eleva acima dos montes” (Is 2,2; Mq 4,1). Esta subida à montanha evoca outras “subidas” e outras experiências da manifestação de Deus: o monte Horeb/​​Sinai (Ex 3,1; 24,12-18), a subida e descida de Moisés (Cf. Ex 19,24), a experiência de Elias (cf. 1 Reis 19,8ss). Sobre o monte, Jesus revela aos seus três discípulos que a sua vida é muito mais profunda do que “veem” e “sabem”. Mas, o mais interessante, é a revelação que Jesus faz da sua paixão e morte, rumo às quais se dirige: não significam destruição ou fim de tudo, mas a plena realização da sua pessoa, porque é uma passagem para a glória.

Transfigurou-se em diálogo com Moisés e Elias

O evangelista é muito breve ao relatar isso. Sabemos, através de Lucas, que Jesus subiu para rezar: logo, a Transfiguração é um acontecimento de oração, onde Jesus mostra ser uma só coisa com o Pai (Cf. Jo 10,30). Naquele diálogo, onde “suas vestes eram resplandecentes de brancura”, Jesus revela ser a Luz do mundo (Cf. Jo 12,46).

Elias, pai dos profetas, e Moisés, custódio da lei, representam toda a história do Antigo Testamento. Moisés teve o dom de receber, várias vezes, as manifestações de Deus. Por esta sua intimidade e amizade com Deus, seu rosto brilhava (Cf. Ex 34,29-35). Ao lado de Moisés, Elias, pai dos profetas, que também subiu à montanha, ouviu a Deus como um “murmúrio de uma leve brisa, um vento sutil” (1 Reis 19,12). Ele é a síntese ideal de toda a multidão de profetas, que se concluiu com João Batista, o último dos profetas, o “novo Elias” (Cf. Mt 11,14).

Nesta narração, à qual o evangelista Lucas acrescenta “e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém” (Lc 9,31), Jesus se revela como autêntico intérprete da Lei e da Profecia, aquele que “começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Cf. Lc 24,27, Emaús). O evangelista Lucas faz coincidir com Moisés e Elias os “dois personagens” diante do túmulo vazio, no dia da Páscoa: “Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes” (Lc 24,4). Eles são os que interpretam as palavras ditas por Jesus na sua vida e proclamam que Jesus, o Crucificado, ressuscitou (Cf. Lc 24,4-7).

Três tendas

Pedro, certamente, manifestou sua alegria pelo que havia visto, mas, revela também o que ainda não entendia! Será que ele pensa na alegria de poder encontrar a Deus na “tenda“? (Cf. Ex 33,7-11) ou se refere à Festa das Tendas/Sukkot, esquecendo, porém, que só Deus poderia “construir a tenda” (Cf 2Sam 7; Is 66,1ss), como está escrito no prólogo de João: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (1,14).

Uma nuvem do céu

A experiência do Êxodo continua sendo o pano de fundo: a marcha cansativa do povo no deserto, guiado por uma nuvem (Ex 13,21ss); a nuvem sobre o Monte Sinai (Ex 19,16); a nuvem que acompanhava “o tabernáculo” (Ex 40,34-35), que guardava “a Lei” de Deus; enfim, a nuvem que desceu sobre Jesus, que disse: “Os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai, em espírito e verdade” (Jo 4,23); assim, nem montanhas e nem tabernáculos especiais serão mais necessários.

Uma voz

Na hora de Jesus ser batizado, somente ele ouviu a voz do céu (Cf. Mc 1,11); agora, porém, esta mesma voz foi ouvida também pelos discípulos. Ouvi-O: é o eco do Shemá, “Ouve, Israel” (Dt 6,4) e das palavras de Moisés: “O Senhor, teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que devereis ouvir” (Dt 18,15). A voz na montanha indica que, agora, somente Jesus deverá ser ouvido: Ele é a Palavra viva, a Palavra de vida e de verdade (Cf. Jo 14,6). Somente ele é a unidade de medida para ouvir Moisés e Elias: mudou o centro de gravidade. Isso cria um pouco de constrangimento entre os discípulos, porque Jesus não corresponde à imagem que tinham dele. No entanto, ele deve ser ouvido, sem se envergonhar dele e da sua Palavra (cf. Mc 8, 38).

Aliança e Vida

Nas realidades próprias da instituição familiar, as palavras “Aliança” e “Vida” são fundamentais. A primeira indica a condição de unidade para dar sentido à vida; a segunda, é realidade indispensável para que exista a prática da aliança. É aquilo que encontramos nas indicações contidas nos textos bíblicos, porque as duas fazem coro com a história da humanidade, começando pelos relatos do Gênesis. 

