Humildade e serviço: valores centrais da vida cristã!

Neste 25º Domingo do Tempo Comum, as leituras nos convidam a uma profunda reflexão sobre a humildade e o serviço, valores centrais da vida cristã e que nos conectam ao coração da missão de Jesus. 

Na primeira leitura, do Livro da Sabedoria (Sb 2,12.17-20), vemos a oposição entre os justos e os ímpios. O texto nos revela a inveja dos ímpios em relação ao justo que confia em Deus. Este tema da perseguição não é algo distante; ele ecoa nas realidades de nossas vidas. Muitas vezes, ao decidirmos viver de acordo com a vontade de Deus, enfrentamos incompreensões, críticas e até mesmo hostilidade. O versículo “Vamos pôr à prova o justo” (Sb 2,12) ressoa como um alerta sobre como a sociedade pode rechaçar aqueles que escolhem o caminho da fé e da justiça. O justo, mesmo enfrentando sofrimentos e provações, mantém sua fidelidade, com a certeza de que Deus recompensa aqueles que O seguem.  

Seguindo para o Evangelho de Marcos (Mc 9,30-37), encontramos Jesus que, após anunciar a sua Paixão e Morte, começa a ensinar seus discípulos sobre a verdadeira natureza da grandeza. “Se alguém quer ser o primeiro, que seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9,35). Aqui, Jesus nos oferece uma lição poderosa: a verdadeira liderança no Reino de Deus é caracterizada pelo serviço, não pela busca de poder ou status. Essa inversão de valores é radical e contrária ao que muitas vezes aprendemos no mundo. Jesus nos chama a uma nova forma de olhar para as relações humanas, onde a verdadeira grandeza é medida pela disposição de servir. 

Jesus utiliza a figura de uma criança para ilustrar seu ponto. Ele coloca uma criança no meio deles e diz: “Quem receber uma destas crianças em meu nome, é a Mim que recebe” (Mc 9,37). No contexto da sociedade da época, as crianças eram vistas como seres sem valor, marginalizados e vulneráveis. Ao identificar-se com elas, Jesus nos ensina que a verdadeira grandeza está em acolher os que são considerados os menores e os mais desprezados. Essa atitude deve ser um desafio constante em nossas comunidades. Como estamos tratando os que estão à margem, os necessitados, os vulneráveis? Nossa fé se manifesta nas ações de amor e cuidado com os que mais precisam. 

A carta de Tiago (Tg 3,16-4,3) complementa essa reflexão, destacando as consequências da sabedoria do mundo, que gera ciúmes e disputas. “Onde há inveja e ambição egoísta, aí há desordem e toda espécie de males” (Tg 3,16). Tiago nos adverte sobre o perigo de deixar que essas paixões dominem nossas vidas. Ele nos convida a buscar a “sabedoria de Deus”, que é caracterizada pela pureza, paz, compreensão e misericórdia (Tg 3,17). Aqui, ele nos propõe um caminho de transformação pessoal e comunitária. 

Neste contexto, é crucial perguntarmos: como estamos vivendo a nossa vocação cristã? Estamos servindo aos outros ou buscando nosso próprio benefício? O chamado de Jesus à humildade e ao serviço não é apenas um convite individual, mas um desafio para toda a comunidade. Como Igreja, devemos ser um lugar onde o amor e o serviço prevalecem, onde todos são acolhidos, especialmente os mais vulneráveis. 

Quando olhamos para a Cruz de Cristo, somos lembrados de que a verdadeira grandeza vem do sacrifício e do amor. Jesus não veio para ser servido, mas para servir (Mc 10,45). Este é o padrão que devemos seguir. Servir aos outros nos aproxima de Deus e nos ajuda a viver a essência do cristianismo. 

Neste domingo, somos convidados a refletir sobre a importância da humildade em nossas vidas. Ser humilde não é se menosprezar ou se diminuir, mas reconhecer que somos todos filhos e filhas de Deus, chamados a servir uns aos outros. A humildade nos permite abrir mão de nossos egos e buscar o bem-estar do próximo. 

Ao nos reunirmos na mesa do Senhor, vamos pedir a graça de viver com humildade e generosidade, transformando nossos corações e nossas comunidades. Que possamos nos inspirar no exemplo de Jesus, que se fez servo, e buscar sempre o bem dos outros. Ao acolhermos os mais humildes e servirmos com amor, nos tornamos verdadeiros discípulos de Cristo. 

Assim, ao celebrarmos a Santa Missa, bem como dela participamos piedosamente, que nossa vida seja uma ação de graças, um testemunho da alegria de servir, e que possamos levar essa mensagem de amor e humildade a todos ao nosso redor. 

Fonte: CNBB

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