Fátima: da evocação à invocação; da presença ao pedido pelo auxílio
Milhares de fiéis reúnem-se em Fátima, em Portugal, para chamar à presença a Virgem, que aos três pastorinhos pediu pelo Santo Rosário.
A devoção, do latim devotione, refere-se a dedicar-se a algo, estando ligado a veneração especial; apresenta-se como uma palavra que, em sentido figurado, significa afeto e dedicação. Logicamente, para crer necessita-se da devoção, e a devoção inspira fé, inspira fervor, piedade. Diante disto, imaginemos quantos fiéis, espalhados pelos países, invocam, suplicam, a proteção da Virgem de Fátima, para curar suas feridas, sanar suas dores e proteger os seus.
A devoção levou a humanidade a crer que, por meio de suas aparições, Nossa Senhora de Fátima roga pelos seus filhos, sendo a égide, o amparo; a devoção leva estes filhos ao Santuário, localizado na Cova da Iria, excelência por si só, para pedir auxílio. Francisco, Jacinta e Lúcia tornaram-se difusores do Santo Rosário, alastrando seus pedidos aos que iam ao socorro destes, pois foi a Virgem quem apelou.
Assim ensina São João Paulo II:
“A mensagem de Fátima é um apelo à conversão, alertando a humanidade para não fazer o jogo do ‘dragão’ que, com a ‘cauda, arrastou um terço das estrelas do Céu e lançou-as sobre a terra’. A meta última do homem é o Céu, sua verdadeira casa onde o Pai celeste, no seu amor misericordioso, por todos espera”.
E sobre o amor à Nossa Senhora, elenca:
“Na sua solicitude materna, a Santíssima Virgem veio aqui, a Fátima, pedir aos homens para ‘não ofenderem mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido’. É a dor de mãe que A faz falar; está em jogo a sorte de seus filhos. Por isso, dizia aos pastorinhos: ‘Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.
E, por fim, escreve Jane Nogara, do Vatican News, em 13 de Maio de 2021:
”O Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima dá expressão ao pedido de Nossa Senhora do Rosário, aludido já em 13 de agosto de 1917 e expressamente indicado na aparição de 13 de outubro do mesmo ano a Lúcia de Jesus, Francisco Marto e Jacinta Marto: ‘Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário’ (Primeira Memória da Irmã Lúcia). A capelinha foi erguida em 1919 no local das aparições de 1917 na Cova da Iria e, desde então, o espaço do Santuário foi sendo edificado, em resposta ao significativo afluxo de peregrinos.”.
Por Gabriel Araújo, Pascom Luz.