Sem verdadeiro cuidado com o jeito pessoal de viver, a vida pode chegar a uma situação de cansaço e vazio existencial, afetando inclusive a expressão de fé e de esperança sobrenatural. Foi o que aconteceu na vida dos profetas do Antigo Testamento, tendo que ir em busca das experiências de Deus no passado, na origem de todo o processo de aliança, que Deus fez com Abraão. 

Entre os diversos profetas, aparece Elias, desolado e triste no confronto com Acab e Jezabel e os falsos profetas de Baal (cf. I Rs 19,3-9). Foi inclusive ameaçado de morte, mas escapou-se fugindo para o deserto, podendo assim continuar sua missão de profeta. A aliança travada com Deus faz a pessoa defender a vida e acreditar na possibilidade de construir um futuro promissor e feliz. 

Determinados comportamentos prejudicam muito a aliança, a unidade e a vida. Assim acontece nas situações das amarguras, irritações, cóleras, brigas, vinganças e todo tipo de maldade, porque levam a pessoa a perder as referências da paz, da harmonia e da convivência comunitária. A qualidade da aliança e da vida depende muito da palavra “amor”, que vem de coração desarmado. 

 Jesus, expressão máxima da aliança, se apresenta como “pão descido do céu” (cf. Jo 6,41). Seus contemporâneos tiveram muita dificuldade para reconhecê-lo como tal. Não entenderam que tipo de pão Jesus estava falando, porque não estavam imbuídos ainda da dimensão sobrenatural da fé. O povo pensava apenas no aspecto humano de Jesus, porque sabiam ser ele filho do carpinteiro. 

No contexto da aliança e da vida, Jesus é o revelador da figura do Pai do céu, daquele que fez uma Aliança de vida com o pai Abraão e com todo o povo de Deus na história. O Evangelho de João afirma que, “Quem nele crê tem a vida eterna” (Jo 3,15). Assim, ele é o pão da vida, o novo maná da história, para a preservação da vida. A Eucaristia sintetiza, em si, a aliança e a partilha do pão da vida. 

Fonte: CNBB

A oração nos livros sapienciais

O maior número de orações na bíblia encontramos nos livros sapienciais, de modo particular nos Salmos. Todavia, a característica própria dos textos sapienciais, não é de natureza litúrgica, mas existencial. Animado pela fé, o sábio medita sobre o sentido da Vida, o cultivo da necessária hierarquia de valores, a importância da qualidade das relações humanas, e abre-se para contemplação da inteligência e a sabedoria divina presentes nas criaturas vivas e em todo o universo!  

Ao final deste texto, ressaltamos alguns exemplos de oração presentes em alguns livros sapienciais. O conteúdo dessas orações evidenciam a beleza da fé entranhada na existência humana. Isso significa que a experiência da oração é um recurso que brota da Fé que está a serviço da Vida, da saúde e da paz do próprio homem.  

 A Oração e o sentido da Vida  

A abundância da oração na literatura sapiencial nos diz que, quanto mais o ser humano se dedicar à reflexão sobre o sentido da vida e sobre a origem do universo e beleza da sua constituição (cf. Sb 13,2-9; Sl 8), mais se sentirá provocado à oração, sobretudo, para manifestar o seu louvor e ação de graças a Deus. Por outro lado, a oração de súplica e penitencial é, consequência da tomada de consciência da ingratidão (indiferença) humana diante do amor divino. Por isso, muitas vezes, as orações de súplicas por ameaças e penitenciais, estão inseridas no contexto da vulnerabilidade humana, que provoca  sofrimento através de situações como doença, perseguição, injustiça, pecados etc.  

 Deus também silencia  

A oração não é uma corda mágica que, quando puxada, imediatamente Deus atende. Muito mais do que estratégia de consolo imediato que provoca a resolução dos problemas pessoais ou coletivos, a oração é uma experiência de terapia que vem da Esperança, da confiança em Deus, da liberdade de poder contar com alguém todopoderoso, superior ao ser humano!  

A oração é a rejeição do narcisismo, da prepotência, do orgulho humano, da ilusória autossuficiência; na oração o sábio crente confessa sua pequenez, vulnerabilidade e estado de permanente dependência do criador. A oração é uma atitude de reconhecimento da soberania divina. Não encontramos uma lógica do porque algumas orações são atendidas e outras não! Deus também silencia, pois também no diálogo, há espaço para o silêncio! Estamos diante de um mistério e sua resposta está no coração de Deus, aquele que a tudo transcende.  

