A Fonte e Origem de Toda Bênção
Bênção sobre Bênção, uma diversidade de Bênçãos, favorecendo aos batizados os Sacramentos e os Sacramentais, como auxiliares necessários à Salvação, na principal Vocação de todos os batizados, a Santidade
A Realidade da Bênção é uma realidade tão Antiga e, ao mesmo tempo, sempre Nova, com o ‘sabor’ de Eternidade. Esta tremenda, tão simples e silenciosa Realidade Revelada, com a magnitude de um Deus Único e Verdadeiro se mostra com o viço e o perfume, o odor da Vida Plena: “Da cepa brotou a rama / Da rama brotou a flor / Da flor nasceu Maria / De Maria, o Salvador; O Espírito de Deus sobre Ele pousará / De saber, de entendimento, este Espírito será / De Conselho e Fortaleza, de Ciência e de Temor / Achará sua Alegria no Temor do seu Senhor” (Reginaldo Veloso). A partir da Revelação de Deus, em Cristo Jesus, todo o Serviço de Louvor (dos clérigos e leigos), na Santa Igreja D’Ele é uma Bênção de Deus, para Deus, “Fonte e origem de toda Bênção, ‘bendito acima de tudo'” (cf. Romanos 9,5).
Em se tratando de Bênção Antiga e sempre Nova, Nosso Senhor Jesus Cristo concedeu a Grande Bênção à Sua Santa Igreja, o Concílio Vaticano II, que em sua Constituição Dogmática Lumen Gentium (LG), cujo Objeto é a Igreja como Sacramento: Bênção sobre Bênção, uma diversidade de Bênçãos, favorecendo aos batizados os Sacramentos e os Sacramentais, como auxiliares necessários à Salvação, na principal Vocação de todos os batizados, a Santidade e, por isso, o Combate, contra toda sorte de malefícios e contra toda espécie de pecados, mesmo aqueles pecados com aparência de “bondade”, de “amor”, de “liberdade”, (cf. 1 Pedro 10). A LG, em seu artigo 48 nos orienta sobre “a Igreja, à qual todos somos chamados e na qual por Graça de Deus (Bênção Suprema) alcançamos a Santidade, só na Glória Celeste alcançará a sua realização acabada, quando vier o tempo da restauração de todas as coisas (cf. Atos dos Apóstolos 3,21) e, quando, juntamente com o gênero humano, também o universo inteiro, que ao homem está intimamente ligado e por ele atinge o seu fim, for perfeitamente restaurado em Cristo”. Enquanto isso, todo batizado, sem mérito algum de sua parte, é convidado por Deus a contribuir na recondução de toda criatura, de todo universo, no uso contínuo dos Sacramentos e Sacramentais.
Vale ressaltar que, Deus quer precisar do ser humano, para que aconteça o Seu Plano de Amor e Salvação: começou concedendo “aos homens, particularmente Patriarcas, Reis, Sacerdotes, Levitas, Pais, que bendissessem Seu Nome com louvores e em Seu Nome cumulassem de Bênçãos Divinas os outros homens e as coisas criadas”; contudo, “na plenitude dos tempos” (cf. 1 Coríntios 10,11), com Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho do Eterno Pai, “feito Carne”, na Ação do Espírito Santo escolhe os Doze Apóstolos (miseráveis pecadores, que se deixaram transformar, à exceção de Judas Iscariotes). Portanto, os Sacramentos, os Sacramentais nos chegam pela Sucessão Apostólica, querida pelo Autor e Originário de Toda Bênção, para a nossa santificação. Desta maneira, já constatamos que tanto as Bênçãos que emanam dos Sacramentos, quanto dos Sacramentais visíveis, só podem ser transmitidas por Ministros Ordenados, Bispos – Sacerdotes e Diáconos (participantes da Sucessão Apostólica), de todos os batizados, cada qual conforme a disposição do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Ainda no número 49, da LG temos: “Deste modo, enquanto o Senhor não vier na Sua Majestade e todos os Seus Anjos com Ele (cf. Mateus. 25,31) e, vencida a morte, tudo Lhe for submetido (cf. 1 Coríntios 15, 26-27), dos Seus discípulos uns peregrinam sobre a terra, outros, passada esta vida, são purificados (purgatório), outros, finalmente, são glorificados e contemplam «claramente Deus trino e uno (os Santos), como Ele é»(146); todos, porém, comungamos, embora em modo e grau diversos, no mesmo Amor de Deus e do próximo, e todos entoamos ao nosso Deus o mesmo hino de louvor. Com efeito, todos os que são de Cristo e têm o Seu Espírito Santo, estão unidos numa só Igreja e ligados uns aos outros n’Ele (cf. Efésios 4,16). […] a constante Fé da Igreja, é reforçada pela comunicação dos bens espirituais” (147).
