Onde está a riqueza

É uma questão emblemática, porque pode ser entendida por diversos âmbitos da vida humana. A riqueza não se limita a bens materiais, porque o pano de fundo é o bem da pessoa, que atinge também a ordem sobrenatural, a plenitude da vida em Deus, hoje e na eternidade. Normalmente, fruto de esforços efetivos e diários, não imediatos e comprometidos com a construção daquilo que conta. 

Não podemos entender o acúmulo desnecessário de bens materiais como riqueza. Aliás, acumulado através de ações injustas e sem função social, é verdadeira pobreza.  Para muitos, aí está o sucesso de bens e status, que provoca sofrimento daqueles que estão na realidade inversa, quase sempre impossibilitados de vida digna. Para Jesus, a verdadeira riqueza é a da partilha, com generosidade. 

A Sagrada Escritura usa a expressão “Vaidade das vaidades” (Ecl 1,2) para destacar o nível de transitoriedade e de vazio numa vida centrada no supérfluo da acumulação. Não está aí a verdadeira riqueza da pessoa. Todo esforço que não leva em conta os valores espirituais e eternos, acaba provocando vazio e angústia existencial, porque o coração das pessoas não se satisfaz sem Deus. 

A verdadeira riqueza da vida humana se consolida quando a pessoa coloca Jesus Cristo no centro de sua história. Às vezes nem necessita de bens materiais. Na visão do apóstolo Paulo, o mais importante é aspirar as “coisas do alto” (cf. Cl 3,1), evitando ficar preso aos bens terrenos, porque são todos passageiros. Não significa desprezá-los, mas usá-los como caminho que conduz a Deus. 

Não é fácil identificar com precisão onde está a riqueza, principalmente quando não se tem conhecimento, formação e nem assentimento aos indicativos do Evangelho e da vida em Deus. O mundo passa, a matéria fica, a vida acaba na sepultura, sem levar nada a não ser os frutos da fé, da esperança e da caridade praticada a favor do próximo na construção do bem comum na sociedade. 

 Infelizmente, muitas famílias são divididas por causa de herança. Há aqueles que não se conformam com o tipo de partilha e não se abrem para um diálogo frutuoso, preferindo ficar mergulhados numa insensibilidade e sofrimento egoísta. Isto revela juntar tesouro na terra sem ser rico diante de Deus. Importa busca a riqueza da generosidade, do amor e da comunhão com Deus e com o irmão. 

Fonte: CNBB

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