Para muitos orantes, às vezes, Deus parece surdo, insensível, indiferente ao sofrimento humano, cego diante dos males e dos injustos… “Javé, por que ficas longe, e te escondes no tempo da angústia? A soberba do injusto persegue o infeliz” (Sl 10,1-2).  “Levanta-te, ó juiz da terra, devolve o merecido aos soberbos! Até quando os injustos, ó Javé, até quando os injustos irão triunfar? Eles transbordam em palavras insolentes, todos os malfeitores se gabam. Eles massacram o teu povo, Javé, eles humilham tua herança; matam a viúva e o estrangeiro e assassinam os órfãos” (Sl 94,2-6). “Javé, até quando me esquecerás? Para sempre? Até quando esconderás de mim a tua face? Até quando terei sofrimento dentro de mim, e tristeza no coração, dia e noite? Até quando meu inimigo vai triunfar?” (Sl 13,2). 

“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Apesar de meus gritos, minha prece não te alcança! De dia eu grito, meu Deus, e não me respondes. Grito de noite, e não fazes caso de mim!” (Sl 22,1-3). “Até quando, Javé, vou pedir socorro, sem que me escutes? Até quando clamarei a ti: «Violência!» sem que tu me tragas a salvação? Por que me fazes ver o crime e contemplar a injustiça? Opressão e violência estão à minha frente; surgem processos e levantam-se rixas. Por isso, a lei perde a força e o direito nunca aparece. O ímpio cerca o justo e o direito aparece distorcido” (Hab 1,1-4). 

“Javé, ouve a minha prece! Dá ouvido aos meus gritos! Não fiques surdo ao meu pranto: porque sou hóspede junto a ti, inquilino como os meus antepassados” (Sl 39,13). “Os meus opressores me insultam quebrando meus ossos perguntando todo dia: «Onde está o seu Deus?» (Sl 42,11). 

 Exemplos de orações  

Fora os Salmos, nos livros sapienciais há alguns ricos exemplos de orações. Vejamos alguns deles.  

– JÓ 42,2-6: na oração pode haver engano por parte do orante.  “Eu reconheço que para ti nada é impossível e que nenhum dos teus planos pode ser impedido. Tu me perguntaste como me atrevi a pôr em dúvida a tua sabedoria, visto que sou tão ignorante. É que falei de coisas que eu não compreendia, coisas que eram maravilhosas demais para mim e que eu não podia entender. Tu me mandaste escutar o que estavas dizendo e responder às tuas perguntas. Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos. Por isso, estou envergonhado de tudo o que disse e me arrependo, sentado aqui no chão, num monte de cinzas.” 

– SABEDORIA 9,1-18: o reconhecimento da nossa pequenez nos estimula a suplicar a sabedoria.  «Deus dos pais e Senhor de misericórdia, tudo criaste com a tua palavra! Com a tua sabedoria formaste o homem para dominar as criaturas que fizeste, para governar o mundo com santidade e justiça, e exercer o julgamento com retidão de alma. Concede-me a sabedoria, que está entronizada ao teu lado, e não me excluas do número de teus filhos. Eu sou teu servo, filho de tua serva, homem fraco e de vida breve, incapaz de compreender a justiça e as leis. Mesmo que alguém fosse o mais perfeito dos homens, se lhe faltasse a sabedoria que provém de ti, ele de nada valeria… Contigo está a sabedoria, que conhece as tuas obras e que estava presente quando criaste o mundo. Ela sabe o que é agradável aos teus olhos e o que é conforme aos teus mandamentos. Manda a sabedoria desde o céu santo e a envia desde o teu trono glorioso, para que ela me acompanhe e participe dos meus trabalhos, e me ensine o que é agradável a ti. Porque ela tudo sabe e tudo compreende. Ela me guiará prudentemente em minhas ações e me protegerá com a glória dela…” 

– ECLESIÁSTICO 23,2-6: oração é também súplica pelas virtudes para a perseverança no bem; Deus é o Sumo Bem, a fonte de todos os dons e virtudes que fortalecem a vontade e a inteligência humana para que busquem a verdade e perseverem no bem.  “Senhor, pai e soberano da minha vida, não me abandones ao capricho deles, e por culpa deles não me deixes cair. Quem irá dar chicotadas em meus pensamentos e disciplinar a minha mente com a sabedoria, para que os meus erros não sejam poupados e as culpas deles não sejam toleradas? Dessa forma os meus erros não se multiplicarão, e os meus pecados não se avolumarão; não cairei diante dos meus adversários, e o meu inimigo não se alegrará às minhas custas. Senhor, pai e Deus da minha vida, não permitas que o meu olhar seja altivo. Afasta de mim os maus desejos. Que a sensualidade e a luxúria não me dominem. Não me entregues ao desejo vergonhoso”. 