Vamos nos deter apenas aos Sacramentos da Eucaristia e aos da Missão (Sacramento do Matrimônio e o Sacramento da Ordem), naquilo que expressam o essencial das Bênçãos que lhes são próprias e que a partir delas, são geradas bênçãos específicas. A Sagrada Eucaristia é a “Fonte e Ápice da Vida da Igreja” (CIC 1324) de Jesus Cristo, pois Ele mesmo, no exercício de Sua Plena Liberdade, quis e quer permanecer conosco “todos os dias, até a Consumação dos Séculos” (Mateus 28, 20); presença física Real, Corpo, Sangue, Alma e Divindade, que vem a nós, em um Único Sacrifício Redentor a cada Santa Missa, sobretudo, a Santa Missa Dominical, desejada ardentemente por Ele.
A não participação na Santa Missa Dominical é uma afronta grave e só podendo recebê-Lo fisicamente após Confessar tal insulto. Deus é Deus ciumento e quer a atenção exclusiva no Dia dedicado a Ele, Dia do Senhor (Domingo). Isto não significa que, o impedimento de receber fisicamente a Sagrada Eucaristia, não impede a Comunhão Espiritual. Ao contrário, até que seja possível a plena Reconciliação; a vida eucarística, através da Comunhão Espiritual, fortalece os laços de intimidade com o Senhor até que, a confissão dos pecados ao Sacerdote (Padre) aconteça. Somos transformados em BÊNÇÃO para nós mesmos e para os outros. É da Família, constituída com a Bênção do Sacramento do Matrimônio, com a eficácia própria, que emana a Força Divina, que lhe cabe; é um Sacramento realizado pelos noivos (homem e mulher – Leigos Batizados), o Ministro Ordenado ou Testemunha Qualificada apenas o assistem, é deste Sacramento que emanam as Sagradas Bênçãos dos Leigos, específicas e insubstituíveis do pai e da mãe sobre os filhos e se estendem, com às Bênçãos dos tios, avós, bisavós, tataravós; todas as Bênçãos na família, entre si e extensivas à humanidade.
O Sacramento da Ordem, é o referencial da Sucessão Apostólica, responsável pelos Sacramentos e Sacramentais, Sinais visíveis; têm por base, o primeiro Grau, o Diaconato (Serviço intimamente ligado a Instituição da Sagrada Eucaristia, no lava-pés) o Diácono (transitório ou permanente) é um servidor ao modo desejado por Jesus Cristo, podem exercer todo tipo de Bênçãos próprias a este estado; o Diácono ao Ser Ordenado Padre (2° Grau do Sacramento da Ordem), é ungido para exercer três Grandes Bênçãos específicas, onde age, na Pessoa de Cristo in persona Christi: atualização do Único e Eterno Sacrifício (Santa Missa – Paixão Morte e Ressurreição de Jesus Cristo) e nos Sacramentos de Cura e libertação do pecado e da morte: – Perdoar pecados, em nome de Deus e da Santa Igreja de Jesus Cristo (Sacramento da Reconciliação ou Confissão); e, – Cura física e/ou libertação do pecado e da morte, para Deus (Unção dos Enfermos). O sacerdote, ao ser ordenado Padre, não deixa de ser Diácono, auxiliando também o Bispo (legítimo Sucessor dos Apóstolos), o Papa Francisco, no início do seu pontificado exclamou: “bom seria se todos os Padres nunca se esquecessem que são Diáconos” (Servidores). O Bispo, participante da Unção específica do 3° Grau do Sacramento da Ordem, é o único que pode gerar novos Diáconos, novos Padres e novos Bispos, em conformidade com a Sé Apostólica, em Comunhão com o Santo Padre, legítimo Sucessor de Pedro.
Enfim, “chamam-se sacramentais os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cuja finalidade é preparar os homens para receberem os frutos dos Sacramentos e santificarem as diferentes circunstâncias da vida” (CIC 1677). Dentre os Sacramentais visíveis, a Água Benta merece destaque, São Tomás de Aquino, em sua Summa Teológica nos orienta: “A Água Benta não leva ao efeito dos Sacramentos, que é a obtenção da Graça Santificante ou do resgate e atualização da mesma, mas dispõe para os Sacramentos; a Água Benta pode remover o que impede a obtenção da Graça, agindo contra as insídias do demônio e, contra os pecados veniais, porque desperta um movimento de respeito em relação a Deus e às coisas Divinas”. A Água Benta causa em nós um fervor interior, um zelo, fazendo crescer a Firmeza de Caráter, a determinação, quanto às realidades Divinas e Eternas; ouso afirmar que, a Água Benta é o único Sacramental que não pode ser profanado.
Convertei-nos Senhor e seremos verdadeiramente convertidos!
Fonte: Vatican News