– ECLESIÁSTICO 36,1-17: uma súplica coletiva, do povo oprimido; na esperança do auxílio divino está o sinal da bondade de Deus. “Tem compaixão e olha por nós, Senhor Deus do universo. Infunde o teu temor em todas as nações. Levanta a tua mão contra as nações estrangeiras, para que elas vejam o teu poder. Castigando-nos, tu mostraste às nações a tua santidade. Agora, mostra-nos a tua grandeza, castigando as nações. Desse modo elas reconhecerão, como também nós reconhecemos, que não existe um Deus além de ti, Senhor. Renova os sinais e realiza outros prodígios. Glorifica a tua mão e o teu braço direito… Senhor, tem piedade do povo que é chamado com o teu nome. Tem piedade de Israel, que trataste como primogênito. Tem compaixão de Jerusalém, tua cidade santa, e lugar do teu repouso…” 

– ECLESIÁSTICO 51,1-11: o orante é sempre capaz de ação de graças e louvor a Deus por seus benefícios. Na oração somos chamados também a manifestar o nosso reconhecimento de que Deus é o nosso protetor e libertador de todos os males. O socorro dos homens termina, mas Deus é misericórdia infinita! “Eu te agradeço, Senhor Rei, e te louvo, meu Deus Salvador, glorificando o teu nome, porque foste para mim um protetor e socorro, e libertaste meu corpo da perdição, do laço da língua caluniadora e dos lábios que produzem a mentira. Na presença dos meus adversários, tu foste meu apoio e me libertaste, conforme a grandeza da tua misericórdia e do teu Nome, das mordidas daqueles que estavam prestes a me devorar. Tu me livraste das mãos dos que procuravam tirar-me a vida e das numerosas provas que sofri. Tu me livraste do fogo que me rodeava, de um fogo que não acendi, das profundas entranhas do mundo dos mortos, da língua impura, da palavra mentirosa. Uma calúnia de uma língua injusta tinha chegado junto ao rei. Minha alma esteve perto da morte e minha vida chegou junto à porta do mundo dos mortos. Por todos os lados me rodeavam, e não havia quem me ajudasse. Procurei pelo socorro dos homens, mas foi inútil. Então me lembrei da tua misericórdia, Senhor, e das tuas obras feitas desde a eternidade, porque tu libertas os que esperam em ti e os salvas da mão dos inimigos. Fiz subir da terra a minha oração, e pedi para ser libertado da morte… Não me abandones no dia da provação, no tempo do abandono causado pelos orgulhosos. Mas eu vou louvar para sempre o teu Nome e cantar para ti hinos de agradecimento».  

PARA A REFLEXÃO PESSOAL: 

Por que a oração contribui para a renovação do sentido da vida? 

Qual dos exemplos de oração mais lhe chamou a atenção? 

Por que a oração está profundamente vinculada à situação existencial do orante?  

Fonte: CNBB

Hoje é dia de santo Afonso Maria de Ligório, fundador dos redentoristas

A Igreja celebra hoje (1º) a memória litúrgica de santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja por seus escritos sobre moral e fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, conhecidos como redentoristas.

Este santo italiano, natural de Nápoles, na Itália, escreveu “A Prática do Amor a Jesus Cristo”, “Preparação para a Morte”, “Glórias de Maria”, sendo “Teologia Moral” a obra que influenciou na formação do clero por muitos anos.

Santo Afonso pregava com simplicidade e ensinava seus missionários que “um sermão sem lógica é disperso e falta sabor. Um sermão pomposo não chega à massa. De minha parte, posso dizê-los que jamais preguei um sermão que a mulher mais simples não pudesse entender”.

Entre suas frases conhecidas está: “Não existem pessoas fracas e pessoas fortes espiritualmente, mas as pessoas que não rezam e as pessoas que sabem rezar”.

Bento XVI explicou aos fiéis em um dia como hoje, em 2012, que este santo “nos recorda que relação com Deus é essencial na nossa vida. Sem ela, falta-nos a relação fundamental”. Lembra também que “Deus criou-nos por amor, para nos poder doar a vida em plenitude”.

Santo Afonso fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, com a qual tinha o objetivo de evangelizar nas regiões de população abandonada. Seu trabalho refletia a sua forma de viver, marcado pela bondade, simplicidade e caridade.

O santo faleceu aos 90 anos, na noite de 31 de julho para 1º de agosto de 1787. Foi canonizado em 1839 e declarado doutor da Igreja em 1871.

Santo Afonso, cujo nome significa “pronto para o combate”, é representado com o crucifixo, os livros, o rosário ou a figura da Santíssima Virgem Maria, a quem tinha uma profunda devoção.

Sua congregação dos Redentoristas chegou ao Brasil em 1894. Hoje, há cerca de 600 missionários espalhados em 25 estados e no Distrito Federal. Desenvolve amplo trabalho evangelizador, fazendo-se presentes em diversas frentes missionárias, como: casas de formação, missões estrangeiras, área acadêmica, comunicações, missões itinerantes, paróquias e santuários, entre os quais, o de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), e o do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Fonte: ACI Digital